Domingo, 23 de Dezembro de 2012

O sobrecompensatório na mulher

Resume-se inicialmente o meu artigo O palhaço de circo e a depressividade histérica    ( Resende, 2012 ), no qual considera-se o palhaço enquanto representativo de características tipicamente femininas, e no qual se elaboram sobre diversos aspectos sobrecompensatórios da mulher, ou mais particularmente , da histérica, considerando o histerismo mais característico nas mulheres, no contexto da depressividade histérica. Faz-se depois um complemento elaborativo quanto às características sobrecompensatórias da mulher.

 

Acrecente-se, desde já, em relação ao artigo já referido, o realce do mascarar cosmético como aspecto sobrecompensatório, relativamente ao qual, poder-se-ão considerar, aqui, as ideias de D. Anzieu sobre o Ego-pele e envelopes psíquicos, como se pode ver no Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente [ Houzel, Emmanuelli & Moggio ( coord. ) ( 2004 ) ]. Os mesmos, estando na base de funções como escudo pára-excitações e individuação, estabelecerão precocemente a relação do indivíduo com o mundo exterior. Assim, poder-se-à ver como características sobrecompensatórias de uma personalidade, particularmente, a histérica, poderão estar presentes no mascarar cosmético.

 

Já quanto ao resumo do primeiro artigo referido, é essencial perceber que a actividade circense, e a dos palhaços, em particular, é representativo de aspectos humanos individuais e colectivos, ao nível da sociedade. Também interessa saber que nessa actividade há a promoção do desenvolvimento da identidade humana, nas problemáticas que lhe estão relacionadas. Para além disso, a actividade dos palhaços reflectirá problemáticas que, ao longo da vida, cada indivíduo irá eventualmente encontrar e enfrentar, como, por exemplo, a agressividade, no contexto depressivo-histérico, a sexualidade feminina, ou mais geralmente, a psicossexualidade, como ainda características particulares da mulher, como a menstruação.

 

Temos, por exemplo, o falismo sobrecompensatório, que se poderá ver nos sapatos grandes do palhaço. Refiram-se, neste contexto, os versos do artista musical Prince:     “ Act your age, mama, not your shoe size “, indicando que a sobrecompensação fálica da mulher fá-la regredir ou estar fixada a um nível mais precoce, menos maduro. Noutra nota, indique-se a análise feita por Bruno Bettelheim em Psicanálise dos Contos de Fadas, relativamente ao conto de fadas Gata Borralheira, no qual se pode ver a associação entre o sapato e a sobrecompensação fálica, relacionada com o sentimento de perda do pénis. Assim, nessa análise, é referido que não foi tanto o sapato que se ajustava ao pé que decidiu quem seria a noiva certa, mas antes o sangrar do pé no sapato que indicou quais eram as noivas erradas, o que se relaciona com a menstruação, associada em fantasia com o sentimento de perda do pénis, com o elemento sobrecompensatório no tamanho do sapato.

 

Outro aspecto sobrecompensatório revela-se na relação entre depressividade e personalidade histérica, considerando o histerismo mais característico na mulher. Assim, nesta relação, atente-se à característica particular do histérico de angústia depressiva. A mesma dirá respeito à certeza da perda do pénis, ou mais geralmente, da perda do amor do objecto, já que este é considerado, pelo sujeito, responsável pela perda do pénis. Neste contexto depressivo-histérico, insere-se a batalha anti-depressiva do sujeito, na luta contra o afundamento na depressão. Particularmente, esta luta é feita, por exemplo, pela promiscuidade sexual e pela verbalização externalizada agressiva, para que a agressividade introjectada anteriormente, que deu ao indivíduo o sentimento de perda do amor do objecto, não se vire mais contra o próprio. Na sua relação com os palhaços, esta externalização verbal agressiva anti-depressivamente sobrecompensatória, está presente nas actuações agressivas habituais dos palhaços, como chapadas e pontapés, inserindo-se aqui uma função social importante do palhaço. Essa função é a de, na infância, promover e satisfazer catarticamente a agressividade, através do riso, fenómeno facilmente identitário na infância, para que em posteriores fases da vida, a mesma esteja modulada, e possa ser utilizada, particularmente, a nível sublimatório.

 

A sobrecompensação também estará presente na pintura exagerada do palhaço e na utilização de cosméticos faciais, habitualmente associados à mulher. Intuitivamente, neste contexto, e pelo já dito, dir-se-à que há uma agressividade inerente na pintura cosmética habitualmente associada à mulher. Para mais, esta pintura apontará para algo não genuíno, algo de acrescento, de mascarar, associando-se o sobrecompensatório ao mascarar cosmético, como, por exemplo, o pintar sobrecompensatório dos lábios de vermelho, sobrecompensatório por sentir-se diminuída sexualmente, em que a mesma pintura, indicada, por exemplo, por Desmond Morris como representando excitação sexual, nos elucida que essa mulher quer esconder a excitação sexual. Pensando nas características fisionómicas da mulher e na excitação sexual e capacidades multi-orgásmicas da mulher no dia-a-dia, temos que o esconder da excitação sexual estará relacionado com o facto  de a mesma ser manifesta para quem esteja a observar. Na excitação sexual, haverá o esconder mascarado, por a mesma ser manifesta, por exemplo, no avermelhamento da face e por os lábios tornarem-se mais vermelhos e carnudos, sendo claramente manifesto, portanto, e será essa falta de privacidade que as raparigas e mulheres quererão esconder. A falta de privacidade referida implicará correlatos diminuidores da auto-estima.

 

Também a roupa, porventura exuberante e pouco sóbria da histérica, indicará uma sobrecompensação em relação a sentimentos depressivos sentidos pelo próprio, tendo já nós feito referência às características depressivas do histerismo. Assim, este tipo de roupas serão utilizadas de modo anti-depressivo, e no sentido de combater a entrada em depressão. Isto levar-nos-à a pensar no título de um dos livros de Coimbra de Matos, psicanalista português, " O Desespero: Aquém da Depressão " ( 2007 ). Ou seja, leva-nos a pensar que estas mulheres estão em desespero, estão desesperadas.

 

Já para este artigo, refira-se a chamada síndrome da mulher invisível, que indicará a grande carga de afecto da vivência da mulher no dia-a-dia, antes da menopausa, para ela sentir habitualmente essa diferença após a menopausa, no sentido de se sentir observada, sentido esse que estará relacionado com as características sedutoras da mulher. A síndrome apela a algo ao nível da subcompensação do narcisismo relacional, e indica, por contraste, sentimentos sobrecompensatórios nesse mesmo narcisismo, em fases anteriores da vida.

 

De outro modo, os óculos escuros grandes, mais habitualmente utilizados por mulheres jovens, indicará uma sobrecompensação em relação ao sentir-se observada, o que podemos contextualizar mo síndrome da mulher invisível, já referido.

 

Não deve deixar de ser referido o famoso desejo sobrecompensatório da mulher, derivado da inveja do pénis, em ter filhos, já referido, por exemplo, por Freud.

 

Refira-se, também, que a sombra, escura, nos olhos da mulher, ou o lápis escuro no contorno dos olhos, em que manifestamente indicará um domínio controlador, já que representará a observação a partir do espaço sideral das actividades humanas, indicará, latentemente, uma sobrecompensação da Sombra, que como se indicará a seguir, será uma sobrecompensação da Sombra anal, e no contexto Junguiano, uma diminuição da Máscara, esta enquanto arquétipo de adaptação externa. Isto, tendo em conta um sistema de equilibração Junguiano ( Jung, 1988 ), em que há arquétipos que se opõem, num sistema dialéctico, no qual a Sombra se opõe à Máscara. Considere-se, nesta sobrecompensação da Sombra, associada à sombra cosmética, a carga psicológica, afectiva e cultural relativa à Sombra Junguiana, e a tendência sobrecompensatória que essa mulher revela em relação a eventuais medos vindos do espaço sideral, para alem do sentimento sobrecompensatório de domínio controlador universal, associado à observação controladora do espaço, ou seja, sentindo-se observada a partir do espaço por satélites, por exemplo, por entidades extraterrestres e/ou Deus, sentindo-se diminuída com isso, daí a sobrecompensação. Pelo dito, isso é revelador de um forte sentimento de se sentir observada e de uma sobreestimulação de aspectos do dia-a-dia, em que a mulher lidará menos bem com a excessiva carga de estímulos, e dependendo mais deles, o que apontará para deficiências e regressões à fase de constituição do escudo pára-excitações, e que indicará uma maior dependência de campo dessas mulheres. É de reparar que estas deficiências, ao nível do escudo pára-excitações, estão, precisamente, previstas por Anzieu, relativamente à patologia histérica, no contexto do Ego-pele e envelopes psíquicos, e como se pode ver naquele Dicionário de Psicopatologia já referido. Isto, tendo-se em conta a maior prevalência da histeria nas mulheres. Ainda de nota, ao nível destas deficiências, e neste contexto, é de referir a crescente utilização da tatuagem e do piercing nas novas gerações, o que apontará para crescentes dificuldades de lidar com a sobrecarga de estímulos externos, em relação aos quais a tatuagem e o piercing servirão de fronteira deflectora.

 

Realce-se, agora, neste contexto, o meu artigo Características sobrecompensatórias das fases psicossexuais da Máscara e Sombra da histeria capitalista ( Resende, 2010 ). Aí, indico que o histérico capitalista, considerando o histerismo mais característico na mulher, caracteriza-se por uma Sombra com sobrecompensação anal, tendo em conta a importância do dinheiro na sociedade capitalista, perspectivando que o dinheiro tem caracterizações anais, e isto pelas suas características transitivas, do que está fora e do que está dentro, funcionando como meio de relação com o exterior. Relacione-se este aspecto sobrecompensatório da Sombra anal, e sua relação com o dinheiro, com o já indicado acerca da diminuição da Máscara, em que haverá uma maior dependência de estímulo externos, maior dependência de campo, o que nos leva a pensar que estas mulheres estarão mais susceptíveis de serem influenciadas por propaganda e publicidade comercial, no sentido de posteriormente fazerem compras. É de dizer ainda que, neste último artigo referido, indico que o histérico capitalista caracteriza-se por uma Máscara com sobrecompensação oral e fálica, pelas organizações psicossexuais típicas do histérico, em particular, capitalista. Tendo em conta o já dito, a utilização da sombra nos olhos da mulher, revelando uma sobrecompensação da Sombra, com diminuição da Máscara, indicará, nestas mulheres, uma diminuição de características orais e fálicas. Pelo agora explanado, a tendência destas mulheres em fazerem compras, como amiúde acontece, não estará tão relacionado com características oro-fálicas, mas estar-se-à mais ao nível do narcisismo anal, em que os produtos comprados serão considerados uma extensão do narcisismo do próprio, em que sobrecompensatoriamente se tentará lidar com um sentimento de inferioridade narcísica. Esta complementação narcísica estará ao nível anal, falando nós, pois, em falhas do narcisismo anal.

 

Este tipo de complementação narcísica, ao sentimento de inferioridade narcísica, a nível sobrecompensatório, poderá ser encontrado, por exemplo, ao nível dos acessórios, geralmente atribuídos e associados à mulher. Como exemplo, poderemos indicar que uns brincos etnograficamente associados a África, poderá corresponder a um sentimento histórico associado à colonização de África, em que a mulher se sente  “ colonizada “, no mesmo sentido em que o famoso artista musical Prince utiliza no título de uma canção sua, “ Colonized Mind “, em que esses brincos representam uma sobrecompensação em relação a uma subcompensação colonizante. Serão utilizados, eventualmente, no contexto do Capitalismo global, no contexto do neo-colonialismo capitalista. Esses mesmos brincos poderão reflectir uma culpabilidade inconsciente dessa mulher em relação ao afastamento, ao distanciamento, relativamente àquilo que é considerado o berço da Humanidade, que é África, em relação, pois, às origens da Humanidade. Outro exemplo, também em relação aos brincos, será no sentido da utilização de brincos de etnia cigana, que, tendo em conta a história do povo cigano, de migrações constantes, e de estarem dispersos, por exemplo, por toda a Europa, reflectirá um sentimento sobrecompensatório em relação ao sentido pela mulher, que será o sentir-se pouco enraizada, pouco identificada com os valores nacionais, ou ao nível de blocos estratégicos. Em geral, a utilização de acessórios estará correlacionada positivamente com o sentimento de inferioridade narcísica, como se pode ver ainda, por exemplo, na utilização excessiva de acessórios, com o exemplo preferencial do consumo excessivo de sapatos, por parte da mulher.

 

O uso excessivo de sapatos diferentes por parte da mulher poderá ser considerado noutra perspectiva, como se pode ver em Catar sexual feminino enquanto fobia social  ( Resende, 2012 ). Indica-se, aí, que na ocorrência variada do surgimento da menstruação nas várias mulheres, em que a mulher não sabe quando a outra está menstruada, há o sentimento de estar a sugar sexualmente o sangue de outra mulher, o catar sexual, o comportamento interrelacional sexualizado típico entre mulheres, surge como uma ameaça de castração, em que a menstruação fará lembrar o sinal depressivo de perda do pénis já efectuada. Ora, esta ameaça de castração remete-nos para algo fóbico, em que a mulher tentará evitar o contacto social, mas em que ocorrerá um deslocamento contra-fóbico, para a mesma, ou outras mulheres, fundamentando isso relacionamentos sociais tipicamente histéricos. Estas características indicam que haverá uma tentativa de controlar externamente a fobia social, já que assim será de mais fácil manejo. Este evitamento e fobia social, com fuga para a frente, ajudará a explicar a sociabilidade típica dos histéricos assim como a superficialidade também típica dos relacionamentos histéricos, em que o movimento contra-fóbico dará conta da sociabilidade, enquanto que o movimento fóbico dará conta da superficialidade. Isto, com a noção de que o histerismo é mais tipicamente feminino. Ora, relativamente ao exemplo do uso excessivo de sapatos, isso apontará manifestamente para uma dominação hierárquica sobre outras mulheres, já que indicará, aparentemente, que não necessita delas para funcionarem como objecto contra-fóbico. Mas dir-se-à que o afecto do objecto contra-fóbico nas outras mulheres é deslocado sobre os sapatos, em que estes continuam a funcionar como objectos contra-fóbicos. Ou seja, a ansiedade social permanece, em que o conteúdo latente indica fobia social, relacional, semelhante às restantes mulheres. Neste exemplo do excesso de sapatos diferentes, temos que o seu uso sobrecompensatório por parte da mulher nos remete para ansiedade e fobia social, e tendo em conta o já dito quanto à complementação narcísica do próprio, nos remete para um sentimento de inferioridade narcísica.

 

Outra sobrecompensação, envolvendo sapatos, são os sapatos de salto alto, nos quais a mulher parece mais alta, indicando que a mulher se sentirá inferiorizada, particularmente, em relação aos homens, por estes, geralmente, serem maiores e mais altos. Psicanaliticamente, dir-se-à que é a rapariga pequena que, na ponta dos pés, tenta alcançar a figura paterna, revelando-se carente e a necessitar de afecto.

 

Continuando, já a zona, entre os olhos e as sobrancelhas, ou no contorno dos olhos, pintada de azul, que representará, do mesmo modo, o domínio controlador manifesto, a partir dos céus, em observação, havendo uma indicação manifesta de o azul enquanto estando no Céu, havendo, pois, características divinizantes, indicará, particularmente, no contexto das sociedades cristãs, e sobrecompensatoriamente, a vivência latente dessa mulher num inferno, que se constituirá enquanto pouco ou nenhum controlo, da mulher, dos estímulos do dia-a-dia, que como já vimos acontece amiúde com mulheres deste tipo.

 

Na mesma linha, a pintura na mesma zona dos olhos da côr verde, em que o verde é geralmente atribuído à característica da esperança, indicará que a mulher estará sobrecompensatoriamente a revelar que, latentemente, a mulher perdeu a esperança, e se encontra em desespero, em desesperança, numa linha depressiva.

 

O sobrecompensatório também se pode ver nas unhas da mulher, no deixar crescer as unhas, como, em particular, por pintar as unhas. Realce-se aqui o facto “ geopsíquico “ de Portugal ter geologicamente a forma de uma cara, com uma boca na zona de Lisboa, sua capital. Agora, atente-se que o termo herói tem a significância psicolinguística, em que he – ou ele em inglês e rói, em português, indicar que o herói, particularmente masculino, rói, e o que mais se aproxima desse significado é roer as unhas. Para além disso, temos o termo heroína, que em português, e noutras línguas, poderá significar a droga, como aquela mulher que desenvolve actos heroicos, bravos, nobres, etc.. Tendo em conta o deixar crescer as unhas e o pintar das mesmas, das mulheres, parece verificar-se uma sobrecompensação em relação ao termo heroína, enquanto droga, e uma sobrecompensação à diminuição sentida relativamente à prevalência histórica de heróis masculinos, não tanto mitológicos, mas mais historicamente, podendo nós referir, por exemplo, o primeiro termo do hino nacional português, heróis, na expressão heróis do mar, com referência aos intervenientes dos Descobrimentos Portugueses, desconsiderando, dizia, completamente o significado de heroína enquanto actos heróicos. Psicologicamente, há uma condensação do afecto em relação à mesma representação, em que parece que esse afecto não permite à mulher fazer a distinção dos dois significados da mesma representação, o que impedirá a mulher de desenvolver mais acentuadamente actos heróicos, históricos e épicos.

 

O aspecto sobrecompensatório também se pode verificar naquele que vai sendo um hábito em muitas mulheres, particularmente, pós-menopáusicas, que vão tendo cabelos brancos, que é o de pintarem os cabelos. Tendo em conta a fase da vida em que isto habitualmente acontece, será marcante o facto de se ter cabelos brancos, já que é uma altura em que se poderá avaliar o que essa mulher conseguiu de significativo na vida. O que aqui se transmite é que o mascarar sobrecompensatório do pintar o cabelo, indica o não saber lidar com o envelhecimento, não tão bem, por exemplo, como os homens, que habitualmente não pintam o cabelo, e revela o esconder do sentir-se diminuída enquanto mulher, historicamente, e enquanto mulher, na sua vida pessoal. Historicamente, por, nas sociedades ocidentais, particularmente, haver ou ter havido um grande domínio por parte dos homens nos vários campos do saber e das artes, em relação às mulheres. A mulher, mascarar-se-à, portanto, pintando o cabelo, geralmente parecendo mais nova, dando indicações manifestas que, mesmo nessa fase da vida, ainda poderá alcançar algo de significativo e de contribuidor para a sociedade, em geral. Repare-se, ainda noutra perspectiva, como este pintar dos cabelos brancos, parecendo mais nova, poderá relacionar-se, sobrecompensatoriamente, enquanto tentativa de lidar com o já referido fenómeno da mulher invisível.

 

Também é de realçar, voltando à pintura cosmética, a pintura exagerada das mulheres aquando da menstruação, o que revelará, no mesmo sentido, uma tentativa sobrecompensatória de esconder algo com o qual se sentem diminuídas, a menstruação. Esse algo, pelo menos em parte, poderá estar relacionado com aquela falta de privacidade, já referida quanto à excitação sexual, que, neste caso, reportará, para além do cheiro indicativo, às feições faciais, que se alterarão, particularmente, por influências hormonais associadas à menstruação.

 

A outro nível sobrecompensatório, poder-se-à pensar na mala, que é utilizada sobremaneira pelas mulheres, em que a mesma é relativamente grande, que refectirá uma utilização sobrecompensatória relativamente ao sentimento de falta de controlo dos estímulos da realidade externa, à qual já se fez referência neste artigo, em que tentará controlar essa falta de controlo pela sobrecompensação utilitária da mala grande. A associação entre a mala grande e os estímulos externos advirá do facto de que todos os humanos nascem de um útero, com passagem pela vagina, com associação estrita entra a mala e o útero e vagina, portanto.

 

Para mais, a contínua utilização e preferência, das mulheres, de vestidos brancos de casamento, revelando, os mesmos, a pureza e a castidade, das mulheres que os utilizam, representará, no contexto societal capitalista, uma sobrecompensação em relação ao comportamento habitual, nestas sociedades, da promiscuidade sexual, como já se referiu. Haverá uma identificação latente, com eventuais comportamentos manifestos, com o comportamento de promiscuidade sexual.

 

Ainda, a fantasia habitual de se considerar as raparigas e mulheres, nas sociedades capitalistas, enquanto princesas, revelará o sentimento sobrecompensatório das mulheres enquanto não tendo contribuído para a sociedade, particularmente nas sociedades histéricas capitalistas. Repare-se que não é habitual a atribuição da designação de príncipe, a rapazes ou a homens. Isto, tendo em conta o domínio das contribuições dos homens a nível artístico, científico e intelectual, ao nível histórico, revelando um sentimento único de reiniciar a história para as mulheres, considerando que as mesmas quererão equilibrar o desenvolvimento que as mesmas sentirão em relação aos homens. Isto, tendo em conta que, em muitas sociedades, a monarquia é considerada oficialmente num plano meramente simbólico. Repare-se, contudo, que esta consideração e designação de princesas em relação a raparigas e mulheres, reflectirá sobrecompensatoriamente uma baixa auto-estima dessas raparigas e mulheres, facto esse que será utilizado para vender revistas côr-de-rosa, lidas particularmente por donas-de-casa, revistas essas que fazem referências frequentes à monarquia, e a fenómenos que terão características semelhantes, como outras celebridades.

 

Atentemos, ainda, à característica organização oro-fálica da histérica, com fortes fixações a este nível, derivado de frustrações, e relacioná-la com o aspecto da língua enquanto falo, representando uma síntese da frustração oro-fálica, o que nos fornece uma base interessante para os lapsos inconscientes de linguagem, com uma associação a uma maior ou menor intensidade verborraica, precisamente mais caracteristicamente histérico. Isto, claro está, considerando a histeria mais característica na mulher. Em quaisquer dos casos, é conhecida a maior fluência verbal na mulher.

 

Uma vertente sobrecompensatória particularmente é o comportamento sexualizado tipicamente feminino, no dia-a-dia da mulher, relacionado com as suas características fisionómicas e capacidades multi-orgásmicas, em que haverão predominantemente orgasmos clitoridiano-fálicos sobrecompensatórios, e não tanto orgasmos vaginais, genitais, mais maduros.

 

Antes do comentário final, é de fazer uma análise extremamente importante. É respeitante à pintura sobrecompensatória das pestanas, realçando-as, e, porventura, alongando-as. Isto corresponderá a um sentimento latente de que a capacidade visual é diminuta, e no contexto edipiano, corresponderá a um sentimento de que a ameaça presente no mito de Édipo, em que este vaza os olhos, cegando, se cumpriu, sentindo-se a mulher, pois, cega. Isto, corresponde, neste artigo, à angústia já referida, a angústia depressiva, à certeza da perda do pénis, ou mais geralmente, à perda do amor do objecto. Como se pode ver em Angústia depressiva como enquadramento borderline da personalidade histérica ( Resende, 2012 ), essa angústia estará mais ao nível borderline, e não tanto neurótico, de castração, portanto. Isto, porque a ameaça, em fantasia, já se cumpriu. Isto implica aspectos regressivos importantes da linha neurótica para a linha borderline, ou uma forte fixação nesta última. 

 

Finalizando, e em resumo, dir-se-à que as características sobrecompensatórias, descritas neste artigo, e respeitantes a várias fases da vida da mulher, nos indicam que a inveja do pénis é o tema e a base central, que leva às tendências sobrecompensatórias, na vida psicológica da mulher, o que nos reporta para as sociedades falocêntricas em que vivemos, particularmente as sociedades histéricas capitalistas matriarcais.

 

 

Bibliografia

 

Coimbra de Matos, A. ( 2007 ). O Desespero: Aquém da Depressão ( 2ª edição ). Climepsi Editores

 

Houzel, D., Emmanuelli, M. & Moggio, F. ( Coord. ) ( 2004 ). Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente ( tradução portuguesa ). Climepsi Editores

 

Jung, C. G. ( 1988 ). A prática da psicoterapia in Obras Completas de C. G. Jung, Vol. XVI ( tradução portuguesa ). Petrópolis: Editora Vozes. ( Edição original, 1971 )

 

Resende, S. ( 2010 ). Características sobrecompensatórias das fases psicossexuais da Máscara e Sombra da histeria capitalista em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 29/11/2010

 

Resende, S. ( 2012 ). Catar sexual feminino enquanto fobia social em www.psicologado.com ( proposto a 06/2012 )

 

Resende, S. ( 2012 ). Angústia depressiva como enquadramento borderline da personalidade histérica em www.psicologado.com ( proposto a 12/ 2012 )

 

Resende, S. ( 2012 ). O palhaço de circo e a depressividade histérica em www.psicologado.com ( proposto a 12/2012 )

publicado por sergioresende às 10:11
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Quarta-feira, 19 de Dezembro de 2012

O palhaço de circo e a depressividade histérica

Considerando, inicialmente, o circo, e a actividade dos palhaços, em particular, como representativo de aspectos humanos individuais e colectivos, faz-se, posteriormente, uma análise psicológica mais aprofundada dos palhaços, em que se identificam nos mesmos características femininas particulares, no contexto depressivo e histérico, realçando-se ainda a função social dos palhaços quanto à modulação da agressividade.

 

É de indicar, de início, a análise feita ao circo realizada por Yoram Carmeli, no seu artigo Circus play, Circus talk, and the Nostalgia for a Total Order ( 2001 ).  O autor, que passou quinze anos em trabalho de campo, num circo britânico, refere que a antecipação dos espectadores, do desempenho circense, de auto-referências, leva a antecipar uma exclusão particular, a exclusão de uma pessoa real fora das relações e fora do tempo real, mas, mais tarde, a percepção da actividade circense é de tal modo que engloba a sua totalidade, que inclui a totalidade das vidas fora do palco dos actuantes. Mais elaborando, Carmeli indica que o olhar fixo dos espectadores do circo conjura uma comunidade em que há uma ilusão de história e de biografia colectiva e pessoal, em que a história circense não desaparece depois do espectáculo. Ou seja, temos a actividade circense, e a dos palhaços, em particular, como representativo de aspectos humanos individuais e colectivos, ao nível da sociedade. Um exemplo desta última representatividade é a existência do palhaço rico e do palhaço pobre. Continuando, em particular, este autor refere-se à importância da actividade do circo no desenvolvimento da identidade humana e nas problemáticas que lhe estão relacionadas. Isto, quando diz ( p. 158 ): “ When a human body is played and perceptually objectivated, the ontological bases of human identity are experientially problematized. “.

 

É de relacionar, agora, estes aspectos com a particularidade de o circo, incluindo os palhaços, ser dirigido a crianças, mas executado por adultos, que reflectirão problemáticas que ao longo da vida cada indivíduo irá eventualmente encontrar e enfrentar. No caso dos palhaços, temos a agressividade, no contexto depressivo-histérico, a sexualidade feminina, ou mais geralmente, a psicossexualidade, como ainda características particulares da mulher, como a menstruação.

 

Assim, temos o falismo sobrecompensatório, que se poderá ver nos sapatos grandes do palhaço. Neste  contexto, são de referir duas notas. Primeiro são de notar os versos do famoso artista musical Prince, na célebre canção Kiss: “ Act your age, mama, not your shoe size “, indicando que a sobrecompensação fálica da mulher fá-la regredir ou estar fixada a um nível mais precoce, menos maduro. Para além disso, numa outra nota, refira-se o conto de fadas Gata Borralheira, tal como descrito por Bettelheim em Psicanálise dos Contos de Fadas ( 2006 ). Pode ver-se a associação entre o sapato e a sobrecompensação fálica, relacionada com o sentimento de perda do pénis                     ( sentimento descrito a seguir, quanto à angústia depressiva ), no exemplo, analisado pelo autor, de que não foi tanto o sapato que se ajustava ao pé que decidiu quem seria a noiva certa, mas antes o sangrar do pé no sapato que indicou quais eram as noivas erradas, o que se relaciona com a menstruação, associada em fantasia com o sentimento de perda do pénis, com o elemento sobrecompensatório no tamanho do sapato.

 

Para mais, continuando, temos a angústia depressiva, em que o nariz vermelho apontará para o cheirar particular do sangue menstrual, da própria, e das outras mulheres, angústia essa vivida, então, reflectindo a certeza da perda, no passado, mais ou menos precoce, do pénis, que indicará ao indivíduo uma perda de amor do objecto, já que este é considerado, pelo sujeito, responsável pela perda do pénis. Este aspecto do sangue menstrual, confirmador em fantasia da perda do pénis, estará na base da raiva narcísica que despoletará a agressividade, que é referida mais à frente quanto aos mecanismos anti-depressivos.

 

Há ainda o caso particular, por exemplo, da água a ser esguichada da flôr da lapela, como que a agredir o outro, o que nos remete coerentemente para a problemática do líquido vaginal a sair da vagina, no enquadramento da excitação sexual e seus clímaxes, representando a flôr, o cheiro desse líquido vaginal, e em que mais especificamente a saída da água da flôr, nos apontará para aquilo a que Coimbra de Matos, psicanalista português, refere quanto à personalidade depressiva, que é o de se constituir enquanto identidade em perda.

 

Quanto à relação entre depressividade e personalidade histérica, considerando o histerismo mais característico na mulher, ver, por exemplo, Angústia depressiva como enquadramento borderline da personalidade histérica ( Resende, 2012 ), em que indico, como já referido neste artigo, que particularmente o histérico caracterizar-se-à por uma angústia depressiva, pela certeza da perda do pénis, ou mais geralmente, da perda do amor do objecto, no passado, apontando-se, ainda, a batalha anti-depressiva relativamente sisífica, na luta precisamente contra a tal identidade em perda e contra o afundamento na depressão. Isto, particularmente, e sobrecompensatoriamente, pela promiscuidade sexual e verbalização externalizada agressiva, para que a agressividade introjectada anteriormente, que deu ao indivíduo o sentimento de perda do amor do objecto, não se vire mais contra o próprio.

 

É de relacionar esta externalização verbal agressiva e sobrecompensatória do histérico com as actuações habituais dos palhaços, em que, para além do esguichar agressivo da água da lapela, dão pontapés e chapadas nos outros palhaços, fazendo-os eventualmente cair, com o pormenor destas actuações corporais estarem relacionadas com a citação feita acima, onde se indica que a percepção objectivada do corpo humano promove a identificação humana nas suas problemáticas experienciais. Podemos referir, aqui, uma função social importante dos palhaços, que é a de, na infância, promover e satisfazer catarticamente a agressividade, através do riso, fenómeno facilmente identitário na infância, para que em posteriores fases da vida, a mesma esteja modulada, e possa ser utilizada, particularmente, a nível sublimatório, e não descompensadamente, como amiúde acontece.

 

No contexto, é de referir, num outro  ponto de vista cultural, no caso, cinéfilo, o filme It, de Stanley Kubrick, que representa a relação dos humanos com o além-Terra, ou, mais precisamente, o imaginário humano quanto à relação do além-Terra com os humanos. No filme, surgem seres extraterrestres, com a sua nave, que têm a particularidade de serem palhaços. Ora, os mesmos perseguem e torturam os humanos, agressividade esta que extrapola representativamente a actividade circense dos palhaços, só que de um ponto de vista mais tenebroso e assustador. Representará, precisamente, aquela descompensação agressiva referida anteriormente, já que o filme não é propriamente uma comédia, mas mais um filme de terror, com a agressividade representada pouco modulada.

 

Continuando a análise do palhaço circense, temos, para além disso, a vestimenta hiperbolizadamente garrida e excêntrica do palhaço, que reflectirá um exagero representativo da exuberância da indumentária pouco sóbria habitualmente existente no histérico e histérica.

 

Outra relação hiperbolizada, e representativa, entre o palhaço e a mulher, que se pode fazer, é a pintura exagerada do palhaço e a utilização de cosméticos faciais habitualmente associados à mulher. Isto, no contexto deste artigo, e intuitivamente, apontar-nos-à para uma agressividade inerente da pintura cosmética habitualmente associada à mulher. Para mais, a pintura cosmética da mulher apontará para algo que não é genuíno, e no contexto, indicará algo de acrescento, algo de mascarar, associando-se precisamente o sobrecompensatório ao mascarar cosmético, como por exemplo o pintar sobrecompensatório dos lábios de vermelho, sobrecompensatório por sentir-se diminuída sexualmente, pintura esta que Desmond Morris nos revela que indica excitação sexual, e que portanto, no contexto, e globalmente, nos elucida que essa mulher quer esconder a excitação sexual. O lip gloss, nos lábios, tão habitualmente utilizado entre raparigas e mulheres, e representando o transparente molhado da excitação sexual do líquido vaginal nos lábios vaginais, irá no mesmo caminho do sobrecompensatório mascarado, devido ao sentimento de diminuição sexual. Isto levar-nos-à a pensar nas características fisionómicas da mulher e da excitação sexual e capacidades multi-orgásmicas da mulher no dia-a-dia, revelando que a mulher, geralmente, quer, de algum modo, esconder a excitação sexual que será manifesto para quem esteja a observar. Este esconder mascarado estará associado à excitação sexual no dia-a-dia, característico de raparigas e mulheres, que é revelada particularmente pelo avermelhamento da face e pelos lábios tornarem-se mais vermelhos e carnudos, sendo claramente manifesto, portanto, e será essa falta de privacidade que as raparigas e mulheres quererão esconder.

 

Agora, num aparte, mas dentro deste contexto, repare-se como a pintura tipicamente egípcia, de o lápis no canto externo do olho subir, reflectindo, pois, uma sobrecompensação visual, está relacionada com a pirâmide ( daí o elo egípcio, para além da longa duração do império egípcio ), associada, por exemplo, a sociedades secretas, e que está desenhada nas notas de dólar, em que no topo da pirâmide, temos um olho aberto, que representará o olho que tudo vê. Este símbolo, patentemente sobrecompensatório, e que está associado por investigadores a um governo secreto, os Illuminati, composto por treze famílias, muito ricas e poderosas, que controlarão os destinos a nível global, da Terra, representa, precisamente, o símbolo, a influência subcompensatória a nível visual naqueles governados por este governo secreto, em que haverá uma tendência psicológica para ver menos, observar menos, o que se passa, o que tornará mais fácil o controlo particular das massas. Realce-se que esse símbolo da pirâmide no dólar, está precisamente incluído numa sociedade histérica capitalista matriarcal, como é a dos E. U. A., com a particularidade de o dólar ser actualmente a divisa que é a reserva mundial nas transacções internacionais. Mas repare-se que, quanto àquele controlo subcompensatório, estar-se-à a falar a nível manifesto, porquanto a nível latente indicará um sentimento por parte dos próprios Illuminati de se sentirem observados. Senão note-se. Os Illuminati invocam que são descendentes directos de seres extraterrestres que, no passado, terão interferido na evolução da espécie humana, indicando que isso lhes dá legitimidade de controlo sobre os restantes humanos. Dada esta importância, indica-se, aqui, que haverá por parte dos Illuminati um sentimento particularmente importante de se sentirem observados e, eventualmente, controlados, por esses extraterrestres.

 

Finalizando, pelo explanado, indicar-se-à o palhaço, em geral, como uma síntese de problemáticas femininas, em particular, como a sexualidade feminina, o característico falismo sobrecompensatório, a menstruação e a agressividade envolvida na depressividade histérica, e humanas, em geral. Ademais, generalizadamente, considera-se a função social do palhaço, como catarticamente modular a agressividade.

 

 

Bibliografia

 

Bettelheim, B. ( 2006 ). Psicanálise dos Contos de Fadas ( tradução portuguesa ). Bertrand Editora

 

Carmeli, Y. ( 2001 ). Circus play, Circus talk, and the Nostalgia for a Total Order in Journal of Popular Culture, Winter 2001, Vol. 35 Issue 3, p. 157, 8 p.

 

Resende, S. ( 2012 ). Angústia depressiva como enquadramento borderline da personalidade histérica em www.psicologado.com ( proposto a 12/2012 )

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Segunda-feira, 17 de Dezembro de 2012

Angústia depressiva como enquadramento borderline da personalidade histérica

Resumindo, inicialmente, o meu artigo Desenvolvimento da personalidade histérica para uma verdadeira estrutura de personalidade ( Resende, 2008 ), onde indico as características pseudo-genitais do histerismo, complemento essa ideia com a noção da angústia depressiva, que marcará mais a personalidade histérica do que propriamente a angústia de castração. Avanço ainda com algumas características que mais enquadrarão a personalidade histérica no fenómeno borderline.

 

Assim, enuncia-se a personalidade histérica enquanto organização pseudo-genital, sem uma verdadeira estrutura genital, portanto, com características pré-edipianas predominantes, como marcadas fixações e regressões oro-fálicas. É de indicar que segundo Bergeret ( 1997 ), a personalidade histérica é uma estrutura verdadeira de personalidade, com angústia de castração predominante, como ainda com recalcamento predominante. Nesse artigo, inicialmente referido, considera-se a observação clínica e quotidiana de histéricos, onde se desenvolve a noção da personalidade histérica como pseudo-genital. Para além de fortes fixações e regressões oro-fálicas predominantes, o recalcamento, como mecanismo de defesa predominante, indica um menor desenvolvimento da personalidade, já que o indivíduo histérico tende a não lidar conscientemente com as problemáticas que lhe são mais conflituais, ao contrário do mais evoluído juízo de condenação do obsessivo. Para além disso, muitas das características genitais que são apontadas, por exemplo, por Bergeret ( 1997 ), como reciprocidade, valoração do outro e constância objectal, não estarão presentes no histérico, se tivermos em consideração aquelas observações referidas. Edipianamente, considera-se, sobretudo, o pseudo-Édipo positivo, com a ambivalência homossexual pré-edipiana predominante, na rapariga e na mulher, que desenvolveu-se na relação pré-edipiana com a mãe.

 

Já para o presente artigo, tenha-se a noção de que o histerismo é mais característico em mulheres. Considere-se, sobretudo, que ao invés da angústia de castração, estaremos a falar, isso sim, de uma angústia depressiva, de uma angústia de certeza de perda do pénis, o que só vem a ser confirmado em fantasia pela menstruação, o que nos remete para uma angústia de perda de amor do objecto, já que em fantasia, o objecto terá sido responsável pela perda do pénis. A angústia de perda do amor do objecto implicará uma diminuição significativa da auto-valoração narcísica. Esta diminuição levará, por seu turno, à já referida desvaloração do outro, pois, num sistema de equilibração narcísica, desvalorizando o outro, o próprio será autoperspectivado a um nível mais valorativo, por precisamente o auto-narcisismo ser dimuído. Podíamos ver aqui, também ao nível das massas, a génese de sistemas xenófobos. Continuando, essa angústia referida será, pois, depressiva e fará enquadrar mais a personalidade histérica no fenómeno borderline, tendo em conta que este caracteriza-se, sobretudo, por desenvolvimentos depressivos. Esta angústia depressiva também caracterizará o homem histérico, em que falaremos mais em erecções fálicas sobrecompensatórias, já que haverá essa certeza de perda de amor do objecto, tal como sentido em fantasia, mentalmente, o que em conjunto com a histérica, que terá predominantemente orgasmos clitoridiano-fálicos sobrecompensatórios, e não tanto orgasmos vaginais, genitais, mais maduros, o que só aí nos indica o menor desenvolvimento do histerismo, nos remete, dizia, para o fenómeno da promiscuidade sexual característica nas sociedades histéricas capitalistas. Estaremos a falar, pois, em sobrecompensações anti-depressivas. Em particular, o homem histérico ter-se-à sentido diminuído oro e falo-narcisicamente, ou seja, com frustrações orais e fálicas, em que podemos ver a língua como um falo, tendo nós a mesma como síntese da frustração oro-fálica, o que nos fornece uma base interessante para os lapsos inconscientes de linguagem, com uma associação a uma maior ou menor intensidade verborraica, precisamente mais caracteristicamente histérica. Continuando, terá experienciado, portanto, situações a esse nível oro-fálico, em que terá sentido a perda do amor do objecto. Temos, então, quer no caso da histérica, quer do histérico, características carências afectivas.

 

O enquadramento do histerismo no fenómeno borderline poderá ser, por exemplo, consultado em A posição castrativa como complemento das posições modificadas de Melanie Klein ( Resende, 2010 ). Aí, desenvolvo a noção, relacionando a posição depressiva de Klein com a depressividade, de que a depressividade se caracterizará mais pela projecção do que pela introjecção. Isto é baseado na noção de que a economia depressígena básica, de afecto dado e não correspondido, terá características projectivas, já que o afecto é dado, é externalizado. É feito, ainda, o enquadramento da depressividade nos quadros borderline. Assim, tendo-se em conta as características projectivas referidas, considere-se a externalização verbal agressiva fálica, típica no histérico [ ver, por exemplo, Complexo de Anti-Cristo – Perspectiva Psicodinâmica ( Resende, 2007 ) ], podendo nós falar aqui em projecção histérica, de modo mais ou menos maciço. Um exemplo paradigmático da externalização verbal agressiva, típica no histérico, é o fenómeno das chamadas “ mean girls “, ou “ raparigas más “, típico na adolescência, nas escolas secundárias, particularmente em regiões capitalistas, em que habitualmente são feitos comentários pejorativos, denegridores, desvalorativos, etc., do outro. Continuando, mais classicamente, teríamos, pois, projecção maciça de características histéricas, ou dito de outra maneira, meios de relacionamento histéricos com bases psicóticas, o que caracterizará  a organização borderline.

 

Esta noção de projecção histérica é considerada por mim como um tipo de mecanismo de ataque, que em conjunto com o controlo histérico, são tidos como dois tipos base de mecanismos de ataque. Estes mecanismos de ataque contrapõem-se aos mecanismos de defesa, no sentido em que ao invés de se destinarem à defesa do ego, como os de defesa, destinam-se sobretudo à preservação de relacionamentos interpessoais e à preservação de fenómenos de massas [ ver Mecanismos de defesa e Mecanismos de ataque ( Resende, 2010 ) e Enunciação de Mecanismos de ataque         ( Resende, 2010 ) ]. Estas características enquadram-se bem com a sociabilidade típica do histérico. Já um tipo particular de projecção histérica será o ataque preemptivo, que podemos ver num exemplo relativamente a fenómenos de massas. Esse ataque preemptivo será feito, particularmente, por sociedades histéricas capitalistas, com o seu extremo, militarismo expansionista, em que num exemplo recente, terá sido feito com fundamentos falsos, em que, posteriormente, através desses fundamentos falsos, terá sido indicado que essas sociedades histéricas capitalistas estariam sob risco de ataque, o que levou, precisamente, como indicado a nível governamental, ao ataque externo para não ser atacado internamente. Em consequência, isso levou a um sentimento de insegurança a nível das massas, e a que as pessoas cedessem mais facilmente direitos cívicos a troco de segurança. Ora, isto remete-nos para outro mecanismo de ataque, que é o controlo histérico, pois, precisamente, terão sido utilizados fundamentos falsos para atingir o objectivo deste controlo das massas.

 

Quanto àquela externalização, projecção, verbal agressiva típica no histérico, é de considerar, no contexto da depressividade, a noção clínica da prévia introjecção de agressividade, particularmente em relacionamentos precoces, e a posterior agressividade voltada sobre o próprio. Assim, como já indicado exemplarmente em relação à promiscuidade sexual, teremos, aqui, a externalização agressiva como fenómeno anti-depressivo, na luta do indivíduo contra o afundamento na depressão.

 

Considerando a externalização verbal agressiva referida, característica do histérico, e num enquadramento borderline, é de referir, sobremaneira, a tendência para a sedução do histérico, que, relacionados os fenómenos, nos remete para o estilo de relacionamento clivado amor/ódio, típico dos relacionamentos borderline. Isto mais corrobora o enquadramento da personalidade histérica no fenómeno borderline.

 

É de realçar, pelo já dito, que as bases psicóticas, referidas, estarão relacionadas precisamente com a angústia depressiva, já que há uma angústia de certeza de perda do pénis, ou mais geralmente, de perda de amor do objecto, no passado mais ou menos precoce, o que em conjunto com o já dito sobre o histérico, nos remete para fortes fixações precoces e regressões a esse nível.

 

Deste modo, pelo explanado neste artigo, teremos, pois, a personalidade histérica bem enquadrada no fenómeno borderline, em que a mesma se caracterizará mais por uma angústia depressiva, com sentimento de perda do amor do objecto, consubstanciando o enquadramento referido, já que a linha depressiva, ou, os quadros depressivos são centrais no fenómeno borderline, havendo ainda as já indicadas fortes fixações e regressões a um nível precoce. Por isto, fundamenta-se a pseudo-genitalidade e a pseudo-estruturação da personalidade histérica, considerando-se, claro está, a organização borderline enquanto aestruturação.

 

 

 

Bibliografia

 

Bergeret, J. ( 1997 ). A personalidade normal e patológica. Climepsi Editores

 

Resende, S. ( 2007 ). Complexo de Anti-Cristo – Perspectiva Psicodinâmica em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 28/10/2007

 

Resende, S. ( 2008 ). Desenvolvimento da personalidade histérica para uma verdadeira estrutura de personalidade em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 30/12/2008

 

Resende, S. ( 2010 ). Mecanismos de defesa e Mecanismos de ataque em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 15/10/2010

 

Resende, S. ( 2010 ). A posição castrativa como complemento das posições modificadas de Melanie Klein em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 08/11/2010

 

Resende, S. ( 2010 ). Enunciação de Mecanismos de ataque em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 14/11/2010

publicado por sergioresende às 11:40
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Terça-feira, 4 de Dezembro de 2012

Relações espaço-temporais dos psemes e psitrões no contexto exopsicológico e da Teoria do Tudo em Psicologia

Resumindo-se aspectos relativamente aos psemes, enquanto unidades de evolução psicológica, e aos psitrões, partículas psicológicas suas constituintes, passa-se pela relação da Psicologia com a Física, no âmbito da Teoria do Tudo em Psicologia, para depois se estabelecer exopsicologicamente, que é indicativo do estudo da relação e do funcionamento mental, psíquico, entre seres humanos e seres e civilizações extraterrestres e/ou alienígenas, a relação, dizia, espacial e temporal dos psemes e psitrões.

 

Quanto aos psemes e psitrões, podem ver-se, por exemplo, os meus artigos Psitrões enquanto base dos psemes e suas relações com a histeria e a obsessão ( Resende, 2010 ) e A telepatia e suas relações com os psitrões enquanto base dos psemes              ( Resende, 2011 ).

 

Resumidamente, tenha-se a noção dos psemes enquanto unidades de evolução psicológica, enquanto unidades psicológicas de transmissão intergeracional. Os psemes são pensamentos inconscientes, constituídos enquanto complexos, ou conjunto de complexos, inconscientes, complexos enquanto conjunto de disposições psicológicas, psicologica  e significativamente relacionadas. Os psemes terão características Lamarckianas, no sentido dos complexos inconscientes poderem ser modificados durante a vida do indivíduo, com as modificações a serem transmitidas às gerações seguintes. Por seu lado, os psitrões serão partículas psicológicas que subjazem os psemes, da mesma maneira que inconsciente, ego e consciente se constituirão enquanto instâncias psíquicas. Relacionando os psitrões com a histeria e a obsessão, temos a histeria caracterizada por psitrões curtos e a obsessão por psitrões longos. Isto porque a tendência para a satisfação imediata do histérico tem por base psitrões que estariam associados à memória curta, daí o recalcamento histérico, e à inibição dos receptores psitrónicos associados à memória a longo prazo, enquanto que a tendência para o adiamento da satisfação, característica da obsessão, e relacionada com o juízo de condenação, teria por base psitrões que estariam associados à memória a médio e a longo prazo, e à inibição dos receptores psitrónicos associados à memória a curto prazo. Tem-se, pois, histeria com psitrões curtos e obsessão com psitrões longos.

 

Tentemos compreender melhor, agora, a relação da Psicologia com a Física, da psique com as partículas e forças fundamentais do Universo. Como se pode ver, por exemplo, em Teoria do Tudo em Psicologia, as forças fundamentais do Universo e a relação exopsicológica com a presença alienígena na Terra ( Resende, 2012 ), esta relação é estabelecida no âmbito da Teoria do Tudo em Psicologia, que faz um paralelo com a Teoria do Tudo em Física, que assenta na procura da unificação das forças fundamentais do Universo. Mais especificamente, procura-se estabelecer a relação entre a Teoria do Tudo em Psicologia e as forças fundamentais do Universo, a saber, a gravidade, o electromagnetismo e as forças nucleares forte e fraca.

 

Continuando, mais contextualizadamente para este artigo, resuma-se, agora, este último artigo referido, incluindo a relação mais específica agora indicada.

 

Assim, conceptualiza-se e relaciona-se o átomo, com o seu núcleo de protões e neutrões, e com a nuvem electrónica, de electrões à volta do núcleo, com constructos da Psicologia, no caso, a agorafobia, a claustrofobia, a histeria e a obsessão.

 

É referido o meu artigo A agorafobia enquanto perturbação obsessiva, onde indico a maior dificuldade do obsessivo em lidar com fenómenos agorafóbicos, pela dificuldade de lidar com falta de referências, e a melhor lide com fenómenos claustrofóbicos, por funcionar melhor com a presença de estímulos referenciais. Aproxima-se, então, o fenómeno obsessivo da existência nuclear, com o núcleo, mais ou menos, apertado, de protões e neutrões, associando a obsessão com as forças nucleares forte e fraca. Refira-se a particularidade de uma propriedade da força nuclear forte, ser, precisamente, designada de confinamento.

 

Outro artigo referido é A claustrofobia enquanto perturbação histérica, onde é indicado a particular dificuldade do histérico em lidar com fenómenos claustrofóbicos, pela pior lide com a presença de referenciais, que são sentidos como perto de mais, lidando melhor com fenómenos agorafóbicos, já que se dá bem com a ausência de estímulos referenciais. Temos a aproximação, assim, do fenómeno histérico da existência da nuvem electrónica, de electrões à volta do núcleo, associando, deste modo, o histerismo ao electromagnetismo, fenómeno este que se coaduna bem com as características relacionais histéricas de energéticas relações sociais.

 

Quanto à gravidade, dir-se-à que a mesma se relaciona com o fenómeno depressivo e/ou depressão em si, em que psicologicamente e psicomotrizmente, o indivíduo se encontra abatido, verificável na própria postura, em que se pode entender que há um campo gravitacional particularmente grave, mais acentuado.

 

No psicótico, aproximamos a denegação da realidade, a desrealização, a despersonalização, e ainda fenómenos como a fuga do pensamento e o roubo do pensamento, da consideração da não existência estrita do real local, e que, em conjunto com a projecção maciça, nos remetem para a Não-Localidade, características não-locais, que a Física considera como sendo a presença em mais do que um local da mesma partícula, e que caracterizará o Universo em geral e suas partículas.

 

Particularmente importante, é relacionar o fenómeno borderline com o bosão e campo de Higgs. Uma característica desta partícula, do bosão de Higgs, no Modelo Standard, permite relacioná-lo com o fenómeno borderline, que é o dessa partícula permitir múltiplas partículas existirem no mesmo local, no mesmo estado quântico. Isto aproxima-se da característica do borderline de ter múltiplas organizações de personalidade como a caracterizando simultaneamente, particularmente a neurótica e a psicótica, estabelecendo-se, ainda, outro paralelo que é o da alta instabilidade do bosão de Higgs e a instabilidade própria e característica do borderline. É necessário ter em atenção que o bosão de Higgs tem sido conceptualizado como unificador de outras partículas elementares, cujas interacções com o campo de Higgs fornecerão a massa a essas mesmas partículas. Tendo em conta a importância das partículas elementares interagindo com o campo de Higgs adquirirem a sua massa, é de considerar que o bosão de Higgs é a menor excitação possível do campo de Higgs.

 

Continuando o resumo, é de ter em conta a elevada percentagem de indivíduos borderline na Europa, indicada por Bergeret ( 1997 ), e a crescente expansão deste fenómeno nas sociedades modernas, referida por Coimbra de Matos ( 2007 ). Faz-se, depois, a consideração de que seria interessante relacionar aquela aquisição de massa das partículas elementares, com a sua interacção com o campo de Higgs, e o fenómeno da gravidade associada ao fenómeno depressivo, com a sua particular importância pela transversalidade do fenómeno depressivo às várias estruturas e organizações de personalidade.

 

É neste quadro que se começa depois a estabelecer exopsicologicamente a relação borderline-depressividade.

 

Para isso considera-se a noção de alguns investigadores, no campo da ovnilogia, de que as alterações climáticas e geoclimatéricas, referidas por alguns cientistas, como o buraco de ozono e o aquecimento global, estarão ocorrendo de modo provocado, por engenharia geoclimatérica, por parte de entidades alienígenas ou conluios E. T.s-humanos, para que o clima na Terra seja mais propício a essas entidades extraterrestres, de modo a permanecerem mais adaptados na Terra.

 

Será neste sentido, e num contexto exopsicológico, que se estabelecerá a relação borderline-depressivo e/ou deprimido, particularmente de borderlines para depressivos e/ou deprimidos, através da manipulação bosónica, aumentando a gravidade nos deprimidos e/ou depressivos. Muito provavelmente, isso far-se-à para ir controlando o tipo de gravidade que se sente na Terra, para poder acomodar extraterrestres que eventualmente provenham de planetas com maior ou menor gravidade do que a Terra. Mais indica-se, que possivelmente, haverá a manipulação bosónica ( de Higgs ) ao nível psíquico dos humanos, para que a nível, mais ou menos, psicológico dos E. T.s, haja a percepção psíquica de maior ou menor gravidade. Desse modo, provavelmente, os diversos tipos de E. T. controlarão esse fenómeno mais ou menos conscientemente.

Além disso, referindo-me ao fenómeno das abducções alienígenas, indico que as mesmas estarão associadas ao estudo psicológico da depressividade associada ao trauma histérico das abducções.

 

É neste sentido que se indica que a transferência bosónica entre borderlines e depressivos e/ou deprimidos far-se-à, muito provavelmente, numa predominância histerico-psicótica, no sentido depressivo, e vice-versa, e não tanto numa linha obsessivo-psicótica, no sentido depressivo, e vice-versa. Isso fará enquadrar mais o fenómeno nas sociedades histéricas capitalistas, num enquadramento borderline, particularmente no âmbito do Capitalismo global. Neste contexto, são ainda referidos dois estudos, um de um organismo estatal estado-unidense, sobre os próprios Estados-Unidos, e o outro, da Organização Mundial de Saúde, sobre a Índia, dois países capitalistas, portanto, onde se indicam a alta prevalência da depressão. Aquela Organização referida, ainda indica que a depressão, a nível mundial, terá a tendência de grandemente se aprofundar.

 

Assim, terminando o resumo, é de dizer que, exopsicologicamente, a prevalência da depressão, e a tendência para o seu agravamento, e a cada vez maior extensão do fenómeno borderline, já referida, indicarão que há uma presença cada vez mais maciça de alienígenas na Terra. No sentido de se combater o fenómeno borderline-depressivo, refere-se a necessidade terapêutica de um tipo de extractor bosónico, indo trabalhando o nível gravítico nos humanos.

 

Precisamente, da extracção bosónica, passemos, neste artigo, a falar da extracção, por alienígenas, de unidades espaço-mentais nos histéricos e maníacos e de unidades tempo-mentais nos obsessivos e deprimidos. Isto considerando a conceptualização dos psemes enquanto unidades espaço-temporais, constituídos por psitrões. Temos os psi enquanto unidade temporal e espacial do pseme e psitrão, em que o psitemp será a unidade psemética temporal e o psiesp a unidade psemética espacial. Haverá uma escala de utilização dos psitemps que vai do maníaco, histérico, obsessivo ao deprimido, em que cada vez menos unidades tempo-mentais são utilizadas, indo-se da aceleração temporal do maníaco à lentificação temporal do deprimido. Postula-se uma correlação invertida entre unidades tempo-mentais e unidades espaço-mentais, em que quanto mais psitemps menos psiesps, e vice-versa. Assim, dado um determinado trajecto de A a B, a maior utilização temporal do maníaco induz sentimentos de menor distância a percorrer enquanto que a menor utilização temporal do deprimido induz sentimentos de maior distância a percorrer.

 

Por exemplo, o histérico utiliza bastantes unidades tempo-mentais, daí o tempo passar rápido, e menos unidades espaço-mentais vai tendo. Daí a correlação do histerismo com o capitalismo, e com o seu extremo, o expansionismo imperialista, precisamente devido à necessidade de unidades espaço-mentais. Já o obsessivo utiliza bastantes unidades espaço-mentais, que se poderá relacionar com a presença obsessiva de estrelas no céu ( como observado ) e Espaço Sideral, e com a União Soviética e com a Revolução Russa, do ponto de vista exospicológco [ ver, por exemplo, Visão exospicológica da Terra ( Resende, 2012 ), como mensagem alienígena, de terraformação e de influência nas sociedades humanas, em que do ponto de vista referido, o tamanho da União Soviética e da Rússia, estará associado à vastidão do inconsciente ], na comparação global, com a Rússia como sendo, de longe, o maior país do planeta Terra, e havendo menos unidades tempo-mentais, portanto. Haverá necessidade de unidades tempo-mentais, que se relacionará com a necessidade de imortalidade simbólica, e com o facto de o obsessivo ser tendencialmente masculino, e de, predominantemente, as obras científicas, literárias, filosóficas, de arte, etc., que foram sendo deixadas, serem, precisamente, de homens. Para ver relações entre a obsessão e o comunismo e o histerismo e o capitalismo, ver, por exemplo, Máscara      ( Persona ) e Sombra de Jung: suas relações com o Capitalismo e o Comunismo               ( Resende, 2007 ) e A inveja do pénis e a inveja do clitóris e suas implicações políticas   ( Resende, 2010 ).

 

Exopsicologicamente, e em termos da Teoria do Tudo em Psicologia, dir-se-à que quanto mais psiesps forem extraídos, que muito provavelmente se tratará de electrões, daí o expansionismo, pela troca habitual de electrões entre os átomos, mais se fomenta, continuando, o expansionismo imperialista nas sociedades humanas, e que quanto mais psitemps forem extraídos, em que muito provavelmente se tratará de extracção neutrónica e protónica, pressupondo-se, pois, relação mais estrita entre tempo e núcleo atómico, mais se fomenta, continuando, a necessidade de imortalidade simbólica. Refira-se, acrescentadamente, quanto à primeira das relações exopsicológicas agora mencionadas, a associação entre esse fenómeno e a radioactividade, pela expansão particular e energética entre átomos.

 

Finalizando, dir-se-à que as ideias e os exemplos dados consubstanciam a noção da correlação inversa entre os psemes e psitrões enquanto unidades espaço-mentais e os psemes e psitrões enquanto unidades tempo-mentais, ou seja, correlação inversa entre os psitemps e os psiesps.

 

 

 

Bibliografia

 

Resende, S. ( 2007 ). Máscara ( Persona ) e Sombra de Jung: suas relações com o Capitalismo e o Comunismo em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 08/10/2007

 

Resende, S. ( 2010 ). A inveja do pénis e a inveja do clitóris e suas implicações políticas em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 15/10/2010

 

Resende, S. ( 2010 ). Psitrões enquanto base dos psemes e suas relações com a histeria e a obsessão em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 24/11/2010

 

Resende, S. ( 2011 ). A telepatia e suas relações com os psitrões enquanto base dos psemes em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 06/02/2011

 

Resende, S. ( 2012 ). Visão exopsicológica da Terra em www.psicologado.com                 ( proposto a 08/2012 )

 

Resende, S. ( 2012 ). Teoria do Tudo em Psicologia, as forças fundamentais do Universo e a relação exospicológica com a presença alienígena na Terra em www.psicologado.com ( proposto a 11/2012 )

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