Domingo, 26 de Janeiro de 2014

Inveja do clitóris e criatividade

 

 

Depois de resumir alguns artigos meus relacionando inveja do clitóris e criatividade, faço depois algumas elaborações complementares sobre essa mesma relação.

 

Em A inveja do pénis e a inveja do clitóris e suas implicações políticas ( Resende,    2010 ), avanço que a inveja do clitóris, na comparação pénis-clitóris, se caracteriza pelo sentimento de subcompensação narcísica, em que há uma necessidade de tentativa de diminuição narcísica, com características contrárias ao falismo. Sendo uma inveja mais tipicamente masculina, é mais característica do obsessivo e de um sistema político mais obsessivo como o comunismo.

 

Noutro artigo meu, Aspectos criativos e evolutivos da inveja do clitóris ( Resende,  2010 ), é indicado que a subcompensação narcísica, característica da inveja do clitóris, deriva do sentimento de superioridade narcísica advindo da comparação pénis-clitóris. Para mais, indica-se que a tentativa de diminuição narcísica, mais típica no homem, terá uma crucial importância evolutiva no sentido do estabelecimento e manutenção de relações amorosas e sexuais, entre homens e mulheres. Estas últimas caracterizar-se-ão sobretudo pela inveja do pénis, com tentativas de sobrecompensação falo-narcísicas correspondentes, baseadas em raiva narcísica, que surgirá do sentimento de perda falo-narcísica do pénis, que é reforçado pela menstruação, que introduz aspectos depressivos de perda já concretizada, não estando, portanto, apenas ao nível da ameaça. Ainda, relativamente à subcompensação narcísica do homem como base e origem da psique humana, considere-se a expressão bíblica: “ No princípio era o    Verbo! “. Ora, psicanaliticamente considera-se que Deus não é mais do que um pai exacerbado, sendo a ideia religiosa de Deus uma criação humana baseada na exacerbação das características paternas. Temos ainda a noção psicanalítica de que são as ideias de parentalidade e parentais da mãe e do pai, relativamente ao filho, que estão na base da concepção do filho, em particular, desejo genuinamente parental de ter um filho. Em relação a este desejo genuíno, entra a tomada de iniciativa, efectiva, na aproximação amorosa e sexual entre mulher e homem. Tradicionalmente, e tendencialmente, esta tomada de iniciativa efectiva é feita pelo homem e não pela mulher. Enquadra-se, depois, esta iniciativa masculina no meu artigo Masturbação feminina no dia-a-dia: suas implicações psicológicas e comportamentais, onde se conclui que as características masturbatórias femininas do dia-a-dia têm como consequência a diminuição da tomada de iniciativa efectiva na aproximação amorosa e sexual. Tem-se, então, que para surgir o filho terá que haver primeiro esta aproximação sexual entre homem e mulher e tenderá a ser o homem a ter a iniciativa. Assim, a expressão bíblica “ No princípio era o Verbo “, dirá respeito, sobretudo, à tomada de iniciativa verbal por parte do homem em relação à mulher, para uma aproximação sexual, em que posteriormente surgirá o filho. Tenha-se ainda a noção de que a tendência evolutiva daquela tomada de iniciativa verbal como que é sintetizada no pai e na mãe, do filho em consideração. Perspectiva-se, para mais, a influência verbal do pai para a criança, ainda no útero da mãe, considerando-se aqui a noção das características introjectivas do início e primeiras fases do desenvolvimento psíquico humano, em que o bebé no útero introjecta as tendências evolutivas de maior poder criador e criativo do homem, pelas tendências históricas desse poder, que baseará as características subcompensatórias do homem, na comparação com a falta de poder histórica da mulher.

 

Já em Influência da inveja do clitóris na sistematização política por género ( Resende, 2010 ), avanço que a mulher se caracterizará tanto pela inveja do pénis como pela inveja do clitóris, considerando que baseando o sistema histérico de relacionamento, com a histeria mais típica da mulher, está a inveja que cada mulher sentirá da excitação sexual que o clitóris, de outra mulher, proporciona a essa mulher, nos relacionamentos sociais particularmente sexualizados entre mulheres. Diz-se mais, que o poder criativo diminui na mulher quanto mais se dilui esta inveja do clitóris nos relacionamentos histéricos típicos na mulher, particularmente sexualizados, dizendo-se ainda que para que a mulher sinta verdadeiro poder criativo e criador, deverá dessesexualizar os relacionamentos, invertendo a histeria relacional, através da concentração da inveja do clitóris.

 

Em Exemplos específicos das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris ( Resende, 2010 ), especificam-se breves exemplos das características subcompensatórias do homem, derivadas da inveja do clitóris. Assim, dá-se o exemplo de Miguel Ângelo, que é tido como considerando que a obra já está feita à partida, sendo tarefa do artista, escultor, tirar o que está a mais. Introduz-se depois um paradigma relativo à guerra, baseado n’A Arte da Guerra, de Sun Tzu. Exemplos desse paradigma são a indicação de que o clímax da capacidade em batalha é submeter o inimigo sem lutar e, ainda, que se deve fingir incapacidade para iludir o inimigo. Caracterizando o perito na guerra, o autor reconhece que, por vezes, se deve sacrificar uma porção da sua força guerreira para obter um objectivo mais valioso. Outros exemplos são quando ele diz que onde o inimigo é forte, é de evitá-lo e ainda pretender inferioridade encorajando a arrogância do inimigo. Termina-se aquele artigo com outro exemplo paradigmático das características  subcompensatórias do homem, a saber, a máxima socrática “ Só sei que nada sei! “.

 

De Sentido comparativo das estratégias evolutivas associadas à inveja do pénis e à inveja do clitóris ( Resende, 2011 ), podemos retirar, importantemente, a existência de estratégias evolutivas associadas àquelas invejas, particularmente ao nível político. Desta maneira, o homem capitalista caracteriza-se tanto pela inveja do clitóris, enquanto homem, como pela inveja do pénis, numa tendência histérica. Ou seja, quanto a esta última inveja, para o homem capitalista com poder, contextualizando o capitalismo global contemporâneo, a insatisfação fálica lhe faz derivar o poder, com a ambição caracteristicamente associada, derivada da sobrecompensação fálica. Evolutivamente, e quanto a um sistema evolutivo de equilíbrio entre as subcompensações masculinas e as sobrecompensações femininas, o homem capitalista, ao acentuar a sua inveja do pénis, com insatisfação fálica e respectiva sobrecompensação, promoverá, por sua vez, o aumento da inveja do clitóris por parte da mulher. Como já vimos, esta inveja do clitóris é uma das bases do sistema histérico de relacionamento tipicamente feminino, que por sua vez constitui uma das grandes bases e um dos grandes promotores do sistema capitalista. Relativamente ao homem comunista, numa tendência obsessiva, o mesmo se caracterizará também pela inveja do clitóris, enquanto homem, e não tanto pela inveja do pénis, e procurará obter o poder através das massas. Ora, deriva-se que o poder criador e criativo do homem comunista é diluído pela diluição da inveja do clitóris nas massas. Evolutivamente, quanto ao já mencionado sistema de equilíbrio, o homem comunista ao diminuir a sua inveja do clitóris, com diminuição do sentimento de superioridade narcísica, advinda da comparação pénis-clitóris, promoverá, por sua vez, o aumento da inveja do pénis por parte da mulher, cujas características sobrecompensatórias basearão também, em grande parte, o sistema capitalista. Comparativamente, e quanto à relação homem-mulher, se a estratégia evolutiva capitalista parece estar a resultar, quer perspectivando a estratégia capitalista ou a estratégia comunista, se o homem capitalista quiser acentuar a sua estratégia, deverá realçar a sua própria diminuição falo-narcísica, enquanto que se o homem comunista quiser verdadeiramente acentuar a estratégia do ponto de vista comunista, dever-se-à sentir verdadeiramente invejoso do clitóris, vivenciando o seu sentimento de superioridade narcísica, que equivale a elaborar mais ao nível do auto-narcisismo e não tanto ao nível do narcisismo relacional.

 

Em O cavalheirismo como manifestação das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris ( Resende, 2011 ), realço o sistema evolutivo de equilíbrio entre homens e mulheres, no sentido do estabelecimento e manutenção de relações amorosas e sexuais. Nesse sistema, a tentativa de diminuição narcísica decorrente do sentimento de superioridade narcísica, no homem, terá surgido evolutivamente e para contrabalançar equilibradamente o sentimento de inferioridade narcísica, na mulher, advindo do sentimento de perda do pénis, o que só é confirmado em fantasia pela menstruação, sentimento de inferioridade esse que leva à sobrecompensação falo-narcísica. Daquele sistema de estabelecimento e manutenção de relações, refiro-me, depois, ao exemplo paradigmático do cavalheirismo. Assim, quando o homem deixa passar a mulher à frente, numa qualquer passagem, estará a perder prioridade de passagem em relação a ela. Quando, por exemplo, o homem arrasta a cadeira, numa mesa, da mulher, está a fazer de servente, diminuindo-se. Outra diminuição subcompensatória, ao nível do narcisismo, bastante paradigmática, é quando o homem se ajoelha para pedir a mulher em casamento, como ocorre frequentemente. O homem diminui-se perante a mulher, portanto, em que assim, na proposta de casamento típica, o homem estará a contrabalançar a sobrecompensação falo-narcísica típica da mulher, sendo a mesma advinda do sentimento de inferioridade narcísica.

 

De O poder criativo e as características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris: culpabilidade fálica ( Resende, 2013 ), no qual se faz o resumo de alguns artigos já resumidos no presente artigo, enquadrando-se melhor a relação das características suncompensatórias da inveja do clitóris com o poder criativo, dir-se-à que a inveja do clitóris surgirá da culpabilidade fálica, em relação ao sentimento de superioridade sentido pelo homem na comparação pénis-clitóris, com possíveis motivos filogenéticos, num sistema de equilibração evolutivo em relação ao sentimento de inveja do pénis, tipicamente sentido pela mulher, e suas características sobrecompensatórias. Culpabilidade fálica, precisamente, em relação às características sobrecompensatórias associadas ao sentimento de superioridade referido. Considerando que o homem verdadeiramente criativo não se caracteriza pelo exibicionismo nem pela vaidade, características tipicamente fálicas, diz-se então que faz sentido quando se diz que o artista prefere que os outros não vejam a sua obra antes de ela estar acabada, controlando, precisamente, exibicionismos e vaidades.

 

Finalizam-se estes resumos com o meu artigo O pénis enquanto objecto transicional na criatividade ( Resende, 2013 ). No mesmo, indica-se, por exemplo, que a inveja do clitóris, e suas características subcompensatórias, surgirá, importantemente, do reconhecimento do homem do poder inspirador que lhe surge através da identificação com as mulheres. Para mais, destaca-se, quanto à inveja do clitóris, que a subcompensação narcísica, presente nessa inveja, caracteriza-se por uma tentativa de diminuição narcísica, derivada do sentimento de superioridade narcísica advindo da comparação pénis-clitóris. Ter-se-à, então, em conta que o sentimento de superioridade narcísica referido estará relacionado com o sentimento de masculinidade. Ora, tem-se que a tentativa de diminuição narcísica surgirá no sentido da diminuição do sentimento de masculinidade, diminuição esta que terá importância evolutiva nas relações entre homens e mulheres. Tendo em conta que há um sentimento de masculinidade inicial, derivado da comparação pénis-clitóris, dir-se-à que as características subcompensatórias, que caracterizam a inveja do clitóris, estarão mais relacionadas com o sentimento de feminilidade inconsciente no homem, ou seja, com o arquétipo anima. Assim, pelo dito, na produção criativa do homem haverá uma diminuição do sentimento de masculinidade e uma acentuação do sentimento de feminilidade inconsciente.

 

Depois destes resumos feitos, para melhor enquadrar a relação entre inveja do clitóris e criatividade, realça-se o artigo já resumido dos Aspectos criativos e evolutivos, no qual se destacam os aspectos vivenciais e imaginários da vivência fetal, na relação com a mãe, e no útero desta, e com o pai.

 

Considerando na criatividade derivada da inveja do clitóris, a tentativa de diminuição narcísica, temos, imaginariamente, na identificação com o pai ou figura paterna, como que uma retrogressão, do feto em relação à distância relacional do pai em relação à mãe, em que poderemos enquadrar aqui a culpabilidade fálica, como que uma crítica psicológica do homem em relação à mulher, por esta na inveja do pénis típica, ver o pénis enquanto falo. É importante a diferença relacional do feto em relação à mãe  e do feto em relação ao pai. Já que a tentativa de diminuição narcísica advém do sentimento de superioridade sentido pelo homem na comparação pénis-clitóris, temos que naquela distância e diferença relacional, na retrogressão, o artista, na identificação com o pai, terá aquele sentimento como que advindo do próprio clitóris, daí a inveja do clitóris, já que não é um sentimento fálico, mas advindo, pelo contrário, da culpabilidade fálica do homem em relação à mulher, contrariando o falismo, tendo, deste modo, a mãe, e posteriormente, a mulher em geral, como referência de inspiração e criatividade, enquanto musa. Ocorrerá uma dupla identificação, com o pai, e com o próprio, imaginadamente no útero da mãe, em que temos, numa linha Winnicottiana, o útero enquanto espaço de ilusão por excelência, enquanto objecto transicional. Naquele distanciamento relacional referido, surge-nos, então, o famoso gesto do artista utilizando o polegar, para medir distâncias, em relação à sua musa, paisagem, etc., em que temos que a relação entre o artista e a sua musa implicam um distanciamento relacional.

 

No distanciamento e diferença relacional referidos, temos um trabalho  de diferenciação psíquica, em relação ao qual podemos enquadrar a contribuição de Margaret Mahler [ Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. ), 2004 ], que nos descreve uma fase de separação-individuação, como sendo dois processos complementares, permitindo à criança sair da fusão simbiótica com a mãe, que caracteriza os primeiros meses de vida, em que até aos três anos passará por uma série de fases sucessivas durante as quais a criança investiria progressivamente a mãe e as funções do seu ego, adquirindo assim uma representação interiorizada de si própria, ligada mas distinta da representação do objecto.

 

Continuando, repare-se que, referindo-nos à conceptualização do objecto transicional por Winnicott, como indicado no Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente [ Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. ), 2004 ], o objecto transicional, na criatividade, implica uma fase ou tempo de ilusão e uma fase ou tempo de desilusão, em que nesta última surge o objecto mais objectivado, numa verdadeira relação de objecto, partindo de uma fase de ilusão, em que os objectos são considerados extensões do ego, com um controlo omnipotente, numa relação fusional. Ora, na desilusão, ocorrem frustrações entre o que é esperado e o que é apresentado. Se da ilusão, começa-se a construir o espaço transicional, o objecto transicional, com estas frustrações, na desilusão, a relação de controlo omnipotente atenua-se para se instaurar progressivamente uma relação de objecto, entre seres separados e distintos, em que a área transicional torna-se progressivamente uma área partilhada, área intermediária de experiência, em que fenómenos, espaço e objectos transicionais começarão a ser desinvestidos e dissolvidos no domínio cultural, em que a experimentação interna subsistirá enquanto imaginação e trabalho criativo.

 

Ora, a vivência imaginada no feto, e a identificação do sujeito, do artista, com esta, está na linha do espaço de ilusão, da vivência de ilusão, numa relação fusional, e a identificação com o pai, que implica a frustração da saída de relação omnipotente no útero, na relação fusional, na diferença relacional relativamente à mãe e ao feto, enquanto próprio, está na linha da desilusão, em que o espaço transicional que terá sido o útero começa a ser desinvestido, e começa a haver trabalho imaginativo e criativo, em que a mãe, e a mulher, em geral, nas identificações secundárias, continuam a ser fonte de inspiração, com o útero feminino enquanto espaço de ilusão e, precisamente, pela triangulação edipiana ocorrida, em que a mãe é vista enquanto ser separado e distinto, e o próprio imaginariamente no útero da mãe também é visto enquanto separado, e em que na identificação com o pai, e outros homens, nas identificações secundárias, ocorre uma desenfetização e uma desuterização.

 

Ora, ocorre a inveja do clitóris por o clitóris ser sinal de fonte criativa, ser sinal do início do processo criativo, e ocorre o sentimento de superioridade no homem pela mais fácil identificação, na triangulação edipiana, enquanto género, com o pai, figura paterna e outros homens, permitindo a continuação e conclusão do mesmo processo criativo. Na mulher, e como se disse anteriormente, deverá haver diminuição da inveja do clitóris, esta, particularmente pela excitação sexual imaginada noutra mulher, através do clitóris da mesma, diminuindo-se a diluição do poder criativo, com a escolha de uma ou poucas figuras de eleição, havendo posteriormente a identificação com o pai ou figura paterna, para também na triangulação edipiana haver a continuação e conclusão do processo criativo. Do mesmo modo, para a mulher, o clitóris será sinal de fonte criativa, sendo, contudo, mais difícil para a mesma sair do início do processo criativo, quer pela diluição do poder criativo nos comportamentos histéricos particularmente sexualizados nas relações sociais entre mulheres quer por a identificação posterior com o pai ou figura paterna ser mais difícil, na triangulação edipiana, por em termos de género ser mais difícil a passagem de objecto de amor materno para objecto de amor paterno, porquanto no homem o objecto de amor permanece em geral o mesmo, o materno. Esta fixação da mulher no início do processo criativo é coerente com o indicado noutro artigo meu, a saber, Variação diferencial do alargamento dos lábios vaginais e sua importância no poder criativo: a musa ( Resende, 2011 ). O mesmo começa por citar outro artigo meu, Variação diferencial do tamanho do pénis e sua importância no poder criativo, no qual indico que o diferencial do tamanho do pénis, entre o estado flácido e o estado erecto, permite ao homem identificar-se quer com homens quer com mulheres, já que em relação a estas, a aproximação do estado de flacidez permite a identificação com o clitóris da mulher. Relembrando aqui o artigo do pénis enquanto objecto transicional na criatividade, temos o pénis erecto enquanto tempo de ilusão, na superioridade sentida, e o pénis flácido enquanto tempo de desilusão, em que permite melhor identificação com a mulher, com o clitóris, vendo aquela como ser separado e distinto. Continuando, desta maneira, o homem tem uma perspectiva mais diferenciada do mundo que o rodeia através destas duas identificações, permitindo maior poder criativo no homem. De seguida, proponho que a variação diferencial do alargamento dos lábios vaginais da mulher, na excitação sexual e na ausência dela, será um dos factores etiológicos do efeito musa na criatividade. Será como, e tendo em conta a identificação relacional, ao alargar os lábios vaginais, na excitação sexual, ocorrer uma “ mitose “ de ideias, em que da mulher tenderão a surgir ideias separadas. Importantemente, será como uma base somática da fantasia imaginativa. Exemplos disto podem ver-se em Exemplos específicos relativos à musa inspiradora como variação diferencial do alargamento dos lábios vaginais ( Resende, 2011 ). Assim, temos o exemplo do busto feminino na proa dos barcos de exploração marítima, em que se tendo inspiração em um e outro dos lados dos lábios vaginais, tem-se de um lado do barco estibordo e do outro bombordo, portanto esquerda ou direita, em que temos na exploração marítima a escolha da direcção tomada como relacionada com aquele alargamento. Outro exemplo são as serenatas, tendo mulheres como destinatárias e tendo a própria guitarra consideradamente com uma forma tipicamente feminina, com o corpo da guitarra a fazer lembrar o busto e as ancas de uma mulher. Para mais, as cordas da guitarra relacionam-se simbolicamente com os pelos púbicos da mulher e em que os afinadores das cordas, tipicamente distribuídos três na extremidade de um lado do braço da guitarra e três do outro, têm a sua distribuição como relacionada com a variação diferencial do alargamento dos lábios vaginais.. Outra derivação daquela " mitose " de ideias é a sua influência na utilização dos braços, mãos e pernas, com os seus lados esquerdo e direito, em que temos influências na acção locomotora e produções desportivas, como no tocar música, escrever ou desenhar, com suas influências na arte, como desenho, pintura e arquitectura, como ainda na produção literária e académica. Ora, na mulher, e tendo em conta as relações particularmente sexualizadas, portanto homossexualizadas, entre mulheres, haverá uma dificuldade na resolução da ambivalência homossexual, e em consequência, no contexto, dificuldade na escolha das ideias surgidas a partir daquela “ mitose “. Assim, o efeito criativo da excitação sexual da mulher é diminuído na mulher típica. Vemos, pois, melhor, a fixação da mulher no início do processo criativo.

 

 

Bibliografia

 

Houzel, D., Emmanuelli, M. & Moggio F. ( Coord. ) ( 2004 ). Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Climepsi Editores

 

Resende, S. ( 2010 ). A inveja do pénis e a inveja do clitóris e suas implicações políticas em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 15/10/2010

 

--------------- ( 2010 ). Aspectos criativos e evolutivos da inveja do clitóris em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 17/11/2010

 

--------------- ( 2010 ). Influência da inveja do clitóris na sistematização política por género em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 25/11/2010

 

--------------- ( 2010 ). Exemplos específicos das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 28/11/2010

 

--------------- ( 2011 ). Sentido comparativo das estratégias evolutivas associadas à inveja do pénis e à inveja do clitóris em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 04/01/2011

 

--------------- ( 2011 ). Variação diferencial do alargamento dos lábios vaginais e sua importância no poder criativo: a musa em www.psicologado.com ( proposto a  03/2011 )

 

--------------- ( 2011 ). Exemplos específicos relativos à musa inspiradora como variação diferencial do alargamento dos lábios vaginais em www.psicologado.com ( proposto a 05/2011 )

 

--------------- ( 2011 ). O cavalheirismo como manifestação das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris em www.psicologado.com ( proposto a 12/2011 )

 

--------------- ( 2013 ). O poder criativo e as características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris: culpabilidade fálica em www.psicologado.com  ( proposto a 04/2013 )

 

--------------- ( 2013 ). O pénis enquanto objecto transicional na criatividade em www.psicologado.com ( proposto a 04/2013 )

publicado por sergioresende às 12:20
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Terça-feira, 21 de Janeiro de 2014

Publicação do meu primeiro livro, Artigos vários de Psicologia, em ebook

Venho anunciar a publicação do meu primeiro livro, na área da Psicologia Clínica,  Artigos vários de Psicologia, em ebook, no site www.lulu.com, que poderá ser adquirido no mesmo por 10$. Sendo um livro auto-publicado, o mesmo consiste na compilação de 87 artigos de Psicologia, escritos entre 2007 e 2013. Temas incluídos: antropologia psicanalítica, perturbações alimentares, complexo de Édipo, hiperactividade, psicologia política, psicologia evolutiva, psicologia da religião, psicologia matemática, criatividade, telepatia, fobias, incluindo ainda, para além de outras análises do comportamento e funcionamento psicológico humano, temas como a inveja do clitóris, Teoria do Tudo em Psicologia e exopsicologia. Estes últimos temas serão inovadores, em que a inveja do clitóris, diz respeito ao sentimento de superioridade sentido pelo homem, na comparação pénis-clitóris, sentimento esse que advém do próprio clitóris, a exopsicologia diz respeito ao estudo psicológico da relação e funcionamento psíquico entre humanos e seres extraterrestres, e a Teoria do Tudo em Psicologia estará relacionada com a Teoria do Tudo em Física, relacionando Psicologia com Física, e com a Teoria do Tudo desta.

publicado por sergioresende às 16:51
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Segunda-feira, 20 de Janeiro de 2014

Segundo complemento a O sobrecompensatório na mulher

Faz-se, neste artigo, um complemento ao meu artigo O sobrecompensatório na mulher ( Resende, 2012 ), no qual se indica que na linha da questão básica da mulher da inveja do pénis, ocorrem sobrecompensações várias, para compensar a falta do pénis, este enquanto falo, com sobrecompensações falo-narcísicas, com a histeria mais tipicamente feminina, tendo uma organização básica oro-fálica.

 

Refira-se, de Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente [ Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. ), 2004 ], que, segundo D. Anzieu, no contexto do ego-pele e envelopes psíquicos, na patologia histérica, ocorrem falhas ao nível do escudo para-excitações e individuação, que lhes estão associados, por constituirem a base destas funções, estabelecendo precocemente a relação do indivíduo com o mundo exterior. Exemplo sobrecompensatório relacionado com estes aspectos do ego-pele é a pintura cosmética, que servirá como barreira protectora e deflectora, tendo nós também o exemplo nessa linha das tatuagens e dos piercings.

 

Verificamos, assim, que no histérico, com estas falhas, há maior dependência de estímulos externos, com maior dependência de campo, portanto.

 

Ainda daquele meu artigo, há indicações que no uso de acessórios, em particular, brincos, colares e pulseiras, há a ocorrência das sobrecompensações referidas, em que se conclui que a utilização de acessórios estará relacionada com um sentimento de inferioridade narcísica, em que adornos e importância excessiva atribuída ao aspecto externo compensarão esse sentimento.

 

Assim, importantemente, para este artigo, temos que o gosto bastante predilecto de mulheres, de resto conhecido, em particular da histérica, sendo a histeria mais tipicamente feminina, de brincos, colares e pulseiras brilhantes, de diamantes, de ouro, etc., revela, na maior dependência dos estímulos externos, uma sobrecompensação em relação à assimilação excessiva da escuridão do espaço sideral, que contribuirá para tendências depressivas na histérica, que tentarão ser contrariadas pelo uso de tais acessórios. Quanto a estas tendências depressivas na histérica, refira-se o meu artigo Angústia depressiva como enquadramento borderline da personalidade histérica ( Resende, 2012 ), no qual digo que tendencialmente na mulher surge uma angústia depressiva, de uma angústia de certeza de perda do pénis já efectuada, o que só vem a ser confirmado em fantasia pela menstruação, o que nos remete para uma angústia de perda do amor do objecto, já que, em fantasia, o objecto terá sido responsável pela perda do pénis. Em relação ao sentimento de inferioridade narcísica, referido anteriormente, dir-se-à que as tendências depressivas originadas na escuridão do espaço sideral causarão uma diminuição correspondente da auto-estima, que surgirá, intui-se aqui, da vastidão desse mesmo espaço, em que temos, precisamente, a mulher a sentir-se pequena, ou demasiado pequena.

 

Um aspecto mais que nos interessa, e referido naquele artigo d’O sobrecompensatório na mulher, é a sobrecompensação notória dos óculos escuros grandes. Naquele artigo, indico que a utilização dos mesmos indicam uma sobrecompensação em relação ao sentir-se observada, que podemos contextualizar no síndroma da mulher invisível, que nos diz que há uma grande carga de afecto da vivência da mulher no dia-a-dia, antes da menopausa, para ela sentir habitualmente essa diferença após a menopausa, no sentido de se sentir observada, sentido esse que estará relacionado com as características sedutoras da mulher. Ora, no contexto do presente artigo, o uso sobrecompensatório dos óculos escuros grandes denota, particularmente ao sentir-se observada, principalmente durante o dia, uma fuga, em que a mulher tentará, de certa maneira, utilizar a escuridão associada à noite, que corresponderá à visão tida com os óculos postos, e esconder-se atrás dos óculos.

 

Parece haver aqui algum equilíbrio entre a utilização depressiva da escuridão dos óculos escuros grandes e a sobrecompensação anti-depressiva do uso de acessórios brilhantes, sendo curioso que, com frequência, este tipo de óculos têm lentes com alguma claridade, o que poderá corresponder a tal equilíbrio, ou seja, entre o sentir-se observada e a assimilação depressiva de estímulos externos.

 

Outro exemplo importante das tendências sobrecompensatórias da mulher, derivadas da inveja do pénis, é o cabelo comprido, incluindo a moda e o hábito de usar extensões no cabelo, geralmente, nas mulheres mais jovens, por contraponto ao habitual cabelo curto das mulheres mais velhas, em geral, pós-menopáusicas, porquanto nos homens há o uso geral de cabelo curto.

 

Poder-se-à dizer que manifestamente a mulher mais velha terá o cabelo curto, por não querer demonstrar, particularmente em termos de idade e culturais, tendências em querer seduzir homens, mas também temos o contraexemplo de que as mulheres mais jovens, quando arranjam companheiro e/ou quando se casam, não têm a tendência de encurtar o cabelo.

 

Intui-se aqui que haverá uma sobrecompensação para fazer parecer a cabeça maior e, implicitamente, o cérebro, numa linha evolutiva adaptativa, à guisa de manifestações animais de engrandecimento do corpo para melhor enfrentar o adversário, neste caso, na guerra dos sexos, sobrecompensação essa, portanto, devida particularmente a algum trauma transpessoal histórico devido ao também histórico domínio tendencial dos homens em practicamente todas as culturas e ao exemplo de as obras científicas, literárias, filosóficas, artísticas, etc., que foram sendo deixadas serem de homens. Tenha-se também a noção da tendência anatómica de em geral o cérebro do homem ser maior do que o da mulher. Haverá um questionamento histórico por parte da mulher do porquê do domínio referido por parte dos homens, intuindo a mesma que parte importante da razão se deverá a diferenças ao nível do que foi sendo considerado elemento crucial para funcionar e produzir, ou seja, o cérebro. Ocorrerá, desta maneira, a sobrecompensação com o aumento do tamanho do cabelo, para fazer parecer aumentar a cabeça e o cérebro. Com a extensão do cabelo comprido para baixo, haverá como que uma miscegenização da cabeça e resto do corpo, em que o corpo também é utilizado sobrecompensatoriamente, e é tido como um corpo-falo por excelência, como que aumentando o engrandecimento da cabeça. Mas base importante para a sobrecompensação será a menstruação, que fará lembrar à mulher o sinal depressivo da perda do pénis já efectuada. E isto, importantemente, por a  mulher pós-menopáusica, perdendo o período no processo, ter a tendência de ter o cabelo curto, intuindo nós, que com a perda do período, perde o motivo, particularmente em termos de carga afectiva, para sobrecompensar a cabeça e o cérebro, já que se sentirá menos diminuída em relação ao homem.

 

Ainda com sobrecompensações falo-narcísicas, derivadas da inveja do pénis, temos o exemplo do uso, por parte da mulher, de sapatos de salto alto, em que a mulher quererá parecer maior, em que, por assim dizer, quererá nas pontas dos pés chegar à figura paterna, à guisa da criança que tenta chegar ao pai, querendo fazer-lhe parecer de que é maior do que realmente é, revelando sentir-se diminuída perante essa figura, sentimento que derivará da inveja do pénis e revelando ao mesmo tempo carências afectivas, ao tentar chegar à figura paterna.

 

Estes foram, portanto, mais alguns exemplos das tendências sobrecompensatórias da mulher, derivadas da inveja do pénis.

 

 

Bibliografia

 

Houzel, D., Emmanuelli, M. & Moggio, F. ( Coord. ) ( 2004 ). Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Climepsi Editores

 

Resende, S. ( 2012 ). Angústia depressiva como enquadramento borderline da personalidade histérica em www.psicologado.com ( proposto a 12/2012 )

 

--------------- ( 2012 ). O sobrecompensatório na mulher em www.psicologado.com          ( proposto a 12/2012 )

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Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2014

Exopsicologia e a nave psíquica ( controlada pelo pensamento )

Utiliza-se a ideia, neste artigo, divulgada, por exemplo, em meios ovnilógicos e exopolíticos, de uma nave psíquica, ou controlada pelo pensamento, elaborando-se sobre técnicas humanas para o efeito, associando-se, ainda, os vínculos básicos humanos Bionianos, com sua ligação a partículas elementares, e a necessidade dos mesmos para o controlo saudável da nave psíquica.

 

Temos, pois, referências em literatura ovnilógica e exopolítica, como na internet, de raças alienígenas viajarem em naves controladas pelo pensamento, sendo isso também representado em televisão, em filmes e séries de ficção científica, com o exemplo de Taken, mini-série produzida por Steven Spielberg, onde fazem a referência a terem encontrado uma nave que eles concluem ser controlada pelo pensamento.

 

Quanto às técnicas para o efeito, teríamos a utilização de tecnologias tipo HAARP           ( Smith, 1998 ) para identificar padrões cerebrais de pensamento individuais e utilizá-los adequadamente no controlo da nave, ou seja, carregando a nave com essas energias, ou padrões energéticos, energizando a nave com esses padrões energéticos, respeitantes ao piloto, ou pilotos. Como descrito no livro referenciado, HAARP – The Ultimate Weapon of the Conspiracy, de Jerry E. Smith, utilizar-se-ia um processo semelhante àquele utilizado no controlo externo da mente, utilizando o sistema HAARP. Esse processo consiste em externamente identificar o padrão energético cerebral do pensamento de um indivíduo, enviar a partir desse sistema um padrão semelhante, com pensamentos a serem recebidos do exterior, de maneira a que o indivíduo creia que é ele que está a criar esses pensamentos. Assim, o padrão de um indivíduo seria transmitido energeticamente para a nave, eventualmente de modo aumentado, havendo, muito plausivelmente, a necessidade de o indivíduo correspondente ter que utilizar capacidades e/ou técnicas psicocinéticas, como também de treinar pilotos nesse sentido, com as respectivas energias ajustadas consoante o piloto.

 

Considerem-se, agora, as ideias de Wilfred Bion, como os vínculos básicos humanos, vínculo H ( Hate – ódio ), vínculo L ( Love – amor ) e vínculo K ( Knowledge – conhecimento ) ( Symington & Symington, 1999 ).

 

Tenham-se em conta, baseado no meu artigo A mulher e a morte ( Resende, 2013 ), tendências femininas, particularmente ao nível da sexualidade, associadas à morte e ao instinto de morte, em que, considerando a importância da sexualidade na histeria e sendo esta mais tipicamente feminina, teremos a histeria mais associada aos vínculos H.

 

Mas resuma-se este artigo d’A mulher e a morte.

 

O mesmo é baseado em dois outros artigos meus, a saber, Masturbação feminina no dia-a-dia: suas implicações psicológicas e comportamentais e Orgasmo feminino enquanto “ pequena morte “ ( la petite mort ). Temos, então, o hábito diário do comportamento masturbatório feminino, com o hábito da fêmea humana de se excitar e de se masturbar em qualquer local que se encontre, através da sua musculatura vaginal e pélvica, até atingir o clímax. Ora, na observação quotidiana, associados a estes comportamentos masturbatórios, estão as eventuais ocorrências de comportamentos sonolentos, como o bocejar, aquando do clímax, em que a mulher ou a rapariga começam a ficar com sono, sendo de realçar a proximidade entre o clímax e os comportamentos sonolentos. Fora deste resumo, refira-se contextualizadamente a letra de um fado cantado por Amália Rodrigues, no qual ela diz que o cansaço que ela tem é ela que o faz, notando-se a referência feminina. Continuando, cito, então, S. Freud, falando-nos ele da satisfação sexual associada ao sono, como sendo uma regressão, em que a mulher regressa como que a um estado intra-uterino, em completa dependência de outrém. Destaca-se, de seguida, nestes comportamentos, que por mais satisfação sexual que se obtenha, a capacidade multi-orgásmica e os comportamentos sonolentos não diminuem, indicando que a plena satisfação sexual não é obtida, persistindo os comportamentos masturbatórios. Isto leva a crer que diminui a capacidade de procura efectiva de satisfação sexual, na relação, o que nos leva à noção da menor iniciativa sexual da mulher, em termos de comportamentos efectivos de procura de satisfação sexual. Quanto a esta menor iniciativa, é de notar que Jung indica que a mulher que não se identifica com o Eros materno perde a capacidade de iniciativa. É como se a mulher, nesse comportamento sexual típico de masturbação, se identificasse mais com o Tanatos materno, ou instinto de morte materno. Continuando o resumo, acrescenta-se que considerando que a resolução é a fase de resposta sexual humana que se segue ao orgasmo, teríamos aqui que a irresolução crónica na mulher estará associada à morte, sendo neste contexto que se enquadra a famosa expressão francesa do orgasmo feminino enquanto “ la petite  mort “, a pequena morte. Cita-se, depois, Jacques Lacan, onde ele associa instinto erótico passivo, instinto de morte e instinto destrutivo ao catar sexual feminino. Refiro-me, então, ao meu artigo Catar sexual feminino enquanto fobia social, em que temos o catar sexual feminino como o sentimento de estar a sugar sexualmente outra mulher, nos comportamentos sociais tipicamente sexualizados entre mulheres. Digo, depois, que com o comportamento mais primata de catar, em termos de limpeza, temos que o catar sexual feminino, intui-se, derivou, de alguma forma, desse mesmo catar primata. Intui-se também que a limpeza implícita no catar sexual feminino será a limpeza de aspectos mortíferos na mulher. Assim, dos aspectos referidos, associa-se o comportamento orgástico típico do dia-a-dia da mulher e as consequências já mencionadas ao nível da identificação da mulher com o instinto de morte. Continuando o resumo, refiro-me ao meu artigo O sobrecompensatório na mulher, onde indico que o comportamento habitual manifestado, especialmente por mulheres mais velhas, de pintar o cabelo, cobrindo o cabelo branco e/ou grisalho, sinal manifesto de envelhecimento e velhice, revela uma espécie de trauma transpessoal de género, o feminino, de não ter contribuído, assim o sentirão, tanto historicamente como os homens para a sociedade, particularmente a Ocidental. Assim, tentarão sobrecompensatoriamente parecer mais novas, como que tentando afirmar que ainda vão a tempo, tentando denegar que nas suas vidas pessoais não se terão sentido como contribuindo tanto ou compensando tanto aquele sentimento histórico. Ora, o comportamento referido de pintar o cabelo, denegando a velhice, em conjunto com o já indicado neste resumo, revelará um medo relativamente generalizado do género feminino da morte, e importantemente da proximidade da mesma. Para mais, tendo em conta a identificação da mulher com o instinto de morte, já referida, em conjunto com este medo do género feminino da morte, leva-nos a pensar no medo de morte da mulher dela própria. Mais ainda, considerando a denegação da velhice referida como um conflito estético, indicam-se ainda as ideias de Meltzer & Williams, que abordam a apreensão da beleza e o papel do conflito estético na violência, tendo nós, pois, aquela denegação como um desenvolvimento patológico, com maior relação com a violência destrutiva do instinto de morte, por contraponto ao conflito estético como fundação para o desenvolvimento normal, baseado na relação interna mãe-bebé.

 

Compreende-se melhor, agora, a associação entre a histeria, esta mais tipicamente feminina, e os vínculos H, de ódio.

 

Continuando, intui-se que o obsessivo, que se contraporá ao histérico, pelas suas características típicas antitéticas, como a exuberância histérica e a sobriedade obsessiva ou a maior facilidade de deslocamento do afecto entre representações no histérico e o típico isolamento do afecto obsessivo, o obsessivo, dizia eu, por contraponto, estará mais associado aos vínculos L, de amor.

 

Já os vínculos K, sendo relativos ao conhecimento, remeter-nos-iam para o conhecimento de que os bosões de Higgs fornecerão a massa a outras partículas elementares, ou mais especificamente, como se pode ver também em Teoria do Tudo em Psicologia e as forças fundamentais do universo ( Resende, 2012 ), as interacções das partículas elementares com o campo de Higgs fornecerão a massa a essas mesmas partículas elementares ( Wikipedia, Higgs boson in en.wikipedia.org/wiki/Higgs_boson; Wikipédia, Bóson de Higgs in pt.wikipedia.org/wiki/Bóson_de_Higgs ), e seria o controlo destes bosões, e suas associações, que estariam associados à levitação da nave, e seu controlo principal, em que vínculos H e L, e partículas correspondentes, estariam associados particularmente ao controlo saudável da nave psíquica, como se pode ver mais à frente.

 

Deste meu artigo agora referido, devemos também retirar a conclusão de que a histeria ( no presente contexto, também vínculos H ) estará mais associada a electrões, e que a obsessão ( no presente contexto, também vínculos L ) estará mais associada ao núcleo atómico, e aos protões e neutrões. Nesse mesmo texto, procura-se relacionar a Teoria do Tudo em Psicologia, na relação da Psicologia com a Teoria do Tudo em Física, esta com a procura da unificação das forças fundamentais do Universo, com, precisamente, estas forças fundamentais  do Universo, a saber, a gravidade, o electromagnetismo e as forças nucleares forte e fraca. Assim, na conceptualização do átomo, com seu núcleo de protões e neutrões, e com a nuvem electrónica, de elctrões à volta do núcleo, introduzem-se os conceitos de agorafobia e claustrofobia. Cita-se o meu artigo A agorafobia enquanto perturbação obsessiva, no qual se considera que a obsessão relaciona-se com fenómenos agorafóbicos, em que o indivíduo obsessivo tem mais dificuldade em lidar com falta de referências, de detalhes. Deste modo, o obsessivo lida melhor com fenómenos claustrofóbicos, já que se dá bem com a presença de estímulos referenciais. Aproxima-se, assim, o fenómeno obsessivo da existência nuclear, com o núcleo, mais ou menos apertado, de protões e neutrões, associando-se, então, a obsessão das forças nucleares forte e fraca. De seguida, cita-se outro artigo meu, A claustrofobia enquanto perturbação histérica, no qual considero que o histerismo está relacionado com fenómenos claustrofóbicos, em que o histérico tem dificuldade em lidar com a presença dos referenciais, os quais são sentidos como perto demais. Assim, o histérico lida melhor com fenómenos agorafóbicos, já que se dá bem com a ausência de estímulos referenciais. Deste modo, podemos aproximar o fenómeno histérico da existência da nuvem electrónica, de electrões à volta do núcleo, e associar assim o histerismo ao electromagnetismo, fenómeno este que se coaduna bem com as características relacionais histéricas de energéticas relações sociais.

 

Teríamos, assim, em relação à nave psíquica, ou controlada pelo pensamento, uma mesofuselagem mais associada aos bosões de Higgs e uma endofuselagem mais associada aos electrões, com corrente de electrões, eléctrica, portanto, na associação com vínculos H, em que a descrição de contactados, que relataram ir a bordo de naves alienígenas, descrevendo a luz, a iluminação, como que vindo directamente das paredes, vai neste sentido. Faz-se aqui um ponto para dizer que os electrões H, por assim dizer, estariam dentro, já que tem-se em conta a viagem pelo espaço sideral, e sua vastidão, com possíveis consequências depressivas, particularmente pela falta de luminosidade, na escuridão do mesmo espaço, e que a depressão relaciona-se com a agressividade, introjectada nas relações precoces, dirigida sobre o próprio, em que assim os vínculos H internos contrapõem as tendências depressivas da viagem, já que esta invocará depressividade externa, e os electrões H internos contraporão a depressividade de origem externa. Já a exofuselagem estará mais associada aos protões, com vínculos L, estes em particular por contraponto aos H. Os protões L estarão associados a fora da nave, com sentimentos de união e cooperação universais, com influência que isso tem no consciente e inconsciente humanos, no desejo de contacto com outros seres inteligentes do Cosmos, em que os protões L externos contrariarão a associação dos protões obsessivos a espaços pequenos, e lidarão, na viagem, com a vastidão do espaço sideral, tentando contrabalançá-lo. Na mesma linha de raciocínio, os electrões H internos, com a associação dos electrões a espaços mais abertos, contrariarão a vastidão do espaço sideral, tentando contrabalançá-lo. Já os neutrões serão também endoconstituintes, já que haverá a referência que o obsessivo, com vínculos L, estará associado ao núcleo atómico, com confinamento, e assim, com neutrões como que neutralizar-se-ia o efeito de confinamento, pela melhor lide dos neutrões internos com o confinamento. Os electrões H, os protões L, os neutrões L e os bosões de Higgs K, serão, pois, medidas de segurança psíquica para uma viagem mais saudável.

 

A utilização dos protões, neutrões e electrões, na nave, têm outra vantagem, que é a de facilitar  eventuais viagens no tempo e viagens nos buracos-de-verme, ou wormholes, confluências espaço-temporais que são atalhos para viajar no Universo. Relativamente a estas viagens, ver, por exemplo, Viagens no Tempo no Universo de Einstein, de Richard Gott III ( 2001 ). Para se ter em conta  que electrões estão mais ligados ao espaço e protões e neutrões mais ligados ao tempo, com maior ligação entre núcleo atómico e tempo, refira-se o meu artigo Relações espaço-temporais dos psemes e psitrões no contexto exopsicológico e da Teoria do Tudo em Psicologia           ( Resende, 2012 ), que também considera aspectos referenciados no artigo das forças fundamentais, já mencionado.

 

Assim, baseado nos meus artigos Psitrões enquanto base dos psemes e suas relações com a histeria e a obsessão e A telepatia e suas relações com os psitrões enquanto base dos psemes, tenha-se a noção dos psemes enquanto unidades de evolução psicológica, enquanto unidades psicológicas de transmissão intergeracional. Os psemes são pensamentos inconscientes, constituídos enquanto complexos ou conjunto de complexos, inconscientes, complexos enquanto conjunto de disposições psicológicas, psicologica e significativamente relacionadas. Terão características Lamarckianas, no sentido dos complexos inconscientes poderem ser modificados durante a vida do indivíduo, com as modificações a serem transmitidas às gerações seguintes. Por seu lado, os psitrões serão partículas psicológicas que subjazem os psemes, da mesma maneira que inconsciente, ego e consciente se constituirão enquanto instâncias psíquicas. Relacionando os psitrões com a histeria e a obsessão, temos a histeria caracterizada por psitrões curtos e a obsessão por psitrões longos. Isto porque a tendência para a satisfação imediata do histérico tem por base psitrões que estariam associados à memória curta, daí o recalcamento histérico, e à inibição dos receptores psitrónicos associados à memória a longo prazo, enquanto que a tendência para o adiamento da satisfação, característica da obsessão, e relacionada com o juízo de condenação, teria por base psitrões que estariam associados à memória  a médio e a longo prazo, e à inibição dos receptores psitrónicos associados à memória a curto prazo. Tem-se, pois, histeria com psitrões curtos e obsessão com psitrões longos.

 

Ainda no artigo das Relações espaço-temporais conceptualizam-se os psemes enquanto unidades espaço-temporais, constituídos por psitrões. Temos os psi enquanto unidade temporal e espacial do pseme e psitrão, em que o psitemp será a unidade psemética temporal e o psiesp a unidade psemética espacial. Haverá uma escala de utilização dos psitemps que vai do maníaco, histérico, obsessivo ao deprimido, em que cada vez menos unidades tempo-mentais são utilizadas, indo-se da aceleração temporal do maníaco à lentificação temporal do deprimido. Postula-se uma correlação invertida entre unidades tempo-mentais e unidades espaço-mentais, em que quanto mais psitemps menos psiesps, e vice-versa. É de realçar que naquele livro das Viagens no Tempo já referido, o autor indica que na Física considera-se que espaço e tempo têm sinais opostos. Continuando, temos assim que dado um determinado de A a B, a maior utilização temporal do maníaco induz sentimentos de menor distância a percorrer enquanto que a menor utilização temporal do deprimido induz sentimentos de maior distância a percorrer, o que é coerente com as suas características.

 

O histérico, em particular, utiliza bastantes unidades tempo-mentais, daí o tempo passar rápido, e menos unidades espaço-mentais vai tendo, daí a correlação do histerismo com o capitalismo, e com o seu extremo, o expansionismo imperialista, precisamente devido à necessidade de unidades espaço-mentais. Relacione-se o agora dito com a existência dos psitrões curtos no histérico. Já o obsessivo utiliza bastantes unidades espaço-mentais, com a correspondente menor utilização temporal, como já referido. Haverá necessidade de unidades tempo-mentais, que se relacionará com a necessidade de imortalidade simbólica, e com o facto de o obsessivo ser tendencialmente masculino, e de, predominantemente, as obras científicas, literárias, filosóficas, artísticas, etc., que foram sendo deixadas, serem, precisamente, de homens. Esta necessidade de imortalidade simbólica ocorrerá menos no histérico, talvez pelas tendências de gratificação imediata no mesmo, com sociedades histéricas capitalistas, e seu extremo, fascismo, com necessidades de expansionismo espacial, e com sociedades obsessivas comunistas tendo como um grande lema Até à Vitória! Sempre!, com necessidades de expansionismo temporal, portanto.

 

Por tudo já dito, tudo relacionado, temos, pois, associação entre electrões e espaço e entre protões e neutrões e tempo, com relação, portanto, entre obsessão e tempo e histeria e espaço.

 

Estas serão, de modo geral, as características psicofísicas humanas necessárias para o controlo saudável de uma nave psíquica, controlada pelo pensamento, realçando-se, particularmente de modo psicocinético, o manejo dos bosões de Higgs K na mesofuselagem, sendo o controlo principal associado à levitação da nave, com electrões H, protões L, neutrões L e também bosões de Higgs K enquanto medidas de segurança psíquica para uma viagem mais saudável. Esta segurança corresponderá a medidas anti-depressivas, anti-vacuidade e anti-dispersantes, devido à vastidão do espaço sideral, como anti-confinamento, relacionadas com a estadia específica dentro da nave. As mesmas medidas serão, então, para combater eventual desesperança, desamparo e angústia de separação, com a garantia explanatória dada ao piloto específico da nave, de que essas medidas foram pensadas previamente para garantir a segurança psíquica do mesmo piloto. Destacam-se, ainda, tecnologias tipo HAARP para garantir padrões energéticos na nave semelhantes, e ajustados, aos padrões cerebrais do mesmo piloto, como também a relação dos protões, neutrões e electrões com as eventuais viagens no tempo e viagens nos buracos-de-verme.

 

 

Bibliografia

 

Gott III, J. R. ( 2001 ). Viagens no Tempo no Universo de Einstein. edições quasi

 

Resende, S. ( 2012 ). Teoria do Tudo em Psicologia e as forças fundamentais do Universo em www.psicologado.com ( proposto a 11/2012 )

 

--------------- ( 2012 ). Relações espaço-temporais dos psemes e psitrões no contexto exopsicológico e da Teoria do Tudo em Psicologia em www.psicologado.com                   ( proposto a 12/2012 )

 

--------------- ( 2013 ). A mulher e a morte em www.psicologado.com ( proposto a 12/2013 )

 

Smith, J. E. ( 1998 ). HAARP – The Ultimate Weapon of the Conspiracy. Adventures Unlimited Press

 

Symington, J. & Symington, N. ( 1999 ). O pensamento clínico de Wilfred Bion. Climepsi Editores

 

Wikipedia. Higgs boson in en.wikipedia.org/wiki/Higgs_boson, consultado em 14/01/2014

 

Wikipédia. Bóson de Higgs in pt.wikipedia.org/wiki/Bóson_de_Higgs, consultado em 14/01/2014 

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Sexta-feira, 10 de Janeiro de 2014

Exopsicologia e o riso

Resumindo, inicialmente, o meu artigo O riso e o sentimento de aceitação divina           ( Resende, 2014 ), onde se associa o riso e o sorriso com a agressividade e o choro e com o divino, particularmente com o sentimento de aceitação divina, em que se conclui, de modo mais geral, a partir da análise de uma obra literária paradigmaticamente contemporânea, que nessas condições, o riso sádico em relação a Deus remete para o sentimento de não ser aceite pela entidade Deus, estabelece-se depois uma relação exopsicológica com o facto geopsicológico da boca da cara de Portugal ter uma forma que remete para o sorriso. Com a premissa deste ser uma mensagem alienígena, feita a partir de terraformação, temos que o mesmo sorriso nos leva a pensar num sentimento humano de não aceitação por parte de extraterrestres, num contexto intencional de quarentena estabelecida pela sociedade do Universo em relação aos humanos, como nos diz Alfred Webre ( 2005 ), do campo da exopolítica.

 

Começa-se, então, nesse artigo, pela contribuição de Gil Greengross que nos diz haver duas expressões distintas nos primatas que são consideradas homólogas do sorriso e riso humanos. Temos, pois, a amostragem silenciosa de dentes a descoberto que é equivalente ao sorriso humano, e que parece servir como apaziguamento ou como um sinal de submissão após uma luta. Já a boca aberta relaxada equivale ao riso humano e está mais relacionada com o comportamento de brincar. É dito que ambos os tipos significarão provavelmente a origem evolutiva do sorriso e riso humanos. Faz-se um ponto aqui, citando Charles Darwin, que nos diz que facilmente o sorriso passa ao riso, o que é importante para o presente artigo, relativamente à forma do sorriso na boca de Portugal. Greengross ainda nos diz que nos humanos tendemos a distinguir geralmente dois tipos de sorrisos, o sorriso Duchenne e o sorriso não-Duchenne             ( sendo Duchenne o neurologista francês que primeiro os estudou ). O sorriso Duchenne é o sorriso genuíno e honesto, o que dá verdadeiro prazer. O sorriso não-Duchenne é o sorriso falso, usado para satisfazer outros mas que não dá a boa sensação associada com um sorriso verdadeiro.

 

Estabelecendo, de seguida, relação entre riso e agressividade, cita-se o meu artigo O palhaço de circo e a depressividade histérica, no qual digo que a função social do palhaço é, através do riso, facilmente identitário na infância, catarticamente modular a agressividade, nas actuações habituais dos palhaços, para que na vida posterior do indivíduo, a agressividade esteja modulada, e possa ser eventualmente sublimada. É de dizer relativamente a isto que, nos exemplos utilizados no presente artigo, o sorriso e o riso são manifestações de que a agressividade não foi suficientemente modulada e são utilizados a serviço da agressividade. Continuando a relação entre riso e agressão, cita-se Konrad Lorenz, famoso etólogo, que nos diz que o sorriso evoluiu por ritualização da ameaça redireccionada, dizendo ainda que o rir ou a risada em conjunto, num grupo, dirigido a outros fora do grupo, contém uma grande quantidade de agressão, dizendo eu que como no exemplo do “ palhaço “ da turma ou do grupo, gozando sadicamente outros, temos aqui uma regressão do riso para a agressividade não modulada, não necessariamente física, já que o mesmo sorriso e riso perderam o seu valor ritualístico. Lorenz ainda nos diz que o riso tende a criar um laço, em que o riso em conjunto não apenas dirige agressão como produz um sentimento de unidade social. Nesta ligação, temos uma associação com o que considero ser o sorriso e o riso um mecanismo de ataque, mecanismo esse como descrevo em dois artigos meus, Mecanismos de defesa e Mecanismos de ataque e Enunciação de Mecanismos de ataque. É que tendo o sorriso e o riso como reacções mais histéricas, e sendo dois dos mecanismos de ataque o controlo histérico e a projecção histérica, da agressividade, o sorrsio e o riso surgirão e funcionarão, ao nível da projecção da agressividade, para manter o socius, os relacionamentos interpessoais e os fenómenos de massas, mantendo e preservando a unidade dos mesmos.

 

Quanto à relação entre riso e choro, considere-se a relação antropológica evolutiva entre riso e choro, em que temos Charles Darwin a dizer-nos que o acto de rir até às lágrimas é comum a todas as raças humanas, sendo isto mais esclarecedor se seguirmos o princípio de antítese que Darwin segue, que nos diz que se certas acções tiverem sido regularmente executadas sob um determinado estado de espírito, haverá uma forte tendência instintiva para a execução de acções directamente opostas sob o estímulo de um estado de espírito oposto.

 

Nesta relação entre riso e choro, considere-se, importantemente, que o mesmo choro terá o significado psicológico de chamar a atenção do outro, em particular para ser cuidado.

 

Continuando este resumo, e relembrando que Darwin nos diz que o sorriso facilmente passa ao riso, voltemos ao exemplo paradigmático do “ palhaço “ da turma ou do grupo, que remeterá para o sorriso não-Duchenne, falso, para satisfazer outros, que não estando associado a um verdadeiro prazer se conjuga bem com as características descritas a seguir, diremos, dizia eu, que o mesmo terá este comportamento de dirigir a agressividade, gozando sadicamente outros, para se sentir desejado, aceite, querido, pelos outros, revelando carências afectivas, com necessidade de receber atenção, em que quanto mais quer rir e fazer rir mais revelará o quanto não se sente aceite pelos outros, reiterando-se, aqui, a importância das indicações já dadas de Lorenz, e as minhas quanto ao riso enquanto mecanismo de ataque, e o aspecto da regressão do riso para a agressividade não modulada, com o riso a perder o seu valor ritualístico.

 

Temos, agora, a referência importante nas sociedades contemporâneas, histéricas capitalistas matriarcais, no contexto do capitalismo global, do paradigma da obra de Umberto Eco, O Nome da Rosa, que remete para algo psicótico, forclusivo, pela diminuição da importância do nome do pai como suporte da função simbólica, relação esta, quanto ao nome do pai e suporte da função simbólica, revelada por Lacan, em Escritos, considerando Rosa nome de mulher, relativo à mãe, portanto. Outra das essências da obra é o arrogar do poder rir de Deus, que, no contexto do artigo, revela uma tendência de regressão ao nível da espécie do sorriso e riso para agressividade não modulada, já que se se ri de Deus, ao nível sádico, em que o riso perde o seu valor ritualístico, e uma tendência psico-histórica, transpessoal, de a mulher, enquanto género, não se sentir aceite por Deus, não desejada e não querida por essa entidade, considerando a relação já referenciada entre riso e choro, como com a agressividade, em que o choro significará chamar a atenção do outro e carências afectivas, e em relação à agressividade haverá a necessidade de ser aceite. Isto, particularmente, nas sociedades cristãs, tendo em conta, importantemente, que a Bíblia cristã nos diz, entre outras coisas, que a mulher é inferior ao homem, devendo ao mesmo estrita obediência. Temos ainda o exemplo de na Igreja Católica, em particular, as mulheres estarem completamente excluídas das hierarquias eclesiásticas.

 

Termina-se o resumo, dizendo que estas últimas indicações dão apoio ao desenvolvido no artigo, quanto à relação entre riso e sentimento de aceitação divina.

 

Continuando, agora mais para o presente artigo, veja-se, por exemplo, o meu artigo Visão exopsicológica da Terra ( Resende, 2012 ), onde indico que a Terra terá sofrido uma terraformação, por processos de geoengenharia e geoclimáticos, que terá dado à forma geológica dos continentes, formas reconhecidamente, em particular, humanas, tendo isso influências psíquicas na Humanidade. Mais se diz, que a terraformação terá sido executada por extraterrestres e implicará uma mensagem alienígena para a Humanidade. Assim, vemos, na América do Sul, a cordilheira dos Andes assemelhando-se a uma coluna vertebral, com a correspondência do Brasil parecer uma barriga de grávida. Temos também a América do Norte parecendo uma mão e África assemelhando-se a um pénis. Mas de importância primordial para este artigo, temos, na Europa, a bota de Itália, e muito particularmente a cara de Portugal. Nesta, tendo também a saliência dos olhos, no norte de Portugal, tem a zona da boca, ao centro, em que a zona de Lisboa e Vale do Tejo, tem, no Rio Tejo, uma forma e orientação assemelhando-se a um sorriso.

 

Ora, no contexto do presente artigo, e considerando a terraformação alienígena uma mensagem para a Humanidade, temos, exopsicologicamente, que este sorriso constituirá uma mensagem subliminarmente inconsciente de que a Humanidade não se deve sentir aceite por raças extraterrestres, particularmente da sociedade do Universo, e principalmente pelas raças que terão posto em execução um plano de quarentena do planeta Terra, em relação aos humanos.

 

Está implícito que os humanos se identificarão psicologicamente com as formas geológicas dos continentes, particularmente por estes terem formas reconhecidamente humanas, e que se terão identificado com aquela mensagem subliminar.

Aquela ideia de quarentena e o isolamento dos humanos em relação à restante sociedade do Universo, é proposto por Alfred Webre ( 2005 ), em Exopolitics: Politics, Government and Law in the Universe, sendo Webre o fundador do campo da exopolítica e um dos seus expoentes. Aquela quarentena terá sido imposta como penalização por algum tipo de rebelião dos humanos em relação às leis da sociedade do Universo.

 

Dir-se-à que a identificação global dos humanos no planeta Terra, com o sorriso estabelecido em Portugal, implicará uma identificação com um gozo sádico em relação a um além-Terra, e implicitamente a seres extraterrestres, particularmente aqueles que executaram e estarão a executar a quarentena, que estaria na base expectável destes mesmos para que a quarentena tivesse o seu efeito, particularmente psicológico, na linha do que tenho vindo a descrever.

 

Estas influências psicológicas nos humanos ajudarão a explicar boa parte do fenómeno de ridicularização e descrédito de campos de investigação como, por exemplo, a ovnilogia, como tem vindo a suceder.

 

Repare-se que naquelas relações já aduzidas entre riso e agressividade e choro, temos aqui que esta agressividade inconsciente implícita na quarentena, com a qual os humanos se identificarão inconscientemente, se liga a um aspecto do planeta Terra, que se relaciona neste contexto com o choro, que são os oceanos, particularmente o Oceano Atlântico, próximo da cara de Portugal. Aquela identificação inconsciente com a agressividade implícita na quarentena estará relacionada com a culpabilidade sentida pelos humanos, transpessoalmente, quanto à rebelião referida, em que ocorrerá uma espécie de Síndroma de Estocolmo, identificação com os captores, com o fenómeno da identificação com o agressor. Outro aspecto da agressividade implícita na quarentena é a angústia depressiva da castração já efectuada respeitante à ausência dos dentes, na zona respectiva da boca e sorriso.

 

As relações estabelecidas por mim, neste artigo, dão plausibilidade à proposta de Alfred Webre, quanto à alegada quarentena imposta aos humanos por parte da restante sociedade do Universo.

 

 

Bibliografia

 

Resende, S. ( 2012 ). Visão exopsicológica da Terra em www.psicologado.com                 ( proposto a 05/2012 )

 

--------------- ( 2014 ). O riso e o sentimento de aceitação divina em www.psicologado.com ( proposto a 01/2014 )

 

Webre, A. ( 2005 ). Exopolitics: Politics, Government and Law in the Universe. Universebooks

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Terça-feira, 7 de Janeiro de 2014

Inteligência artificial e o pensamento

Descreve-se, neste artigo, uma contribuição das ciências psicanalíticas para as ciências da computação, e em particular para a inteligência artificial.

 

Começando pela noção mais contemporânea nas ciências da computação, de computação quântica e de estados sobreimpostos, superimpostos ou sobrepostos, diremos que estes dizem respeito à consideração lógica da simultaneidade do estado falso e estado verdadeiro de uma asserção, mas antes de ser medido, pois quando medido ou observado o sistemas se mostra em um único estado ( Wikipédia, pt.wikipedia.org/wiki/Sobreposicao_Quantica ). Mais especificamente, a sobreposição dos estados é nulificada e o valor esperado de um operador é o valor esperado do operador nos estados individuais, multiplicado pela fracção do estado sobreposto que está nesse estado ( Wikipedia, en.wikipedia.org/wiki/Quantum_Superposition ). Repare-se que, como muito importante, já se fala aqui em nulificação de um estado, apelando eu a seguir a uma extensão desta noção.

 

Consideremos, agora, ao nível de uma contribuição das ciências psicanalíticas para a computação, e em particular para a inteligência artificial.

 

Assim, temos o não enquanto organizador psíquico, ou, por outras palavras, ter noção psicológica da negatividade de uma asserção, e temos o não-seio, enquadrado na teoria do pensar de Wilfred Bion ( Symington & Symington, 1999 ), em que temos o pre-conceito associado a uma frustração dando origem ao conceito, em que o não-seio é potenciador e criador de pensamento, tendo origem na noção de que o bebé quando frustrado quanto baste em relação à necessidade do seio materno potenciará o seu pensamento, tendo o mesmo como falta da satisfação desejada.

 

Deste modo, em termos de inteligência artificial, ao nível da computação, chegamos à noção de estados subimpostos, em que quer o estado verdadeiro quer o estado falso são negados, levando-nos à noção de que essa negação estará relacionada com o tempo lógico, no sentido em ser uma negação e estados temporalmente provisórios. Em termos de pensamento, em particular, pensamento científico, remete-nos para a noção muito de Karl Popper da provisoriedade das verdades científicas e no sentido de elas serem refutáveis, noções estas que se ligam muito bem com o dito até aqui. Isto fará caracterizar uma inteligência artificial com um pensamento de nível científico, uma inteligência artificial enquanto cientista. Para mais, naquela temporalidade provisória da negação e estados subimpostos, e ao nível de uma árvore de decisões computacional, teríamos que aquela negação inicial levaria a uma regressão na árvore, com reinício do processo, em que teríamos uma espécie de tentativa e erro. Com um processo continuado de negações e reinícios, teríamos algo ao nível da reflexão, de uma capacidade reflexiva, em que tendo em conta o registo em memória das tentativas, e seus resultados, teríamos algo ao nível de uma aprendizagem, de uma capacidade de aprender. No seguimento, é importante aqui referir outro desenvolvimento Bioniano, que é a ideia de os pensamentos estarem à “ espera “ do pensador para os pensar, e isto no contexto teórico dos conteúdos do pensamento, para Bion, surgirem antes do continente, ou aparelho para pensar, tornando isto mais valorativo o input computacional. É de dizer que embora a resposta seja importante, a pergunta é essencial. Estas considerações vão na linha da importância atribuída à introjecção, na vida mais precoce do bebé, no enquadramento da perspectiva teórica das relações de objecto internalizadas, perspectiva micro-sociológica, e não psicogenética, esta mais Kleiniana, que valoriza mais a projecção inicial na vida precoce do bebé.

 

Os processos já descritos fazem-nos lembrar um mecanismo de defesa mais tipicamente obsessivo, o juízo de condenação, que, remetendo para a capacidade de adiar a gratificação, é descrito em Vocabulário da Psicanálise ( Laplanche & Pontalis, 1990 ) como uma operação ou atitude pela qual o indivíduo, ao tomar consciência de um desejo, a si mesmo proíbe a sua realização, principalmente por razões morais ou de oportunidade. Para mais, Daniel Lagache, citado no mesmo livro, caracteriza este juízo ao nível do adiamento da satisfação, modificação dos alvos e dos objectos, tomada em consideração das possibilidades oferecidas pela realidade ao indivíduo e dos diversos valores em jogo e compatibilidade com o conjunto das exigências do indivíduo, sendo, como é de ver, características muito apropriadas para um funcionamento computacional de uma inteligência artificial. Coerentemente, para o presente artigo, e no mesmo livro, é dito que para S. Freud o juízo de condenação é um avatar da negação, em que o não é a sua marca, só se tornando possível graças à criação do símbolo da (de)negação, conferindo ao pensamento um primeiro grau de independência, quer em relação às consequências do recalcamento quer em relação à compulsão do princípio do prazer, ou traduzindo computacionalmente, às necessidades mais imediatas, podendo nós pensar, por exemplo, em necessidades energéticas, no sentido da eficiência energética, como o desligar temporariamente sistemas que não estejam a ser precisos, estando isso representado exemplarmente no save screen ou protecção de ecrã dos computadores normais. Vemos aqui novamente o factor temporal, que se liga a um tipo de recalcamento, e à independência em relação a este.

 

Teríamos, no todo, com estados quânticos subimpostos, com negação simultânea do estado falso e do verdadeiro, a possibilidade da criação de uma inteligência artificial com capacidades pensativas ao nível científico, com potencialidade de capacidade reflexiva e capacidade de aprender, com um mecanismo de defesa em todo ele semelhante ao humano.

 

 

 

Bibliografia

 

Laplanche, J. & Pontalis, J. B. ( 1990 ). Vocabulário da Psicanálise ( 7ª edição )                  ( tradução portuguesa ). Editorial Presença

 

Symington, J. & Symington, N. ( 1999 ). O pensamento clínico de Wilfred Bion. Climepsi Editores

 

Wikipedia. Quantum Superposition in en.wikipedia.org/wiki/Quantum_Superposition, consultado em 06/01/2014

 

Wikipédia. Sobreposição Quântica in pt.wikipedia.org/wiki/Sobreposicao_Quantica, consultado em 06/01/2014

publicado por sergioresende às 13:30
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Domingo, 5 de Janeiro de 2014

O riso e o sentimento de aceitação divina

Descrevem-se, primeiramente, algumas caracterizações do riso e do sorriso, do ponto de vista descritivo e evolutivo, para depois se relacionar os mesmos com a agressividade e o choro, seguindo-se para uma análise de uma obra literária com pertinência para as sociedades contemporâneas, onde se associa o riso e a divindade, concluindo-se com o estabelecimento de uma relação entre o riso e o sentimento de aceitação divina.

 

Vejamos, inicialmente, indicações de um blog, na revista de psicologia estado-unidense, Psychology Today, e autorado por Gil Greengross, com o título The Long-Lasting Effect Of a Smile, publicado em 18 de Abril de 2011, com o endereço electrónico www.psychologytoday.com/blog/humor-sapiens/201104/the-long-lasting-effect-smile, consultado em 03/01/2014.

 

O autor diz-nos que nos primatas, há duas expressões distintas que são consideradas homólogas do sorriso e riso humanos. Assim, a amostragem silenciosa de dentes a descoberto é equivalente ao sorriso humano e parece servir como uma função de apaziguamento ou como um sinal de submissão após uma luta. A boca aberta relaxada equivale à gargalhada humana e está mais relacionado com o comportamento de brincar. Ambos os tipos são encontrados em numerosos e distantes primatas e significarão provavelmente a origem evolutiva do sorriso e gargalhadas humanos. Repare-se que Charles Darwin ( 2006 ), em A expressão das emoções no homem e nos animais, diz-nos que facilmente o sorriso passa ao riso.

 

Greengross diz-nos, ainda, que nos humanos tendemos a distinguir geralmente dois tipos de sorrisos: o sorriso Duchenne e o sorriso não-Duchenne ( nomeado a partir do neurologista francês Duchenne de Boulogne que primeiro os estudou ). O sorriso duchenne é o sorriso genuíno e honesto, aquele que dá verdadeiro prazer. O sorriso não-Duchenne é o sorriso falso, que é usado para satisfazer outros mas que não dá a boa sensação associada com um sorriso verdadeiro.

 

Estabelece-se agora relação entre riso e agressividade.

 

Veja-se O palhaço de circo e a depressividade histérica ( Resende, 2012 ), no qual digo que a função social do palhaço é, através do riso, facilmente identitário na infância, catarticamente modular a agressividade, nas actuações habituais dos palhaços, para que na vida posterior do indivíduo, a agressividade esteja modulada, e possa ser eventualmente sublimada. Temos que, no aqui dito, nos exemplos utilizados no artigo, o sorriso e o riso são manifestações de que a agressividade não foi suficientemente modulada e são utilizados a serviço da agressividade.

 

Vejamos agora relação entre o riso e a agressão tal como considerados por Konrad Lorenz, famoso etólogo, no seu On Agression ( 2002 ). “ In any case it is tempting to interpret the greeting smile as an appeasing ceremony wich… has evolved by ritualization of redirected threatening. “ ( p. 173 ). Vemos, então, aqui uma associação entre sorriso e agressividade, ou a mesma implícita na ameaça, que é então redirigida apaziguadoramente, através do sorriso. Para mais, no mesmo livro lemos: “ When several fairly primitive individuals, such as small boys, laugh together at one or several others not belonging to the same group, the activity, like that of other redirected appeasement ceremonies, contains quite a large measure of aggression directed towards non-members of the group. “ ( p. 173 ). Vemos, aqui, como no exemplo do      “ palhaço da turma “ ou do grupo, gozando sadicamente outros, que haverá uma regressão do riso para a agressividade não modulada, não necessariamente física, já que o mesmo sorriso e riso perderam o seu valor ritualístico. Ainda noutra citação, temos: “ … laughter, like greeting, tends to create a bond. From self-observation I can safely assert that shared laughter not only directs aggression but also produces a feeling of social unity. “ ( p. 173 ). Temos aqui, então, nesta ligação do sorriso ou gargalhada dirigindo agressividade como produzindo sentimento de unidade social, uma associação com o que considero aqui ser o sorriso e o riso um mecanismo de ataque, mecanismo esse como descrevo em Mecanismos de defesa e Mecanismos de ataque ( Resende, 2010 ) e Enunciação de Mecanismos de ataque ( Resende, 2010 ), em que tendo o sorriso e o riso como reacções mais histéricas, e sendo dois dos mecanismos de ataque o controlo histérico e a projecção histérica, da agressividade, o sorriso e a gargalhada surgirão e funcionarão, ao nível da projecção da agressividade, para manter o socius, os relacionamentos interpessoais e os fenómenos de massas, mantendo e preservando a unidade dos mesmos.

 

Agora, relaciona-se o riso e o choro.

 

Considere-se, evolutivamente, o riso próximo do choro, tal como aprendi, durante a licenciatura, sobre a relação antropológica evolutiva entre o riso e o choro. Assim, nesta relação entre riso e choro, vemos, em A expressão das emoções no homem e nos animais, Darwin ( 2006 ) a dizer-nos que o acto de rir até às lágrimas é comum a todas as raças humanas, dizendo, para mais, que a gradual aquisição do hábito de rir, por parte dos bebés, é de certo modo análoga à do choro, insistindo que a práctica é um requisito essencial para os movimentos normais do corpo, como o andar, por exemplo, e que o mesmo parece suceder com o riso e o pranto. Aquele aspecto muito particular do chorar a rir,  importante no contexto deste artigo, é mais esclarecedor se seguirmos o princípio de antítese que Darwin segue, que nos diz que se certas acções tiverem sido regularmente executadas sob um determinado estado de espírito, haverá uma forte tendência instintiva para a execução de acções directamente opostas sob o estímulo de um estado de espírito oposto.

 

Nesta relação entre riso e choro, considere-se, importantemente, que o mesmo choro terá o significado psicológico de chamar a atenção do outro, em particular para ser cuidado.

 

Relembrando que Darwin ( 2006 ) nos diz que o sorriso facilmente passa ao riso, voltemos ao exemplo paradigmático do “ palhaço da turma “ ou do grupo, que remeterá para o sorriso não-Duchenne, falso, para satisfazer outros, que não estando associado a um verdadeiro prazer se conjuga bem com as características descritas a seguir, diremos, dizia eu, que o mesmo terá este comportamento, de dirigir a agressividade, gozando sadicamente outros, para se sentir desejado, aceite, querido, pelos outros, revelando carências afectivas, com necessidade de receber atenção, em que quanto mais quer rir e fazer rir mais revelará o quanto não se sente aceite pelos outros, reiterando-se, aqui, a importância das indicações já dadas de Lorenz, e as minhas quanto ao riso enquanto mecanismo de ataque, e o aspecto da regressão do riso para a agressividade não modulada, com o riso a perder o seu valor ritualístico.

 

Temos, agora, a referência importante nas sociedades contemporâneas, histéricas capitalistas matriarcais, no contexto do capitalismo global, do paradigma da obra de Umberto Eco, O Nome da Rosa, que remete para algo psicótico, forclusivo, pela diminuição da importância do nome do pai como suporte da função simbólica, relação esta, quanto ao nome do pai e suporte da função simbólica, revelada por Lacan, em Escritos ( 1996 ), considerando Rosa nome de mulher, relativo à mãe, portanto. Outra das essências da obra é o arrogar do poder rir de Deus, que, no contexto do artigo, revela uma tendência, já referida, de regressão ao nível da espécie do sorriso e riso para agressividade não modulada, já que se se ri de Deus, ao nível sádico, em que o riso perde o seu valor ritualístico, e uma tendência psico-histórica, transpessoal, de a mulher, enquanto género, não se sentir aceite por Deus, não desejada e não querida por essa entidade, considerando a relação já referenciada entre riso e choro, como com a agressividade, em que o choro significará chamar a atenção do outro e carências afectivas, e em relação à agressividade haverá necessidade de ser aceite. Isto, particularmente, nas sociedades cristãs, tendo em conta, importantemente, que a Bíblia cristã nos diz, entre outras coisas, que a mulher é inferior ao homem, devendo a primeira obediência estrita ao mesmo. Temos ainda o exemplo de na Igreja Católica, em particular, as mulheres estarem completamente excluídas das hierarquias eclesiásticas.

 

Estas últimas indicações dão apoio ao desenvolvido neste artigo, quanto à relação entre riso e sentimento de aceitação divina.

 

 

 

 

Bibliografia

 

Darwin, C. ( 2006 ). A expressão das emoções no homem e nos animais. Relógio D’Água

 

Greengross, G. ( 2011 ). The Long-Lasting Effect of a Smile in www.psychologytoday.com/blog/humor-sapiens/201104/the-long-lasting-effect-smile, consultado em 03/01/2014

 

Lacan, J. ( 1996 ). Escritos. Editora Perspectiva

 

Lorenz, K. ( 2002 ). On Aggression. Routledge

 

Resende, S. ( 2010 ). Mecanismos de defesa e Mecanismos de ataque em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 15/10/2010

 

--------------- ( 2010 ). Enunciação de Mecanismos de ataque em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 14/11/2010

 

--------------- ( 2012 ). O palhaço de circo e a depressividade histérica em www.psicologado.com ( proposto a 12/2012 )

publicado por sergioresende às 11:47
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