Psitrões enquanto base dos psemes e os “ psychons “ do pensamento
Consideram-se, neste artigo, alguns artigos meus, a saber, Psemes: para além dos genes e dos memes ( Resende, 2010 ), Psemes: Evolução por Selecção Psicológica ( Resende, 2010 ), Evolução por Selecção Psicológica Lamarckiana ( Resende, 2010 ), Psitrões enquanto base dos psemes e suas relações com a histeria e a obsessão ( Resende, 2010 ), Influência da transmissão psemética por género e por tipo de personalidade ( Resende, 2010 ), A telepatia e suas relações com os psitrões enquanto base dos psemes ( Resende, 2011 ), Características psitrónicas dos inconscientes colectivo e pessoal: a autotelepatia ( Resende, 2011 ), Distinção entre heterotelepatia e autotelepatia ( Resende, 2011 ) e Psemes: fundamentos perinatais e transpessoais ( Resende, 2012 ), para depois se fazer uma referência bibliográfica relativa aos psitrões enquanto base dos psemes, com os “ psychons “ do pensamento a assemelharem-se a esses psitrões.
Assim, de base, deve ter-se a noção dos psemes enquanto unidades de evolução psicológica, enquanto unidades psicológicas de transmissão intergeracional. Os psemes serão pensamentos inconscientes que são constituídos enquanto complexos, ou conjunto de complexos, inconscientes, complexos estes enquanto conjunto de disposições psicológicas, psicológica e significativamente relacionadas. Os psemes terão características Lamarckianas, no sentido de os complexos inconscientes poderem ser modificados durante a vida do indivíduo, com as modificações a serem transmitidas às gerações seguintes. Já os psitrões perspectivam-se enquanto partículas psicológicas que subjazem os psemes, da mesma maneira que o inconsciente, ego e consciente se constituirão enquanto instâncias psíquicas. Relacionando os psitrões com a histeria e a obsessão, dir-se-à que a histeria é caracterizada por psitrões curtos e que a obsessão é caracterizada por psitrões longos. Isto porque a tendência para a satisfação imediata do histérico tem por base psitrões que estariam associados à memória curta, daí o recalcamento histérico, e à inibição dos receptores psitrónicos associados à memória a longo prazo, enquanto que a tendência para o adiamento da satisfação, característica da obsessão, e relacionada com o juízo de condenação, teria por base psitrões que estariam associados à memória a médio e a longo prazo, e à inibição dos receptores psitrónicos associados à memória a curto prazo. Tem-se, pois, a histeria com psitrões curtos e a obsessão com psitrões longos.
Relativamente à influência da transmissão psemética, ter-se-à que com pai e mãe histéricos, o filho tenderá a se caracterizar por psitrões curtos, enquanto que com pai e mãe obsessivos, o filho tenderá a se caracterizar por psitrões longos. Haverá, portanto, respectivamente, dominância de psitrões curtos e de psitrões longos. Já com mãe histérica e pai obsessivo, o filho tenderá a se caracterizar por psitrões longos, havendo dominância psemética de obsessão sobre a histeria, considerando-se, neste sentido, a importância e influência da presença da figura paterna na continuidade psicológica do indivíduo, e a característica psitrónica de os psitrões longos se caracterizarem psemeticamente por um maior alcance, talvez por razões filogenéticas. Quanto a uma mãe obsessiva e a um pai histérico, e considerando o inter-relacionamento dos factores em jogo, ter-se-à uma co-dominância dos psitrões curtos e longos, tendo em conta, sobremaneira, as diferenças, para o desenvolvimento do filho, da presença da figura materna e da presença da figura paterna. Neste último enquadramento de histeria e obsessão, perspective-se que, embora a mãe se caracterize por psitrões longos, e portanto, com uma transmissão psemética de maior alcance, o facto de um pai, tendo em conta a importância psicológica da presença da figura paterna, particularmente pela triangulação edipiana, se caracterizar por psitrões curtos, levará a que, posteriormente, se entre em co-dominância.
Quanto à telepatia, dir-se-à que o telepata obsessivo se caracterizará por características telepáticas de maior alcance, o que se enquadrará por uma maior distância e provavelmente maior intensidade, do que o telepata histérico, que terá características telepáticas de menor alcance, portanto de menor distância e intensidade. Isto, considerando que no telepata obsessivo predominarão psitrões longos e que no telepata histérico predominarão psitrões curtos. Considerando agora meios como televisão, cinema, rádio, videoconferência ou, por exemplo, videochamada num programa de mensagem instantânea na Internet, podemos caracterizá-los como aproximando, tornando mais curtas as distâncias, mas com a característica presente de representar algo a uma maior distância do que evidencia. Assim, na utilização de telepatia através destes meios, o telepata obsessivo vê encurtado o seu alcance enquanto que o telepata histérico vê esse alcance ser aumentado, em que dir-se-à que o obsessivo é atrofiado com estes meios enquanto que o histérico é potenciado. Deste modo, a telepatia histérica será mais materialista e a telepatia obsessiva mais idealista, o que é coerente, por exemplo, com o materialismo capitalista das sociedades histéricas matriarcais capitalistas, considerando a histeria mais tipicamente feminina. Resumidamente, tem-se que com materiais de contacto, de aproximação, o telepata histérico, com seus psitrões curtos, funciona melhor, e que sem esses materiais, estritamente de ser para ser, será o telepata obsessivo, com seus psitrões longos, a funcionar melhor. No caso dos histéricos, tenha-se em conta a típica superficialidade dos relacionamentos e como isso se conjuga com os característicos psitrões, precisamente curtos, enquanto que nos obsessivos a maior intensidade típica das vinculações conjuga-se bem com as características telepáticas já indicadas de maior intensidade.
Voltando às questões filogenéticas e ao maior alcance psemético dos psitrões longos no obsessivo, tipicamente masculino, dir-se-à que o inconsciente colectivo, que se constituirá enquanto vestígios de experiências passadas da Humanidade, particularmente pelas questões associadas à memória a longo prazo, caracterizar-se-à por uma espécie de autotelepatia, em que cada indivíduo contribuirá para a memória colectiva através destes movimentos autotelepáticos. Ao nível desta memória longa, teríamos questões como a reflexão sobre o passado e o planeamento do futuro, que se caracterizariam por movimentos psíquicos, ou mais precisamente, psitrónicos autotelepáticos, para o passado e para o futuro. Estes movimentos autotelepáticos, para o passado e para o futuro, explicarão, em boa medida, os fenómenos das premonições e dos déjà vu. Assim, temos que no caso das premonições, os movimentos autotelepáticos irão do futuro para o passado, do momento X1 para o momento X0, ou presente, enquanto que nos déjà vu, os movimentos autotelepáticos irão para o passado e para o futuro, do momento X2 para o momento X0 relativamente ao momento X1, de forma a que quando se passa por X1, sente-se que já aconteceu. Em termos de arquétipos, esta autotelepatia também poderá explicar porque é que os arquétipos, por exemplo, de Herói ou de Mãe, sejam mais fortes nuns indivíduos do que em outros. Considerando-se, como Jung, os arquétipos enquanto propensões psíquicas, tendências probabilísticas, os movimentos autotelepáticos funcionarão como actualizadores das tendências, em que uma determinada propensão é mais privilegiada do que outra. Da mesma maneira, mas mais ao nível de uma memória média, se pode caracterizar o inconsciente pessoal. Temos, então, a transmissão autotelepática intergeracional e intraindividual do inconsciente colectivo e a transmissão autotelepática intraindividual do inconsciente pessoal. Dir-se-à ainda que as descrições autotelpáticas são reminiscentes de quando se fala de experiências de vidas passadas, que se podem alcançar, por exemplo, através de hipnose regressiva, em que se está a falar do fenómeno da reencarnação.
Distinguir-se-à a autotelepatia da telepatia de ser para ser, ou heterotelepatia.
Tendo em conta as minhas elaborações, quanto à telepatia, terem surgido numa aproximação à realidade última, a nível mental, poder-se-à dizer que na caracterização geral da telepatia, poderemos aproximar a heterotelepatia ao estado holotrópico, tal como considerado por Stanislav Grof, que nos diz que o estado holotrópico é um estado alterado de consciência que se caracteriza por ir na direcção da totalidade. Surgindo esta noção no âmbito da Psicologia Transpessoal, outra noção desta área permitirá caracterizar melhor esta heterotelepatia, que são os campos alargados de consciência. Introduzo, de seguida, a noção da autotelepatia como se caracterizando por campos alargados de inconsciência. Temos, então, a heterotelepatia enquanto relacionada com a consciência e a autotelepatia enquanto relacionada com a inconsciência. Voltando aos psemes, constituindo-se eles enquanto complexos inconscientes, os mesmos transmitem-se interindividualmente, quer pela sua apreensão inconsciente como também, por exemplo, por comportamentos e verbalizações. No contexto, os psemes fundeiam o inconsciente, particularmente o inconsciente colectivo e o inconsciente pessoal, e influenciam o consciente, particularmente pela consciencialização dos fenómenos inconscientes, e lapsos inconscientes, que irá permitir, por exemplo, os campos alargados de consciência, onde se incluirá a heterotelepatia. Temos, pelo descrito, os psemes com características quer heterotelepáticas quer autotelepáticas.
Quanto aos fundamentos perinatais e transpessoais relacionando-se com os psemes, é crucial notar a associação de similitude que Stanislav Grof, um dos fundadores da Psicologia Transpessoal, faz, entre os seus COEX, ou sistemas de experiência condensada, e as ideias de Jung quanto aos complexos psicológicos. Para Grof, os sistemas COEX são encarados como princípios organizadores gerais da psique humana. Os COEX estão associados, para além dos dados biográficos pós-natais, a experiências peri-natais ( trauma do nascimento ) e transpessoais, particularmente, memórias colectivas do inconsciente colectivo, ao nível filogenético. Para Grof, o domínio perinatal da psique humana representa uma entrada importante para o inconsciente colectivo no sentido Junguiano. É que a identificação com a criança que enfrenta a provação de passagem pelo canal de parto parece dar acesso a experiências que envolvem pessoas de outras épocas e culturas. Para mais, este autor refere as interligações íntimas entre acontecimentos da nossa história biológica e os arquétipos Junguianos. Já as experiências transpessoais relacionam-se com experiências de vidas passadas, arquétipos Junguianos, identificação consciente com vários animais e outros e, mais em geral, com memórias ancestrais, raciais, colectivas e filogenéticas, experiências cármicas e com a dinâmica arquetípica. Denote-se, então, que os sistemas perinatais e transpessoais de Stanislav Grof relacionam-se com os psemes e, coerentemente, fundamentam a ideia de transmissão dos psemes de geração em geração, ao longo das gerações, como também quanto ao facto de os psemes constituirem-se enquanto objecto de evolução psicológica humana.
Agora, indo de encontro aos “ psychons “ do pensamento, temos J. B. Rhine [ ( Hemmert & Roudene, Correia, M. ( Coord. ), ? ], que começa por submeter os trabalhos sobre a Percepção Extra-Sensorial a critérios quantitativos. Procura um método de investigação muito rigoroso, escolhendo as cartas Zener e o método Fischer. Os resultados são positivos: a transmissão do pensamento ultrapassa as coincidências possíveis. Entre os cientistas que continuaram a obra de Rhine está o inglês W. Carington, cujas experiências deixaram supor que existe nos seres humanos um fundo comum de subconsciência, o que equivale ao subconsciente colectivo de Jung. Carington imagina “ psychons “, espécie de partículas psíquicas que atravessam o tempo e o espaço, comparáveis aos iões e protões que nos chegam dos astros.
Podemos, então, comparar os “ psychons “ e os psitrões, quer por se constituirem enquanto partículas psíquicas quer por as mesmas atravessarem espaço e tempo, no fenómeno telepático, em que estando ambas relacionadas com o inconsciente colectivo e com os campos alargados de consciência e de inconsciência, poderemos supor que a autotelepatia estará mais relacionada com o tempo e que a heterotelepatia, ou telepatia de ser para ser, estará mais relacionada com o espaço, em que temos, de alguma maneira, consciência mais associada ao espaço e inconsciência mais associada ao tempo.
Bibliografia
Hemmert, D. & Roudene, A., Correia, M. ( Coord. ) ( ? ). O espírito humano – 1 in Grandes Enigmas Do Homem. Amigos do Livro, Editores, Lda.
Resende, S. ( 2010 ). Psemes: para além dos genes e dos memes em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 27/05/2010
--------------- ( 2010 ). Psemes: Evolução por Selecção Psicológica em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 01/09/2010
--------------- ( 2010 ). Evolução por Selecção Psicológica Lamarckiana em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 29/09/2010
--------------- ( 2010 ). Psitrões enquanto base dos psemes e suas relações com a histeria e a obsessão em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 24/11/2010
--------------- ( 2010 ). Influência da transmissão psemética por género e por tipo de personalidade em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 26/11/2010
--------------- ( 2011 ). A telepatia e suas relações com os psitrões enquanto base dos psemes em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 06/02/2011
--------------- ( 2011 ). Características psitrónicas dos inconscientes colectivo e pessoal: a autotelepatia em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 14/02/2011
--------------- ( 2011 ). Distinção entre heterotelepatia e autotelepatia em www.psicologado.com ( proposto a 03/2011 )
--------------- ( 2012 ). Psemes: fundamentos perinatais e transpessoais em www.psicologado.com ( proposto a 03/2012 )
Nota sobre o proibicionismo das drogas
Neste artigo, fazem-se elaborações sobre as características psicológicas do proibicionismo relativo às drogas, sendo este evocado habitualmente como medida para lidar com a toxicodependência.
Assim, considere-se, antes de mais, o meu artigo Características psicológicas específicas da teleportação psíquica enquanto viagem entre mundos paralelos ( Resende, 2013 ), no qual se denota a importância da castração fálica, particularmente no histérico, para a elicitação da teleportação psíquica. Nesse artigo, avanço que há uma característica importante nos traços de carácter pulsionais libidinais fálicos, que é a competição entre os sexos, no seguimento da competição uretral, com o falo ( ainda não o pénis ) destinado a ser mostrado e admirado, em que nessa competição, relacionada com o catar sexual feminino, ou o sentimento da mulher de estar a sugar sexualmente outra mulher, nos comportamentos sociais sexualizados típicos entre mulheres, surgirá, dizia, o receio de castração fálica, em que a eventual menstruação na outra mulher fará lembrar o sinal depressivo de perda do pénis já efectuada, tal como é fantasiada. Na competição referida, o catar sexual feminino, entre mulheres, competirá pela outra mulher, assim como o homem competirá. O receio de castração fálica, referido, conduz a uma grande “ falização “ de todo o corpo por inteiro, pela sobrecompensação narcísica. Isso é importante para a caracterização da sobrecompensação narcísica, referente à reintegração psíquica, como uma fase da teleportação psíquica, em que temos uma fase de desintegração psíquica narcísica, relacionada com a subcompensação narcísica da inveja do clitóris, com tentativa de diminuição narcísica, e a fase da reintegração psíquica, com sobrecompensação narcísica. Ora, pelo dito, temos, assim, que quanto maior o índice de castração fálica, maior o índice de teleportação.
A título de exemplo, verifica-se, se bem atentarmos, a utilização destas ideias em publicidade, particularmente em televisão, ou como nos estádios de futebol, e de outros desportos, e jogos televisionados, em que surgem os slogans e símbolos do produto como que menos acessíveis visualmente, restringidos visualmente, promovendo-se, então, a tal teleportação psíquica e a maior adesão das pessoas ao produto.
É de referir a este propósito o artigo Psicologia de massas do fascismo: uma actualização ( Resende, 2012 ), no qual se conclui que quanto mais censurada, restringida, a ideologia fascista, neste caso, maior influência ela terá a nível inconsciente, e mais as pessoas funcionarão de acordo com aquilo que foi censurado. Refere-se, nesse artigo, que Wilhelm Reich, em seu Psicologia de massas do fascismo, fala-nos de que a psicologia de massas do fascismo é caracterizada pela impotência orgástica das massas, em que as frustrações orgásticas alimentam o fascismo na psique colectiva. Esta alimentação deriva para as camadas mais profundas da psique do indivíduo das massas. Numa análise mais contemporânea, teremos que a repressão societal dos ideais fascistas leve a que o material fascista recalcado fique mais ao nível do inconsciente e do subconsciente, e não será tão agido, portanto. Isso leva a que mais tarde, os indivíduos passem a funcionar a estes níveis mais recônditos da psique e, em termos de psicologia de massas, leve a que o indivíduo seja mais controlado inconscientemente pelas ideias e ideais fascistas, e mesmo nazis. Ou seja, com a repressão societal destas ideias e ideais, numa primeira fase, levará a que, numa fase ulterior, as mesmas sejam propagadas pela psique colectiva, pelas massas, portanto. Ou seja, aumento repressor dos ideais fascistas e nazis leva a que haja um aumento inconsciente desses mesmos ideais. Posteriormente os indivíduos das massas serão controlados inconscientemente por esses ideais. Exemplarmente, esse fenómeno estará na base do desejo do fruto proibido, em que, por exemplo, esse desejo estará implícito na designação atribuída a Nova Iorque de Big Apple, ou a Grande Maçã. Esta designação remete-nos para o pecado original da religião cristã e para o facto de o mesmo ser reprimido nas sociedades cristãs, particularmente capitalistas. Teremos, então, contextualizadamente, uma evangelização a nível inconsciente das massas, e uma atração pelo regime ideológico capitalista, de que os Estados Unidos serão o grande bastião. Assim, esta evengelização será uma das bases da hegemonia dos Estados Unidos, a nível cultural e ideológico, um pouco por todo o mundo. Dir-se-à, ainda, que o apoio incondicional dos Estados Unidos a Israel, às suas governações sionistas, considerando o ódio dos nazis aos judeus e os acontecimentos da segunda guerra mundial, com os Estados Unidos enquanto grande superpotência mundial e com a influência extrema judaica, ou sionista, nos Estados Unidos, no quadro do capitalismo global, parecendo libertário, pela associação à derrota do nazismo na segunda guerra mundial, é opressor e fascista. Será a grande base da opressão e disseminação fascista na geopolítica contemporânea pelo reprimir em grande escala dos ideais fascistas, na associação com Israel. Em grande escala, devido à hegemonia dos Estados Unidos. Em termos exemplificativos da disseminação fascista, temos o sistema fascista sionista actual, com sistema de apartheid em relação aos palestinianos e com ocupação imperialista do território palestiniano. Temos ainda o exemplo da tendência cada vez mais fascista existente nos Estados Unidos, com a aprovação de leis como a Patriot Act, permitindo a vigilância e detenção por tempo indeterminado de qualquer cidadão estado-unidense, e da SOPA, ou Stop On-Line Piracy Act, que aponta para a limitação das liberdades de expressão na Internet. Ainda em relação aos Estados Unidos, temos o extremo draconiano de vigilância nos aeoroportos e a caracterização militarista e imperialista das intervenções dos Estados Unidos um pouco por todo o mundo. Temos, ainda, o recrudescimento do neo-nazismo na Europa, em países como a Alemanha ou, por exemplo, em países do leste europeu, considerando importantemente a relação próxima destes países europeus com os Estados Unidos e de estes liderarem ideologicamente os europeus. Finalizando o resumo deste artigo, ter-se-à, então, que para diminuir a disseminação e influência fascista e nazi na geopolítica contemporânea, deverá acontecer que os Estados Unidos deixem de apoiar incondicionalmente Israel, a nível militar, financeiro, político, geoestrategicamente, etc..
Transpondo as ideias acima descritas para a droga, ao nível do proibicionismo, temos o exemplo da Lei Seca ( considerando o álcool como uma droga ), dos anos 20 do século XX, nos Estados Unidos, altura em relação à qual se denotou que o proibicionismo não terá resultado, havendo mesmo algumas indicações de aumento de consumo.
Assim, estimando o consumo do álcool durante a Lei Seca, usando estatísticas como mortalidade, saúde mental e crime, Miron & Zwiebel ( 1991 ) verificaram que o consumo caíu abruptamente no princípio da Lei Seca, mas que no decurso dos anos seguintes o consumo de álcool também aumentou abruptamente, verificando também que na década subsequente o consumo aumentou para um nível pré-Lei Seca, destacando eu aqui que o álcool estava menos disponível oficialmente, dificultando o acesso ao mesmo, mantendo-se apesar disto o nível de consumo.
Noutro artigo, Alcohol Prohibition Was a Failure ( Thornton, 1991 ), Mark Thornton avança que com a Lei Seca, muitos consumidores de álcool mudaram para ópio, marijuana, medicamentos, cocaína e outras drogas, o que, tendo em conta a maior dificuldade efectiva de acesso ao álcool, ajudaria a explicar aquela diminuição no consumo de álcool ocorrida, e já anteriormente indicada. Para mais, Thornton, referindo-se à descida verificada, indica que economicamente isso não será surpresa, já que fazendo um produto de mais difícil acesso, aumenta o seu preço e a quantidade consumida será menor, embora isto não indicará, segundo creio, que a pessoa terá menos desejo de consumir. Outras indicações de Thornton são de que o consumo anual no álcool tinha vindo a decrescer estavelmente antes da Lei Seca e de que o consumo anual no álcool durante a Lei Seca era maior do que tinha sido antes dessa Lei. Importantemente, Thornton refere-se a que a diminuição na quantidade consumida precisa de quatro qualificações que minarão a pretensão proibicionista de um consumo reduzido. Primeiro, a diminuição não foi significativa. Segundo, o consumo de álcool efectivamente aumentou estavelmente após uma queda inicial, avançando que o consumo provavelmente ultrapassaria os níveis pré-Lei Seca se a Lei não tivesse acabado. Em terceiro lugar, os recursos dedicados ao cumprimento da Lei Seca aumentaram juntamente com o consumo, ou seja, esforço de cumprimento mais acentuado não preveniu o consumo. A quarta qualificação indica que aquela diminuição verificada na quantidade de álcool consumida não terá feito da Lei Seca um sucesso, já que para além da quantidade consumida é preciso ter em consideração as consequências sociais globais da Lei Seca, que com esta tiveram características penetrantes e perversas.
Temos, então, que o proibicionismo relativamente às drogas remeterá para um maior desejo de acesso e consumo das drogas, realçando-se, e tendo em conta, os constrangimentos de acesso verificados durante a Lei Seca, já mencionados, tendo nós, também, o exemplo da despenalização das drogas em Portugal, em que se terá notado uma diminuição do consumo, estando esta diminuição associada, portanto, ao fim do proibicionismo total.
Quanto aos resultados da política de descriminalização das drogas em Portugal, Martins ( 2013 ) faz referência à revista Dependências – Só para Profissionais, de 2009, do Instituto da Droga e da Toxicodependência ( IDT ) de Portugal, na qual o constitucionalista liberal estado-unidense Gleen Greenwald indica o sucesso que Portugal vem obtendo em relação aos demais países da União Europeia, no que diz respeito à descriminalização das drogas e quanto à política de dissuasão, após a entrada em vigor da despenalização em 2001. Greenwald, analisando os dados estatísticos de Portugal, destaca que o consumo de drogas entre a população mais jovem diminuiu, da mesma forma que a mortalidade decaíu de 400 para 290, entre 1999 e 2006. Este mesmo autor registou ainda que o temor de um possível consumo generalizado de drogas em Portugal, com a lei da descriminalização, não se efectivou e que, no que se refere às taxas de uso, pós-descriminalização, Portugal tem as mais baixas da União Europeia, quando comparadas com outros países onde figura a criminalização da droga.
Desta maneira, dever-se-à caminhar do proibicionismo para a despenalização das drogas, e mesmo para a liberalização.
Em consequência, e pelo já dito no artigo, e também em relação às bebidas alcoólicas, dever-se-à pensar em medidas anti-proibicionistas, como diminuir o preço dos produtos, subsidiando a produção, por exemplo, facilitando o acesso aos mesmos, considerando que o elevado preço tem consequências proibicionistas, prevendo-se, então, a diminuição do consumo, tendo em conta que o proibicionismo aumentará o desejo de consumo.
Bibliografia
Martins, V. L. ( 2013 ). A política de descriminalização de drogas em Portugal ( The drug decriminalization policy in Portugal ) in Serviço Social & Sociedade ( online ), no. 114, pp. 332-346, São Paulo, Apr/June 2013 in http: // dx.doi.org/po1590/SO101-66282013000200007, consultado em www.scielo.br/scielo.php?pid=SO101-66282013000200007&script=sci_arttext em 27/02/2014
Miron, J. A. & Zwiebel, J. ( 1991 ). Alcohol Consumption During Prohibition in The American Economic Review, Vol. 81, Nº 2, pp. 242- 247, ( May, 1991 ). Consultado em NBER ( the National Bureau of Economic Research ) Working Paper No. 3675 ( Also Reprint No. 1563 ) Issued in July 1991 em www.nber.org/papers/w3675, em 27/02/2014
Resende, S. ( 2012 ). Psicologia de massas do fascismo: uma actualização em www.psicologado.com ( proposto a 01/2012 )
--------------- ( 2013 ). Características psicológicas específicas da teleportação psíquica enquanto viagem entre mundos paralelos em www.psicologado.com ( proposto a 08/2013 )
Thornton, M. ( 1991 ). Alcohol Prohibition Was a Failure in Cato Policy Analysis No. 157, July 17 1991 em www.cato.org/pubs/pas/pa-157.html, consultado em 27/02/2014
Terceiro complemento a O sobrecompensatório na mulher
Sendo este artigo baseado em O sobrecompensatório na mulher ( Resende, 2012 ), destaca-se, nesse artigo, a importância da influência da inveja do pénis, e suas sobrecompensações fálicas respectivas, que caracterizam a mulher em geral, no comportamento habitual da mesma.
Ora, para além dos exemplos referidos nesse artigo, e nos seus posteriores complementos, Pequeno complemento a O sobrecompensatório na mulher ( Resende, 2013 ) e Segundo complemento a O sobrecompensatório na mulher ( Resende, 2014 ), realça-se agora a utilização sobrecompensatória da saia, no sentido de a mesma ser volumosa, tendo nós o exemplo paradigmático do vestido de casamento. Considere-se que neste vestido ocorre amiúde a preferência por saias volumosas, em que temos, por exemplo, os folhos a representarem os lábios vaginais, o que apoia a noção da saia volumosa enquanto sobrecompensação fálica. Tendo nós presente que, historicamente, o casamento da mulher é suposto ser o dia dela, no sentido de destacar-se, em particular, em relação a outras mulheres, temos que esse dia, em que há a suposta união para toda a vida, representa algo muito próprio dessa mesma mulher, em que se destaca a indumentária relacionada com a inveja do pénis, e suas sobrecompensações fálicas. Também historicamente, estas características são um contraponto a comportamentos do homem, que se relacionarão, de algum modo, com estas mesmas sobrecompensações fálicas, como o expansionismo imperialista. Em A inveja do pénis e a inveja do clitóris e suas implicações políticas ( Resende, 2010 ), refiro-me efectivamente à relação entre inveja do pénis e expansionismo militarista imperialista, em que dir-se-à que na saia volumosa da mulher, típica da mesma, como, por exemplo, nos séculos XVII, XVIII, etc., temos um símbolo representativo das tendências expansionistas de uma sociedade, relacionadas com sobrecompensações fálicas derivadas da inveja do pénis, relacionando-se isto com, por exemplo, as tendências colonialistas historicamente associadas a várias nações europeias, em que a saia surge como uma sobrecompensação em relação às pernas da mulher, em que está implícita uma diminuição narcísica, um sentimento de inferioridade narcísica, já que o expansionismo terá sido feito por homens. É como se a saia fosse uma extensão do corpo enquanto falo, mesmo uma extensão das pernas enquanto falos, tendo nós, pois, esta extensão relacionada com os aspectos expansionistas.
Tendo nós também ao nível fálico, o exibicionismo, mas principalmente a ambição, é de notar importantemente que historicamente ocorreu uma associação evolutiva entre emancipação da mulher, particularmente a nível laboral, e a passagem do vestir típico da saia volumosa para menor volume da mesma, e para a utilização habitual de calças.
Ora, considerando a habitual tendência dominadora dos homens nas sociedades, particularmente ocidentais, teremos a noção que aquele evoluir da indumentária da mulher, terá tido, para ocorrer, uma aprovação importante por parte dos homens, em que podemos dar o exemplo da canção cantada por Shania Twain, em que ela diz, dirigindo-se às mulheres, “ Man shortened your skirts “, com referência particular para as mini-saias.
Estas considerações terão implicações ao nível do mundo laboral, relacionadas com a integração e ascensão a lugares de chefia por parte das mulheres, em que dir-se-à que ao nível da indumentária, pelo já dito, a mulher para melhor se integrar e ascender, deverá utilizar saias, particularmente volumosas, já que a utilização de calças relaciona-se historicamente, e precisamente, com maior integração laboral, ao nível emancipatório. Ou seja, as calças implicam maior caminho já percorrido, e isso, de alguma forma, diminui a ambição e a necessidade de exibicionismo, no sentido de apresentar resultados. Isto considerando, de alguma maneira, que a mulher age o que veste.
Bibliografia
Resende, S. ( 2010 ). A inveja do pénis e a inveja do clitóris e suas implicações políticas em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 15/10/2010
--------------- ( 2012 ). O sobrecompensatório na mulher em www.psicologado.com ( proposto a 12/2012 )
--------------- ( 2013 ). Pequeno complemento a O sobrecompensatório na mulher em www.psicologado.com ( proposto a 10/2013 )
--------------- ( 2014 ). Segundo complemento a O sobrecompensatório na mulher em www.psicologado.com ( proposto a 01/2014 )
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