Quinta-feira, 24 de Abril de 2014

Necrofilia televisiva: sua importância na mulher

Necrofilia televisiva: sua importância na mulher

 

Propõe-se o conceito de necrofilia televisiva, associada ao catar sexual feminino, de mulheres em relação a outras mulheres, na televisão, com psicocinese sexual, em que a eventual situação de as mulheres televisionadas estarem já mortas, ou com o catar imaginado de outras mulheres num futuro, às presentes televisionadas, nesse futuro já mortas, entre outros aspectos, dá um contorno necrofílico a essas mulheres, enquadrando-se também isso nos hábitos televisivos das mesmas.

 

Para começar, considerem-se dois artigos meus, a saber, Masturbação feminina no dia-a-dia: suas implicações psicológicas e comportamentais ( Resende, 2008 ) e Orgasmo feminino enquanto “ pequena morte “ ( la petite mort ) ( Resende, 2012 ). O primeiro deles refere-se ao hábito diário do comportamento masturbatório feminino, e às suas implicações comportamentais e psicológicas, com o hábito da fêmea humana de se excitar e de se masturbar em qualquer local que se encontre, através da sua musculatura vaginal e pélvica, até atingir o clímax, num movimento paroxístico. Indica-se que já Freud, nos Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade, nos falava da satisfação sexual sentida pela rapariguinha contraindo os brações entre as pernas, como contraforça, realçando-se a prevalência deste tipo de comportamento. Mais se refere, que na observação quotidiana, associadas a estes comportamentos masturbatórios estão as eventuais ocorrências de um “ engolir em seco “, aquando do clímax e, muito importante, as ocorrências de comportamentos sonolentos, como o bocejar, aquando do clímax, em que a mulher ou a rapariga começam a ficar com sono, sendo de realçar a proximidade entre o clímax e os comportamentos sonolentos. Ainda Freud, no mesmo livro, assim, se refere, nos fala da satisfação sexual associada ao sono, como sendo uma regressão, em que a mulher regressa como que a um estado intra-uterino, em completa dependência de outrem. Destaca-se, nestes comportamentos, que por mais satisfação sexual que se obtenha, a capacidade multi-orgásmica, os comportamentos de “ engolir em seco “ e do comportamento sonolento não diminuem, indicando que a plena satisfação sexual não é obtida, persistindo os comportamentos masturbatórios. Isto leva a crer que diminui a capacidade de procura efectiva de satisfação sexual, na relação, importantemente, o que nos leva à noção, mais ou menos presente, pelo menos na cultura ocidental, de menor iniciativa sexual da mulher, em termos de comportamentos efectivos de procura de satisfação sexual. Ora, quanto a esta menor iniciativa, e quanto à dependência, referida anteriormente, é de notar que Jung, em The Archetypes and the Collective Unconscious, indica que a mulher que não se identifica com o Eros materno perde a capacidade de iniciativa. É como se a mulher, nesse comportamento sexual típico de masturbação se identificasse mais com o Tanatos materno. Já no segundo dos meus artigos referidos, acrescenta-se que considerando que a resolução é a fase de resposta sexual humana que se segue ao orgasmo, teríamos aqui que a irresolução crónica na mulher estará associada à morte, sendo neste contexto que se enquadra a famosa expressão francesa do orgasmo feminino enquanto “ la petite mort “, a pequena morte.

 

Tendo nós, então, a sexualidade feminina associada ao instinto de morte, consideremos agora o meu artigo Catar sexual feminino enquanto fobia social                ( Resende, 2012 ), catar esse enquanto sentimento de estar a sugar sexualmente outra mulher, nos relacionamentos sociais tipicamente sexualizados entre mulheres, que também se caracteriza pelo sentimento de estar a sugar sexualmente o sangue de outra mulher, na eventual menstruação desta, que faz lembrar à mulher o sinal depressivo de perda já efectuada do pénis, que é confirmada em fantasia pela menstruação, com sentimento de perda do amor do objecto, já que fantasia que foi o objecto na relação precoce que lhe amputou o pénis, com raiva narcísica associada, pela agressividade imaginada na amputação. Será esta situação que desencadeará a fobia social, em que considerando a histeria tipicamente feminina, temos esta fobia social relacionada com a superficialidade típica dos relacionamentos histéricos, com uma contrafobia relacionada com a sociabilidade também típica desses relacionamentos.

 

Temos, ainda, a referência de Lacan ( 1996 ) da associação entre catar sexual feminino e instinto de morte.

 

Já em Identidade de percepção e Identidade de pensamento ( Resende, 2014 ) refere-se que o catar sexual feminino do dia-a-dia está associado a uma capacidade psicocinética sexual, com a ocorrência de uma dependência psicocinética sexual, associada às características fisionómicas próprias da mulher, com condicionamento hipnótico.

 

Realça-se, agora, a importância da psicocinese sexual feminina, com condicionamento hipnótico, em meios como televisão, cinema, rádio, CDs, DVDs, em filmes gravados, portanto, em que se destaca o aspecto de programas gravados, relativos ao passado.

 

Com isto dito, destaca-se a hierarquização feminina nestes meios, em que aquelas que surgem nos mesmos terão estatuto hierárquico superior, já que serão menos, em que aquelas que não surgem nesses meios serão muitas mais, em, hipnoticamente, algumas destas tentarão surtir mais efeito psicocinético do que as restantes, em que as reacções das presentes nesses meios controlarão sobremaneira esses efeitos, em que, nesse controlo, manifestarão, eventualmente, que estão a sofrer esses efeitos, não o estando de facto.

 

Voltando aos programas gravados, e ao passado, teremos destacadamente a presença de pessoas já mortas, em particular, e em especial, mulheres, em que teremos uma psicocinese sexual mais associada ao instinto de morte, em que haverão afectações psicológicas numa luta entre a telespectadora que se sentirá mais viva e as mulheres que já estarão mortas, que surgem nesses meios, em que, pelo condicionamento hipnótico, a mulher telespectadora se sentirá a morrer, digamos assim.

 

Dada a psicocinese sexual do dia-a-dia da mulher, teremos que esta psicocinese sexual relativa ao passado, será contrabalançada por essa psicocinese do dia-a-dia, em que este contrabalançamento indicará uma tentativa de contrabalançar o instinto de morte com o instinto de vida da psicocinese sexual do dia-a-dia, em que esta última é sentida assim mais por contraponto à psicocinese relativa ao passado, e à eventual situação da televisionada já ter morrido, embora tenha também identificação com o instinto de morte, como já vimos.

 

Realça-se agora que o directo desses meios estará mais associado com a tentativa contrabalançada do instinto de vida, por estar mais directamente ligado à psicocinese sexual do dia-a-dia, por ser directo, por contraponto aos programas gravados, mais associados ao instinto de morte, em que, resumidamente, no directo, teremos uma vivificação do instinto de morte. Estas ideias têm particular importância no telespectador feminino, em especial na televisão e cinema, diferenciadamente da relação estrita da psicocinese sexual do dia-a-dia, em que pelo já dito, pela sua associação com o instinto de morte, promoverá uma identificação com aquelas televisionadas, mais ligadas ao instinto de morte, como vemos a seguir.

 

Pelas diferenças hierárquicas, já referidas, teremos que as televisionadas representarão mais o instinto de morte, já que mais tarde ou mais cedo as mesmas morrerão, e farão parte daquela psicocinese associada ao instinto de morte, enquanto que as telespectadoras representarão mais o instinto de vida, em que quanto mais afectadas  se sentirão na psicocinese sexual associada ao passado, e ao instinto de morte, mais tentarão vivificar os mesmos, com correlatos de relativo sucesso dos directos.

 

Para finalizar, diríamos que a visualização de televisão, e outros meios, particularmente os directos, por parte da mulher, diminui a identificação com o instinto de morte do catar sexual feminino do dia-a-dia, que é intensificada com a visualização de programas gravados, tendo-se sempre a noção da eventual psicocinese sexual num futuro, por parte de uma mulher, e em particular, de outra, ou outras, relativa à mulher televisionada, que nesse futuro poderá já estar morta, eventualidade e manifestações estas que influenciarão psicologicamente a mulher que assiste a televisão, cinema, etc., ou seja, tendo-se a noção mais ou menos presente, ou eventualmente inconsciente, da omnipresença do instinto de morte nesses meios, particularmente na perspectiva do público feminino.

 

Nesta espécie de necrofilia televisiva, e pelos contrabalançamentos psicocinéticos sexuais referidos, temos que a presença maciça e notória de imagens televisivas de assuntos relacionados com morte e destruição, quer seja em noticiários, telenovelas, reality-shows, publicidade, etc., e especialmente nos noticiários, de imagens de guerra, com mortos, ensanguentados ou não, terramotos, acidentes de viação, assassinatos, assassinos em série, assassinos em massa, etc., promoverão a adesão do telespectador a esses programas, e à televisão em geral, e especialmente pelo público feminino, realçando-se, ainda, o condicionamento hipnótico e a dependência psicocinética sexual feminina, em particular baseados nas características fisionómicas próprias da mulher, destacando-se o odor sexual tipicamente exalado pela mesma.

 

Assim é, pois nesta adesão identificatória há o prevalecer do bom self, por contraponto ao mau self projectado na televisão, num enquadramento borderline, histero-psicótico, com self clivado e com a histeria mais tipicamente feminina, em que no sistema de idealidade o sujeito se auto-idealiza positivamente, com correspondentes ganhos narcísicos, o que continuará a promover a identificação de adesão com as imagens referidas, e com a televisão em geral, em que ocorre uma constância da necrofilia televisiva, à qual também estão associados aspectos relativos ao instinto de morte como o ódio e a destruição.

 

 

Bibliografia

 

Lacan, J. ( 1996 ). Escritos. Editora Perspectiva

 

Resende, S. ( 2008 ). Masturbação feminina no dia-a-dia: suas implicações psicológicas e comportamentais em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 12/11/2008

 

--------------- ( 2012 ). Orgasmo feminino enquanto “ pequena morte “ ( la petite mort ) em www.psicologado.com ( proposto a 05/2012 )

 

--------------- ( 2012 ). Catar sexual feminino enquanto fobia social em www.psicologado.com ( proposto a 06/2012 )

 

--------------- ( 2014 ). Identidade de percepção e Identidade de pensamento em www.psicologado.com ( proposto a 04/2014 )

publicado por sergioresende às 14:46
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Domingo, 20 de Abril de 2014

O sonho e as identidades de percepção e de pensamento

O sonho e as identidades de percepção e de pensamento

 

Considera-se, neste artigo, a relação entre sonho e as identidades de percepção e de pensamento, fazendo-se também um enquadramento societal capitalista e comunista.

 

Tenha-se em conta, antes de tudo, a definição de Laplanche & Pontalis ( 1990 ) de identidade de percepção e de identidade de pensamento, com realce para a identidade de percepção como se procurando reencontrar a imagem do objecto resultante da vivência da satisfação e para a identidade de pensamento enquanto identidade dos pensamentos entre si.

 

Assim, aqueles autores, ao caracterizarem identidade de percepção e identidade de pensamento, nos dizem que a primeira surge da tendência do processo primário e que a segunda surge da tendência do processo secundário, em que considera-se que o processo primário visa reencontrar uma percepção idêntica à imagem do objecto resultante da vivência da satisfação e que no processo secundário a identidade procurada é a dos pensamentos entre si. Em termos económicos, o processo primário caracteriza-se pela descarga imediata e o processo secundário pela inibição, adiamento da satisfação e desvio, mas ao nível da identidade de percepção temos equivalências estabelecidas entre representações, em que procurando a vivência da satisfação, liga uma descarga eminentemente satisfatória à representação de um objecto electivo. Assim, o indivíduo vai daí em diante repetir a percepção que está ligada à satisfação da necessidade. Considera-se, para mais, que a identidade de pensamento constitui uma modificação da identidade de percepção, não se deixando regular exclusivamente  pelo princípio do prazer, em que fazendo a ligação entre representações não se deixa iludir pela intensidade delas, sem tanta necessidade de satisfação imediata. Temos, então, que esta modificação constituirá a emanação daquilo a que a lógica chama princípio de identidade.

 

Aqueles autores indicam, ainda, que Freud considerou que o sonho está mais relacionado com a identidade de percepção e esta, portanto, com o inconsciente. Será no sentido do sonho ser a realização de um desejo inconsciente ( Freud, 1988 ), em que nessa realização haverá como que o conseguir reencontrar a imagem do objecto resultante da vivência da satisfação. Contrapõe-se que se há a tendência para realizar um desejo inconsciente é porque o mesmo não foi realizado na vida do indivíduo, e será nesse sentido em que a vivência da satisfação não existiu que não haverá, portanto, essa procura.

 

Continuando, propõe-se que o conteúdo manifesto, com sua mis-en-scéne, com os seus adereços, com representações imagéticas do dia-a-dia do indivíduo, estará mais relacionado com o aspecto perceptivo mais enquadrado na identidade de percepção, enquanto que o conteúdo latente, revelado pela interpretação do sonho, com seu trabalho e pensamento do sonho, com seus mecanismos como a condensação, em que há condensação de afecto relativo a outras representações, e a sobrerepresentatividade, com a figurabilidade ( Freud, 1988 ), em que Lacan ( 1996 ) também realça a importância da sobrerepresentatividade no sonho para Freud, indicam-nos maior relação com a identidade de pensamento, com a identidade das representações, dos pensamentos entre si, já que os vários aspectos latentes se relacionam e se identificam uns com os outros.

 

Para além disso, realçando-se o aspecto imagético, perceptivo, do conteúdo manifesto, relacionaríamos mais esse conteúdo com o histerismo, destacando-se em Identidade de percepção e Identidade de pensamento ( Resende, 2014 ) a relação da identidade de percepção com o capitalismo enquanto sistema histérico. Assim é, ao nível societal capitalista, temos acentuação da Máscara, esta enquanto arquétipo de adaptação externa, sobrecompensatoriamente, com enfoque excessivo do aspecto externo, com características histéricas de sedução, de tentar agradar, particularmente através da imagem do próprio perante os outros, com maior caracterização ao nível da identidade de percepção, com o exemplo cultural de filmes e reality-shows estado-unidenses, com capitalismo acentuado, a indicarem que tudo é percepção, o que interessa é a imagem transmitida aos outros. Para mais, temos, no capitalismo, a importância da satisfação, gratificação, imediata, muito ao nível do processo primário e do princípio do prazer. Para mais, e pela minúcia e pelo detalhe na interpretação do conteúdo latente do sonho, como se vê em particular em A interpretação dos sonhos, de Freud ( 1988 ), e por mecanismos como a sobrerepresentatividade, com a identidade dos pensamentos do sonho entre si, com o realce, já referido, que Lacan      ( 1996 ) nos indica acerca da importância da sobrerepresentatividade no sonho para Freud, mecanismo sobejamente obsessivo, ligaríamos, pois, o conteúdo latente à obsessão, também se destacando em Identidade de percepção e Identidade de pensamento ( Resende, 2014 ) a relação da identidade do pensamento e o comunismo  enquanto sistema obsessivo. No comunismo, por contraponto ao capitalismo, temos acentuação da Sombra, com eventual enfoque sobrecompensatório excessivo do aspecto interno, mais obsessivo, não importando tanto a imagem transmitida aos outros, com a caracterização ao nível da identidade de pensamento, com o exemplo específico do epíteto atribuído aos Partidos Comunistas, particularmente pela sua coerência ideológica, de partido de pensamento único, em que temos, pois,  a identidade dos pensamentos entre si, podendo isso ser generalizado aos restantes indivíduos comunistas, reconhecidamente politizados, e como se faz a análise política de, em geral, o eleitorado comunista ser relativamente fixo.

 

Assim, pela importância do significado do conteúdo latente, teríamos, em última instância, o sonho mais relacionado com a identidade de pensamento, com o inconsciente, pois, mais relacionado com a obsessão, considerando nós a famosa asserção de Freud de que o sonho é a “ estrada real “ para o inconsciente, em que teríamos a estrada real mais associada ao conteúdo manifesto e em que a interpretação do sonho e seu significado latente estariam mais ligados ao inconsciente, com o conteúdo manifesto mais associado ao histerismo e o conteúdo latente à obsessão. Destaca-se, relacionadamente, a consideração comum de quando uma pessoa tem um sonho, a nível relacional, profissional, etc., e quer realizá-lo, em que temos o sonho como uma fixação, lá está, como uma obsessão. Este sonho de vida estaria, então, associado a aspectos mais latentes do inconsciente do indivíduo, que reflectiria então diferenças a este nível entre as pessoas, e seus sonhos, como no exemplo, dado mais à frente, das diferenças entre o Sonho Americano e o Sonho Russo.

 

Continuando, teremos a noção de psicologicamente a identidade de pensamento ser mais evoluída do que a identidade de percepção, com os correspondentes processo secundário e princípio da realidade a serem mais evoluídos do que o processo primário e princípio do prazer, como se vê no artigo das identidades referido, em que na identidade de pensamento já não se funcionará tão egocentricamente, tão ao nível do auto-narcisismo, em omnipotência da relação precoce, portanto anterior em evolução, não apelando tanto à necessidade de satisfação, gratificação, imediata. Laplanche & Pontalis ( 1990 ) nos dizem que a oposição entre processo primário e processo secundário é correlativo da oposição entre princípio do prazer e princípio da realidade, em que este último, ao contrário do primeiro, tem em conta as condições impostas pelo mundo exterior. Temos também, como já visto, a associação da identidade de pensamento com o princípio da identidade.

 

Realça-se o descrito mais à frente, de Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. ) ( 2004 ), com a indicação acerca de D. Anzieu considerar na patologia histérica, no contexto do ego-pele e dos envelopes psíquicos, haver dificuldades ao nível da constituição do escudo para-excitações, o que causará uma maior dependência de estímulos externos, o que se adequa com as características mais perceptivas do histérico capitalista. Essa maior dependência de estímulos externos do histérico capitalista, considerando as sociedades histéricas capitalistas matriarcais, no âmbito do capitalismo global contemporâneo, faz, em termos evolutivos, aproximar mais o histérico do que o obsessivo, este mais ligado ao comunismo, da referência acentuadíssima de outros animais relativamente à dependência em relação aos sentidos e aos estímulos externos. Isto, em conjunto com a violência social e humana da exploração capitalista, fará melhor enquadrar a famosa expressão do Capitalismo Selvagem. Temos, também neste sentido, a identidade de percepção menos evoluída do que a identidade de pensamento, com o comunismo psicologicamente mais evoluído do que o capitalismo e outros sistemas mais reaccionários, reactivos excessivamente aos estímulos externos, com dependência deles, como o fascismo, extremos do capitalismo, ou o socialismo reacionário, com políticas de direita, que, como o Manifesto Comunista        ( Marx & Engels, 1998 ) nos diz, promove a permanência dos habituais políticos e dirigentes de linha conservadora e de tendência burguesa. Em particular, no expansionismo espacial militarista fascista, teremos um enquadramento das características já apresentadas, com um acting out, com a passagem ao acto mais imediata, menos mentalizado, com relação mais directa entre estímulos externos e reacção comportamental, resposta comportamental.

 

Pelo dito, poderíamos aqui enquadrar o chamado Sonho Americano, que pelas características aduzidas, se caracterizará, então, mais por aspectos manifestos, mais externos, mais histéricos, apelando muito à identidade de percepção e ao reencontrar da imagem do objecto de satisfações anteriores, regulando-se muito pelo princípio do prazer e deixando-se então controlar pelas intensidades das representações, em que se destaca a importância excessiva atribuída a celebridades e à visualização das mesmas, e ao tentar ser bem sucedido como eles, a importância da gratificação imediata, o “ aqui e agora “ histérico, e o aspecto relativamente ilusório de ser bem sucedido, em que por cada caso de sucesso, muito divulgado imageticamente, há números significativos de indivíduos que são considerados falhados, não bem sucedidos, podendo nós dar o exemplo de números significativos de licenciados trabalharem em empregos básicos, não considerados de sucesso. Pelo descrito, será, então, um Sonho menos evoluído.

 

Podemos também enquadrar aqui um Sonho de uma sociedade mais progressista, embora ainda capitalista, como da sociedade russa, em que se poderá dizer que o Sonho Russo foi tema da Cerimónia de Abertura dos recentes Jogos Olímpicos de Inverno, realizados em Sochi, Rússia. Aspecto crucial, referente a uma menina a sonhar, foi o de haver a envolvência do alfabeto russo, com ligações das letras a feitos russos e à história russa. Neste aspecto, num âmbito mais obsessivo, no sentido linguístico, é de realçar a ligação da linguagem ao inconsciente, em que, como dissemos anteriormente, haverá uma maior ligação do inconsciente à obsessão, no sentido do aspecto latente, em que podemos denotar o destaque que Lacan ( 1996 ) faz quanto à linguagem enquanto base do inconsciente. Há aqui uma maior ligação à identidade de pensamento, pela identidade das representações linguísticas entre si, unidas pelos feitos russos e história russa, no quadro de uma sociedade mais progressista do que a estado-unidense.

 

Assim, pelo apresentado, teríamos que o Sonho Russo será mais evoluído do que o Sonho Americano.

 

Continuando, ainda é de relacionar o sonho com o mecanismo do recalcamento, em que se dirá que o material inconsciente é material recalcado, recalcamento como mecanismo mais predominantemente histérico, denotando-se, sobremaneira, que posteriormente há uma tendência, relacionada com a compulsão à repetição, do material inconsciente se manifestar, particularmente no sonho. Dir-se-á que nesta tendência para manifestação, e por contraponto ao recalcamento mais histérico, anterior, há mecanismos mais obsessivos, em que se nota a obsessão em particular no fenómeno da compulsão à repetição. Denotando ainda a referência que Jacques Lacan, em Escritos ( Lacan, 1996 ), faz, citando Freud, de que o deslocamento é apresentado como o meio mais eficaz de que dispõe o inconsciente a fim de ultrapassar a censura, dir-se-á, no contexto, que o deslocamento envolvido no sonho é predominantemente obsessivo, realçando-se novamente, e do mesmo livro de Lacan, a referência que o autor faz acerca da importância da sobrerepresentatividade no sonho para Freud, fenómeno patentemente obsessivo e, como é de ver, relacionado com o deslocamento, que permitirá, sobremaneira, aquela sobrerepresentatividade. Para sermos mais precisos, a característica de facilidade de deslocamento do afecto entre representações do histérico, com aquilo que foi dito antes, indica-nos que o deslocamento fará a passagem entre uma base histérica para um funcionamento obsessivo, já que no deslocamento e na sobrerepresentatividade o afecto eventualmente para, eventualidade mais para o deslocamento, e mais garantidamente no outro mecanismo, em que, portanto, a base histérica do deslocamento associa-se e baseia-se na utilização de aspectos imagéticos, principalmente do dia-a-dia e do passado, nos aspectos mais manifestos, mais relacionados com a identidade de percepção, do conteúdo manifesto do sonho.

 

Agora, acerca dos sonhos recorrentes, realce-se, particularmente em Freud ( 1988 ), o sonho enquanto realização de um desejo inconsciente, em que nos perguntamos acerca do porquê da recorrência do sonho. Se quisermos manter a regra do sonho enquanto realização de um desejo inconsciente, teremos que o sonho recorrente, ou o motivo ou temática recorrente, denota-nos que o mesmo não está relacionado estritamente com a realização de um desejo inconsciente, no sentido em que não será esse o tema central do sonho recorrente, já que teríamos que antes de se tornar recorrente, o desejo já deveria estar realizado e, por consequência, não se repetir. No mesmo sonho recorrente, dever-se-ão procurar aspectos do sonho aparentemente menos centrais e, numa tendência Junguiana, utilizar a técnica da amplificação, com realce desses aspectos menos centrais, e interpretá-los de acordo com as associações que o indivíduo que teve o sonho faz, relativamente a esses temas menos centrais. Esta maneira de ver o sonho recorrente é semelhante à maneira que Freud ( 1988 ), em seu A interpretação dos sonhos, aborda a angústia no sonho, dizendo que os aspectos que não se associam à angústia, embora aparentemente importantes, não serão o tema central do sonho, não sendo essa a mensagem do inconsciente, em que a mesma mensagem se relacionará com os aspectos angustiantes.

 

Para mais, considerando-se a indicação de Lacan ( 1996 ), de que para Freud o deslocamento é apresentado como o meio mais eficaz de que dispõe o inconsciente a fim de ultrapassar a censura, destaquem-se novamente as noções de identidade de percepção e de identidade de pensamento. Se como Laplanche & Pontalis ( 1990 ) dizem, a identidade de pensamento não se deixa iludir pela intensidade das representações, temos que a censura, no sonho, deixando-se iludir pela intensidade das representações, não tanto do processo primário e do princípio do prazer, ou seja, pela alta intensidade das representações, mas sim pela menor intensidade das representações, em que particularmente pelos mecanismos de deslocamento e de sobrerepresentatividade há o ultrapassar da censura, com a intensidade disfarçada, teremos que a censura está a meio caminho entre a identidade de percepção, já que a satisfação de tendências inconscientes, e a identidade de pensamento, em que há também o considerar das condições da realidade exterior e psíquica. Já que, como já se disse, o conteúdo latente do sonho está mais relacionado com a identidade de pensamento, teríamos que esse conteúdo estaria mais relacionado com um inconsciente, obsessivo, em que esse inconsciente estaria mais associado às representações da realidade, na linha do processo secundário e do princípio da realidade da identidade do pensamento, que nos daria uma ligação à potencialidade criativa do inconsciente, particularmente colectivo, de que Jung ( 1988 ) tanto nos fala, por precisamente o inconsciente estar associado aos fenómenos da realidade, estar associado às relações entre os fenómenos da realidade.

 

Quanto àquele caminho, acima mencionado, da censura, será mais preciso dizer estar a meio caminho entre a identidade de pensamento e a identidade de percepção, num caminho contrário aos processos perceptivos mais conscientes, mais ao nível sensorial. Nesta delineação, teremos que a censura psíquica tem características inversas à censura externa, particularmente externalizada, realçando-se os meios de comunicação de massas, numa sociedade baseada, por exemplo, ao nível perceptivo, como o visual, o auditivo, etc., nos fenómenos de censura subliminar, ao nível das mensagens subliminares, e não tão subliminares, com maior ou menor reforço dos comportamentos, emoções, pensamentos, de reacção, de resposta, a essas mensagens, reforço esse positivo ou negativo. Teremos que quanto mais se acentua a censura externa, particularmente ao nível da intensidade das mensagens, especialmente emocionais, menos se acentua a censura psíquica, interna, precisamente pelo direcionamento contrário entre as mesmas. O agora descrito, e pelo apresentado anteriormente, indicar-nos-ia que quanto mais um indivíduo estiver controlado pela censura externa, menos o indivíduo se caracterizará  pela criatividade, enquanto advinda do inconsciente.

 

Tenha-se ainda em conta que, pelo descrito neste artigo, em que temos conteúdo manifesto, mais imagético e perceptivo, com identidade de percepção mais associada ao capitalismo enquanto sistema histérico, e em que temos conteúdo latente, com mecanismos inconscientes mais obsessivos e com identidade de pensamento mais associada ao comunismo enquanto sistema obsessivo, e com um inconsciente mais obsessivo, se deve perspectivar que aquela censura externa, como descrita, funcionará particularmente bem num sistema mais histérico, como o capitalismo e seu extremo, fascismo, realçando-se neste ponto o indicado por Houzel, Emmanuelli & Moggio          ( Coord. ) ( 2004 ) acerca de D. Anzieu considerar na patologia histérica, no contexto do ego-pele e dos envelopes psíquicos, haver dificuldades ao nível do escudo para-excitações, o que causará uma maior dependência  de estímulos externos, o que se adequa com as características mais perceptivas do histérico capitalista. Ora, a censura num sistema comunista funcionará mais ao nível de um controlo mais directo da censura interna, psíquica, que se caracterizará em particular pelo questionamento, do pôr em dúvida, da identidade dos pensamentos entre si, da sua coerência. Politicamente, desvios ideológicos ao comunismo são especiais alvos de censura.

 

É sintomático que num sistema capitalista, ou o seu extremo, fascismo, os inimigos são considerados como sendo externos, digamos assim, mais ao nível perceptivo, com fenómenos xenofóbicos relativos ao estrangeiro, em que temos o exemplo histórico dos Estados Unidos, em que houve a contínua mudança como inimigo externo do comunismo soviético e do movimento comunista internacional para os assim considerados fundamentalistas islâmicos, no âmbito do “ terrorismo islâmico “, com a consequente “ guerra ao terror “, enquanto que num sistema comunista, os inimigos são considerados como sendo internos, menos perceptivo e mais inconsciente, por assim dizer, com fenómenos como o considerado “ inimigo do povo “, num enquadramento ideológico de afastamento do ideal comunista.

 

Finalizando, foram estas, pois, as elaborações acerca da relação entre o sonho e as identidades de percepção e de pensamento, tendo-se feito também um enquadramento societal capitalista e comunista.

 

 

Bibliografia

 

Freud, S. ( 1988 ). A interpretação dos sonhos. Pensamento – Editores Livreiros, Lda.

 

Houzel, D., Emmanuelli, M. & Moggio, F. ( Coord. ) ( 2004 ). Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Climepsi Editores

 

Jung, C. G. ( 1988 ). A prática da psicoterapia ( tradução portuguesa ) in Obras Completas de C. G. Jung, Vol. XVI. Petrópolis: Editora Vozes

 

Lacan, J. ( 1996 ). Escritos. Editora Perspectiva

 

Laplanche, J. & Pontalis, J. B. ( 1990 ). Vocabulário da Psicanálise. Editorial Presença

 

Marx, K. & Engels, F. ( 1998 ). The Communist Manifesto. Signet Classic ( Publicação original, 1848 )

 

Resende, S. ( 2014 ). Identidade de percepção e Identidade de pensamento in www.psicologado.com ( proposto a 04/2014 )

publicado por sergioresende às 12:54
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Terça-feira, 15 de Abril de 2014

Fobia temporal ( cronofobia ) no homem e na mulher

Fobia temporal ( cronofobia ) no homem e na mulher

 

Se temos fobias ao nível espacial, como a agorafobia e a claustrofobia, e em que temos na neurose fóbica o isolamento geográfico, consideremos, desta feita, a fobia temporal, as fobias relativamente ao passado e ao futuro, diferenciadamente para homens e mulheres e relativamente ao capitalismo, e seu extremo fascismo, e ao comunismo.

 

Considerem-se, para começar, dois artigos meus, a saber, Masturbação feminina no dia-a-dia: suas implicações psicológicas e comportamentais ( Resende, 2008 ) e Orgasmo feminino enquanto “ pequena morte “ ( la petite mort ) ( Resende, 2012 ). O primeiro deles refere-se ao hábito diário do comportamento masturbatório feminino, e às suas implicações comportamentais e psicológicas, com o hábito da fêmea humana de se excitar e de se masturbar em qualquer local que se encontre, através da sua musculatura vaginal e pélvica, até atingir o clímax, num movimento paroxístico. Indica-se que já Freud ( 1905 ), nos Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, nos falava da satisfação sexual sentida pela rapariguinha contraindo os braços entre as pernas, como contraforça, realçando a prevalência deste tipo de comportamento. Mais se refere, que na observação quotidiana, associados a estes comportamentos masturbatórios, estão as eventuais ocorrências de um “ engolir em seco “, aquando do clímax e, muito importante, as ocorrências de comportamentos sonolentos, como o bocejar, aquando do clímax, em que a mulher ou a rapariga começam a ficar com sono, sendo de realçar a proximidade entre o clímax e os comportamentos sonolentos. Ainda Freud ( 1905 ) nos fala da satisfação sexual associada ao sono, como sendo uma regressão, em que a mulher regressa como que a um estado intra-uterino, em completa dependência de outrem. Destaca-se, nestes comportamentos, que por mais satisfação sexual que se obtenha, a capacidade multi-orgásmica, os comportamentos de “ engolir em seco “ e do comportamento sonolento não diminuem, indicando que a plena satisfação sexual não é obtida, persistindo os comportamentos masturbatórios. Isto leva a crer que diminui a capacidade de procura efectiva de satisfação sexual, na relação, importantemente, o que nos leva à noção, mais ou menos presente, pelo menos na cultura ocidental, de menor iniciativa sexual da mulher, em termos de comportamentos efectivos de procura de satisfação sexual. Ora, quanto a esta menor iniciativa, e quanto à dependência, referida anteriormente, é de notar que Jung             ( 1968 ) indica que a mulher que não se identifica com o Eros materno perde a capacidade de iniciativa. É como se a mulher, nesse comportamento sexual típico de masturbação se identificasse mais com o Tanatos materno. Ainda neste artigo se propõe que preventivamente se deverá facilitar culturalmente, politicamente                 ( políticas de acesso ao crédito à habitação ), educativamente, etc., a tomada de iniciativa sexual por parte da mulher para que esta possa mais facilmente identificar-se com a Vida, com o Amor. Já no segundo dos meus artigos referidos, acrescenta-se que considerando que a resolução é a fase de resposta sexual humana  que se segue ao orgasmo, teríamos aqui que a irresolução crónica na mulher estará associada à morte, sendo neste contexto que se enquadra a famosa expressão francesa do orgasmo feminino enquanto “ la petite mort “, a pequena morte.

 

Considera-se, pois, a associação e a identificação da mulher com o Tanatos, e não tanto com o Eros, no seu comportamento sexual típico, em que temos uma tendência contrafóbica em direcção à morte, em direcção à proximidade da mesma. Esta contrafobia é caracterizada pelo catar sexual feminino enquanto fobia social, como se pode ver em Catar sexual feminino enquanto fobia social ( Resende, 2012 ), que se baseia no sentimento de estar a sugar sexualmente o sangue de outra mulher, na eventual menstruação da mesma, que lhe faz lembrar o sinal depressivo da perda do pénis já efectuada, com sentimento de perda do amor do objecto, já que fantasia que foi o objecto na relação precoce que lhe amputou o pénis. Assim, considerando a histeria mais tipicamente feminina, com comportamentos sexualizados típicos na mesma, a fobia dá conta da superficialidade também típica dos relacionamentos histéricos, enquanto que a contrafobia dá conta da sociabilidade também típica desses mesmos relacionamentos. Deste modo, a contrafobia feminina, que dirá respeito a um sentimento para a morte, contrapõe-se à fobia temporal relativa ao passado, ou passado-fóbica. Ainda, pode associar-se a contrafobia do catar sexual feminino, com relações sociais diremos “ mortíferas “, à relação que Jacques Lacan ( 1996 ), em Escritos, faz, entre catar sexual feminino e instinto de morte.

 

É de notar que no homem fascista, como se pode ver em A guerra militar no homem fascista ( Resende, 2013 ), haverá também um sentimento para a morte, com a raiva narcísica do militarismo expansionista espacial fascista, e uma fobia temporal relativa ao passado, que baseará aquela raiva narcísica. Haverá esta fobia já que haverá uma identificação acentuada do homem fascista com a mãe, que é considerada castrada, em que há o sentimento por parte do homem de que quando nasceu amputou o pénis da mãe, sendo ele pois um filho-falo, cujos vestígios  serão o clitóris da mãe, havendo também um sentimento de culpabilidade por parte desse homem, por fantasiar que a mãe sabe que foi ele que amputou o pénis dela, com sentimentos consequentes de perda do amor do objecto, o que é particularmente depressivo. Ora, a menstruação da mãe, e de outras mulheres, fazem lembrar ao homem fascista toda esta situação, o que causará aquela fobia temporal em relação ao passado, em que o sentimento para a morte e a raiva narcísica relacionada, também relacionada com a violência imaginada da amputação, serão projectadas sobre o inimigo, fomentando investidas expansionistas espaciais falo-sobrecompensatórias, em que haverá a procura do pénis da mãe e para a mãe, que estará simbolizado na bandeira hasteada do inimigo. A fobia temporal relativa ao passado fará recalcar o sentimento de culpabilidade sentido, recalcando-se, pois, os sentimentos associados à menstruação da mulher, em que aquela procura terá este sentimento de culpabilidade inconsciente subjacente, em que quanto mais culpado maior a procura. Dir-se-á ainda que a fobia temporal em relação ao passado do homem fascista será contrabalançado por um sistema contrafóbico em relação ao futuro, que nos levará ao nacionalismo exacerbado do fascismo, e à necessidade patológica de ter sempre a bandeira nacional hasteada, não se fazendo o luto do pénis perdido, que seria simbolizado pela meia-haste, não se dizendo contudo que essa meia-haste não é feita mas sim que a vivência catártica do luto não é feita.

 

Já como se pode ver, por exemplo, em A mulher e a morte ( Resende, 2013 ), há uma tendência geral da mulher mais velha, pós-menopáusica, de pintar os cabelos brancos ou grisalhos, porquanto geralmente o homem não o faz, revelando uma certa fobia relativamente à proximidade da morte, anunciada pelos cabelos brancos, fobia ao futuro. Em Segundo complemento a O sobrecompensatório na mulher ( Resende,  2014 ) é indicado que a mulher mais velha, pós-menopáusica, tende a usar o cabelo curto, diferenciadamente a mulheres mais novas, com cabelos compridos, tipicamente, entendendo-se que isso é devido à perda da menstruação na menopausa, perdendo-se, então, o motivo de sobrecompensar o tamanho da cabeça e do cérebro através do cabelo, relativamente ao homem, por já não se sentir diminuída em relação ao mesmo, diminuição essa baseada na inveja do pénis, manifestada pelo tal engrandecimento sobrecompensatório, que é associada à perda do pénis já efectuada, com a fantasia confirmatória da menstruação como sinal dessa perda. A sobrecompensação, através dos cabelos compridos, também está enquadrada na maior produção histórica por parte dos homens, a nível cultural, científico, artístico, etc., relativamente às mulheres, em particular nas sociedades ocidentais. Temos, pois, a perda do motivo fóbico em relação ao passado, fobia essa como acima mencionada acerca do catar sexual feminino, e uma equiparação sentimental e narcísica em relação ao homem, o que enquadrado com a questão da pintura do cabelo, nos diz que, na mulher, com a idade, há a passagem de uma fobia temporal relativamente ao passado para uma fobia temporal relativamente ao futuro.

 

No homem, tipicamente mais obsessivo, e em que um sistema mais tipicamente obsessivo e patriarcal é o comunismo, dever-se-á referir o efeito no psiquismo humano do movimento de rotação da Terra, ou movimento de revolução. Temos, pois, este efeito de revoluções contínuas, que transmitirá o sentimento de que a revolução é precisa ser feita novamente, havendo nesse sentido, particularmente no homem, tendências inconscientes no revolucionário contribuindo para que surjam contra-revoluções. Será neste sentido, que no homem, mais tipicamente obsessivo, haverá uma fobia relativamente ao futuro, futuro-fóbico, portanto, sentimento que será semelhante na mulher mais velha, como já vimos. Temos um enquadramento em que haverá no homem uma fobia em relação à proximidade da morte, sendo coerente que no sistema obsessivo patriarcal que é o comunismo tenhamos o ateísmo, ou não crença formalizada numa vida depois da morte, o que também contribuirá para uma fobia temporal em relação ao futuro. É de notar que neste sistema comunista mais progressista, e por contraponto ao expansionismo espacial mais capitalista e fascista, haverá uma necessidade de expansionismo temporal, no sentido progressista, em que temos um sistema fóbico de aproximação/evitamento, sistema fóbico esse como Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. ) ( 2004 ) nos indicam e caracterizam. Este sistema de fobia relativamente ao futuro, com aproximação/evitamento, será contrabalançado por um sistema contrafóbico de expansionismo temporal em relação ao passado, onde podemos enquadrar aqui os avanços pioneiros das conquistas da União Soviética comunista a nível espacial, ou espaço-sideral, considerando a noção da Física ou Astrofísica, que da Terra para o cosmos estamos sempre a olhar para o passado, devido à distância temporal que a luz demora a chegar a nós. Coerentemente, contraponho aqui o indicado em Tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas ( Resende, 2010 ) e Exemplo paradigmático relativo às tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas ( Resende,  2011 ), e por contraponto ao comunismo, em que haverão na sociedade capitalista, particularmente a dos Estados Unidos da América, bastião do capitalismo, tendências fóbicas relativamente ao espaço sideral e à conquista do mesmo, com o exemplo do Vai-Vém estado-unidense, tipicamente num sistema fóbico de aproximação/evitamento, que incluirá uma fobia relativamente a uma invasão alienígena, que terá vindo a ser ao longo das décadas reproduzida na cultura de Hollywood.

 

Mas descrevam-se melhor estes artigos. Nos mesmos, baseio-me no apoio incondicional dos Estados Unidos, enquanto bastião do capitalismo, a Israel, e na historicidade da coluna de fogo que guiou as tribos hebraicas pelo deserto, considerando-se que a coluna de fogo moderna nas sociedades capitalistas é a religião, enquanto modo de unir as pessoas, baseada na divinização do dinheiro, em que este é considerado psicologicamente a nível anal, que por sua vez baseia-se na divinização do sistema matriarcal, que está baseado na sexualidade feminina. Indico, para mais, a utilização da sexualidade feminina para controlo do indivíduo e das massas, em que teríamos o deslocamento das culpabilidades associadas ao controlo para o fogo eterno do Inferno, na religião cristã, mantendo-se, deste modo, o controlo individual e societal. Há, então, uma paranoia anal, surgindo como principal medo capitalista a desmistificação das tradições judaico-cristãs e da sexualidade feminina, concluindo-se que o medo capitalista de o “ fogo “ se extinguir significará o medo do frio do espaço ou o medo de uma invasão alienígena. O exemplo paradigmático dado é a utilização do Vai-Vém espacial, utilizado pelos Estados-Unidos, uma sociedade capitalista, com caracterizações fóbicas. De facto, afigura-se o mecanismo relacional, na exploração espacial, de aproximação/evitamento, pelo ir e vir do Vai-Vém, perspectivando-se estratégias defensivas fóbicas de fuga para a frente e de evitamento, estratégias estas como consideradas por Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. ) ( 2004 ). Acrecente-se, aqui, que aquela divinização do sistema matriarcal baseado na sexualidade feminina será, para sermos mais precisos, também uma sacralização da psicossexualidade feminina, com a histeria mais tipicamente feminina, com sobrecompensações fálicas, que nos reportará às sociedades falocêntricas, características do capitalismo global contemporâneo.

 

Continuando, para mais, se na sociedade capitalista há uma fobia temporal relativamente ao passado, reproduzida na fobia de conquista espacial, relação já vista, teremos que para contrabalançar teremos um sistema contrafóbico de fobia temporal relativamente ao futuro, na Terra, que nos reportará à necessidade de imortalidade simbólica, ou seja, obra feita a nível cultural, científico, artístico, etc., perdurando pelos tempos, em que, tendo em conta as características do sistema fóbico de aproximação/evitamento, se ligaria a uma ansiedade narcísica que é efectivamente tão característica do histérico, sendo a histeria mais tipicamente feminina e o capitalismo um sistema predominantemente histérico. Faz lembrar a história inglesa da onda de suicídios de mulheres, em relação à qual o rei determinou que as suicidas seriam expostas nuas por toda a cidade, após a morte, o que resultou na paragem dessa onda. Assim, o sistema capitalista, para diminuir o medo de invasão alienígena e de progredir pelo espaço sideral, deverá vivenciar a imortalidade simbólica com ansiedade narcísica, em que a ansiedade narcísica estaria mais próxima do evitamento e a necessidade de imortalidade simbólica da aproximação. Ou seja, dever-se-á sujeitar mais a que a obra feita seja julgada por gerações vindouras, contrariando a tendência habitual para a gratificação imediata do histérico capitalista, devendo caracterizar-se mais por técnicas mais obsessivas como a tendência para o adiamento da gratificação, através do juízo de condenação. E isto para diminuir o medo de progressão pelo cosmos e de uma invasão alienígena. Já o sistema comunista, com um sistema contrafóbico de expansionismo temporal em relação ao passado, para progredir no espaço sideral, deverá contrabalançar com o diminuir de fobia relativamente ao futuro, em que relacionando os fenómenos, particularmente por ser um sistema progressista, deverá haver um diminuir da necessidade de imortalidade simbólica, já referida, não incorrendo tanto na fuga para a frente que caracteriza parte do sistema fóbico, como já visto, que, pelo dito acima, deverá diminuir as tendências inconscientes no revolucionário na contribuição para que surjam contra-revoluções, e isto no sentido do expansionismo temporal em relação ao passado, que se relaciona, então, com a conquista do espaço sideral, como já vimos. Isto traduzir-se-á por um comunismo menos ortodoxo, caracterizando-se por técnicas mais histéricas como mais tendência para gratificação imediata, e isto para diminuir a fobia do expansionismo temporal em relação ao passado, e consequente conquista do cosmos. Intui-se, ainda, que no sistema comunista, aquele luto do pénis perdido, já referido, estará mais vivenciado catarticamente do que no sistema capitalista, não havendo tendências expansionistas militaristas baseadas na raiva narcísica, e essa melhor vivência permitirá um progresso psíquico, que por sua vez permitirá um melhor luto da imago terráquea, permitindo aos cosmonautas deste sistema um melhor trabalhar da angústia de separação em relação ao afastamento da Terra, no progresso da exploração espacial, em que psicologicamente o indivíduo será menos controlado por aquela angústia, particularmente em viagens de longa duração.

 

Para resumir, temos na mulher mais jovem e homem fascista uma fobia temporal relativa ao passado, que neste homem fascista é contrabalançada por uma fobia em relação ao futuro, que leva ao nacionalismo patológico da bandeira hasteada e à vivência da imortalidade simbólica com ansiedade narcísica, e que na mulher mais velha e homem comunista há uma fobia temporal em relação ao futuro, que neste homem comunista é contrabalançada por um expansionismo temporal em relação ao passado, que nos remete para a exploração espacial, tendo em conta o tempo passado do que é observado da Terra, expansionismo esse que para se acentuar deverá haver um diminuir da necessidade de imortalidade simbólica.

 

Considere-se agora a temática das viagens no tempo, perspectivando o meu artigo Exploração cósmica e viagens no tempo e suas relações com a histeria e a obsessão      ( Resende, 2010 ). No mesmo, refiro a minha proposta da noção dos psemes enquanto unidades de evolução psicológica, enquanto unidades psicológicas de transmissão intergeracional. Basicamente, os psemes serão pensamentos inconscientes que são constituídos enquanto complexos, ou conjunto de complexos, inconscientes, sendo estes complexos tidos no sentido Junguiano, enquanto conjunto de disposições psicológicas, psicológica e significativamente relacionadas. Os psemes terão características Lamarckianas da psique, no sentido de os complexos inconscientes poderem ser modificados durante a vida do indivíduo, com essas modificações a serem transmitidas às gerações seguintes. Outra proposta minha são os psitrões, que perspectivam-se enquanto partículas psicológicas que subjazem os psemes. Basicamente, dir-se-á que a histeria é caracterizada por psitrões curtos e que a obsessão é caracterizada por psitrões longos. Isto porque a tendência para a satisfação imediata, o “ aqui e agora “ histérico, teria por base psitrões que estariam associados à memória curta, daí o recalcamento histérico, e à inibição dos receptores psitrónicos associados à memória a longo prazo. Já a tendência para o adiamento da satisfação, gratificação, característica da obsessão, relacionada com o juízo, ou julgamento, de condenação, teria por base psitrões que estariam associados à memória a médio e a longo prazo, e à inibição dos receptores psitrónicos associados à memória a curto prazo. Temos, pois, psitrões curtos na histeria e psitrões longos na obsessão. Propõe-se, então, nesse artigo, e perspectivando as características psicológicas e saúde mental, com prevenção de eventuais efeitos secundários, que os viajantes no tempo histéricos deverão fazer apenas viagens temporais de curto alcance, enquanto que os viajantes no tempo obsessivos poderão fazer viagens de longo alcance.

 

No contexto do presente artigo, e especificando melhor estas características, dir-se-á que a mulher jovem e o homem fascista, mais capitalista, com a sua fobia temporal relativa ao passado, nas viagens no tempo, dever-se-ão especializar contrafobicamente, e tendo em conta que terão características mais histéricas, na progressiva viagem para o futuro e cada vez de maior alcance, devendo treinar acentuadamente a característica do adiamento da gratificação, pelo juízo de condenação. Já o homem comunista e a mulher mais velha, com a sua fobia temporal relativa ao futuro, nas viagens no tempo, dever-se-ão especializar contrafobicamente, e tendo em conta características mais obsessivas, na progressiva viagem para o passado e cada vez de menor alcance, devendo treinar acentuadamente a característica da gratificação imediata, mais pelo recalcamento.

 

Intui-se que a mulher capitalista e o homem novo, que poderíamos associar simbolicamente ao Homem-Novo do comunismo, nas viagens no tempo, caracterizar-se-ão por progressivas viagens para o futuro e cada vez de menor alcance, enquanto que a mulher comunista e o homem mais velho, nas viagens no tempo, caracterizar-se-ão por progressivas viagens para o passado e cada vez de maior alcance.

 

É de notar que nos exemplos dados em relação à idade, quer em relação à mulher mais velha quer em relação ao homem mais velho, propõem-se viagens para o passado, na mulher de menor alcance e no homem de maior alcance, o que será coerente com características habituais da memória de pessoas idosas de recordarem constantemente o passado mais distante, o que nos indica que a pessoa idosa, quer mulher quer homem, tem características habituais mais masculinas, o que considerando que, na minha proposta, a viagem na mulher deverá ser de menor alcance, apontará para uma maior diferenciação em termos de género e, em consequência, pessoal.

 

Repare-se que todos os movimentos até agora, fobias e contrafobias, em direcção ao futuro e ao passado, serão coerentes com a proposta da Física, tal como nos diz Richard Gott III, em Viagens no Tempo no Universo de Einstein ( 2001 ), de que as ondas luminosas que rumam em direcção ao futuro são ondas retardadas e de que as ondas que vão em direcção ao passado são ondas avançadas, referindo ele, contudo, que, em geral, não vemos as ondas avançadas, sendo isso que nos dá um sentido de causalidade e uma seta do tempo. Mas associando nós, no contexto do presente artigo, as ondas luminosas aos electrões, com fotões, que se deslocam nos neurónios, e estando nós a falar de fenómenos mentais, estes fenómenos não serão vistos por serem mentais, com correlatos cerebrais, o que pressupõe-se que não haverá causalidade estrita a nível mental, onde poderíamos incluir exemplificadamente os fenómenos premonitórios, onde se inclui o famoso exemplo bíblico do sonho premonitório do Faraó, interpretado por José, realçando-se a importância da interpretação do significado do sonho, este enquanto fenómeno inconsciente, e as regressões a vidas passadas através de hipnose regressiva. Mas se as ondas avançadas mentais, digamos assim, em direcção ao passado, estão ligadas a fenómenos como a regressão a vidas passadas, através de hipnose regressiva, onde não se pressupõe causalidade, devemos estar atentos ao que se diz no estudo da relação entre a Física e a Consciência, de que há um efeito de observador, de observação, ou seja, aquilo que observamos é sempre influenciado pelo observador, de onde os físicos concluírem que nós somos os nossos pensamentos, em particular, conscientes. Devemos retirar daqui que, eventualmente, apesar de fenómenos como as premonições e as regressões a vidas passadas funcionarem mais a um nível inconsciente, a sua consciencialização poderá influenciar o passado e o futuro, em que, em particular, nas regressões passadas referidas, com ondas avançadas mentais, seguidas de ondas mentais retardadas, já teríamos um nexo de causalidade, também havendo o mesmo em relação às premonições, com ondas mentais retardadas, seguidas de ondas mentais avançadas, o que permitirá a consciencialização dessas premonições.

 

Para finalizar, e tendo em conta o acabado de dizer, teremos que, no sentido temporal do passado e futuro, as fobias influenciam as contrafobias enquanto que as contrafobias influenciam também as fobias, particularmente aquelas descritas, e especialmente com as suas consciencializações, o que será coerente precisamente com as interrelações descritas durante o presente artigo, interrelações essas em que as contrafobias têm em conta as fobias e estas aquelas contrafobias.

 

 

Bibliografia

 

Freud, S. ( 1905 ). Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade. Edição “ Livros do Brasil “

 

Gott III, J. R. ( 2001 ). Viagens no Tempo no Universo de Einstein. edições quasi

 

Houzel, D., Emmanuelli, M. & Moggio, F. ( Coord. ) ( 2004 ). Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Climepsi Editores

 

Jung, C. G. ( 1968 ). The Archetypes and the Collective Unconscious ( 2ª edição ). Routledge & Kegan Paul, Ltd.

 

Lacan, J. ( 1996 ). Escritos. Editora Perspectiva

 

Resende, S. ( 2008 ). Masturbação feminine no dia-a-dia: suas implicações psicológicas e comportamentais em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 12/11/2008

 

--------------- ( 2010 ). Exploração cósmica e viagens no tempo e suas relações com a histeria e a obsessão em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 26/11/2010

 

--------------- ( 2010 ). Tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 26/11/2010

 

--------------- ( 2011 ). Exemplo paradigmático relativo às tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 05/01/2011

 

--------------- ( 2012 ). Orgasmo feminino enquanto “ pequena morte “ ( la petite mort ) em www.psicologado.com ( proposto a 05/2012 )

 

--------------- ( 2012 ). Catar sexual feminino enquanto fobia social em www.psicologado.com ( proposto a 06/2012 )

 

--------------- ( 2013 ). A guerra militar no homem fascista em www.psicologado.com       ( proposto a 01/2013 )

 

--------------- ( 2013 ). A mulher e a morte em www.psicologado.com ( proposto a 12/2013 )

 

--------------- ( 2014 ). Segundo complemento a O sobrecompensatório na mulher em www.psicologado.com ( proposto a 01/2014 )

 

publicado por sergioresende às 10:17
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Quinta-feira, 3 de Abril de 2014

Identidade de percepção e Identidade de pensamento

Identidade de percepção e Identidade de pensamento

 

Neste artigo, pretende-se relacionar identidade de percepção e identidade de pensamento no enquadramento societal capitalista e comunista, relacionando-se também essas identidades ao nível da percepção extra-sensorial e psicocinese.

 

Assim, Laplanche & Pontalis ( 1990 ), ao caracterizarem identidade de percepção e identidade de pensamento, nos dizem que a primeira surge da tendência do processo primário e que a segunda surge da tendência do processo secundário, em que considera-se que o processo primário visa reencontrar uma percepção idêntica à imagem do objecto resultante da vivência da satisfação e que no processo secundário a identidade procurada é a dos pensamentos entre si. Em termos económicos, o processo primário caracteriza-se pela descarga imediata e o processo secundário pela inibição, adiamento da satisfação e desvio, mas ao nível da identidade de percepção, temos equivalências estabelecidas entre representações, em que procurando a vivência da satisfação, liga uma descarga eminentemente satisfatória à representação de um objecto electivo. Assim, o indivíduo vai daí em diante repetir a percepção que está ligada à satisfação da necessidade. Considera-se, para mais, que a identidade de pensamento constitui uma modificação da identidade de percepção, não se deixando regular exclusivamente pelo princípio do prazer, em que fazendo a ligação entre representações não se deixa iludir pela intensidade delas, sem tanta necessidade de satisfação imediata. Temos, então, que esta modificação constituirá a emanação daquilo a que a lógica chama princípio de identidade.

 

Ao nível societal capitalista, temos acentuação da Máscara, esta enquanto arquétipo de adaptação externa, sobrecompensatoriamente, com enfoque excessivo do aspecto externo, com características histéricas de sedução, de tentar agradar, particularmente através da imagem do próprio perante os outros, com maior caracterização ao nível da identidade de percepção, com o exemplo cultural de filmes e reality-shows estado-unidenses, com capitalismo acentuado, a indicarem que tudo é percepção, o que interessa é a imagem transmitida aos outros. Para mais, temos, no capitalismo, a importância da satisfação, gratificação, imediata, muito ao nível do processo primário e do princípio do prazer.

 

Já no comunismo, por contraponto ao capitalismo, temos acentuação da Sombra, com eventual enfoque sobrecompensatório excessivo do aspecto interno, mais obsessivo, não importando tanto a imagem transmitida aos outros, com a caracterização ao nível da identidade de pensamento, com o exemplo específico do epíteto atribuído aos Partidos Comunistas, particularmente pela sua coerência, de partido de pensamento único, em que temos, pois, a identidade dos pensamentos entre si, podendo isso ser generalizado aos indivíduos comunistas, reconhecidamente politizados, e como se faz a análise política de, em geral, o eleitorado comunista ser relativamente fixo, pelo menos não tão variante como em relação a outros partidos.

 

Considerando nós que a identidade de pensamento é mais evoluída psicologicamente do que a identidade de percepção, em particular, considerando o processo secundário mais evoluído do que o processo primário e o princípio de realidade correspondente mais evoluído do que o princípio do prazer, dir-se-á que o comunismo é psicologicamente mais evoluído do que o capitalismo. Laplanche & Pontalis ( 1990 ) nos dizem, efectivamente, que “ A oposição entre processo primário e processo secundário é correlativa da oposição entre princípio do prazer e princípio de  realidade. “ ( p. 316 ), em que este último princípio, ao contrário do primeiro, tem em conta as condições impostas pelo mundo exterior, não se funcionando, portanto, tão egocentricamente, tão ao nível do auto-narcisismo e da omnipotência mais precoce, anterior no desenvolvimento psíquico, com a correspondente necessidade de satisfação imediata.

 

Continuando, tendo em conta que há acentuação da Sombra no comunismo, dir-se-á que o comunista lidará excessivamente com medos desconhecidos e com aquilo que o indivíduo não aceita em si próprio, particularmente através do juízo de condenação, adiando a gratificação, mais próprio do obsessivo, em que se pode dizer que para o equilíbrio dialéctico Máscara-Sombra, no sentido Junguiano, o indivíduo deverá Mascarar, por assim dizer, a sua personalidade, com mais gratificações imediatas e mais acentuação da imagem transmitida aos outros, com acentuação do aspecto externo, e da identidade de percepção, e com técnicas mais histéricas, como o recalcamento, recalcando mais pensamentos e emoções desagradáveis ao próprio.

 

Por outro lado, e também para aquele equilíbrio Máscara-Sombra, o capitalista, com acentuação da Máscara e do aspecto externo, lidará excessivamente com aquilo que é percepcionado, com a percepção, com excessiva influência de estímulos externos, podendo nós invocar o dito por D. Anzieu [ Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. )      ( 2004 ) ], no contexto do ego-pele e envelopes psíquicos, acerca de na patologia histérica haver dificuldades ao nível do escudo para-excitações, estando, pois, o indivíduo mais dependente da influência de estímulos externos, em que o capitalista, portanto, deverá Sombrear a sua personalidade, por assim dizer, não recalcando histericamente tudo o que lhe é desagradável, lidando mais com o pensamento sobre medos desconhecidos e sobre o que não aceita em si próprio, com técnicas mais obsessivas, como o juízo de condenação, adiando a gratificação, mentalizando mais a sua personalidade, com acentuação do aspecto interno e da identidade de pensamento.

 

Aquela maior dependência de estímulos externos do histérico capitalista, considerando as sociedades histéricas capitalistas matriarcais, no âmbito do capitalismo global contemporâneo, faz, em termos evolutivos, aproximar mais o histérico do que o obsessivo, este mais ligado ao comunismo, da referência acentuadíssima de outros animais relativamente à dependência em relação aos sentidos e aos estímulos externos. Isto, em conjunto com a violência social e humana da exploração capitalista, fará melhor enquadrar a famosa expressão do Capitalismo Selvagem. Temos, também neste sentido, a identidade de percepção menos evoluída do que a identidade de pensamento, com o comunismo psicologicamente mais evoluído do que o capitalismo e outros sistemas mais reaccionários, reactivos excessivamente aos estímulos externos, com dependência deles, como o fascismo, extremo do capitalismo, ou o socialismo reacionário, com políticas de direita, que, como o Manifesto Comunista ( Marx & Engels, 1998 ) nos diz, promove a permanência dos habituais políticos e dirigentes de linha conservadora e de tendência burguesa. Em particular, no expansionismo espacial militarista fascista, teremos um enquadramento das características já apresentadas, com um acting out, com a passagem ao acto mais imediata, menos mentalizado, com relação mais directa entre estímulos externos e reacção comportamental, resposta comportamental.

 

Num outro assunto, e considerando a diferença evolutiva entre identidade de percepção e identidade de pensamento, já referida, considere-se a temática da percepção extra-sensorial. Tenha-se em conta o fenómeno relativamente conhecido de, no que diz respeito aos cinco sentidos, quando um deles é diminuído mais ou menos significativamente, há um acréscimo de qualidade nos outros, como, por exemplo, quando um indivíduo cega, haver um acréscimo de qualidade auditiva. Transpondo isto para a relação entre percepção extra-sensorial e identidade de percepção e identidade de pensamento, acentuando-se, sobremaneira, o aspecto extra-sensorial, ou fora dos sentidos, teremos que para indivíduos caracterizando-se mais pela identidade de pensamento haverá uma diminuição da importância da identidade de percepção, sensorial, neste caso. Intui-se que haverá uma acentuação da percepção extra-sensorial ao nível da identidade de pensamento, em que teríamos uma evolução progressiva da importância da percepção para uma mentalização ao nível do pensamento, em que temos na percepção extra-sensorial uma fase pós-identidade de percepção, em que ciclicamente haverá correspondentes perceptivos para correspondentes de pensamento, no enquadramento da identidade de pensamento, considerando-se, como já se disse, que a identidade de pensamento consitui uma modificação da identidade de percepção.

 

Teríamos que a visualização remota, relacionando-se mais com visualização à distância, estaria no início evolutivo da percepção extra-sensorial, seguindo-se depois a psicocinese, ou capacidade de mover objectos à distância, estando mais relacionada com a psicomotricidade, embora a psicocinese não seja considerada estritamente como percepção extra-sensorial, por constituir uma manifestação objectiva do psiquismo, como podemos ler em Hemmert & Roudene, Correia ( Coord. ) ( ? ), em que a percepção extra-sensorial seria uma manifestação subjectiva desse psiquismo, em que teríamos uma evolução, ao nível da evolução dos humanos aquando do bebé, da importância dos olhos, para a psicomotricidade, em que já teríamos relações entre esquemas sensório-motores. Sequenciadamente, teríamos depois a telepatia, ou capacidade de transmitir e/ou receber pensamentos à distância, em que estaríamos mais ao nível de esquemas formais e/ou pós-formais do pensamento, estando, pois, essa telepatia mais enquadrada e mais identificada com a identidade de pensamento, com a identidade dos pensamentos entre si.

 

Pelo dito, e na sequência do psiquismo humano, da estrutura psicótica até à estrutura neurótica, passando pela organização borderline, teríamos que a visualização remota, pela importância perceptiva visual, se associaria à estrutura psicótica, a psicocinese, pela importância de relacionamentos sensório-motores, em que podemos enquadrar o catar sexual feminino, ou o sentimento de estar a sugar sexualmente outra mulher, nos relacionamentos sociais tipicamente sexualizados entre mulheres, tendo nós, ainda, neste contexto, o contributo de Jacques Lacan ( 1996 ), que associa este catar à psicomotricidade, em que teríamos o catar sexual feminino enquanto psicocinese ainda com alguma ligação à identidade de percepção, pela procura do reencontrar da percepção idêntica à imagem do objecto resultante da vivência da satisfação, a psicocinese, dizia eu, se associaria à organização borderline histérica, com a histeria mais tipicamente feminina, enquanto que a telepatia, pela importância dos pensamentos e da identidade dos pensamentos entre si, se associaria à estrutura neurótica obsessiva.

 

Intui-se, neste contexto, que o telepata, com características psicológicas mais evoluídas, terá a capacidade, particularmente em potência, de desenvolver o fenómeno psicocinético, e o fenómeno visual remoto, anteriores, portanto, este último eventualmente de forma inconsciente, como, por exemplo, ao nível do inconsciente colectivo, funcionando, eventualmente, ao nível do automatismo, por ser anterior em evolução. Também podemos supor que, inversamente, o visualizador remoto poderá ser treinável, digamos assim, para executar o fenómeno psicocinético e o telepático, e o psicocinético o telepático, mas será particularmente difícil, já que se associam a organizações psíquicas menos evoluídas, podendo não ter a capacidade psíquica para executar fenómenos psíquicos mais evoluídos, particularmente como eu os descrevi. Mas esse treinamento estaria ao nível do trabalhar dos esquemas sensório-motores e dos esquemas formais e/ou pós-formais do pensamento.

 

Nestas associações feitas, em particular, entre psicocinese e telepatia, é de referir que em Hemmert & Roudene, Correia ( Coord. ) ( ? ) se indica que Émile Boirac, em 1911, baseado em experiências feitas por ele, liga a telepatia e a teledinâmica ( telecinese ), onde a psicocinese está incluída, no sentido de efeitos objectivamente detectáveis.

 

Relativamente à visualização remota, Davis ( 2004 ) nos diz que houve um programa de visualização remota, desenvolvido pelos Estados Unidos, e patrocinado por entidades governamentais, que terá decorrido entre a década de 1970 e de 1990, avançando que a visualização remota envolve precognição e clarividência.

 

Quanto à psicocinese, Davis ( 2004 ) ainda nos diz que a mesma é essencialmente a influência directa da mente sobre a matéria sem qualquer instrumentação ou energia física intermediária conhecida, avançando que a teleportação psíquica é uma forma de psicocinese, realçando as asserções de Uri Geller ( 1975 ) e de Ray Stanford ( 1974 ) acerca de terem sido teleportados em várias ocasiões, e ainda as investigações científicas de Vallee ( 1988, 1990, 1997 ) acerca de um pequeno número de relatórios credíveis de indivíduos que relataram terem sido teleportados para/e de OVNIs. Eric Davis ainda destaca experiências laboratoriais, rigorosamente controladas e repetíveis, realizadas na China, referindo-se a Shuhuang et al. ( 1981 ), que relata que crianças dotadas causaram a aparente teleportação de pequenos objectos, de um local para outro, sem os tocar de antemão, e a Kongzhui et al. ( 1990 ), Jinggen et al. ( 1990 ) e Banghui ( 1990 ), em que utilizando crianças e jovens adultos dotados, com capacidade psicocinética, verificou-se a teleportação nos vários casos e que os especímenes utilizados ficavam completamente inalterados relativamente ao estado inicial, após a teleportação. Há ainda o realce, por parte de Davis ( 2004 ), de relatórios governamentais sobre pesquisa parapsicológica da União Soviética, e dos seus aliados do Pacto de Varsóvia, dando as referências bibliográficas de LaMothe ( 1972 ), Maire & LaMothe ( 1975 ) e Relatório DIA ( 1978 ). Assim, os soviéticos, considerando a psicotrónica como envolvendo fenómenos psíquicos como psicocinese, telecinese, percepção extra-sensorial, projecção astral, clarividência, precognição, etc., identificaram dentro dessa psicotrónica duas capacidades discretas: bioenergética, relacionada com a produção de efeitos objectivamente detectáveis, como psicocinese, telecinese, efeitos de levitação, transformação de energia, ou seja, alterando ou afectando a matéria, e bioinformação, relacionada com o obter de informação por outros meios que não os canais sensoriais normais ( P. E.-S. ), como telepatia, precognição e clarividência, isto é, usando a mente para abordar os pensamentos dos outros ou para adquirir informação presente ou futura sobre eventos objectivos no mundo.

 

Ainda quanto à psicocinese, e no livro de Hemmert & Roudene, Correia ( Coord. ) ( ? ), é indicado que Charles Richet, partindo do estudo de médiuns, distinguiu duas categorias de sujeitos: os médiuns de efeitos físicos e os médiuns de efeitos psíquicos. Os primeiros produzem teledinamismos ( ou deslocamentos de objectos à distância e sem contacto ), vozes, odores, materializações. Os segundos são dotados de criptestesia, ou seja, da faculdade de perceber o que é irreconhecível pelos sentidos, sendo capaz de uma lucidez anormal. Indica-se, para mais, que sendo os médiuns de efeitos psíquicos muito comuns, os médiuns de efeitos físicos parecem ser raros, podendo nós aqui contrapor, como já indicado, na associação entre psicocinese e catar sexual feminino, que o comportamento sexual feminino, em geral, numa espécie de psique colectiva feminina, indica-nos que os fenómenos de efeitos físicos à distância são relativamente prevalentes.

 

Tendo em conta esta prevalência do catar sexual feminino, na sua associação com a psicocinese, ou enquanto psicocinese, é de considerar o já dito, quanto à sequenciação do psiquismo humano, da visualização remota à telepatia, passando pela psicocinese, para se perspectivar, como já foi dito em relação aos sentidos, que diminuindo a psicocinese, ou a tendência para a mesma, aumentar-se-á a tendência para a telepatia, para o fenómeno telepático, em que nessa diminuição considera-se o trabalhar da diminuição da dependência psicocinética sexual, associada às características fisionómicas próprias da mulher, envolvida no catar sexual feminino. Deste modo, considere-se a inveja do clitóris, como caracterizando o catar sexual feminino, e enquanto estando na base de poder criativo, diferenciadamente para homens e mulheres. Esta base pode ver-se, por exemplo, em Aspectos criativos e evolutivos da inveja do clitóris ( Resende, 2010 ), em Influência da inveja do clitóris na sistematização política por género ( Resende, 2010 ), em Exemplos específicos das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris ( Resende, 2010 ) ou em Inveja do clitóris e criatividade ( Resende, 2014 ).

 

Deste último artigo, considere-se a noção psicológica do objecto transicional no fundamento da criatividade, com um tempo de ilusão e um tempo de desilusão. Temos que a vivência imaginada no feto e a identificação do sujeito com esta, está na linha do espaço de ilusão, da vivência de ilusão, numa relação fusional, e a identificação com o pai, que implica a frustração da saída da relação omnipotente, no útero, na relação fusional, na diferença relacional relativamente à mãe e ao feto, enquanto próprio, está na linha da desilusão, em que o espaço transicional que terá sido o útero começa a ser desinvestido e começa a haver trabalho imaginativo e criativo, em que a mãe, e a mulher, em geral, nas identificações secundárias, continuam a ser fonte de inspiração, com o útero feminino enquanto espaço de ilusão e, precisamente, pela triangulação edipiana ocorrida, em que a mãe é vista enquanto ser separado e distinto, e o próprio imaginariamente no útero da mãe também é visto enquanto separado, e em que na identificação com o pai, e outros homens, nas identificações secundárias, ocorre uma desenfetização e uma desuterização. Ora, ocorre a inveja do clitóris por o clitóris, pela associação com o útero feminino enquanto espaço transicional, ser sinal de fonte criativa, ser sinal do início do processo criativo, e ocorre um sentimento de superioridade no homem, que caracteriza a inveja do clitóris no homem, pela mais fácil identificação, na triangulação edipiana, enquanto género, com o pai, figura paterna, e outros homens, permitindo a continuação e conclusão do mesmo processo criativo. Na mulher deverá haver diminuição da inveja do clitóris, esta, particularmente, pela excitação sexual imaginada noutra mulher através do clitóris da mesma, diminuindo-se a diluição do poder criativo, com a escolha de uma ou poucas figuras de eleição, havendo posteriormente a identificação com o pai ou figura paterna, para também na triangulação edipiana haver a continuação e conclusão do processo criativo. Do mesmo modo, para a mulher, o clitóris será sinal de fonte criativa, sendo, contudo, mais difícil para a mesma sair do início do processo criativo, quer pela diluição do poder criativo nos comportamentos histéricos particularmente sexualizados nas relações sociais entre mulheres quer por a identificação posterior com o pai ou figura paterna ser mais difícil, na triangulação edipiana, por em termos de género ser mais difícil a passagem de objecto de amor materno para objecto de amor paterno, porquanto no homem o objecto de amor permanece em geral o mesmo, o materno.

 

No contexto da diminuição do catar sexual feminino enquanto psicocinese, está também o proposto por mim, particularmente no artigo da Influência da inveja do clitóris acima mencionado, de que para que a mulher sinta verdadeiro poder criador e criativo, deverá dessexualizar os relacionamentos, invertendo a histeria relacional, através da concentração da inveja do clitóris. Para além da inveja do pénis, que habitualmente se associa como caracterizando a mulher, temos que a inveja do clitóris também caracteriza os sistemas de relacionamento típicos do histerismo, considerando a histeria mais típica da mulher. É que baseando o sistema histérico de relacionamento está a inveja que cada mulher sentirá da excitação sexual que o clitóris, de outra mulher, proporciona a essa mulher, nos relacionamentos sociais particularmente sexualizados com outras mulheres. O facto de cada mulher caracterizar-se pelas duas invejas referidas terá importante sentido evolutivo, sendo que cada uma das invejas se constituirá como facilitadora psíquica da maternidade, da mulher ter cada bebé dentro de si, macho ou fêmea. Quanto ao poder criador e criativo da inveja do clitóris na mulher, dir-se-á que este poder diminui quanto mais se dilui esta inveja nos relacionamentos histéricos típicos na mulher, particularmente sexualizados. Sendo assim, será também na utilização deste poder criativo da dessexualização dos relacionamentos histéricos femininos, com a concentração da inveja do clitóris, que se diminuirá o catar sexual feminino enquanto psicocinese e se acentuará a tendência para a telepatia na mulher.

 

Se considerarmos agora o comportamento sexual feminino enquadrado numa espécie de psique colectiva feminina, que podemos designar por psica, será de realçar o fenómeno da religião, em particular a Santa Trindade cristã, ou o Pai, Filho e o Espírito Santo, num contexto matriarcal histérico capitalista, particularmente no capitalismo global contemporâneo. É que uma das bases do capitalismo é a divinização do dinheiro, com a sacralização matriarcal da sexualidade feminina, que será uma das vertentes mais influentes daquele capitalismo. A sacralização da sexualidade feminina será, em particular, na psica já designada, associada ao Espírito Santo, já que Pai e Filho serão masculinos, em que Espírito Santo será uma maneira influente de unir as pessoas, que se associa, neste contexto, aos eflúvios odoríficos femininos tipicamente exalados pela mulher, aspecto muito importante nas relações sociais entre as pessoas, particularmente no contexto histérico matriarcal capitalista. Assim, no contexto, para se diminuir o catar sexual feminino enquanto psicocinese e acentuar o fenómeno telepático, dever-se-á também diminuir a influência da religião nas sociedades, desmistificando e dessacralizando a sexualidade feminina, diminuindo, de alguma maneira, a psica, e acentuando o psico, ou psique colectiva masculina.

 

Quanto à plausibilidade da existência do fenómeno da telepatia, temos de base os trabalhos de J. B. Rhine [ Hemmert & Roudene, Correia ( Coord. ) ( ? ) ], que começa por submeter a percepção extra-sensorial a critérios quantitativos, em que, procurando um método de investigação muito rigoroso, escolhe as cartas Zener e o método Fischer. Os resultados são positivos: a transmissão do pensamento ultrapassa as coincidências possíveis. Entre os cientistas que continuaram a obra de Rhine está o inglês W. Carington, cujas experiências deixaram supor que existe nos seres humanos um fundo comum de subconsciência, o que equivale ao subconsciente colectivo de Jung. Carington imagina “ psychons “, espécie de partículas psíquicas que atravessam o tempo e o espaço. Também o francês René Warcollier abordou o assunto, tendo verificado que o acaso foi matematicamente ultrapassado. É de dizer que os meios oficiais começaram a se interessar pelo assunto, sobretudo nos Estados Unidos e na União Soviética. No primeiro caso, refiram-se duas experiências, que foram, em grande parte, bem sucedidas. A primeira, realizada em 1959, tinha por finalidade uma tentativa de transmissão de pensamento entre dois homens, um dos quais se encontrava a bordo do submarino atómico Nautilus, em imersão sob os gelos polares, e o outro localizado no Pentágono, em Washington. Quanto à segunda, desenrola-se em 1971, entre a cápsula Apolo XIV, em viagem para a Lua, e a cidade de Chicago. No caso dos soviéticos, destaca-se Leonid Vassiliev, muito conhecido pelas investigações sobre o fenómeno de “ sugestão à distância “, que parece ser da mesma natureza que a telepatia, pois ambas supõem a existência de “ ondas “ cerebrais. Estas indicações são do mesmo livro, já referido, de Hemmert & Roudene, Correia ( Coord. ) ( ? ).

 

Também daqui se precisa que a faculdade telepática parece ser apanágio de um pequeno número de indivíduos, em grupos de dois, formando, de certa maneira, pares complementares, constituídos por um indutor ( o que emite o pensamento ) e por um percepiente ( aquele que o capta ), e ainda que a mesma faculdade parece permitir uma transmissão instantânea do pensamento. Para mais, quanto às associações subconscientes na telepatia, M. Tyrrell precisa que é necessário um certo estado de sonho, uma ligeira abdicação do estado normal da consciência. Da mesma fonte, e relacionando estes fenómenos com o psiquismo, temos Paul Chauchard, que nos indica que há, em primeiro lugar, o infraconsciente, domínio dos maquinismos íntimos da actividade motriz, que podíamos relacionar com a psicocinese e com o catar sexual feminino já referido, e a menos menos elementar, já no plano do consciente, o paraconsciente, que compreende toda a actividade que originariamente era consciente, mas que se tornou automática com o hábito, que podíamos relacionar com a inconsciencialização do fenómeno visual remoto do telepata, já referida, e proposta por mim. Segundo Chauchard, a consciência propriamente dita apenas engloba o que é “actualizado “ das recordações acumuladas fora da consciência e que podem, em determinadas circunstâncias, ressurgir para dar origem a pensamentos e actos inexplicáveis. Se essas recordações forem “ interditas “ à consciência devido à sua carga afectiva ou ao seu significado doloroso, tornar-se-ão origem de neuroses. Mais profundas no psiquismo, estão as mais antigas recordações, as que remontam à vida infantil e até mesmo à vida pré-natal, ao momento em que o organismo estava nos primeiros estádios da sua formação, em que este inconsciente, segundo Chauchard, reproduz-se no nosso pensamento, de tal maneira que as nossas imaginações, intuições, vêm de um trabalho psicológico inconsciente, e é este trabalho que nos aparece no sonho. No mesmo livro, é indicado que para além do infraconsciente e  paraconsciente se juntará o transconsciente, a que alguns chamam superconsciente, que será fonte de êxtase e de união mística com a divindade, como de poderes, em que temos no psiquismo humano, então, os níveis inconsciente, consciente e superconsciente, sendo indicado que interessa para os fenómenos paranormais o inconsciente e o superconsciente.

 

Finalizando, foram estas, pois, as considerações identitárias ao nível da percepção e do pensamento, no enquadramento societal capitalista e comunista, como também ao nível da percepção extra-sensorial e psicocinese.

 

 

Bibliografia

 

Davis, E. ( 2004 ). Teleportation Physics Study. Special Report, Air Force Research Laboratory, Air Force Materiel Command, Edwards Air Force Base in www.fas.org/sgp/eprint/teleport.pdf, consultado em 25/03/2014

 

Hemmert, D. & Roudene, A., Correia, M. ( Coord. ) ( ? ). O espírito humano – 1 in Grandes Enigmas do Homem. Amigos do Livro, Editores, Lda.

 

Houzel, D., Emmanuelli, M. & Moggio, F. ( Coord. ) ( 2004 ). Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Climepsi Editores

 

Lacan, J. ( 1996 ). Escritos. Editora Perspectiva

 

Laplanche, J. & Pontalis, J. B. ( 1990 ). Vocabulário da Psicanálise ( tradução  portuguesa ) 7ª edição. Editorial Presença

 

Marx, K. & Engels, F. ( 1998 ). The Communist Manifesto. Signet Classic ( Publicação original, 1848 )

 

Resende, S. ( 2010 ). Aspectos criativos e evolutivos da inveja do clitóris em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 17/11/2010

 

--------------- ( 2010 ). Influência da inveja do clitóris na sistematização política por género em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 25/11/2010

 

--------------- ( 2010 ). Exemplos específicos das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 28/11/2010

 

--------------- ( 2014 ). Inveja do clitóris e criatividade em www.psicologado.com               ( proposto a 01/2014 )

publicado por sergioresende às 07:37
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Quarta-feira, 2 de Abril de 2014

Teoria do Tudo em Psicologia e exopsicologia enquanto relacionadas com a agorafobia e com a claustrofobia

Teoria do Tudo em Psicologia e exopsicologia enquanto relacionadas com a agorafobia e com a claustrofobia

 

Neste artigo, fazem-se elaborações quanto à relação da Teoria do Tudo em Psicologia e da exopsicologia com a agorafobia e com a claustrofobia.

 

Assim, desde já, resumem-se alguns artigos meus sobre a Teoria do Tudo em Psicologia, onde se poderão verificar semelhanças entre características psicológicas e características físicas, ou astrofísicas, astronómicas.

 

Em Uma aproximação à Teoria do Tudo em Psicologia ( Resende, 2011 ), indica-se que somos nós, humanos, que pensamos as teorias, devendo-se ter isso em conta ao pensar na influência que o Universo exerce sobre o pensamento humano, como sobre as emoções, relacionamentos, etc.. Considera-se, então, que quando há um amor não correspondido, amor dado não correspondido, ou pouco correspondido, temos uma situação em que um dos elementos em questão atrai mais do que o outro. Transpondo para a Física, na Teoria do Tudo, teríamos um paralelo, em que há uma estrela, por exemplo, que exerce maior atracção sobre um planeta do que o planeta exerce sobre a estrela. Correlacionando, teremos, pois, que o elemento depressígeno do amor não correspondido como que caracteriza a relação entre estrelas e planetas. Sendo assim, os sistemas solares caracterizam-se pela depressividade, em que, pelos movimentos de translacção, teremos uma depressividade cíclica, depressividade cíclica esta, também enformada nos movimentos de rotação, revolução, na criação de dia e noite, com a noite a ter mais carácter depressivo do que o dia, acrescente-se aqui. Deste modo, temos uma entrada e saída da depressão, correspondendo isso, pois, a movimentos relacionais maníaco-depressivos. Ainda, tendo em conta que a patologia maníaco-depressiva constitui-se enquanto psicose, teríamos que os sistemas solares exercem uma influência psicotizante sobre o ser humano. Ademais, e sequenciadamente, no desenvolvimento humano, teremos que o afastamento e aproximação das galáxias umas das outras, remete-nos para uma angústia borderline, particularmente, a angústia de separação, que mais lhe caracteriza. Ainda, a expansão do Universo, com o afastamento dos seus limites, acentua esta angústia borderline, pela angústia e ansiedade de separação presentes. De seguida, e entrando já na organização neurótica, citam-se alguns físicos como Abdus Salam, Michio Kaku e Steven Weinberg, que nos dizem, acerca da busca da unificação das forças fundamentais, que a supersimetria é a proposta final para uma completa unificação de todas as partículas e mesmo que a simetria será o elo perdido da Física. Assim, tendo em conta estas considerações sobre a simetria, perspectivam-se as caracterizações de Jean Bergeret sobre as fases de desenvolvimento psicossexual, particularmente a fase genital, portanto, neurótica. Em relação a ela, ele estabelece características tipicamente genitais como o respeito pelo outro e a capacidade de dádiva e como a capacidade de união afectiva, podendo nós ainda nos referir ao sentimento de reciprocidade e à cooperação, ao invés da interdependência. Temos, pois este paralelo entre características de natureza física e características psicológicas, notando-se a passagem da assimetria inicial relativa à psicose, para a simetria final relativa à neurose.

 

Em Segundo complemento a Uma aproximação à Teoria do Tudo em Psicologia: correlatos politico-económicos ( Resende, 2012 ), e voltando à influência psicotizante, no quadro da patologia maníaco-depressiva, que os sistemas solares exercem sobre o ser humano, indicam-se correlatos politico-económicos que consubstanciam as ideias do primeiro artigo já resumido. Considera-se, no âmbito do capitalismo global actual, características do capitalismo, que se têm verificado historicamente. Refiro-me à ciclicidade do desenvolvimento capitalista, em que por um lado surgem não só recessões como depressões económicas, e por outro, euforias mais relacionadas com as bolhas especulativas.

 

Já em Teoria do Tudo em Psicologia: a caminho dos mundos paralelos em Física             ( Resende, 2012 ), também se relacionam características psicológicas com características físicas, de partículas, abordando-se a questão dos mundos paralelos. Pressupondo-se determinadas capacidades psicológicas para viajar entre mundos paralelos, haverá necessidade de desenvolvimento mental para o fazer. Nesse sentido, faço referência ao não-seio, que, no contexto da teoria do pensar de Wilfred Bion, nos indica que é potenciador de pensamento. Ora, o não-seio leva-nos a pensar em ausência, e no facto de esta estar implícita naquela capacidade de viajar referida. Noutra perspectiva, o não, que constituir-se-á enquanto importante organizador psíquico, que importará para essa mesma capacidade de viajar, leva-nos a pensar em rejeição. Teremos, então, que para viajar entre mundos paralelos, teremos que trabalhar a ausência e a rejeição psicológicas no viajante. Transpondo da Psicologia para a Física, para as partículas, teremos que a ausência e a rejeição remetem-nos para o conceito de anti-matéria, em que a ausência faz-nos lembrar da ausência de anti-matéria no mundo material universal, e a rejeição faz-nos lembrar a natureza repulsiva da matéria em relação à anti-matéria, em que ambas se juntando se aniquilam mutuamente. Nesse sentido, faz-se referência a uma máquina para transportar o viajante entre mundos paralelos, que terá que ter em conta a anti-matéria e a matéria, que envolverá um processo implosivo, ideia esta de implosão que é apoiada coerentemente por Michio Kaku, no seu Mundos Paralelos. Finalizando o resumo deste artigo, dir-se-á que, psicologicamente, e para uma tendência mais saudável, na questão relacionada com a ausência, o viajante entre mundos paralelos dever-se-á caracterizar por bastante constância objectal, enquanto que no que diz respeito à rejeição, o indivíduo não deverá padecer de angústia de separação, ou seja, não dever-se-á constituir enquanto borderline.

 

Teoria do Tudo em Psicologia: a caminho do Todo ( Resende, 2012 ) diz-nos que, continuando o estabelecimento de relações entre características psicológicas e físicas, há um paralelo entre o que caracteriza a depressão, com introjecções maciças, e o buraco negro com a sua absorção maciça de matéria. Tendo em conta que, segundo a Física, pelo menos, a maior parte das galáxias têm um buraco negro no centro, poderemos estabelecer um sentido a caminho do Todo. Assim, o buraco negro no centro das galáxias, se reportaria à depressão original, que se relacionaria com o útero materno. De seguida, estabelecer-se-ão em relação às galáxias o mesmo processo que já foi descrito em relação aos sistemas solares, ou seja, que  têm um efeito psicotizante, particularmente pela diferença  de tamanho e influência gravítica entre elas e considerando o movimento relativo entre elas. Ainda a caminho do Todo, tem-se a consideração clínica do borderline enquanto personalidade em mosaico, pela incapacidade de contacto entre diferentes elementos da personalidade, estabelecendo nós aqui um paralelo com o multiverso, ou vários universos, postulado pela Física moderna. Seguidamente, numa evolução progressiva, relaciona-se o multiverso com características neuróticas, no caso neurose obsessiva. Nesta, realçam-se mecanismos de defesa tipicamente obsessivos, como o isolamento do afecto e a formação reactiva, sendo esta a manifestação se sentimentos contrários àquilo que o indivíduo realmente sente. Assim, o isolamento diria respeito ao isolamento de cada universo em relação a outros, no multiverso, enquanto que a formação reactiva é reminiscente da relação entre matéria e anti-matéria. Isto implicaria, psicofisicamente, que cada universo de matéria é cercado contiguamente por universos de anti-matéria. Assim, no geral, estabelecem-se relações entre características psicológicas e características físicas, desde os buracos negros do centro das galáxias até às relações entre diferentes universos no multiverso, ou seja, em direcção ao Todo.

 

Atentando às relações entre características psicológicas e características físicas, tal como eu as resumi até agora, destaque-se agora outros dois artigos meus, a saber, A agorafobia enquanto perturbação obsessiva ( Resende, 2008 ) e A claustrofobia enquanto perturbação histérica ( Resende, 2008 ), com realce para o pouco à-vontade do histérico num sistema claustrofóbico.

 

No primeiro, indico que a agorafobia refere-se ao medo, com ou sem ataque de pânico, de sair e de se deslocar em espaços abertos. Considere-se, para mais, que a agorafobia, enquanto descompensação psicopatológica, estará relacionada com o facto de nessa situação haver falta de pormenores, de pontos de referência, e será com essa falta que o obsessivo entra em descompensação, já que o obsessivo funciona na base destes pormenores e pontos de referência.

 

Já no segundo dos artigos, considera-se que na claustrofobia, todos os referenciais estão presentes, todos os pontos de referência estão presentes e sentidos como perto demais. Isto é de mais fácil lide pelo obsessivo, mas já o histérico terá dificuldades em lidar com relações com o mundo exterior de tipo obsessivo, e nessas situações de excesso de referências, nessas situações claustrofóbicas, entra em descompensação histérica. Sendo o étimo de histeria hister, que significa útero, é mais fácil perceber a relação entre histeria e claustrofobia, pois é como se o útero fosse um claustro. É como se o bebé no útero desenvolvesse um protótipo de relações claustrofóbicas, o qual caracteriza-se por sentimentos de estar perto de algo, que posteriormente é de mais fácil lide pelo obsessivo do que pelo histérico. Ter-se-á, então, que por um sentimento mais prazeiroso e de melhor qualidade na vida intra-uterina, o obsessivo tenderá a ser menos extrovertido, tenderá a procurar menos o contacto com os outros, do que o histérico, o que acontece. Para o histérico, a vida intra-uterina tenderá a ser de menor qualidade, com necessidade ou sentimento de se desenvolver para além do útero, devido aos sentimentos claustrofóbicos, e tenderá, posteriormente, a procurar mais os outros, a tentar procurar estar com os outros, o que é coerente com as suas características típicas.

 

Baseando-me nestas ideias agora descritas, indico, em Exploração cósmica e viagens no tempo e suas relações com a histeria e a obsessão ( Resende, 2010 ), relativamente às viagens espaciais, que se se quiser alguém para viajar nas naves espaciais, estadias de longa duração e futuras missões espaciais de longa duração, onde se pode incluir as eventuais futuras hibernações, dever-se-ão selecionar cosmonautas de personalidade obsessiva, e se se quiser alguém para as caminhadas espaciais, como arranjos técnicos e reparações, dever-se-ão selecionar cosmonautas de personalidade histérica. Acrescente-se que na exploração planetária, e no contacto com o planeta desconhecido ou a explorar, deverão ser enviados para missões de avaliação, e reconhecimento, cosmonautas histéricos, em que estes transmitirão posteriormente as informações, os pontos de referência, aos cosmonautas obsessivos, que permaneceram na nave, para uma posterior exploração mútua do planeta, lua ou outro objecto espacial. Isto faz mais sentido se considerarmos o espaço reduzido do interior das naves espaciais, habitualmente produzidas pelos humanos.

 

Dito isto, e considerando as relações psicofísicas descritas quanto à Teoria do Tudo em Psicologia, teremos que, na exploração espacial, no multiverso, e na passagem de um universo para outro, dever-se-ão acentuar as características do histérico, numa eventual viagem, e dentro de um universo, dever-se-ão acentuar as características do obsessivo, que se sentirá mais confortável dentro de cada universo. Poderíamos aqui considerar, de uma forma mais geral, e na linha do agora descrito, o trabalhar e acentuar de uns traços de carácter e não tanto de outros. Quanto a este assunto, mais uma nota excepcional, voltando a referirmo-nos ao artigo já resumido, Teoria do Tudo em Psicologia: a caminho do Todo. No mesmo, refiro-me à relação entre o multiverso e as características neuróticas obsessivas. Em particular, a característica formação reactiva do obsessivo, que se constitui enquanto manifestação de sentimentos contrários àquilo que o indivíduo realmente sente. Pressupõe-se que esta é uma característica que o cosmonauta obsessivo deverá treinar e acentuar para melhor viajar entre universos, no multiverso, baseando-me sobremaneira na premissa, como indicado neste último artigo agora referido, de que cada universo tem características contrárias aos universos contíguos, particularmente na relação entre matéria e anti-matéria.

 

Já em termos exopsicológicos, podemos enquadrar a agorafobia e a claustrofobia num sistema histérico e num obsessivo, para considerarmos que a vivência dos humanos histéricos na Terra, em relação a outros seres extraterrestres vindos do restante cosmos, é sentida claustrofobicamente, em que esses seres são sentidos como perto demais. Ver relacionadamente o meu artigo Claustrofobia histérica: por trás do trauma das abducções alienígenas ( Resende, 2012 ), no qual se conclui que, aquando da presença desses seres extraterrestres, em particular, no quarto do sujeito humano, os mesmos são sentidos como perto demais, sendo essa uma reação histérica, num quadro claustrofóbico, que caracterizará o trauma da abducção referida. Continuando, a vivência dos humanos obsessivos na Terra, em relação ao mesmo fenómeno da presença de outros seres do cosmos, será sentida de modo mais agradável, estando esses obsessivos mais à-vontade com aquela presença, devido à melhor lide do obsessivo com a presença desses seres referenciais.

 

Ora, podemos enquadrar isto em sistemas societais histéricos e sistemas societais obsessivos, em que temos exemplarmente quanto aos primeiros sistemas, sociedades histéricas matriarcais capitalistas, como a dos Estados Unidos da América, como, por exemplo, Jung ( 1991 ) caracterizou este país enquanto matriarcal e não patriarcal, e quanto aos segundos sistemas teremos sociedades mais obsessivas, tipicamente mais patriarcais, como a sociedade russa ou a chinesa, em que para a primeira há uma caracterização capitalista, mas num enquadramento mais tradicional referente ao comunismo da União Soviética, já que a Rússia tem posições de geopolítica e estratégia, etc., díspares frequentemente em relação ao capitalismo  do Ocidente, e em que para a sociedade chinesa há uma caracterização capitalista mas tendo apesar de tudo uma governação comunista, considerando o comunismo menos histérico e mais obsessivo.

 

Teremos, então, que num sistema histérico como o estado-unidense haverá a referida vivência claustrofóbica em relação a seres extraterrestres, em que teremos, pois, uma fobia relativamente a esses seres. Enquadre-se o agora dito com a caracterização da histeria de angústia, que Laplanche & Pontalis ( 1990 ) fazem, em que indicam que a histeria de angústia desenvolve-se cada vez mais no sentido da fobia, realçando que nesta histeria o deslocamento para um objecto fóbico é secundário ao aparecimento de uma angústia livre, não ligada a um objecto, pressupondo nós, então, que há um fundo de angústia num sistema histérico como o estado-unidense, que depois é deslocado sobre os seres extraterrestres, e isto, intui-se, num quadro histérico de massas, que poderá eventualmente dar origem a uma caracterização de pânico relativamente a seres extraterrestres.

 

Quanto à fobia referida, perspectivem-se os meus artigos Tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas ( Resende, 2010 ) e Exemplo paradigmático relativo às tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas                ( Resende, 2011 ). Nos mesmos, baseio-me no apoio incondicional dos Estados Unidos a Israel e na historicidade da coluna de fogo que guiou as tribos hebraicas pelo deserto, considerando eu que a coluna de fogo moderna nas sociedades capitalistas é a religião, enquanto modo de unir as pessoas, baseada na divinização do dinheiro, em que este é considerado psicologicamente a nível anal, que por sua vez baseia-se na divinização do sistema matriarcal, que está baseado na sexualidade feminina. Indico, para mais, a utilização da sexualidade feminina para controlo do indivíduo e das massas, em que teríamos o deslocamento das culpabilidades associadas ao controlo para o fogo eterno do Inferno, na religião cristã, mantendo-se, deste modo, o controlo individual e societal. Há, então, uma paranoia anal, surgindo como principal medo capitalista a desmistificação das tradições judaico-cristãs e da sexualidade feminina, concluindo-se que o medo capitalista de o “ fogo “ se extinguir significará o medo do frio do espaço ou o medo de uma invasão alienígena. O exemplo paradigmático dado é a utilização do Vai-Vém espacial, utilizado pelos Estados Unidos, uma sociedade capitalista, com caracterizações fóbicas. De facto, afigura-se o mecanismo relacional, na exploração espacial, de aproximação/evitamento, pelo ir e vir do Vai-Vém, perspevtivando-se estratégias defensivas fóbicas de fuga para a frente e de evitamento, estratégias estas como consideradas por Houzel, Emmanuelli & Moggio      ( Coord. ) ( 2004 ).

 

Continuando, quanto às sociedades menos histéricas, mais obsessivas, como as referenciadas anteriormente, teremos, pois, uma caracterização não fóbica ou menos fóbica em relação a seres extraterrestres na Terra, podendo enquadrar-se aqui uma alegada agenda exopolítica, particularmente por parte da Rússia, de gradualmente revelar e desembargar a verdade relativamente à presença de seres extraterrestres na Terra, alegada agenda essa tal como perspectivado por Michael Salla, um dos expoentes da exopolítica, como se pode ver especificamente em exopolitics.org/russias-military-intervention-in-ukraine-and-exopolitics. Parte dessa agenda poderá ser a presença na Internet, no website do YouTube, em www.youtube.com/watch?v=GAuYyFmGUWA, daquilo que eu considero como a prova mais cabal, em vídeo, da existência de seres extraterrestres na Terra, vídeo esse que terá sido pertença dos arquivos da KGB, serviços secretos da ex-União Soviética. Há ainda outro vídeo na mesma linha, de origem chinesa, mas gravado por civis, tal como se pode ver em www.youtube.com/watch?v=8BhJL1O7gmw. No primeiro vídeo referido, surgem três seres com corpos muito magros, de uniforme e com uma grande cabeça, relativamente aos humanos, a caminharem ao lado de humanos, em que surge noutro segmento um desses seres isolado a olhar para a câmara, em que se notam o piscar de olhos e a musculatura da cabeça em movimento. No segundo vídeo, estando os civis atrás de uns arbustos, conseguem captar a imagem de uma nave alienígena, pousada no chão, vendo-se depois um plataforma cilíndrica a descer do meio da nave, com um ser sem uniforme, muito magro, que olha depois na direcção dos humanos, pondo estes em fuga. Ainda parte dessa agenda poderá ser a indicação por parte de um ex-presidente de uma república russa, Kalmykia, de nome Ilyumzhinov, de que ele próprio foi abduzido por alienígenas, enquanto ocupava o lugar de presidente, e como se pode ver em www.youtube.com/watch?v=OnedpGJx3Yk. Temos ainda, importantemente, a revelação por parte do primeiro-ministro russo, que foi gravado em voz-off, quando pensava que os microfones não estavam a gravar, afirmando da presença de seres alienígenas na Terra, mas que não revelava o seu número pois podia causar pânico, lapso este que indica que poderá ter sido uma revelação deliberada, podendo isto ser visto em www.youtube.com/watch?v=zHCSpm2Kepo. É de reparar que apesar do primeiro-ministro falar em pânico, ele, contrariamente ao que se passa no Ocidente, em particular, revelou que havia essa presença alienígena.

 

Há que considerar, contudo, que apesar dessa diferença, Jimmy Carter, ex-presidente dos E. U. A., já afirmou ter visto um OVNI, assim como o secretário-geral da O. N. U., Perez de Cuellar, já terá afirmado ter visto uma abducção alienígena em progresso. Isto denota que também, mais a Ocidente, há estes casos de desembargar a verdade quanto à presença alienígena na Terra, realçando-se o militantismo de Dr. Steven Greer, director do Disclosure Project, que tem investido na tentativa de, em particular, os E. U. A., fazerem esse desembargo à verdade.

 

Mas a perspectiva de Salla, e os exemplos que já dei quanto a chineses e russos, com a referência a uma alegada agenda exopolítica de desembargo, já referida, estarão enquadrados na menor tendência para entrada em pânico destes sistemas mais obsessivos, e quanto aos sistemas histéricos, também receptáculos desse desembargo, poderemos dizer que devido aos antagonismos entre Rússia e China e o Ocidente, em particular, a reacção de pânico poderá ir sendo gradualmente diluída, pela carga mais agressiva dirigida ou deslocada pelos cidadãos ocidentais, ou uma parte dela, ou boa parte dela, relativamente aos russos e chineses, podendo nós hipotetizar que boa parte desse antagonismo é criado artificialmente para obter a reacção que descrevi por parte dos ocidentais, e considerando a suma importância do contacto extraterrestre com a Humanidade.

 

Ora, em relação ao contacto extraterrestre com a Humanidade, já descrevi em dois artigos meus, a saber, Exopsicologia e contacto extraterrestre ( Resende, 2013 ) e Exopsicologia e contacto extraterrestre enquanto relacionados com técnicas desestruturantes e (re)estruturantes ( Resende, 2013 ), processos psicológicos para melhor se efectuar o mesmo contacto. Tendo em conta o contacto aberto e global, supõe-se que no mesmo haverá contacto com raças alienígenas mais evoluídas, mentalmente, espiritualmente, intelectualmente e tecnologicamente, em particular por terem tido a capacidade de chegar à Terra, havendo a probabilidade de contactarem entre si telepaticamente. Realça-se que esse contacto envolverá uma diminuição narcísica nos elementos da Humanidade, estando, de certa maneira, implícita nesse contacto, pela diferença evolutiva entre os humanos e os extraterrestres. Será ainda necessária mudança radical de paradigma e de perspectiva da Humanidade perante si própria e o restante Universo. O contexto exopsicológico está relacionado com a exopolítica de Alfred Webre ( 2005 ), quando ele fala na alegada intenção da sociedade do Universo em reintegrar a Humanidade com o restante Universo, em que se utilizaria para isso um processo psicológico caracterizado pela diminuição narcísica da identidade humana pré-contacto, e com renúncia da identidade, para que haja a possibilidade de mudança identitária radical e paradigmática. Considera-se, para mais, que a desestruturação e a reestruturação estão ligadas a esse processo psicológico. Na desestruturação, há a confrontação do indivíduo com contradições e inconsistências deste, podendo colocar em causa os seus pressupostos mais implícitos, em que questionando-se o indivíduo aprende a melhor relacionar-se consigo próprio, com aquilo que ele é no seu interior. Indica-se também que a desestruturação tem a sua presença pela dolorosidade que o processo poderá acarretar, em que esses aspectos dolorosos estarão implícitos no contacto extraterrestre aberto e global, em que esse contacto, no contexto, constituir-se-á enquanto ferida narcísica da Humanidade. Na reestruturação, há o caminhar para o auto-aperfeiçoamento e para uma vivência mais plena e autónoma da vida. Esta mesma reestruturação relaciona-se com a mudança radical de paradigma, já referida, ou com a aquisição de novo paradigma, após o contacto. Para preparar a remodelação, aponta-se para a destruição das significações perturbantes, em que essas significações são utilizadas para estruturar, pelo direcionamento para fora do impasse psíquico. É de destacar, neste encaminhamento, o aspecto criativo do inconsciente colectivo, que indica novas direcções e significações para o indivíduo, fortalecendo também a mudança da atitude consciente do indivíduo, em que as forças criativas do inconsciente direcionarão o sistema psíquico.

 

Pelo dito, considere-se uma dupla estratégia para lidar com os aspectos mais relacionados com o pânico, derivados da claustrofobia, e mesmo, fobia em massa, que se caracterizará por um movimento xenófobo relativamente a extraterrestres, nas sociedades histéricas matriarcais. Por um lado, temos a desestruturação que essas próprias sociedades devem levar a cabo, desenvolvendo uma desconfiança fundamentada que permita o gradual deslocamento da fobia e carga agressiva dos extraterrestres para, em particular, o próprio governo, serviços secretos, militares, etc.. Exemplos do desenvolvimento dessa desconfiança fundamentada está o já referido Disclosure Project, dirigido por Steven Greer, que alerta constantemente para o embargo à verdade perpetuado pelas Administrações estado-unidenses, tendo nós, ainda, autores como Michael Salla, com livros, do mesmo, como Exposing U. S. Government Policies on Extraterrestrial Life: The Challenge of Exopolitics ( Salla,     2009 ), no qual o autor expõe, em particular, projectos conjuntos de humanos e ETs, especialmente nos E. U. A., e que são escondidos ao público. Por outro lado, temos a reestruturação que deverá ser levada a cabo pelas sociedades menos histéricas, mais obsessivas, com o exemplo fundamental da Rússia e da alegada agenda exopolítica de gradualmente revelar e desembargar a verdade relativamente à presença de seres extraterrestres na Terra, com os exemplos, para mais, já dados. Quanto a estes aspectos reestruturantes, que envolverão uma base de confiança, os mesmos levam a dupla identificação, com os humanos, mais obsessivos, e com os extraterrestres, e isto mesmo considerando o deslocamento da fobia e carga agressiva por parte dos ocidentais em relação a russos e chineses, como referido anteriormente, em que o simples facto de estes últimos irem fazendo um desembargo à verdade quanto à presença extraterrestre na Terra, vai instilando crescente confiança, fundamentada, por parte dos ocidentais, confiança essa que vai substituindo gradualmente a carga fóbica agressiva.

 

No todo, parecem haver semelhanças entre a Teoria do Tudo em Psicologia e a exopsicologia, quanto a tipos de personalidade enquanto relacionados com a agorafobia e a claustrofobia.

 

 

Bibliografia

 

Houzel, D., Emmanuelli, M. & Moggio, F. ( Coord. ) ( 2004 ). Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Climepsi Editores

 

Jung, C. G. ( 1991 ). Flying Saucers: A Modern Myth of Things Seen in the Skies extracted from Volume 10 of the Collected Works of C. G. Jung, Civilization in Transition, 1964, 1970. Princeton University Press.

 

Laplanche, J. & Pontalis, J. B. ( 1990 ). Vocabulário da Psicanálise ( tradução  portuguesa ) 7ª edição. Editorial Presença

 

Resende, S. ( 2008 ). A agorafobia enquanto perturbação obsessiva em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 02/12/2008

 

--------------- ( 2008 ). A claustrofobia enquanto perturbação histérica em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 12/12/2008

 

--------------- ( 2010 ). Exploração cósmica e viagens no tempo e suas relações com a histeria e a obsessão em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 26/11/2010

 

--------------- ( 2010 ). Tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 26/11/2010

 

--------------- ( 2011 ). Exemplo paradigmático relativo às tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 05/01/2011

 

--------------- ( 2011 ). Uma aproximação à Teoria do Tudo em Psicologia em www.psicologado.com ( proposto a 03/2011 )

 

--------------- ( 2012 ). Teoria do Tudo em Psicologia: a caminho dos mundos paralelos em Física em www.psicologado.com ( proposto a 01/2012 )

 

--------------- ( 2012 ). Teoria do Tudo em Psicologia: a caminho do Todo em www.psicologado.com ( proposto a 01/2012 )

 

--------------- ( 2012 ). Segundo complemento a Uma aproximação à Teoria do Tudo em Psicologia: correlatos politico-económicos em www.psicologado.com ( proposto a 08/2012 )

 

--------------- ( 2012 ). Claustrofobia histérica: por trás do trauma das abducções alienígenas em www.psicologado.com ( proposto a 11/2012 )

 

--------------- ( 2013 ). Exopsicologia e contacto extraterrestre em www.psicologado.com ( proposto a 06/2013 )

 

--------------- ( 2013 ). Exopsicologia e contacto extraterrestre enquanto relacionados com técnicas desestruturantes e (re)estruturantes em www.psicologado.com                 ( proposto a 10/2013 )

 

Salla, M. ( 2009 ). Exposing U. S. Government Policies on Extraterrestrial Life: The Challenge of Exopolitics. Exopolitics Institute

 

Webre, A. ( 2005 ). Exopolitics: Politics, Government and Law in the Universe. Universebooks

 

Referências de Internet

 

Exopolitics.org/russias-military-intervention-in-ukraine-and-exopolitics, consultado em 14/03/2014

 

www.youtube.com/watch?v=GAuYyFmGUWA, consultado em 14/03/2014

 

www.youtube.com/watch?v=8BhJL1O7gmw, consultado em 14/03/2014

 

www.youtube.com/watch?v=OnedpGJx3Yk, consultado em 14/03/2014

 

www.youtube.com/watch?v=zHCSpm2Kepo, consultado em 14/03/2014 

publicado por sergioresende às 14:46
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Capitalismo e Comunismo e o consciente e o inconsciente

Capitalismo e Comunismo e o consciente e o inconsciente

 

Baseando-me nas conclusões do meu artigo Psitrões enquanto base dos psemes e os   “ psychons “ do pensamento ( Resende, 2014 ), desenvolvo, neste artigo, elaborações quanto à relação entre Capitalismo e Comunismo e o consciente e o inconsciente.

 

Assim, naquele artigo, concluo quanto à maior relação entre heterotelepatia, ou telepatia de ser para ser, e espaço, e entre autotelepatia e tempo e, consequentemente, entre consciência e espaço, por a heterotelepatia estar associada a campos alargados de consciência, e entre inconsciência e tempo, por a autotelepatia estar associada a campos alargados de inconsciência, em que a heterotelepatia será mais espacial pelo atravessar dos pensamentos de ser para ser, com maiores particularidades espaciais, portanto, e em que a autotelepatia, ou movimentos psíquicos psitrónicos, com os psitrões enquanto partículas psíquicas que subjazem os psemes, para o passado e para o futuro, nos inconscientes colectivo e pessoal, será mais temporal, portanto.

 

Considere-se, agora, o capitalismo enquanto oposto ao comunismo e, como nos diz a Física, tempo e espaço com sinais opostos, como se pode ver, por exemplo, em Viagens no Tempo no Universo de Einstein, de Richard Gott III ( 2001 ).

 

Para mais, tenha-se em conta o capitalismo com o individualismo, o Self-Made Man, com a importância da acção, de o próprio fazer o seu próprio presente e futuro, acentuando-se o consciente sobre o inconsciente, em que, pelo dito, realça-se a relação do capitalismo com o seu extremo fascismo, com o correspondente expansionismo espacial, e com o consciente.

 

No comunismo, temos a acentuação do colectivo sobre o individual, com o grande lema Até à Vitória Sempre!, e com a consideração comunista da história da humanidade como a história da luta de classes, tendo-se, pois, estas relações entre comunismo e tempo, em que também, por contraponto ao capitalismo, se intuirá no comunismo necessidade de expansionismo temporal, pressupondo-se, então, maior relação entre comunismo e inconsciente.

 

De tudo dito, pressupõe-se maior relação entre heterotelepatia, ou telepatia estrita de ser para ser, e capitalismo, e entre autotelepatia e comunismo, concluindo-se, também, pelo dito, pela maior relação entre capitalismo e consciente e entre comunismo e inconsciente.

 

Considerando-se a relação entre comunismo e existencialismo, ou tendência para o ser, e capitalismo e tendência para o fazer, ter-se-á que o comunismo existencialista remeterá para o inconsciente temporal e que o capitalismo agido remeterá para o consciente espacial.

 

Exopsicologicamente, tendo em conta a quarentena infligida à Humanidade por parte da restante sociedade do Universo, de acordo com um dos fundadores da exopolítica, Alfred Webre ( 2005 ), devido a uma alegada rebelião por parte da Humanidade, teremos, considerando a história humana, uma progressiva consciencialização da quarentena a nível inconsciente transpessoal de um passado mais comunista por parte da Humanidade, tendo em conta as manifestações historicamente mais recentes do comunismo, em que a quarentena em si se remeterá mais para o aspecto espacial do imperialismo capitalista, em que a Humanidade, provando do próprio veneno, dir-se-á, ter-se-á rebelado a nível imperialista, com a consequente caracterização imperialista da história da humanidade.

 

Assim, como o próprio Webre ( 2005 ) nos diz, quanto à tendência de reintegração da Humanidade na restante sociedade do Universo, e por essa própria sociedade, teremos uma consciencialização do inconsciente transpessoal mais a nível espacial, pela relação entre consciente e espaço, que nos remeterá para uma sugestão por parte da restante sociedade do Universo para uma progressão pelo espaço sideral de acordo com uma tendência comunista.

 

 

Bibliografia

 

Gott III, J. R. ( 2001 ). Viagens no Tempo no Universo de Einstein. edições quasi

 

Resende, S. ( 2014 ). Psitrões enquanto base dos psemes e os “ psychons “ do pensamento em www.psicologado.com ( proposto a 03/2014 )

 

Webre, A. ( 2005 ). Exopolitics: Politics, Government and Law in the Universe. Universebooks

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