Destaco alguns artigos que escrevi acerca da inveja do clitóris, e sua relação com aspectos criativos, para posteriormente fazer a consideração de que a mesma surgirá da culpabilidade fálica.
Assim, em A inveja do pénis e a inveja do clitóris e suas implicações políticas ( Resende, 2010 ), considero que a inveja do clitóris, na comparação pénis-clitóris, se caracteriza pelo sentimento de subcompensação narcísica, em que há uma tentativa de diminuição narcísica, com características ao falismo, sendo uma inveja tipicamente masculina.
Em Aspectos criativos e evolutivos da inveja do clitóris ( Resende, 2010 ), considero que aquela tentativa de diminuição narcísica é derivada do sentimento de superioridade narcísica advindo da comparação pénis-clitóris. Para mais, indica-se que a tentativa de diminuição narcísica, mais típica no homem, terá uma crucial importância evolutiva, no sentido do estabelecimento e manutenção de relações amorosas e sexuais, em particular entre homens e mulheres, por contraponto às características sobrecompensatórias da inveja do pénis, mais típico na mulher. Dá-se ainda um exemplo quanto à tendência histórica do maior poder criativo do homem, em relação à mulher, em que se tem em conta uma descrição cinéfila de Miguel Ângelo, em que na mesma esse artista é tido como considerando que a obra já está feita à partida, sendo tarefa do artista, particularmente, do escultor, tirar o que está a mais. Neste exemplo escultural, realçam-se as características subcompensatórias do poder criativo do homem, podendo-se fazer uma generalização desta noção a outras áreas artísticas.
Já em Exemplos específicos das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris ( Resende, 2010 ), para além daquele exemplo de Miguel Ângelo, introduzo outro paradigma que é relativo à guerra, e tem tanta relevância quanto a mesma tem tido crucial importância, desde tempos idos, na formação de nações, blocos estratégicos e ideologias. Os exemplos são retirados de A Arte da Guerra, de Sun Tzu, autor chinês que terá escrito o dito livro há cerca de 2500 anos. O livro tem influenciado, para além de militares, empresários e empreendedores, destacando-se, pois, em outras guerras para além das militares. Realça-se, ainda, quanto às características subcompensatórias da inveja do clitóris no homem, o facto de as guerras militares, e as empresariais, entre outras, serem protagonizadas por homens. Assim, exemplos paradigmáticos das características subcompensatórias são a indicação, por Sun Tzu, de que o clímax da capacidade em batalha é submeter o inimigo sem lutar e, ainda, que se deve fingir incapacidade para iludir o inimigo. Caracterizando o perito na guerra, o autor reconhece que, por vezes, se deve sacrificar uma porção da sua força guerreira para obter um objectivo mais valioso. Outros exemplos são quando ele diz que onde o inimigo é forte, é de evitá-lo, e, ainda, pretender inferioridade, encorajando a arrogância do inimigo. Terminando o resumo deste artigo, invoca-se outro exemplo paradigmático das características subcompensatórias do homem, no caso, a máxima socrática, “ Só sei que nada sei! “.
Ainda noutro artigo, dá-se um pequeno exemplo das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris, como se pode ver em O cavalheirismo como manifestação das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris ( Resende, 2011 ). Assim, no campo do estabelecimento e manutenção de relações amorosas e sexuais entre homens e mulheres, dá-se o exemplo paradigmático do cavalheirismo. Deste modo, quando um homem deixa passar uma mulher à frente, numa qualquer passagem, estará a perder prioridade de passagem em relação a ela. Quando, por exemplo, o homem arrasta a cadeira da mulher, numa mesa, está a fazer de servente, diminuindo-se. Outra diminuição subcompensatória, ao nível do narcisismo, bastante paradigmática, é quando o homem se ajoelha para pedir a mulher em casamento, como acontece frequentemente. O homem diminui-se perante a mulher, portanto. Vê-se, então, que na proposta de casamento típica, em que o homem se ajoelha perante a mulher, o homem está a contrabalançar a sobrecompensação falo-narcísica típica da mulher, sendo a mesma advinda do sentimento de inferioridade narcísica, relacionada com a inveja do pénis, portanto.
Depois destes resumos feitos, para melhor enquadrar a relação das características subcompensatórias da inveja do clitóris com o poder criativo, em particular, dir-se-à que a inveja do clitóris surgirá da culpabilidade fálica, em relação ao sentimento de superioridade sentido pelo homem na comparação pénis-clitóris, com possíveis motivos filogenéticos, num sistema de equilibração evolutivo em relação ao sentimento de inveja do pénis, tipicamente sentido pela mulher, e suas características sobrecompensatórias. Culpabilidade fálica, precisamente, em relação às características sobrecompensatórias associadas ao sentimento de superioridade referido.
Dir-se-à que o homem verdadeiramente criativo não se caracteriza pelo exibicionismo nem pela vaidade, características tipicamente fálicas.
Faz, então, sentido, quando se diz que o artista prefere que os outros não vejam a sua obra, antes de ela estar acabada, controlando, precisamente, exibicionismos e vaidades.
Bibliografia
Resende, S. ( 2010 ). A inveja do pénis e a inveja do clitóris e suas implicações políticas em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 15/10/2010
Resende, S. ( 2010 ). Aspectos criativos e evolutivos da inveja do clitóris em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 17/11/2010
Resende, S. ( 2010 ). Exemplos específicos das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 28/11/2010
Resende, S. ( 2011 ). O cavalheirismo como manifestação das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris em www.psicologado.com ( proposto a 12/2011 )
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