Considera-se, neste artigo, uma perspectiva transpessoal no tratamento do alcoolismo.
Assim, considerar em Stanislav Grof ( 2007 ), em A Psicologia do Futuro, a referência, no contexto das emergências espirituais, cruciais no trabalho de Grof, que o autor faz a Carl Jung, um dos precurssores dos Alcoólicos Anónimos ( A. A. ), pelo menos a nível teórico, em que Jung terá dito a um dos fundadores dos A. A. que o que os alcoólicos precisavam ou tinham necessidade era de uma experiência espiritual profunda, em que a ânsia de álcool do alcoólico era equivalente à sede espiritual que o nosso ser tem da totalidade, ou a união com Deus, neste caso.
Se relacionarmos experiência espiritual com religião e, em particular, a religião cristã, há que considerar a existência na mesma de Jesus Cristo e, ao nível das profecias, da vinda do Anti-Cristo, no Juízo Final, a sua antítese. Se considerarmos esta experiência um fechamento, um “ closure “, temos então o par antitético religioso espiritual associado ao alcoolismo, o que nos dá uma perspectiva transpessoal associada ao mesmo. Será relevante, pois, que Grof seja um dos fundadores da Psicologia Transpessoal e que Jung seja um dos precurssores ideológicos e teóricos dessa Psicologia, como dos A. A. e da rede mundial dos Doze Passos, sobejamente conhecida no tratamento do alcoolismo, realçando-se a cariz religiosa destas organizações.
Intui-se, então, que para indivíduos histéricos alcoólicos devemos recorrer a medidas obsessivas, considerando obsessão antitética da histeria, em que nesta o deslocamento do afecto entre representações é feita bem mais facilmente do que na obsessão, e que para indivíduos obsessivos alcoólicos devemos recorrer a medidas histéricas.
Considerando a maior sociabilidade do histérico, em que tenderão a beber socialmente, dever-se-à reduzir a sociabilidade no alcoólico histérico, reduzindo a generabilidade dos estímulos associados à sensação de estar alcoolizado, criando pontos de fixação obsessivos, como limitar os locais de consumo de álcool, ou o tipo de bebida alcoólica consumida como ainda de beber cada vez mais sozinho, limitando a grandeza e o grau das sensações alcoolizadas. Já o obsessivo, que tenderá a beber menos socialmente, teremos que, para o mesmo, deveremos aumentar a generabilidade dos estímulos das sensações associadas a estar alcoolizado, aumentando a presença social no que diz respeito à bebida, aumentando os locais de consumo de álcool ou aumentando o tipo de bebida alcoólica, com mais variação, portanto.
Societalmente, e ao nível de políticas governamentais, temos, então, que numa sociedade com predomínio de alcoólicos histéricos deverá haver uma política de fechamento de bares e similares e que, numa sociedade com predomínio de alcoólicos obsessivos deverá haver uma política de abertura de bares e similares.
Temos, pois, uma perspectiva transpessoal no tratamento do alcoolismo.
Bibliografia
Grof, S. ( 2007 ). A Psicologia do Futuro. Via Óptima
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