Domingo, 13 de Julho de 2014

A passadeira vermelha: correlatos psicológicos

A passadeira vermelha: correlatos psicológicos

 

Elaboram-se, no presente artigo, correlatos psicológicos relativos à passadeira vermelha.

 

Antes de mais, resuma-se o meu artigo Catar sexual feminino enquanto fobia social      ( Resende, 2012 ), considerando o catar sexual feminino como o sentimento de estar a sugar sexualmente outra mulher, nas relações sociais particularmente sexualizadas entre mulheres. Assim, considera-se nesse artigo que, com a variação do surgimento da menstruação nas várias mulheres, ou seja, o não saberem o quando a outra mulher está menstruada, e em que há o sentimento de estar a sugar sexualmente o sangue de outra mulher, o catar sexual surge como uma ameaça de castração, em que a menstruação fará lembrar o sinal depressivo de perda do pénis já efectuada. Ora, esta ameaça de castração remete-nos para algo fóbico, em que a própria tentará evitar o contacto social, mas em que ocorrerá um deslocamento contra-fóbico, para a mesma ou outras mulheres, fundamentando isso relacionamentos sociais tipicamente histéricos. Ou seja, haverá uma fuga para a frente. Como se diz nesse artigo, esta fuga para a frente é uma das estratégias defensivas utilizadas na fobia, como indicam Houzel, Emmanuelli & Moggio, no seu Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Estas características indicam que haverá uma tentativa de controlar externamente a fobia social, já que assim será de mais fácil manejo. Ora, conclui-se que este evitamento e fobia social, com fuga para a frente, ajudará a explicar a sociabilidade típica dos histéricos assim como a superficialidade também típica dos relacionamentos histéricos, em que o movimento contrafóbico dará conta da sociabilidade, enquanto que o movimento fóbico dará conta da superficialidade. E isto considerando o histerismo mais tipicamente feminino.

 

É de considerar agora a passadeira vermelha, com cor semelhante à cor do sangue da menstruação, com essa passadeira associada à passagem por cima dela, com a mesma a ser pisada, e calcada, de celebridades, com o catar sexual feminino a ser típico na mulher e a histeria a ser tipicamente feminina, e considerando os sistemas histéricos capitalistas matriarcais, no âmbito do capitalismo global contemporâneo, com o desejo exacerbado nestas sociedades de visualizar essas celebridades, em particular nas cerimónias precedidas de passagem por passadeira vermelha. Em conjunto, aquele pisar, aquele calcar, transmite, em particular, ao público feminino, o acentuar da superficialidade já referida, acentuando-se desta maneira, em particular com a alta intensidade emocional envolvida nessas cerimónias, uma clivagem, um afastamento dessas mesmas celebridades em relação ao público. Isto também é evidenciado pelo uso típico nessas cerimónias de vestidos de marcas e de estilistas caríssimos, só de acesso a alguns, com elitismo envolvido, acentuando-se, pois, aquele afastamento, aquela superficialidade fóbica, aquele medo, em que temos presente, então, o acentuar de um medo em relação a celebridades.

 

O desejo de visualização destas cerimónias e destas celebridades, para além de envolver uma vivência masoquista, de querer continuar a viver em medo, envolve uma fuga para a frente, que caracteriza parte do sistema fóbico, como Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. ) ( 2004 ) nos dizem, de aproximação/evitamento, em que o evitamento estará presente no também masoquista sentimento deste público, em geral, de que aquela vida é para as celebridades, que nunca terão aquela fama, evitando, desta maneira, uma identificação contínua com as mesmas celebridades, descontinuidade essa que estará presente na necessidade exacerbada deste público de saber, conhecer, visualizar, ler, etc., sobre novas estreias de obras, intervenções, filmes, concertos, etc., dessas celebridades, ou relativo a elas, e de novas celebridades, em que temos a novidade nessa descontinuidade.

 

O também conhecido desejo, eventualmente exacerbado, nessas sociedades de querer ter fama, de ser uma celebridade, particularmente no público jovem, envolverá uma grande fuga para a frente, no enquadramento fóbico, em que o sujeito desejará, inconscientemente, ou mais ou menos conscientemente, ser também temido, em que aqueles que têm esse desejo quererão ter o poder, com temor envolvido, de influenciar os outros, de influenciar as massas, o que revela nestes sujeitos um sentimento de falta de controlo, dos acontecimentos, particularmente, perante celebridades, sentimento esse que enformará o evitamento do sistema fóbico.

 

Esta descrição indicará que aqueles que querem e desejam ser celebridades, em geral, sentem temor fóbico daqueles que manifestamente admiram, e querendo ser temidos, quererão fazer uma espécie de vingança fóbica, manifestada, por exemplo, nos anúncios feitos amiúde, a outros, de que um dia vingarão, que serão bem sucedidos.

 

O que é descrito no artigo também será válido para celebridades políticas, em que o medo em relação às mesmas enformará identificações muito peculiares do público em relação a esses políticos, em que quanto mais medo maior identificação, em que a fuga para a frente caracterizará, por exemplo, importantemente, o voto nos mesmos.

 

As descrições feitas têm particular importância no público feminino, em particular, e em histéricos, em geral, e isto pelo já dito.

 

 

Bibliografia

 

Houzel, D., Emmanuelli, M. & Moggio, F. ( Coord. ) ( 2004 ). Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Climepsi Editores

 

Resende, S. ( 2012 ). Catar sexual feminino enquanto fobia social em www.psicologado.com ( proposto a 06/2012 )

publicado por sergioresende às 10:41
link | comentar | favorito
Quinta-feira, 8 de Agosto de 2013

Características psicológicas específicas da teleportação psíquica enquanto viagem entre mundos paralelos

No presente artigo, e pressupondo-se determinadas capacidades psicológicas para viajar entre mundos paralelos, relacionam-se aspectos psicológicos que estarão envolvidos nessa viagem, como a rejeição psicológica, que basear-se-à no não enquanto organizador psíquico por excelência, e que nos indicará que o indivíduo não deverá padecer de angústia de separação, ou seja, não deverá constituir-se enquanto borderline, como se pode ver no artigo dos mundos paralelos, referido já abaixo, relacionam-se, dizia, com características psicológicas que caracterizarão a teleportação psíquica, nos seus aspectos mais específicos.

 

Assim, resumem-se inicialmente dois artigos meus, a saber, Teoria do Tudo em Psicologia: a caminho dos mundos paralelos em Física ( Resende, 2012 ) e Características psicológicas da teleportação psíquica ( Resende, 2013 ).

 

Já descrito em parte acima, o artigo dos mundos paralelos tem a premissa da Teoria do Tudo em Psicologia, que baseia-se no relacionar de características psicológicas com características  da Física, considerando a Teoria do Tudo em Física, que pretende investigar a unificação das forças fundamentais do Universo. Como já dito, pressupõem-se determinadas capacidades psicológicas para viajar entre mundos paralelos, considerando nós, então, o não, enquanto importante organizador psíquico, que nos leva a pensar em rejeição psicológica. Deste modo, dever-se-à saber lidar com a rejeição psicológica, não devendo o indivíduo padecer de angústia de separação, ou seja, não deverá constituir-se enquanto borderline.

 

Quanto ao artigo da teleportação psíquica, considera-se que a mesma caracterizar-se-à por uma desintegração psíquica com posterior reintegração psíquica. Para mais, baseando-me num artigo meu sobre a contemplação meditativa, considero que o obsessivo, através do juízo de condenação, adia a gratificação, levando à meditação, e à integração da introjecção e da projecção, num introprojecto, levando-nos a considerar que a teleportação é caracterizada por este introprojecto, caracterizado, pois, por uma espécie de transe meditativo.

 

Essencialmente, desse artigo, temos que na teleportação psíquica, há uma fase inicial projectiva, pelo desejo inicial de teleportação, seguida de uma introjecção, pela necessidade de desintegração, e com posterior projecção, pela necessidade ulterior de reintegração. Temos ainda as características espaço-temporais, em que do maníaco ao deprimido, se vai da maior utilização das unidades tempo-mentais á menor utilização dessas unidades, passando pelo histérico e pelo obsessivo. Concluindo-se que quanto mais unidades tempo-mentais são utilizadas menos unidades espaço-mentais são utilizadas, tem-se em conta que o deprimido utiliza menos unidades tempo-mentais e mais unidades espaço-mentais, em que haverá a necessidade de menor utilização de unidades espaço-mentais. Será neste contexto, e em transe meditativo, que surge a projecção inicial, do desejo de teleportação, já que há um enquadramento psicológico de menor deslocação física em si, o que promoverá o fenómeno da teleportação. Tem-se, ainda, que a fase introjectiva estará associada à inveja do clitóris, que se caracteriza por uma tentativa de diminuição narcísica, na comparação pénis-clitóris. A mesma inveja caracteriza-se pela subcompensação narcísica, que também se pode associar à renúncia da identidade. Após isso, surge a fase projectiva, em que da fase introjectiva psicótica há a passagem para a fase projectiva depressiva. Haverá a passagem da inveja do clitóris à inveja do pénis, passagem da subcompensação narcísica à sobrecompensação narcísica.

 

Temos ainda o conceito de núcleos de personalidade, que proponho como intervindo no fenómeno da teleportação. Teríamos no mesmo indivíduo e personalidade, núcleos de personalidade, com um núcleo maníaco, um histérico, um obsessivo e um deprimido. Estes núcleos aproximam-se do conceito de traços de carácter, que existirão no âmbito de uma estrutura ou organização de personalidade. Temos os traços de carácter estruturais e os traços de carácter pulsionais, dividindo-se estes em traços de carácter libidinais e traços agressivos. Nos libidinais, temos os traços orais, anais, uretrais, fálicos e genitais e nos agressivos, os traços sádicos, masoquistas e autopunitivos.

 

Assim, no contexto da teleportação, é como se fossem utilizadas técnicas de manipulação de diferentes traços de carácter, dos núcleos, portanto.

 

Deste modo, na teleportação, teremos uma pré-fase maniaco-depressiva, em que da mania à depressão, passar-se-à por traços fálicos, associados ao histerismo, e por traços anais, associados à obsessão, em que chegamos à fase deprimida, em que devido àquela projecção inicial requerida, teremos a utilização de traços fálico-depressivos. Na sequência, em que chegamos à introjecção na fase psicótica, teremos a manipulação de traços orais, associados a características incorporativas. Nesta fase, devido àquela diminuição narcísica requerida e à renúncia da identidade, estaremos a falar da manipulação de traços de carácter agressivos autopunitivos. Posteriormente, a caminho da reintegração, teremos o caminho inverso, passando pelos traços anais, traços fálicos, quer histéricos quer depressivos, que caracterizarão a projecção nesta fase, chegando à reintegração, que será sobremaneira conseguida pela manipulação de traços de carácter genitais, que se caracterizam pela integração, particularmente egóica mas também das diferentes pulsões.

 

Associam-se, ainda, as relações espaço-temporais já referidas, em que há necessidade de unidades espaço-mentais no histérico e de unidades tempo-mentais no obsessivo, para considerar que quando há a passagem do maníaco ao deprimido, passando pelo histérico e pelo obsessivo, há uma primazia inicial da manipulação de características espaciais para depois haver uma primazia de características temporais, e que na fase inversa, a primazia vai das características temporais às espaciais. Assim, num processo de teleportação primariamente espacial, teremos a primazia da manipulação inicial de características histerico-espaciais, enquanto que num processo de teleportação primariamente temporal, teremos a primazia da manipulação inicial de características obsessivo-temporais. Se se pensar num processo integrativo espaço-temporal, teremos a integração de características fálicas e anais, tendo nós, pois, a primazia da manipulação inicial de características falico-anais.

 

Já para o presente artigo, é de realçar a importância da necessidade de lidar com a rejeição psicológica, nos mundos paralelos, e relacionar isso com características psicológicas específicas envolvidas na teleportação psíquica. Por exemplo, temos a utilização de características obsessivas, tipicamente anais, principalmente na teleportação temporal, como a anulação retroactiva, em que, no novo mundo paralelo da teleportação, se anula inconscientemente a consciência do mundo paralelo inicial, permitindo com que a consciência se torne mais estável no novo mundo paralelo temporal. Hipotetiza-se que, com estas características, a própria teleportação espacial tenha mais cunho anal do que considerado no artigo da teleportação psíquica, embora seja avançado nesse artigo a utilização de características falico-anais para se efectuar uma teleportação em que se conjuga a teleportação temporal e a teleportação espacial.

 

Especificamente quanto à rejeição, lidando, pois, da melhor forma com a rejeição psicológica, não padecendo, portanto, de angústia de separação, rejeita-se o mundo paralelo anterior, inicial, para melhor viajar para o novo mundo paralelo da teleportação final.

 

Por exemplo, a negação da realidade no psicótico ajudará a negar a realidade do mundo paralelo inicial da teleportação, ajudando o indivíduo a adaptar-se melhor ao mundo paralelo final da teleportação.

 

Temos, ainda, um mecanismo de defesa como o recalcamento histérico, em que do mesmo modo que se efectua a anulação retroactiva obsessiva, o recalcamento histérico permitirá o esquecimento do mundo paralelo anterior na teleportação, apoiando uma melhor viagem para o novo mundo paralelo na teleportação final, já que terá mais presente a consciência deste novo mundo, o que ajudará à adaptação ao mesmo.

 

Assim vemos que na teleportação conjugada espaço-temporal, a utilização de características falico-anais, ou características histéricas e obsessivas, é coerente, já que ocorrem processos semelhantes, em que hipotetiza-se que as diferentes características reforçam-se mutuamente.

 

Sublinha-se, pelo já dito, a diferença que na dominância obsessiva da teleportação haja uma teleportação a posteriori, e que na dominância histérica da teleportação haja uma teleportação a anterior.

 

Nos mesmos moldes, se podem considerar um mecanismo de defesa tipicamente obsessivo como a formação reactiva e um mecanismo de defesa tipicamente histérico como a dissociação da consciência, em que a formação reactiva, sendo a manifestação de características contrárias às sentidas, permitirá lidar com as diferenças existentes entre o mundo paralelo inicial da teleportação e o mundo paralelo final, enquanto que a dissociação da consciência permitirá, do mesmo modo, lidar com as diferenças existentes de consciência entre os dois tipos de mundo referidos. Mais uma vez, hipotetiza-se que estas diferentes características reforçar-se-ão mutuamente.

 

Especifiquemos, agora, mais, quanto aos traços de carácter, traços esses tal como enunciados por Bergeret ( 1997 ).

 

Assim, a variabilidade da distância relacional, traço de carácter histérico, particularmente histerofóbico, e como é manifesto, ajudaria a um melhor relacionamento das diferentes distâncias envolvidas na teleportação, particularmente a espacial. Também histerofóbico, os evitamentos e deslocamentos no comportamento exterior fomentarão um melhor manejar dos deslocamentos implícitos na teleportação psíquica. Já a sugestionabilidade, traço de carácter histerofóbico, estará relacionada com o transe meditativo, referido no artigo da teleportação psíquica, como fase pertencente na teleportação psíquica, ou como a caracterizando. A sugestionabilidade e o transe meditativo estarão relacionados com o condicionamento hipnótico, típico  do catar sexual feminino, ligando-se este a um traço de carácter histérico de conversão, a erotização evidente, e referido no meu artigo Catar sexual feminino enquanto fobia social ( Resende, 2012 ). Este condicionamento hipnótico diz respeito ao sentimento de estar a sugar sexualmente outra mulher, nos comportamentos sociais tipicamente sexualizados entre mulheres, e, eventualmente, sugar sexualmente o sangue de outra mulher, aquando da menstruação. Ora, este catar sexual surge como uma ameaça de castração, tendo em conta a variação de surgimento da menstruação nas várias mulheres, em que a menstruação fará lembrar o sinal depressivo de perda do pénis já efectuada.

 

Temos, pois, e caracteristicamente, um factor sugestionável como caracterizando a maioria das mulheres, pelo menos. Ainda é de realçar, deste último artigo referido, o catar sexual feminino através de meios como a televisão, mas também o cinema, em que temos, pois, uma influência hipnótica nas mulheres assistindo a esses meios, particularmente com a presença nos mesmos de outras mulheres, que desempenharão o papel de superiores hierárquicas, dado o grande número de mulheres assistindo a esses meios, e ao reduzidíssimo número de mulheres presentes na televisão e cinema. Tendo em conta as características sexuais desta sugestionabilidade referida, é de considerar o traço de carácter histérico de conversão, da regressão da acção ao pensamento erotizado, em que o pensamento erotizado é reforçado pelas fontes de sugestão. Isto concorrerá para que externamente seja mais fácil elicitar a teleportação psíquica.

 

É de referir, ainda, dois traços de carácter histéricos de conversão, a mitomania histérica, que permitirá ao indivíduo “ mentir “ em relação ao mundo inicial da teleportação, melhor diferenciando-o relativamente ao mundo final, e a teatralidade histérica, que estará ao nível do faz-de-conta, que ajudará o indivíduo a lidar com mundos alternativos, o que caracterizará os mundos inicial e final da teleportação.

 

Já nos traços de carácter estruturais neuróticos obsessivos, temos que, na necessidade de exactidão no espaço e no tempo, surgirá uma maior precisão na deslocação envolvida na teleportação psíquica.

 

Nos traços de carácter pulsionais libidinais orais, temos que, na ambivalência oral, que leva à necessidade de “ vomitar “ imediatamente tudo o que se tinha procurado incorporar no instante anterior, surgirá uma melhor relação entre os processos introjectivos e projectivos envolvidos na teleportação psíquica, processos esses descritos no artigo já referido da teleportação.

 

Temos, também, que nos traços de carácter pulsionais libidinais anais, mais precisamente na fase anal de rejeição, uma das características é a oposição sistemática, que indica um maior à-vontade em estar em diferentes mundos paralelos, diferença essa envolvida na teleportação psíquica.

 

Há uma característica importante nos traços de carácter pulsionais libidinais fálicos, que é a competição entre os sexos, no seguimento da competição uretral, com o falo   ( ainda não o pénis ) destinado a ser mostrado e admirado, em que nessa competição, relacionada com o catar sexual feminino, já descrito, surgirá o receio de castração fálica, em que a eventual menstruação na outra mulher fará lembrar o sinal depressivo de perda do pénis já efectuada. Na competição referida, o catar sexual feminino, entre mulheres, competirá pela outra mulher, assim como o homem competirá. O receio de castração fálica, referido, conduz a uma grande “ falização “ de todo o corpo por inteiro, pela sobrecompensação narcísica. Isso é importante para a caracterização da sobrecompensação narcísica, referida no artigo da teleportação, referente à reintegração psíquica, como uma fase da teleportação psíquica. Ora, assim temos que quanto maior o índice de castração fálica, maior o índice de teleportação.

 

Estas foram, pois, as caracterizações psicológicas mais específicas da teleportação psíquica enquanto viagem entre mundos paralelos.

 

 

Bibliografia

 

Bergeret, J. ( 1997 ). A personalidade normal e patológica. Climepsi Editores

 

Resende, S. ( 2012 ). Teoria do Tudo em Psicologia: a caminho dos mundos paralelos em Física em www.psicologado.com ( proposto a 01/2012 )

 

--------------- ( 2012 ). Catar sexual feminino enquanto fobia social em www.psicologado.com ( proposto a 06/2012 )

 

--------------- ( 2012 ). Características psicológicas da teleportação psíquica em www.psicologado.com ( proposto a 04/2013 )

publicado por sergioresende às 14:55
link | comentar | favorito
Sexta-feira, 15 de Junho de 2012

Catar sexual feminino enquanto fobia social

Relacionando o catar sexual feminino enquanto meio de deslocamento social, equaciono o mesmo com a angústia de castração e a fobia social.

 

Em Caracterização psicológica das personagens Batman, Tarzan e King-Kong ( Resende, 2010 ), utilizo o exemplo de Tarzan, que se desloca pela selva através de lianas ( cordas vegetais dependuradas em árvores ), para indicar que nos relacionamentos tipicamente femininos, particularmente histéricos, ocorre o grooming sexual, ou comportamento de catar sexualmente, com importantes características sociais e hierárquicas. Estamos a falar, portanto, de comportamentos sociais tipicamente sexualizados, particularmente entre mulheres. Diz-se mais, que este catar sexual parece ser um meio de deslocação social e societal para as mulheres. Particulariza-se, ainda, que meios como a televisão e o cinema constituem lianas sociais para as mulheres, tendo isso especial importância para a hierarquização social sentida pelas mulheres, em que se perceberá uma maior hierarquia para aquelas mulheres que surgem na televisão ou cinema.

 

Continuando, com a variação do surgimento da menstruação nas várias mulheres, ou seja, não saberem o quando a outra mulher está menstruada, e em que há o sentimento de estar a sugar sexualmente o sangue de outra mulher, o catar sexual surge como uma ameaça de castração, em que a menstruação fará lembrar o sinal depressivo de perda do pénis já efectuada. Para mais, o condicionamento hipnótico típico do catar sexual fará com que a ameaça de castração tenha uma significativa influência.

 

É de referir o caso de, estando eu presente no corredor de uma ala psiquiátrica hospitalar, surge uma paciente que começa a dizer que quando chegasse a doutora, ela iria ver, que iria fazer com que ela ( doutora ) ficasse toda molhada.

 

Ora, esta ameaça de castração remete-nos para algo fóbico, em que tentará evitar o contacto social, mas em que ocorrerá um deslocamento contra-fóbico, para a mesma ou outras mulheres, talvez principalmente outras mulheres, fundamentando isso relacionamentos sociais tipicamente histéricos. Ou seja, haverá uma fuga para a frente. Esta fuga para a frente é uma das estratégias defensivas utilizadas na fobia como nos dizem Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. ) ( 2004 ). Estas características indicam que haverá uma tentativa de controlar externamente a fobia social, já que assim será de mais fácil manejo.

 

Este evitamento e fobia social, com fuga para a frente, ajudará a explicar a sociabilidade típica dos histéricos assim como a superficialidade também típica dos relacionamentos histéricos, em que o movimento contra-fóbico dará conta da sociabilidade enquanto que o movimento fóbico dará conta da superficialidade. Isto, tendo-se a noção de que o histerismo é mais tipicamente feminino.

 

Para mais, é de notar o exemplo relativamente conhecido daquelas mulheres que têm várias dezenas de sapatos, ou mesmo apenas várias unidades, em que o senso comum dirá que será um exagero. No contexto, o ter vários sapatos apontará para uma dominação hierárquica sobre outras mulheres, já que indicará, aparentemente, que não necessita delas para funcionarem como objecto contra-fóbico. Mas dir-se-à que o afecto do objecto contra-fóbico nas outras mulheres é deslocado sobre os sapatos, em que estes continuam a funcionar como objectos contra-fóbicos. Ou seja, a ansiedade social permanece, em que o conteúdo manifesto indica uma dominação hierárquica sobre outras mulheres e o conteúdo latente indica fobia social, relacional, semelhante às restantes mulheres. Repare-se que, neste caso, da posse dos vários sapatos, é mais notória a tentativa de controlar externamente algo que será de mais difícil lide internamente.

 

Temos então o catar sexual como fonte de ansiedade e angústia de castração, com ansiedade e fobia social.

 

É ainda de evidenciar que as características sexualizadas do catar sexual, com características fóbicas, nos remetem para uma histeria de angústia, histeria esta que, precisamente, Laplanche & Pontalis ( 1990 ) aproximam, mas não totalmente, à neurose fóbica.

 

 

Bibliografia

 

Houzel, D., Emmanuelli, M. & Moggio, F. ( Coord. ) ( 2004 ). Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Climepsi Editores

 

Laplanche, J. & Pontalis, J. B. ( 1990 ). Vocabulário da Psicanálise. Editorial Presença

 

Resende, S. ( 2010 ). Caracterização psicológica das personagens Batman, Tarzan e King-Kong em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 22/11/2010

publicado por sergioresende às 18:24
link | comentar | favorito

.mais sobre mim

.pesquisar

 

.Outubro 2015

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9
10

12
13
14
15
16
17

18
19
20
21
22
23
24

25
26
27
28
29
30
31


.posts recentes

. A passadeira vermelha: co...

. Características psicológi...

. Catar sexual feminino enq...

.arquivos

. Outubro 2015

. Setembro 2015

. Janeiro 2015

. Novembro 2014

. Outubro 2014

. Setembro 2014

. Agosto 2014

. Julho 2014

. Maio 2014

. Abril 2014

. Março 2014

. Janeiro 2014

. Dezembro 2013

. Novembro 2013

. Outubro 2013

. Setembro 2013

. Agosto 2013

. Julho 2013

. Junho 2013

. Maio 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Setembro 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Novembro 2011

. Outubro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Março 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Março 2008

. Dezembro 2007

. Junho 2007

. Maio 2007

. Abril 2007

. Março 2007

. Fevereiro 2007

. Janeiro 2007

. Dezembro 2006

.tags

. todas as tags

blogs SAPO

.subscrever feeds