Depois de resumir alguns artigos meus relacionando inveja do clitóris e criatividade, faço depois algumas elaborações complementares sobre essa mesma relação.
Em A inveja do pénis e a inveja do clitóris e suas implicações políticas ( Resende, 2010 ), avanço que a inveja do clitóris, na comparação pénis-clitóris, se caracteriza pelo sentimento de subcompensação narcísica, em que há uma necessidade de tentativa de diminuição narcísica, com características contrárias ao falismo. Sendo uma inveja mais tipicamente masculina, é mais característica do obsessivo e de um sistema político mais obsessivo como o comunismo.
Noutro artigo meu, Aspectos criativos e evolutivos da inveja do clitóris ( Resende, 2010 ), é indicado que a subcompensação narcísica, característica da inveja do clitóris, deriva do sentimento de superioridade narcísica advindo da comparação pénis-clitóris. Para mais, indica-se que a tentativa de diminuição narcísica, mais típica no homem, terá uma crucial importância evolutiva no sentido do estabelecimento e manutenção de relações amorosas e sexuais, entre homens e mulheres. Estas últimas caracterizar-se-ão sobretudo pela inveja do pénis, com tentativas de sobrecompensação falo-narcísicas correspondentes, baseadas em raiva narcísica, que surgirá do sentimento de perda falo-narcísica do pénis, que é reforçado pela menstruação, que introduz aspectos depressivos de perda já concretizada, não estando, portanto, apenas ao nível da ameaça. Ainda, relativamente à subcompensação narcísica do homem como base e origem da psique humana, considere-se a expressão bíblica: “ No princípio era o Verbo! “. Ora, psicanaliticamente considera-se que Deus não é mais do que um pai exacerbado, sendo a ideia religiosa de Deus uma criação humana baseada na exacerbação das características paternas. Temos ainda a noção psicanalítica de que são as ideias de parentalidade e parentais da mãe e do pai, relativamente ao filho, que estão na base da concepção do filho, em particular, desejo genuinamente parental de ter um filho. Em relação a este desejo genuíno, entra a tomada de iniciativa, efectiva, na aproximação amorosa e sexual entre mulher e homem. Tradicionalmente, e tendencialmente, esta tomada de iniciativa efectiva é feita pelo homem e não pela mulher. Enquadra-se, depois, esta iniciativa masculina no meu artigo Masturbação feminina no dia-a-dia: suas implicações psicológicas e comportamentais, onde se conclui que as características masturbatórias femininas do dia-a-dia têm como consequência a diminuição da tomada de iniciativa efectiva na aproximação amorosa e sexual. Tem-se, então, que para surgir o filho terá que haver primeiro esta aproximação sexual entre homem e mulher e tenderá a ser o homem a ter a iniciativa. Assim, a expressão bíblica “ No princípio era o Verbo “, dirá respeito, sobretudo, à tomada de iniciativa verbal por parte do homem em relação à mulher, para uma aproximação sexual, em que posteriormente surgirá o filho. Tenha-se ainda a noção de que a tendência evolutiva daquela tomada de iniciativa verbal como que é sintetizada no pai e na mãe, do filho em consideração. Perspectiva-se, para mais, a influência verbal do pai para a criança, ainda no útero da mãe, considerando-se aqui a noção das características introjectivas do início e primeiras fases do desenvolvimento psíquico humano, em que o bebé no útero introjecta as tendências evolutivas de maior poder criador e criativo do homem, pelas tendências históricas desse poder, que baseará as características subcompensatórias do homem, na comparação com a falta de poder histórica da mulher.
Já em Influência da inveja do clitóris na sistematização política por género ( Resende, 2010 ), avanço que a mulher se caracterizará tanto pela inveja do pénis como pela inveja do clitóris, considerando que baseando o sistema histérico de relacionamento, com a histeria mais típica da mulher, está a inveja que cada mulher sentirá da excitação sexual que o clitóris, de outra mulher, proporciona a essa mulher, nos relacionamentos sociais particularmente sexualizados entre mulheres. Diz-se mais, que o poder criativo diminui na mulher quanto mais se dilui esta inveja do clitóris nos relacionamentos histéricos típicos na mulher, particularmente sexualizados, dizendo-se ainda que para que a mulher sinta verdadeiro poder criativo e criador, deverá dessesexualizar os relacionamentos, invertendo a histeria relacional, através da concentração da inveja do clitóris.
Em Exemplos específicos das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris ( Resende, 2010 ), especificam-se breves exemplos das características subcompensatórias do homem, derivadas da inveja do clitóris. Assim, dá-se o exemplo de Miguel Ângelo, que é tido como considerando que a obra já está feita à partida, sendo tarefa do artista, escultor, tirar o que está a mais. Introduz-se depois um paradigma relativo à guerra, baseado n’A Arte da Guerra, de Sun Tzu. Exemplos desse paradigma são a indicação de que o clímax da capacidade em batalha é submeter o inimigo sem lutar e, ainda, que se deve fingir incapacidade para iludir o inimigo. Caracterizando o perito na guerra, o autor reconhece que, por vezes, se deve sacrificar uma porção da sua força guerreira para obter um objectivo mais valioso. Outros exemplos são quando ele diz que onde o inimigo é forte, é de evitá-lo e ainda pretender inferioridade encorajando a arrogância do inimigo. Termina-se aquele artigo com outro exemplo paradigmático das características subcompensatórias do homem, a saber, a máxima socrática “ Só sei que nada sei! “.
De Sentido comparativo das estratégias evolutivas associadas à inveja do pénis e à inveja do clitóris ( Resende, 2011 ), podemos retirar, importantemente, a existência de estratégias evolutivas associadas àquelas invejas, particularmente ao nível político. Desta maneira, o homem capitalista caracteriza-se tanto pela inveja do clitóris, enquanto homem, como pela inveja do pénis, numa tendência histérica. Ou seja, quanto a esta última inveja, para o homem capitalista com poder, contextualizando o capitalismo global contemporâneo, a insatisfação fálica lhe faz derivar o poder, com a ambição caracteristicamente associada, derivada da sobrecompensação fálica. Evolutivamente, e quanto a um sistema evolutivo de equilíbrio entre as subcompensações masculinas e as sobrecompensações femininas, o homem capitalista, ao acentuar a sua inveja do pénis, com insatisfação fálica e respectiva sobrecompensação, promoverá, por sua vez, o aumento da inveja do clitóris por parte da mulher. Como já vimos, esta inveja do clitóris é uma das bases do sistema histérico de relacionamento tipicamente feminino, que por sua vez constitui uma das grandes bases e um dos grandes promotores do sistema capitalista. Relativamente ao homem comunista, numa tendência obsessiva, o mesmo se caracterizará também pela inveja do clitóris, enquanto homem, e não tanto pela inveja do pénis, e procurará obter o poder através das massas. Ora, deriva-se que o poder criador e criativo do homem comunista é diluído pela diluição da inveja do clitóris nas massas. Evolutivamente, quanto ao já mencionado sistema de equilíbrio, o homem comunista ao diminuir a sua inveja do clitóris, com diminuição do sentimento de superioridade narcísica, advinda da comparação pénis-clitóris, promoverá, por sua vez, o aumento da inveja do pénis por parte da mulher, cujas características sobrecompensatórias basearão também, em grande parte, o sistema capitalista. Comparativamente, e quanto à relação homem-mulher, se a estratégia evolutiva capitalista parece estar a resultar, quer perspectivando a estratégia capitalista ou a estratégia comunista, se o homem capitalista quiser acentuar a sua estratégia, deverá realçar a sua própria diminuição falo-narcísica, enquanto que se o homem comunista quiser verdadeiramente acentuar a estratégia do ponto de vista comunista, dever-se-à sentir verdadeiramente invejoso do clitóris, vivenciando o seu sentimento de superioridade narcísica, que equivale a elaborar mais ao nível do auto-narcisismo e não tanto ao nível do narcisismo relacional.
Em O cavalheirismo como manifestação das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris ( Resende, 2011 ), realço o sistema evolutivo de equilíbrio entre homens e mulheres, no sentido do estabelecimento e manutenção de relações amorosas e sexuais. Nesse sistema, a tentativa de diminuição narcísica decorrente do sentimento de superioridade narcísica, no homem, terá surgido evolutivamente e para contrabalançar equilibradamente o sentimento de inferioridade narcísica, na mulher, advindo do sentimento de perda do pénis, o que só é confirmado em fantasia pela menstruação, sentimento de inferioridade esse que leva à sobrecompensação falo-narcísica. Daquele sistema de estabelecimento e manutenção de relações, refiro-me, depois, ao exemplo paradigmático do cavalheirismo. Assim, quando o homem deixa passar a mulher à frente, numa qualquer passagem, estará a perder prioridade de passagem em relação a ela. Quando, por exemplo, o homem arrasta a cadeira, numa mesa, da mulher, está a fazer de servente, diminuindo-se. Outra diminuição subcompensatória, ao nível do narcisismo, bastante paradigmática, é quando o homem se ajoelha para pedir a mulher em casamento, como ocorre frequentemente. O homem diminui-se perante a mulher, portanto, em que assim, na proposta de casamento típica, o homem estará a contrabalançar a sobrecompensação falo-narcísica típica da mulher, sendo a mesma advinda do sentimento de inferioridade narcísica.
De O poder criativo e as características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris: culpabilidade fálica ( Resende, 2013 ), no qual se faz o resumo de alguns artigos já resumidos no presente artigo, enquadrando-se melhor a relação das características suncompensatórias da inveja do clitóris com o poder criativo, dir-se-à que a inveja do clitóris surgirá da culpabilidade fálica, em relação ao sentimento de superioridade sentido pelo homem na comparação pénis-clitóris, com possíveis motivos filogenéticos, num sistema de equilibração evolutivo em relação ao sentimento de inveja do pénis, tipicamente sentido pela mulher, e suas características sobrecompensatórias. Culpabilidade fálica, precisamente, em relação às características sobrecompensatórias associadas ao sentimento de superioridade referido. Considerando que o homem verdadeiramente criativo não se caracteriza pelo exibicionismo nem pela vaidade, características tipicamente fálicas, diz-se então que faz sentido quando se diz que o artista prefere que os outros não vejam a sua obra antes de ela estar acabada, controlando, precisamente, exibicionismos e vaidades.
Finalizam-se estes resumos com o meu artigo O pénis enquanto objecto transicional na criatividade ( Resende, 2013 ). No mesmo, indica-se, por exemplo, que a inveja do clitóris, e suas características subcompensatórias, surgirá, importantemente, do reconhecimento do homem do poder inspirador que lhe surge através da identificação com as mulheres. Para mais, destaca-se, quanto à inveja do clitóris, que a subcompensação narcísica, presente nessa inveja, caracteriza-se por uma tentativa de diminuição narcísica, derivada do sentimento de superioridade narcísica advindo da comparação pénis-clitóris. Ter-se-à, então, em conta que o sentimento de superioridade narcísica referido estará relacionado com o sentimento de masculinidade. Ora, tem-se que a tentativa de diminuição narcísica surgirá no sentido da diminuição do sentimento de masculinidade, diminuição esta que terá importância evolutiva nas relações entre homens e mulheres. Tendo em conta que há um sentimento de masculinidade inicial, derivado da comparação pénis-clitóris, dir-se-à que as características subcompensatórias, que caracterizam a inveja do clitóris, estarão mais relacionadas com o sentimento de feminilidade inconsciente no homem, ou seja, com o arquétipo anima. Assim, pelo dito, na produção criativa do homem haverá uma diminuição do sentimento de masculinidade e uma acentuação do sentimento de feminilidade inconsciente.
Depois destes resumos feitos, para melhor enquadrar a relação entre inveja do clitóris e criatividade, realça-se o artigo já resumido dos Aspectos criativos e evolutivos, no qual se destacam os aspectos vivenciais e imaginários da vivência fetal, na relação com a mãe, e no útero desta, e com o pai.
Considerando na criatividade derivada da inveja do clitóris, a tentativa de diminuição narcísica, temos, imaginariamente, na identificação com o pai ou figura paterna, como que uma retrogressão, do feto em relação à distância relacional do pai em relação à mãe, em que poderemos enquadrar aqui a culpabilidade fálica, como que uma crítica psicológica do homem em relação à mulher, por esta na inveja do pénis típica, ver o pénis enquanto falo. É importante a diferença relacional do feto em relação à mãe e do feto em relação ao pai. Já que a tentativa de diminuição narcísica advém do sentimento de superioridade sentido pelo homem na comparação pénis-clitóris, temos que naquela distância e diferença relacional, na retrogressão, o artista, na identificação com o pai, terá aquele sentimento como que advindo do próprio clitóris, daí a inveja do clitóris, já que não é um sentimento fálico, mas advindo, pelo contrário, da culpabilidade fálica do homem em relação à mulher, contrariando o falismo, tendo, deste modo, a mãe, e posteriormente, a mulher em geral, como referência de inspiração e criatividade, enquanto musa. Ocorrerá uma dupla identificação, com o pai, e com o próprio, imaginadamente no útero da mãe, em que temos, numa linha Winnicottiana, o útero enquanto espaço de ilusão por excelência, enquanto objecto transicional. Naquele distanciamento relacional referido, surge-nos, então, o famoso gesto do artista utilizando o polegar, para medir distâncias, em relação à sua musa, paisagem, etc., em que temos que a relação entre o artista e a sua musa implicam um distanciamento relacional.
No distanciamento e diferença relacional referidos, temos um trabalho de diferenciação psíquica, em relação ao qual podemos enquadrar a contribuição de Margaret Mahler [ Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. ), 2004 ], que nos descreve uma fase de separação-individuação, como sendo dois processos complementares, permitindo à criança sair da fusão simbiótica com a mãe, que caracteriza os primeiros meses de vida, em que até aos três anos passará por uma série de fases sucessivas durante as quais a criança investiria progressivamente a mãe e as funções do seu ego, adquirindo assim uma representação interiorizada de si própria, ligada mas distinta da representação do objecto.
Continuando, repare-se que, referindo-nos à conceptualização do objecto transicional por Winnicott, como indicado no Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente [ Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. ), 2004 ], o objecto transicional, na criatividade, implica uma fase ou tempo de ilusão e uma fase ou tempo de desilusão, em que nesta última surge o objecto mais objectivado, numa verdadeira relação de objecto, partindo de uma fase de ilusão, em que os objectos são considerados extensões do ego, com um controlo omnipotente, numa relação fusional. Ora, na desilusão, ocorrem frustrações entre o que é esperado e o que é apresentado. Se da ilusão, começa-se a construir o espaço transicional, o objecto transicional, com estas frustrações, na desilusão, a relação de controlo omnipotente atenua-se para se instaurar progressivamente uma relação de objecto, entre seres separados e distintos, em que a área transicional torna-se progressivamente uma área partilhada, área intermediária de experiência, em que fenómenos, espaço e objectos transicionais começarão a ser desinvestidos e dissolvidos no domínio cultural, em que a experimentação interna subsistirá enquanto imaginação e trabalho criativo.
Ora, a vivência imaginada no feto, e a identificação do sujeito, do artista, com esta, está na linha do espaço de ilusão, da vivência de ilusão, numa relação fusional, e a identificação com o pai, que implica a frustração da saída de relação omnipotente no útero, na relação fusional, na diferença relacional relativamente à mãe e ao feto, enquanto próprio, está na linha da desilusão, em que o espaço transicional que terá sido o útero começa a ser desinvestido, e começa a haver trabalho imaginativo e criativo, em que a mãe, e a mulher, em geral, nas identificações secundárias, continuam a ser fonte de inspiração, com o útero feminino enquanto espaço de ilusão e, precisamente, pela triangulação edipiana ocorrida, em que a mãe é vista enquanto ser separado e distinto, e o próprio imaginariamente no útero da mãe também é visto enquanto separado, e em que na identificação com o pai, e outros homens, nas identificações secundárias, ocorre uma desenfetização e uma desuterização.
Ora, ocorre a inveja do clitóris por o clitóris ser sinal de fonte criativa, ser sinal do início do processo criativo, e ocorre o sentimento de superioridade no homem pela mais fácil identificação, na triangulação edipiana, enquanto género, com o pai, figura paterna e outros homens, permitindo a continuação e conclusão do mesmo processo criativo. Na mulher, e como se disse anteriormente, deverá haver diminuição da inveja do clitóris, esta, particularmente pela excitação sexual imaginada noutra mulher, através do clitóris da mesma, diminuindo-se a diluição do poder criativo, com a escolha de uma ou poucas figuras de eleição, havendo posteriormente a identificação com o pai ou figura paterna, para também na triangulação edipiana haver a continuação e conclusão do processo criativo. Do mesmo modo, para a mulher, o clitóris será sinal de fonte criativa, sendo, contudo, mais difícil para a mesma sair do início do processo criativo, quer pela diluição do poder criativo nos comportamentos histéricos particularmente sexualizados nas relações sociais entre mulheres quer por a identificação posterior com o pai ou figura paterna ser mais difícil, na triangulação edipiana, por em termos de género ser mais difícil a passagem de objecto de amor materno para objecto de amor paterno, porquanto no homem o objecto de amor permanece em geral o mesmo, o materno. Esta fixação da mulher no início do processo criativo é coerente com o indicado noutro artigo meu, a saber, Variação diferencial do alargamento dos lábios vaginais e sua importância no poder criativo: a musa ( Resende, 2011 ). O mesmo começa por citar outro artigo meu, Variação diferencial do tamanho do pénis e sua importância no poder criativo, no qual indico que o diferencial do tamanho do pénis, entre o estado flácido e o estado erecto, permite ao homem identificar-se quer com homens quer com mulheres, já que em relação a estas, a aproximação do estado de flacidez permite a identificação com o clitóris da mulher. Relembrando aqui o artigo do pénis enquanto objecto transicional na criatividade, temos o pénis erecto enquanto tempo de ilusão, na superioridade sentida, e o pénis flácido enquanto tempo de desilusão, em que permite melhor identificação com a mulher, com o clitóris, vendo aquela como ser separado e distinto. Continuando, desta maneira, o homem tem uma perspectiva mais diferenciada do mundo que o rodeia através destas duas identificações, permitindo maior poder criativo no homem. De seguida, proponho que a variação diferencial do alargamento dos lábios vaginais da mulher, na excitação sexual e na ausência dela, será um dos factores etiológicos do efeito musa na criatividade. Será como, e tendo em conta a identificação relacional, ao alargar os lábios vaginais, na excitação sexual, ocorrer uma “ mitose “ de ideias, em que da mulher tenderão a surgir ideias separadas. Importantemente, será como uma base somática da fantasia imaginativa. Exemplos disto podem ver-se em Exemplos específicos relativos à musa inspiradora como variação diferencial do alargamento dos lábios vaginais ( Resende, 2011 ). Assim, temos o exemplo do busto feminino na proa dos barcos de exploração marítima, em que se tendo inspiração em um e outro dos lados dos lábios vaginais, tem-se de um lado do barco estibordo e do outro bombordo, portanto esquerda ou direita, em que temos na exploração marítima a escolha da direcção tomada como relacionada com aquele alargamento. Outro exemplo são as serenatas, tendo mulheres como destinatárias e tendo a própria guitarra consideradamente com uma forma tipicamente feminina, com o corpo da guitarra a fazer lembrar o busto e as ancas de uma mulher. Para mais, as cordas da guitarra relacionam-se simbolicamente com os pelos púbicos da mulher e em que os afinadores das cordas, tipicamente distribuídos três na extremidade de um lado do braço da guitarra e três do outro, têm a sua distribuição como relacionada com a variação diferencial do alargamento dos lábios vaginais.. Outra derivação daquela " mitose " de ideias é a sua influência na utilização dos braços, mãos e pernas, com os seus lados esquerdo e direito, em que temos influências na acção locomotora e produções desportivas, como no tocar música, escrever ou desenhar, com suas influências na arte, como desenho, pintura e arquitectura, como ainda na produção literária e académica. Ora, na mulher, e tendo em conta as relações particularmente sexualizadas, portanto homossexualizadas, entre mulheres, haverá uma dificuldade na resolução da ambivalência homossexual, e em consequência, no contexto, dificuldade na escolha das ideias surgidas a partir daquela “ mitose “. Assim, o efeito criativo da excitação sexual da mulher é diminuído na mulher típica. Vemos, pois, melhor, a fixação da mulher no início do processo criativo.
Bibliografia
Houzel, D., Emmanuelli, M. & Moggio F. ( Coord. ) ( 2004 ). Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Climepsi Editores
Resende, S. ( 2010 ). A inveja do pénis e a inveja do clitóris e suas implicações políticas em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 15/10/2010
--------------- ( 2010 ). Aspectos criativos e evolutivos da inveja do clitóris em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 17/11/2010
--------------- ( 2010 ). Influência da inveja do clitóris na sistematização política por género em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 25/11/2010
--------------- ( 2010 ). Exemplos específicos das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 28/11/2010
--------------- ( 2011 ). Sentido comparativo das estratégias evolutivas associadas à inveja do pénis e à inveja do clitóris em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 04/01/2011
--------------- ( 2011 ). Variação diferencial do alargamento dos lábios vaginais e sua importância no poder criativo: a musa em www.psicologado.com ( proposto a 03/2011 )
--------------- ( 2011 ). Exemplos específicos relativos à musa inspiradora como variação diferencial do alargamento dos lábios vaginais em www.psicologado.com ( proposto a 05/2011 )
--------------- ( 2011 ). O cavalheirismo como manifestação das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris em www.psicologado.com ( proposto a 12/2011 )
--------------- ( 2013 ). O poder criativo e as características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris: culpabilidade fálica em www.psicologado.com ( proposto a 04/2013 )
--------------- ( 2013 ). O pénis enquanto objecto transicional na criatividade em www.psicologado.com ( proposto a 04/2013 )
Destaco alguns artigos que escrevi acerca da inveja do clitóris, e sua relação com aspectos criativos, para posteriormente fazer a consideração de que a mesma surgirá da culpabilidade fálica.
Assim, em A inveja do pénis e a inveja do clitóris e suas implicações políticas ( Resende, 2010 ), considero que a inveja do clitóris, na comparação pénis-clitóris, se caracteriza pelo sentimento de subcompensação narcísica, em que há uma tentativa de diminuição narcísica, com características ao falismo, sendo uma inveja tipicamente masculina.
Em Aspectos criativos e evolutivos da inveja do clitóris ( Resende, 2010 ), considero que aquela tentativa de diminuição narcísica é derivada do sentimento de superioridade narcísica advindo da comparação pénis-clitóris. Para mais, indica-se que a tentativa de diminuição narcísica, mais típica no homem, terá uma crucial importância evolutiva, no sentido do estabelecimento e manutenção de relações amorosas e sexuais, em particular entre homens e mulheres, por contraponto às características sobrecompensatórias da inveja do pénis, mais típico na mulher. Dá-se ainda um exemplo quanto à tendência histórica do maior poder criativo do homem, em relação à mulher, em que se tem em conta uma descrição cinéfila de Miguel Ângelo, em que na mesma esse artista é tido como considerando que a obra já está feita à partida, sendo tarefa do artista, particularmente, do escultor, tirar o que está a mais. Neste exemplo escultural, realçam-se as características subcompensatórias do poder criativo do homem, podendo-se fazer uma generalização desta noção a outras áreas artísticas.
Já em Exemplos específicos das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris ( Resende, 2010 ), para além daquele exemplo de Miguel Ângelo, introduzo outro paradigma que é relativo à guerra, e tem tanta relevância quanto a mesma tem tido crucial importância, desde tempos idos, na formação de nações, blocos estratégicos e ideologias. Os exemplos são retirados de A Arte da Guerra, de Sun Tzu, autor chinês que terá escrito o dito livro há cerca de 2500 anos. O livro tem influenciado, para além de militares, empresários e empreendedores, destacando-se, pois, em outras guerras para além das militares. Realça-se, ainda, quanto às características subcompensatórias da inveja do clitóris no homem, o facto de as guerras militares, e as empresariais, entre outras, serem protagonizadas por homens. Assim, exemplos paradigmáticos das características subcompensatórias são a indicação, por Sun Tzu, de que o clímax da capacidade em batalha é submeter o inimigo sem lutar e, ainda, que se deve fingir incapacidade para iludir o inimigo. Caracterizando o perito na guerra, o autor reconhece que, por vezes, se deve sacrificar uma porção da sua força guerreira para obter um objectivo mais valioso. Outros exemplos são quando ele diz que onde o inimigo é forte, é de evitá-lo, e, ainda, pretender inferioridade, encorajando a arrogância do inimigo. Terminando o resumo deste artigo, invoca-se outro exemplo paradigmático das características subcompensatórias do homem, no caso, a máxima socrática, “ Só sei que nada sei! “.
Ainda noutro artigo, dá-se um pequeno exemplo das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris, como se pode ver em O cavalheirismo como manifestação das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris ( Resende, 2011 ). Assim, no campo do estabelecimento e manutenção de relações amorosas e sexuais entre homens e mulheres, dá-se o exemplo paradigmático do cavalheirismo. Deste modo, quando um homem deixa passar uma mulher à frente, numa qualquer passagem, estará a perder prioridade de passagem em relação a ela. Quando, por exemplo, o homem arrasta a cadeira da mulher, numa mesa, está a fazer de servente, diminuindo-se. Outra diminuição subcompensatória, ao nível do narcisismo, bastante paradigmática, é quando o homem se ajoelha para pedir a mulher em casamento, como acontece frequentemente. O homem diminui-se perante a mulher, portanto. Vê-se, então, que na proposta de casamento típica, em que o homem se ajoelha perante a mulher, o homem está a contrabalançar a sobrecompensação falo-narcísica típica da mulher, sendo a mesma advinda do sentimento de inferioridade narcísica, relacionada com a inveja do pénis, portanto.
Depois destes resumos feitos, para melhor enquadrar a relação das características subcompensatórias da inveja do clitóris com o poder criativo, em particular, dir-se-à que a inveja do clitóris surgirá da culpabilidade fálica, em relação ao sentimento de superioridade sentido pelo homem na comparação pénis-clitóris, com possíveis motivos filogenéticos, num sistema de equilibração evolutivo em relação ao sentimento de inveja do pénis, tipicamente sentido pela mulher, e suas características sobrecompensatórias. Culpabilidade fálica, precisamente, em relação às características sobrecompensatórias associadas ao sentimento de superioridade referido.
Dir-se-à que o homem verdadeiramente criativo não se caracteriza pelo exibicionismo nem pela vaidade, características tipicamente fálicas.
Faz, então, sentido, quando se diz que o artista prefere que os outros não vejam a sua obra, antes de ela estar acabada, controlando, precisamente, exibicionismos e vaidades.
Bibliografia
Resende, S. ( 2010 ). A inveja do pénis e a inveja do clitóris e suas implicações políticas em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 15/10/2010
Resende, S. ( 2010 ). Aspectos criativos e evolutivos da inveja do clitóris em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 17/11/2010
Resende, S. ( 2010 ). Exemplos específicos das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 28/11/2010
Resende, S. ( 2011 ). O cavalheirismo como manifestação das características subcompensatórias do homem derivadas da inveja do clitóris em www.psicologado.com ( proposto a 12/2011 )
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