Domingo, 13 de Julho de 2014

A passadeira vermelha: correlatos psicológicos

A passadeira vermelha: correlatos psicológicos

 

Elaboram-se, no presente artigo, correlatos psicológicos relativos à passadeira vermelha.

 

Antes de mais, resuma-se o meu artigo Catar sexual feminino enquanto fobia social      ( Resende, 2012 ), considerando o catar sexual feminino como o sentimento de estar a sugar sexualmente outra mulher, nas relações sociais particularmente sexualizadas entre mulheres. Assim, considera-se nesse artigo que, com a variação do surgimento da menstruação nas várias mulheres, ou seja, o não saberem o quando a outra mulher está menstruada, e em que há o sentimento de estar a sugar sexualmente o sangue de outra mulher, o catar sexual surge como uma ameaça de castração, em que a menstruação fará lembrar o sinal depressivo de perda do pénis já efectuada. Ora, esta ameaça de castração remete-nos para algo fóbico, em que a própria tentará evitar o contacto social, mas em que ocorrerá um deslocamento contra-fóbico, para a mesma ou outras mulheres, fundamentando isso relacionamentos sociais tipicamente histéricos. Ou seja, haverá uma fuga para a frente. Como se diz nesse artigo, esta fuga para a frente é uma das estratégias defensivas utilizadas na fobia, como indicam Houzel, Emmanuelli & Moggio, no seu Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Estas características indicam que haverá uma tentativa de controlar externamente a fobia social, já que assim será de mais fácil manejo. Ora, conclui-se que este evitamento e fobia social, com fuga para a frente, ajudará a explicar a sociabilidade típica dos histéricos assim como a superficialidade também típica dos relacionamentos histéricos, em que o movimento contrafóbico dará conta da sociabilidade, enquanto que o movimento fóbico dará conta da superficialidade. E isto considerando o histerismo mais tipicamente feminino.

 

É de considerar agora a passadeira vermelha, com cor semelhante à cor do sangue da menstruação, com essa passadeira associada à passagem por cima dela, com a mesma a ser pisada, e calcada, de celebridades, com o catar sexual feminino a ser típico na mulher e a histeria a ser tipicamente feminina, e considerando os sistemas histéricos capitalistas matriarcais, no âmbito do capitalismo global contemporâneo, com o desejo exacerbado nestas sociedades de visualizar essas celebridades, em particular nas cerimónias precedidas de passagem por passadeira vermelha. Em conjunto, aquele pisar, aquele calcar, transmite, em particular, ao público feminino, o acentuar da superficialidade já referida, acentuando-se desta maneira, em particular com a alta intensidade emocional envolvida nessas cerimónias, uma clivagem, um afastamento dessas mesmas celebridades em relação ao público. Isto também é evidenciado pelo uso típico nessas cerimónias de vestidos de marcas e de estilistas caríssimos, só de acesso a alguns, com elitismo envolvido, acentuando-se, pois, aquele afastamento, aquela superficialidade fóbica, aquele medo, em que temos presente, então, o acentuar de um medo em relação a celebridades.

 

O desejo de visualização destas cerimónias e destas celebridades, para além de envolver uma vivência masoquista, de querer continuar a viver em medo, envolve uma fuga para a frente, que caracteriza parte do sistema fóbico, como Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. ) ( 2004 ) nos dizem, de aproximação/evitamento, em que o evitamento estará presente no também masoquista sentimento deste público, em geral, de que aquela vida é para as celebridades, que nunca terão aquela fama, evitando, desta maneira, uma identificação contínua com as mesmas celebridades, descontinuidade essa que estará presente na necessidade exacerbada deste público de saber, conhecer, visualizar, ler, etc., sobre novas estreias de obras, intervenções, filmes, concertos, etc., dessas celebridades, ou relativo a elas, e de novas celebridades, em que temos a novidade nessa descontinuidade.

 

O também conhecido desejo, eventualmente exacerbado, nessas sociedades de querer ter fama, de ser uma celebridade, particularmente no público jovem, envolverá uma grande fuga para a frente, no enquadramento fóbico, em que o sujeito desejará, inconscientemente, ou mais ou menos conscientemente, ser também temido, em que aqueles que têm esse desejo quererão ter o poder, com temor envolvido, de influenciar os outros, de influenciar as massas, o que revela nestes sujeitos um sentimento de falta de controlo, dos acontecimentos, particularmente, perante celebridades, sentimento esse que enformará o evitamento do sistema fóbico.

 

Esta descrição indicará que aqueles que querem e desejam ser celebridades, em geral, sentem temor fóbico daqueles que manifestamente admiram, e querendo ser temidos, quererão fazer uma espécie de vingança fóbica, manifestada, por exemplo, nos anúncios feitos amiúde, a outros, de que um dia vingarão, que serão bem sucedidos.

 

O que é descrito no artigo também será válido para celebridades políticas, em que o medo em relação às mesmas enformará identificações muito peculiares do público em relação a esses políticos, em que quanto mais medo maior identificação, em que a fuga para a frente caracterizará, por exemplo, importantemente, o voto nos mesmos.

 

As descrições feitas têm particular importância no público feminino, em particular, e em histéricos, em geral, e isto pelo já dito.

 

 

Bibliografia

 

Houzel, D., Emmanuelli, M. & Moggio, F. ( Coord. ) ( 2004 ). Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Climepsi Editores

 

Resende, S. ( 2012 ). Catar sexual feminino enquanto fobia social em www.psicologado.com ( proposto a 06/2012 )

publicado por sergioresende às 10:41
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Terça-feira, 8 de Julho de 2014

Discurso circunstanciado no histérico e catar sexual feminino

Discurso circunstanciado no histérico e catar sexual feminino

 

No presente artigo, relacionam-se os fenómenos do discurso circunstanciado no histérico e o catar sexual feminino, sendo a histeria mais tipicamente feminina.

 

Antes de tudo, tenha-se a noção do discurso circunstanciado como se caracterizando pelo discurso verbal com fraca distinção entre acessório e essencial.

 

Destaque-se também a facilidade de deslocamento do afecto entre representações no histérico, mais do que no obsessivo, e a referência que Lacan ( 1996 ) faz, em Escritos, de Freud, de que o deslocamento é o mecanismo mais eficaz de que o inconsciente dispõe para ultrapassar a censura.

 

Considere-se, ainda, o catar sexual feminino, como no artigo do Catar sexual feminino enquanto fobia social ( Resende, 2012 ), com seu condicionamento hipnótico, na psicocinese sexual, acrescente-se, em que temos o catar com importantes características sociais e hierárquicas, em que há o sentimento de estar a sugar sexualmente outra mulher, nos comportamentos sociais tipicamente sexualizados entre mulheres.

 

Para mais, temos que a censura no histérico, num sistema histérico, sociedade histérica, é mais de nível externo, não se funcionando tanto ao nível da censura interna, psíquica, fenómeno mais obsessivo, como se vê em O sonho e as identidades de percepção e de pensamento ( Resende, 2014 ). Desse artigo, temos que quanto mais se acentua a censura externa menos se acentua a censura psíquica, interna, pelo direcionamento contrário entre as mesmas. Descreve-se mais, que temos conteúdo manifesto, do sonho, mais imagético e perceptivo, com identidade de percepção mais associada ao capitalismo enquanto sistema histérico, e em que temos conteúdo latente, do sonho, com mecanismos inconscientes mais obsessivos, como a sobrerepresentatividade e a figurabilidade, e com identidade de pensamento mais associada ao comunismo enquanto sistema obsessivo, onde se perspectiva que a censura externa funcionará particularmente bem num sistema mais histérico, como o capitalismo, e seu extremo, fascismo, realçando-se, neste ponto, o indicado por Houzel, Emmanuelli & Moggio, no seu Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente, acerca de D. Anzieu considerar na patologia histérica, no contexto do ego-pele e dos envelopes psíquicos, haver dificuldades ao nível do escudo para-excitações, o que causará uma maior dependência de estímulos externos, o que se adequa com as características mais perceptivas do histérico capitalista. Exemplos dessa maior actuação da censura externa nas populações em sociedades histéricas capitalistas são o de nos E. U. A., bastião do capitalismo, ter havido historicamente a consideração de inimigos externos como o comunismo e os comunistas, passando posteriormente para os islâmicos enquanto terroristas, no contexto da “ guerra ao terror “. Ora, a censura num sistema comunista, mais obsessivo, funcionará mais ao nível de um controlo mais directo da censura interna, psíquica, que se caracterizará, em particular, pelo questionamento, do pôr em dúvida, da identidade dos pensamentos entre si, da sua coerência, em que, politicamente, desvios ideológicos ao comunismo são especiais alvos de censura, com o exemplo conhecido do “ inimigo do povo “.

 

Continuando, portanto, num histérico, a censura externa dos media como que banaliza as representações, com a sua repetição afectiva e distribuição pelas diferentes representações, particularmente os media sensacionalistas, em que o afecto das representações vai sendo desgastado, vai passando e sendo distribuído por cada vez mais representações, em que teremos que as representações, as palavras, em particular, vão perdendo o seu valor afectivo.

 

Ainda, considerando que naquele catar sexual feminino, no seu condicionamento hipnótico, há um indagar se a outra mulher está realmente a sentir a psicocinese sexual e, em particular, se a outra mulher sabe, conhece, as sensações, particularmente sexuais, que a própria está a sentir, haverá, intui-se, também um indagar hipnótico acerca de se a outra mulher sabe o que a própria está a sentir, emocionalmente, cognitivamente, os próprios pensamentos.

 

Com a histeria mais tipicamente feminina e o catar sexual feminino, intui-se que o discurso circunstanciado típico no histérico, com fraca distinção entre acessório e essencial, numa verborreia mais típica no histérico, surge, em particular, verbalmente, no sentido em que esse discurso verbal constituirá uma muralha verbal para esconder, então, as suas emoções, cognições, pensamentos, etc.. Ora, pelo já dito, temos que essa muralha é utilizada por uma espécie de confiança inconsciente de que essa palavras verbalizadas não vão revelar os pensamentos, etc., por terem perdido, para o próprio, o seu valor afectivo. Mas tendo em conta a importância do deslocamento no ultrapassar da censura, como já referido, em que na fraca distinção entre acessório e essencial há o tentar esconder aquele afecto que é deslocado e verbalizado, temos que, precisamente, aquelas palavras e ideias transmitidas naquela muralha verbal nos indicam, em particular nas interrelações linguísticas que basearão lapsos inconscientes de linguagem, com a histeria com organização oro-fálica, em que a língua enquanto falo dá uma base interessante para lapsos inconscientes de linguagem, as palavras daquela muralha indicam, dizia eu, aspectos sintomáticos, por exemplo, relacionados com o recalcamento histérico, onde se recalca o que é desagradável para o indivíduo, e aspectos, em geral, problemáticos para o indivíduo, como, em especial, o outro saber o que o próprio está a sentir, a pensar, etc., o que apontaria para uma espécie de fobia a fenómenos telepáticos, em particular de transmitir ao outro pensamentos, emoções, etc.. Repare-se que aquela muralha verbal será uma tentativa do histérico de reconstituir o escudo para-excitações, que, no histérico, poderá estar deficitário, o que havendo essa muralha nos indica que o escudo estará mesmo deficitário. Estas características também basearão o fenómeno da mitomania, enquanto outro traço histérico, quer pela perda do valor afectivo das palavras, como descrito, quer pela tentativa mais ou menos delirante do histérico de reconstituir o seu mundo relacional, como descrito, considerando que o escudo para-excitações constitui um protótipo da relação do indivíduo com o mundo exterior, como indicado naquele Dicionário de Psicopatologia, de Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. )( 2004 ).

 

A fobia a fenómenos telepáticos, de transmitir ao outro pensamentos, emoções, etc., como referido, indicar-nos-ia uma contrafobia, um movimento contrafóbico, no sentido de facilitação a receber pensamentos, emoções, etc., facilitação a ser induzido pelos mesmos, a partir de outrem, o que se conjuga com o controlo externo, em particular, dos media sensacionalistas, de induzirem, subliminarmente ou não, esses pensamentos. Diríamos que na psicocinese sexual, em particular, nos media, quanto mais hetero-dúvida dos efeitos psicocinéticos sexuais, dúvida da psicocinese sexual da outra, menos dúvida na auto-dúvida psicocinética sexual, em termos de efeitos psicocinéticos sexuais. E assim, nessa menor auto-dúvida psicocinética sexual, maiores serão os sentimentos, particularmente em termos de intensidade emocional, de facilitação de receber pensamentos, emoções, etc.,  a partir de outrem, e maior será o controlo externo. Maior hetero-dúvida, em particular nos media, no sentido em que, hierarquicamente, quanto menos efeitos garantidos da própria em relação às televisionadas nos media, menores serão os efeitos no telespectador, já que a hetero-dúvida aumenta o sentimento de poder, em termos emocionais, no telespectador, diminuindo a auto-dúvida, tendo em conta que na televisão, em particular, as televisionadas são muito menos do que as telespectadoras, e a hetero-dúvida transmitirá que outras telespectadoras não estarão a conseguir os seus efeitos psicocinéticos sexuais, em que a própria, pelas suas próprias sensações psicocinéticas sexuais relativas aos media, tenderá a sentir maior controlo e mais poder nesse controlo. Assim, pelo dito, haverá aqui uma conjugação hipnótica, em que quanto mais controlo sentido da própria mais controlo externo e maior facilitação para induções externas. Como se descreve mais à frente, acerca da sociabilidade e superficialidade dos relacionamentos histéricos, isto poderá estar relacionado com essa dupla valência, com a sociabilidade associada a maior controlo sentido da própria e a superficialidade associada a maior controlo externo.

 

Complemente-se esta relação entre maior controlo sentido da própria, ao nível do catar sexual feminino, e maior controlo externo, com maior facilitação para induções externas, com o indicado noutro artigo meu, a saber, Características sexuais da teleportação psíquica enquanto relacionadas com as características sexuais do controlo externo da mente ( Resende, 2013 ). Nesse artigo, relaciono as características sexuais envolvidas na teleportação psíquica, e sua elicitação externa, particularmente no histérico e histérica, com as características sexuais envolvidas no controlo externo da mente, tal como apontado por Wilhelm Reich, com a corroboração destas ideias, por parte de Sigmund Freud. Essencialmente, estabelece-se relação entre sexualidade e dependência externa de outrem. Nesse artigo, baseio-me noutro artigo meu, Características psicológicas específicas da teleportação psíquica enquanto viagem entre mundos paralelos, para ter em conta a sugestionabilidade, enquanto traço de carácter histérico, e o transe meditativo, característico da teleportação psíquica, enquanto relacionados com o condicionamento hipnótico característico do catar sexual feminino, considerando-se também as características sexuais da sugestionabilidade referida, como ainda no sentido de outro traço de carácter histérico, neste caso, de conversão, da regressão da acção ao pensamento erotizado, em que o pensamento erotizado é reforçado pelas fontes de sugestão. Digo ainda que isto concorrerá para que externamente seja mais fácil elicitar a teleportação psíquica. Continuo, já em relação ao tema do controlo da mente, particularmente de modo externo, para me referir a Al Bielek, autor associado ao Projecto Montauk, projecto estado-unidense ultra-secreto, relacionado com viagens no tempo e controlo mental. A referência, como indicado nesse artigo, poderá ser vista na Internet, no Website do YouTube, no Canal de Jeff Webber, introduzindo o título Al Bielek: The Montauk Project ( Full Length ). Esse autor faz referência que Wilhelm Reich, quando foi para os E. U. A., foi contactado pela C. I. A., estando eles interessados em saber quais as características do controlo da mente, e quais seriam as características psicológicas relativas às quais se poderia efectuar maior controlo da mente. Reich disse-lhes que o ponto de maior vulnerabilidade para controlo externo da mente era o ponto do orgasmo, em que sendo isso particularmente verdadeiro para os homens, havia a particularidade de nas mulheres a maior vulnerabilidade nesse sentido era o ponto orgástico em relações homossexualizadas, ou seja, relações particularmente sexualizadas entre mulheres. Assim, vemos a relação entre as observações de Reich, quanto ao controlo externo da mente, e o já dito, quanto à maior facilidade externa de elicitar a teleportação psíquica enquanto relacionada com uma sugestionabilidade sexualizada, e nas mulheres, particularmente em relações sociais particularmente sexualizadas entre elas, com o condicionamento hipnótico orgástico associado, no contexto do catar sexual feminino. Esta relação é particularmente acentuada no caso da histérica e histérico. Referem-se ainda as indicações de Sigmund Freud, nos Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade, quando ele nos fala da satisfação sexual associada ao sono, como sendo uma regressão, em que a mulher, nos seus comportamentos masturbatórios do dia-a-dia, como que regressa a um estado intra-uterino, em completa dependência de outrem.

 

Temos, pois, relação entre sexualidade e dependência externa de outrem, onde se enquadram a elicitação externa da teleportação psíquica, associada ao catar sexual feminino, e o controlo externo da mente, vendo-se, então, que quanto mais acentuado for o catar sexual feminino, com maior controlo sentido da própria, maior facilidade de controlo externo da mente, a partir de outrem, com dependência, com maior facilitação para induções externas.

 

Voltando àquele artigo do Catar sexual feminino enquanto fobia social, referido anteriormente, é de considerar que com a variação do surgimento da menstruação nas várias mulheres, ou seja, o não saberem o quando a outra mulher está menstruada, e em que há o sentimento de estar a sugar sexualmente o sangue de outra mulher, o catar sexual surge como uma ameaça de castração, em que a menstruação fará lembrar o sinal depressivo de perda do pénis já efectuada. Ora, esta ameaça de castração remete-nos para algo fóbico, em que a própria tentará evitar o contacto social, mas em que ocorrerá um deslocamento contra-fóbico, para a mesma ou outras mulheres, fundamentando isso relacionamentos sociais tipicamente histéricos. Ou seja, haverá uma fuga para a frente. Como se diz nesse artigo, esta fuga para a frente é uma das estratégias defensivas utilizadas na fobia, como indicam Houzel, Emmanuelli & Moggio, no seu Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Estas características indicam que haverá uma tentativa de controlar externamente a fobia social, já que assim será de mais fácil manejo. Ora, conclui-se que este evitamento e fobia social, com fuga para a frente, ajudará a explicar a sociabilidade típica dos histéricos assim como a superficialidade também típica dos relacionamentos histéricos, em que o movimento contrafóbico dará conta da sociabilidade, enquanto que o movimento fóbico dará conta da superficialidade. E isto, considerando o histerismo mais tipicamente feminino.

 

Vemos, então, que esta fobia, agora descrita, associada à superficialidade dos relacionamentos histéricos, estará relacionada com a fobia, descrita anteriormente, a fenómenos telepáticos, em particular de transmitir ao outro pensamentos, emoções, etc..

 

Para finalizar, diríamos, então, que no histérico, o discurso circunstanciado, em particular associado ao catar sexual feminino, à psicocinese sexual, tipicamente feminina, está associado à superficialidade nos relacionamentos, a um distanciamento relacional implícito, relembrando nós a muralha verbal, em que quanto maior acentuação desse discurso mais distante o histérico estará na relação, com tentativas mais ou menos deficitárias de reconstituição dessa relação.

 

 

Bibliografia

 

Houzel, D., Emmanuelli, M. & Moggio, F. ( Coord. ) ( 2004 ). Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Climepsi Editores

 

Lacan, J. ( 1996 ). Escritos. Editora Perspectiva

 

Resende, S. ( 2012 ). Catar sexual feminino enquanto fobia social em www.psicologado.com ( proposto a 06/2012 )

 

--------------- ( 2013 ). Características sexuais da teleportação psíquica enquanto relacionadas com as características sexuais do controlo externo da mente em www.psicologado.com ( proposto a 12/2013 )

 

--------------- ( 2014 ). O sonho e as identidades de percepção e de pensamento em www.psicologado.com ( proposto a 04/2014 )

publicado por sergioresende às 09:35
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Sábado, 3 de Maio de 2014

Fobia da ausência, da falta, do nada e do vazio

Fobia da ausência, da falta, do nada e do vazio

 

Considerando-se inicialmente diversos contornos fóbicos relativos ao capitalismo e fascismo e ainda relativos à mulher, elabora-se depois sobre as fobias relativas à ausência do pénis, com correspondências fóbicas em relação ao nada e ao vazio, no contexto xenofóbico dos Estados Unidos da América em relação às contribuições dos árabes, em particular o zero.

 

Descrevam-se primeiramente dois artigos meus, a saber, Tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas ( Resende, 2010 ) e Exemplo paradigmático relativo às tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas               ( Resende, 2011 ). Nos mesmos baseio-me no apoio incondicional dos Estados Unidos, enquanto bastião do capitalismo, a Israel, e na historicidade da coluna de fogo que guiou as tribos hebraicas pelo deserto, considerando-se que a coluna de fogo moderna nas sociedades capitalistas é a religião, enquanto modo de unir as pessoas, baseada na divinização do dinheiro, em que este é considerado psicologicamente a nível anal, que por sua vez baseia-se na divinização do sistema matriarcal, que está baseado na sexualidade feminina. Indico, para mais, a utilização da sexualidade feminina para controlo do indivíduo e das massas, em que teríamos o deslocamento das culpabilidades associadas ao controlo para o fogo eterno do Inferno, na religião cristã, mantendo-se, deste modo, o controlo individual e societal. Há, então, uma paranoia anal, surgindo como principal medo capitalista, particularmente, ao nível das elites, acrescente-se, com a noção da máxima comunista de que a ideologia dominante numa sociedade é a ideologia da classe dominante, como medo, dizia eu, a desmistificação das tradições judaico-cristãs e da sexualidade feminina, concluindo-se que o medo capitalista de o “ fogo “ se extinguir significará o medo do frio do espaço ou o medo de uma invasão alienígena. O exemplo paradigmático dado é a utilização do Vai-Vém espacial, utilizado pelos Estados Unidos, uma sociedade capitalista, com caracterizações fóbicas. De facto, afigura-se o mecanismo relacional, na exploração espacial, de aproximação/evitamento, pelo ir e vir do Vai-Vém, perspectivando-se estratégias defensivas fóbicas de fuga para a frente e de evitamento, estratégias estas como consideradas por Houzel, Emmanuelli & Moggio, em Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente, diz-se ainda. Acrescente-se, para mais, que aquela divinização do sistema matriarcal baseado na sexualidade feminina será, para sermos mais precisos, também uma sacralização da psicossexualidade feminina, com a histeria mais tipicamente feminina, com sobrecompensações fálicas, que nos reportará às sociedades falocêntricas, características do capitalismo global contemporâneo.

 

Ora destaque-se que daquele medo capitalista da desmistificação da sexualidade e psicossexualidade femininas surgirá que essa desmistificação levar-nos-ia à consideração do real reconhecimento da diferença anatómica entre os sexos, pela mulher, mas também pelo homem, não se tendo tanto a presença do pénis enquanto falo-todo-poderoso, presença esta mais de nível fálico, com a histeria mais tipicamente feminina e de organização oro-fálica, ao contrário daquele reconhecimento, mais a nível genital, mais evoluído.

 

Já em A mulher e a morte ( Resende, 2013 ), baseado noutros dois artigos meus, Masturbação feminina no dia-a-dia: suas implicações psicológicas e comportamentais e Orgasmo feminino enquanto “ pequena morte “ ( la petite mort ), considero que nos comportamentos masturbatórios da mulher típicos no dia-a-dia, por mais satisfação sexual que se obtenha, a capacidade multi-orgásmica e esses comportamentos persistem, indicando que a plena satisfação sexual não é obtida, levando a crer que diminui a capacidade de procura efectiva de satisfação sexual, na relação, importantemente, já que aqueles comportamentos persistem, levando-nos à noção mais ou menos presente da menor iniciativa sexual da mulher. Para mais, considerando também a indicação de Freud da satisfação sexual associada ao sono, com comportamentos sonolentos que se verifica no dia-a-dia, naqueles comportamentos masturbatórios, associados ao clímax sexual, em que numa regressão a um estado intra-uterino, fica-se em completa dependência de outrem. Ora, quanto à menor iniciativa referida, e à dependência, é de notar que Jung, como se diz no artigo agora resumido, indica que a mulher que não se identifica com o Eros materno perde a capacidade de iniciativa. Será como se a mulher, nesse comportamento sexual típico de masturbação se identificasse mais com o Tanatos materno. Acrescenta-se que considerando que a resolução é a fase de resposta sexual humana que se segue ao orgasmo, teríamos aqui que a irresolução crónica na mulher está associada à morte, sendo neste contexto que se enquadra a famosa expressão francesa do orgasmo feminino enquanto “ la petite mort “, a pequena morte. Ainda neste artigo agora resumido d’ A mulher e a morte, refiro-me a outro artigo meu, O sobrecompensatório na mulher, para dizer que o comportamento habitual manifestado, especialmente por parte de mulheres mais velhas, de pintar o cabelo, cobrindo o cabelo branco e grisalho, sinal manifesto de envelhecimento e velhice, revela uma espécie de trauma transpessoal de género, o feminino, de não ter contribuído, assim o sentirão, tanto historicamente como os homens para a sociedade. Assim, tentarão sobrecompensatoriamente parecer mais novas, como que tentando afirmar que ainda vão a tempo, tentando denegar que nas suas vidas pessoais não se terão sentido como contribuindo tanto ou compensando tanto aquele sentimento histórico. Ora, o comportamento referido de pintar o cabelo, denegando a velhice, em conjunto com o já indicado, revelarão, importantemente, e de maneira mais ou menos manifesta, um medo relativamente generalizado do género feminino da morte, e importantemente da proximidade da mesma, e isto em particular pela identificação da mulher com o instinto de morte, levando-nos a pensar no medo de morte da mulher dela própria. Acrescenta-se que Lacan, em Escritos, associa o catar sexual feminino e o instinto de morte.

 

Destaca-se, ainda, o meu artigo Catar sexual feminino enquanto fobia social ( Resende, 2012 ), catar esse que se baseia no sentimento de estar a sugar sexualmente outra mulher, nos comportamentos sociais tipicamente sexualizados entre mulheres, e, em particular, no sentimento de estar a sugar sexualmente o sangue de outra mulher, na eventual menstruação da mesma, que lhe faz lembrar o sinal depressivo da perda do pénis já efectuada, com sentimento de perda do amor do objecto, já que fantasia que foi o objecto na relação precoce que lhe amputou o pénis. Assim, considerando a histeria mais tipicamente feminina, com comportamentos sexualizados típicos na mesma, a fobia dá conta da superficialidade típica dos relacionamentos histéricos, enquanto que a contrafobia dá conta da sociabilidade também típica desses mesmos relacionamentos.

 

Considere-se, agora, o meu artigo A guerra militar no homem fascista ( Resende,    2013 ), para dizer que neste homem haverá um sentimento para a morte, com a raiva narcísica do militarismo expansionista espacial fascista, em que haverá uma identificação acentuada do homem fascista com a mãe, que é considerada castrada, em que há o sentimento por parte do homem de que quando nasceu amputou o pénis da mãe, sendo ele pois um filho-falo, cujos vestígios serão o clitóris da mãe, havendo também um sentimento de culpabilidade por parte desse homem, por fantasiar que a mãe sabe que foi ele que amputou o pénis dela, com sentimentos consequentes de perda do amor do objecto, o que é particularmente depressivo. Ora, a menstruação da mãe, e de outras mulheres, fazem lembrar ao homem fascista toda esta situação, em que o sentimento para a morte e a raiva narcísica relacionada, também associada à violência imaginada da amputação, serão projectados sobre o inimigo, fomentando investidas expansionistas espaciais falo-sobrecompensatórias, em que haverá a procura do pénis da mãe e para a mãe, que estará simbolizado na bandeira hasteada do inimigo. Esta procura terá aquele sentimento de culpabilidade inconsciente subjacente, em que quanto mais culpado maior a procura.

 

Com este imperialismo, e relação identitária com a mãe, acentuadamente, com o já dito, com a importância do catar sexual feminino no capitalismo e fascismo, teremos globalmente a identificação do capitalista e seu extremo, fascista, no âmbito do capitalismo estado-unidense, com a identificação neste nível da mulher com a Europa, no todo, com a bota de Itália e a cara de Portugal, antropomorficamente, em que o medo da desmistificação da sexualidade feminina e da sua psicossexualidade, como já referido, particularmente no não reconhecimento real da diferença anatómica entre os sexos, leva a que não se reconheça que a Europa não tem pénis, com fobia, portanto, da ausência do pénis, globalmente na Europa, que nos levará por consequência a uma ideologia de fobia ao nihilismo, relativo à ausência, à falta, portanto, ao nada.

 

Enquadraríamos aqui o materialismo excessivo do consumismo típico das sociedades capitalistas, particularmente ocidentais, mas especialmente dos Estados Unidos da América. E isto será no sentido de preenchimento de sentimentos de vazio, sentimentos esses que também enformarão aquela fobia. Outro enquadramento que podemos fazer neste contexto é o de se saber amiúde que as mulheres têm um gosto particular por compras, naquele consumismo materialista, e o facto de a mulher ter a vagina, com a consideração de espaço vazio, dentro da mesma, com correspondentes sentimentos de vazio, o que promoverá aquela tendência consumista. Assim, temos que as compras, no contexto do consumismo materialista, são um mecanismo contrafóbico, em relação à fobia do vazio, da ausência, em que, particularmente, se nota novamente medo da mulher dela própria. Intui-se que homens caracterizando-se por esse consumismo têm medo ou fobia da mulher, com o enquadramento que quer homem quer mulher têm fobia do reconhecimento da diferença anatómica entre os sexos e do reconhecimento da ausência efectiva do pénis na mulher, com fobia da valoração da vagina, com seu espaço vazio, como se viu, com a excitação sexual do homem, com o pénis com os seus tecidos cavernosos enchidos de sangue, ocorrendo uma espécie de “ menstruação interna “, que está associada à excitação sexual, também a contribuir para que quer estes homens quer estas mulheres não façam o real reconhecimento da diferença anatómica entre os sexos, caracterizando-se os mesmos pelo apoio às sociedades falocêntricas, apoiando as ideologias correspondentes capitalistas, particularmente ocidentais. Dir-se-á ainda que no coito vaginal, com a penetração do pénis na vagina, a mulher sentirá uma diminuição do sentimento de vazio respeitante à sua vagina e uma diminuição dos efeitos da menstruação a nível psíquico na mulher, pela “ menstruação interna “ no homem, já referida, como a raiva narcísica associada à mesma, e relacionada com a fantasia da agressividade imaginada na amputação do pénis por parte do objecto, na relação precoce. Esta consequência, e considerando o nazismo alemão da década de 30  e 40 do séc. XX enquanto sistema matriarcal, poderá explicar o efeito hipnótico da suástica nazi, no contexto nazi, na bandeira, com a adesão em massa por parte da população, tendo nós em conta a análise que Wilhelm Reich faz em Psicologia de Massas do Fascismo ( 1976 ) da suástica nazi na bandeira como representando o acto sexual entre duas pessoas. Haverão aquelas diminuições mas o efeito da “ menstruação interna “ do homem, na excitação sexual, na psique da mulher, levará a que esta continue a identificar-se com o pénis enquanto falo, e este pénis-falo será considerado enquanto pénis-falo vazio, pelos tecidos cavernosos do mesmo e, pela importância do falo nas sociedades falocêntricas actuais, faz-nos lembrar do título do livro A Era do Vazio, de Lipovetski. Esta vacuidade do pénis enquanto falo, pelos tecidos cavernosos que se enchem de sangue na excitação sexual, e pelas identificações já referidas do fascista com a mãe considerada castrada, de forma acentuada, leva-nos a pensar que no expansionismo espacial militarista fascista, haverão tentativas falo-sobrecompensatórias de preencher esse vazio, lá está, por fobia à existência desse vazio, com a raiva narcísica associada, como já referido, em que essas tentativas estarão no contexto da fuga para a frente, que faz parte do sistema fóbico, como nos dizem Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. ) ( 2004 ), em que os mesmos nos dizem que a outra parte é o evitamento, que enformará a xenofobia destes sistemas fascistas, como no caso estado-unidense em relação aos islâmicos, com, portanto, medo e evitamento do diferente, no contexto da “ guerra ao terror “, como se vê à frente.

 

Continuando, é então que, na fobia à ausência, ao nada, tendo também em conta as evoluções nas últimas décadas, estão as fobias relativamente às contribuições e cultura dos árabes, em que especialmente se incluem os números árabes, utilizados globalmente, onde está incluso o zero, que terá sido uma contribuição dos árabes.

 

No contexto da “ guerra ao terror “ mais actual perpetrada pelos Estados Unidos e aliados, mas chefiados pelos primeiros, relativamente ao alegado terrorismo islâmico árabe, teremos então esta fobia às contribuições árabes, em que se incluirá medo do frio do espaço, por maior aproximação ao zero absoluto, medo do espaço sideral vazio, com matéria a tender para zero, no vácuo, e um outro aspecto muito importante, a fobia às consequências da investigação da chamada energia de ponto-zero.

 

Realço que estamos a falar de consequências e influências linguísticas e conceptuais no psiquismo humano.

 

Mas clarifiquemos acerca da energia de ponto-zero.

 

Temos, no wikipedia, que energia de ponto-zero, também chamada energia de ponto-zero de vácuo quântico, é a mais baixa energia possível que um sistema físico mecânico quântico pode ter; é a energia do seu estado de base. Todos os sistemas mecânicos quânticos sofrem flutuações mesmo no seu estado de base e têm uma energia de ponto-zero associada, em consequência da sua natureza de tipo-onda. O princípio de incerteza requer que todos os sistemas físicos tenham uma energia de ponto-zero maior que o mínimo do seu poço potencial clássico. Isto resulta em movimento mesmo no zero absoluto. O conceito de energia de ponto-zero foi desenvolvido na Alemanha por Albert Einstein e Otto Stern em 1913, como um termo correctivo adicionado à fórmula de base-zero desenvolvida por Max Planck em 1900. A energia de vácuo é a energia de ponto-zero de todos os campos no espaço, que no Modelo Standard inclui o campo electromagnético, campos fermiónicos e o campo de Higgs. É a energia do vácuo, que na teoria do campo quântico é definida não como espaço vazio mas como o estado de base dos campos. Na cosmologia, a energia de vácuo é uma explicação para a constante cosmológica. Um termo relacionado é o campo de ponto-zero, que é o menor estado de energia de um campo particular.

 

Como conceito científico, a existência de energia de ponto-zero, continua o artigo do wikipedia, não é controversa, mas a capacidade de a aproveitar é. Ao longo dos anos terão havido numerosas assunções de aparelhos capazes de extrair energia de ponto-zero utilizável. Nenhuma das assunções terá sido confirmada pela comunidade científica em geral, porquanto assunções mais actuais de sistemas de geração de energia baseados-na-energia-de-ponto-zero são consideradas pseudociência pela mesma comunidade, em que os cépticos geralmente consideram os esforços de aproveitar a energia de ponto-zero por defeito. O céptico proeminente Martin Gardner terá qualificado assunções de tais sistemas baseados na energia de ponto-zero tão infrutíferas como esforços passados de construir máquinas de movimento perpétuo. A máquina de movimento perpétuo refere-se à concepção técnica de máquinas que podem operar indefinidamente, com a opção de eduto adicional de energia excessiva, sem qualquer induto de uma fonte de energia, que será uma violação das leis da termodinâmica. Formalmente, concepções técnicas que assumem o aproveitamento da energia de ponto-zero não cairiam nesta categoria, já que a energia de ponto-zero é assumida como a fonte de induto de energia. Apesar da posição científica desconfirmatória, numerosos autores têm escrito a favor do potencial de aproveitar energia de ponto-zero em hipotéticas aplicações técnicas de “ energia livre “, afirmando mesmo que essas aplicações já existem, invocando por vezes a teoria da conspiração de supressão da energia livre. Exemplo de tais autores incluem: Claus Wilhelm Turtur, Jeane Manning, Joel Garbon, John Bedini, Tom Bearden, Thomas Valone, Morey B. King, Christopher Toussaint, Bill Jenkins, Nick Cook e William James. Continuando, uma das hipóteses que afirma que a energia de ponto-zero é infinita é a electrodinâmica estocástica, na qual o campo de ponto-zero é visto simplesmente como um campo de onda de ruído isotrópico de fundo clássico, que excita todos os sistemas presentes no vácuo sendo assim responsável pela sua energia-mínima ou estados de base.

 

De acordo com um relatório de uma empresa associada à NASA, o conceito de aceder a quantidades significativas de energia útil de energia de ponto-zero ganhou muita credibilidade, quando um artigo importante neste tópico foi publicado em Aviation Week & Space Technology, em 1 de Maio de 2004, uma revista da indústria aeroespacial de ponta.

 

O artigo do wikipedia ainda nos diz que um documento publicado pelo NGIC mostra que há pesquisa a decorrer a nível mundial sobre a energia de ponto-zero, particularmente na China, Alemanha, Rússia e Brasil, dizendo-nos ainda que um analista da DIA ( Agência Secreta de Defesa ) estado-unidense indicou que a pesquisa para aproveitar com sucesso a energia de ponto-zero, com o propósito de gerar energia, é uma preocupação séria na comunidade de agências secretas.

 

Também Edgar Mitchell, ex-astronauta e actual investigador do paranormal, e como se pode ver em Forbidden Science ( Kenyon, 2008 ), se debruça sobre a temática do ponto-zero. Ele conclui que o universo é formado por pares inseparáveis chamados díades, que emergem no tempo e no espaço a partir de um ponto-zero, a fonte auto-geradora inteligente do universo, onde toda a informação está guardada e nunca perdida, com a qual é possível ressoar, ganhando-se, teoricamente, acesso a todo o conhecimento. Ele define ponto-zero como tendo zero dimensões, constituído apenas por flutuação quântica, trabalhando como um espelho para criar uma imagem virtual, que ganha ressonância. Influenciado pelos esforços de Nikola Tesla, John Keeley e outros, que tentaram com sucesso aparente aproveitar uma fonte de energia disponível universalmente, Mitchell vê nos mesmos uma possível corroboração das suas ideias, dizendo ainda que a fonte de energia daqueles será o que chamamos de campo de ponto-zero, com propriedades interconectadas não-locais. Kenyon ainda nos fala da resistência e “ portas fechadas “ que Mitchell tem encontrado no desenvolvimento das suas ideias.

 

Alonguei-me um pouco mais sobre a energia de ponto-zero, e suas aplicações, baseadas num potencial energético que se dirá infinito, para realçar a importância da necessidade de indústrias globais, vulgarmente apelidadas de Big Oil e Big Energy, particularmente associadas aos Estados Unidos, e os grandes interesses associados, de não verem esta investigação como sendo bem sucedida, já que a nível político, ideológico e tecnológico, a nível global, haverá o financiamento por essas indústrias, e a chamada “ energia livre “ acabaria com esse financiamento e o consequente domínio e controlo instalados. Um exemplo cultural dado pelo famoso músico Prince, estado-unidense, referindo-se às guerras associadas e motivadas para defender o acesso ao petróleo, em particular, pelos Estados Unidos, é: “ Maybe now we can find a good reason to send a child off to war, So what if we’re controlling all the oil is it worth the child dying for “, da sua canção Money don’t matter tonight, do álbum Diamonds and Pearls.

 

Precisamente essas guerras, como as recentes do Iraque e Afeganistão, contra países árabes, no contexto da xenofobia contra muçulmanos, e árabes em geral, da chamada “ guerra ao terror “, perpetrada pelos Estados Unidos e aliados, mas comandados por aqueles, estarão no contexto mais global fóbico da fuga para a frente, especialmente por terem sido motivos que terão sido forjados, em que autores como David Icke          ( 2010, 2012 ), referindo-se a diversos autores, nos dizem que o ataque do 11 de Setembro de 2001 às Torres Gémeas, que terão dado origem à chamada “ guerra ao terror “, terá sido forjado pelos próprios Estados Unidos e pela Mossad, agência secreta israelita, no lidar, portanto, com a fobia em relação ao diferente, xenofobia em relação aos islâmicos, que caracteriza parte do sistema fóbico, como Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. ) ( 2004 ) nos dizem. Indicam-nos ainda que outra parte desse sistema é o evitamento, que estará enquadrado no evitamento de aspectos relativos aos árabes, à sua cultura, como a sua contribuição a nível global dos números utilizados a nível planetário, como se vê na alteração recente da ordem das datas utilizada por alguns, incluindo o zero, que terá sido uma criação árabe, em que por contraponto temos o exemplo da numeração romana que não tinha e não tem o zero. É nesse contexto de fobia e evitamento à cultura e contribuições árabes, que surgirá a nível mais global a fobia às consequências da investigação da energia de ponto-zero, como já vimos, em que uma das consequências, precisamente, seria o pôr em causa da hegemonia dos Estados Unidos, pelos acessos energéticos que dominam actualmente.

 

Outra análise linguística que pode ser feita, com influência no psiquismo humano, é a consideração do zero, em inglês e em português, numa análise reversiva, em que temos orez, com ore em inglês a significar minério, e z a indicar o fim do alfabeto, a indicar o fim, significando o fim do minério. No contexto, temos a fobia dos Estados Unidos, no contexto do capitalismo global contemporâneo, em que o minério se acabe, acabando a sua hegemonia, no quadro do evitamento do desenvolvimento de novas formas de energia ou da sua supressão.

 

Foram estas, pois, as elaborações sobre a fobia da ausência, da falta, do nada e do vazio.

 

 

Bibliografia

 

Houzel, D., Emmanuelli, M. & Moggio, F. ( Coord. ) ( 2004 ). Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Climepsi Editores

 

Icke, D. ( 2010 ). Human Race – Get Off Your Knees: The Lion Sleeps No More. David Icke Books Ltd

 

Icke, D. ( 2012 ). Remember Who You Are – Remember “ Where “ You Are and Where You “ Come “ From: Remember…. David Icke Books Ltd

 

Kenyon, J. D. ( 2008 ). From Apollo to Zero-Point – when is a walk on the moon not the highest point in life? In Forbidden Science – From Ancient Technologies to Free Energy, Kenyon, J. D. ( Editor ) ( 2008 )

 

Reich, W. ( 1976 ). Psicologia de Massas do Fascismo ( tradução portuguesa ). Publicações Dom Quixote

 

Resende, S. ( 2010 ). Tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 26/11/2010

 

--------------- ( 2011 ). Exemplo paradigmático relativo às tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 05/01/2011

 

--------------- ( 2012 ). Catar sexual feminino enquanto fobia social em www.psicologado.com ( proposto a 06/2012 )

 

--------------- ( 2013 ). A guerra militar no homem fascista em www.psicologado.com       ( proposto a 01/2013 )

 

--------------- ( 2013 ). A mulher e a morte em www.psicologado.com ( proposto a 12/2013 )

 

Referência de internet

 

Zero-point energy in en.wikipedia.org/wiki/zero-point_energy, consultado em 23/04/2014

publicado por sergioresende às 10:38
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Terça-feira, 15 de Abril de 2014

Fobia temporal ( cronofobia ) no homem e na mulher

Fobia temporal ( cronofobia ) no homem e na mulher

 

Se temos fobias ao nível espacial, como a agorafobia e a claustrofobia, e em que temos na neurose fóbica o isolamento geográfico, consideremos, desta feita, a fobia temporal, as fobias relativamente ao passado e ao futuro, diferenciadamente para homens e mulheres e relativamente ao capitalismo, e seu extremo fascismo, e ao comunismo.

 

Considerem-se, para começar, dois artigos meus, a saber, Masturbação feminina no dia-a-dia: suas implicações psicológicas e comportamentais ( Resende, 2008 ) e Orgasmo feminino enquanto “ pequena morte “ ( la petite mort ) ( Resende, 2012 ). O primeiro deles refere-se ao hábito diário do comportamento masturbatório feminino, e às suas implicações comportamentais e psicológicas, com o hábito da fêmea humana de se excitar e de se masturbar em qualquer local que se encontre, através da sua musculatura vaginal e pélvica, até atingir o clímax, num movimento paroxístico. Indica-se que já Freud ( 1905 ), nos Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, nos falava da satisfação sexual sentida pela rapariguinha contraindo os braços entre as pernas, como contraforça, realçando a prevalência deste tipo de comportamento. Mais se refere, que na observação quotidiana, associados a estes comportamentos masturbatórios, estão as eventuais ocorrências de um “ engolir em seco “, aquando do clímax e, muito importante, as ocorrências de comportamentos sonolentos, como o bocejar, aquando do clímax, em que a mulher ou a rapariga começam a ficar com sono, sendo de realçar a proximidade entre o clímax e os comportamentos sonolentos. Ainda Freud ( 1905 ) nos fala da satisfação sexual associada ao sono, como sendo uma regressão, em que a mulher regressa como que a um estado intra-uterino, em completa dependência de outrem. Destaca-se, nestes comportamentos, que por mais satisfação sexual que se obtenha, a capacidade multi-orgásmica, os comportamentos de “ engolir em seco “ e do comportamento sonolento não diminuem, indicando que a plena satisfação sexual não é obtida, persistindo os comportamentos masturbatórios. Isto leva a crer que diminui a capacidade de procura efectiva de satisfação sexual, na relação, importantemente, o que nos leva à noção, mais ou menos presente, pelo menos na cultura ocidental, de menor iniciativa sexual da mulher, em termos de comportamentos efectivos de procura de satisfação sexual. Ora, quanto a esta menor iniciativa, e quanto à dependência, referida anteriormente, é de notar que Jung             ( 1968 ) indica que a mulher que não se identifica com o Eros materno perde a capacidade de iniciativa. É como se a mulher, nesse comportamento sexual típico de masturbação se identificasse mais com o Tanatos materno. Ainda neste artigo se propõe que preventivamente se deverá facilitar culturalmente, politicamente                 ( políticas de acesso ao crédito à habitação ), educativamente, etc., a tomada de iniciativa sexual por parte da mulher para que esta possa mais facilmente identificar-se com a Vida, com o Amor. Já no segundo dos meus artigos referidos, acrescenta-se que considerando que a resolução é a fase de resposta sexual humana  que se segue ao orgasmo, teríamos aqui que a irresolução crónica na mulher estará associada à morte, sendo neste contexto que se enquadra a famosa expressão francesa do orgasmo feminino enquanto “ la petite mort “, a pequena morte.

 

Considera-se, pois, a associação e a identificação da mulher com o Tanatos, e não tanto com o Eros, no seu comportamento sexual típico, em que temos uma tendência contrafóbica em direcção à morte, em direcção à proximidade da mesma. Esta contrafobia é caracterizada pelo catar sexual feminino enquanto fobia social, como se pode ver em Catar sexual feminino enquanto fobia social ( Resende, 2012 ), que se baseia no sentimento de estar a sugar sexualmente o sangue de outra mulher, na eventual menstruação da mesma, que lhe faz lembrar o sinal depressivo da perda do pénis já efectuada, com sentimento de perda do amor do objecto, já que fantasia que foi o objecto na relação precoce que lhe amputou o pénis. Assim, considerando a histeria mais tipicamente feminina, com comportamentos sexualizados típicos na mesma, a fobia dá conta da superficialidade também típica dos relacionamentos histéricos, enquanto que a contrafobia dá conta da sociabilidade também típica desses mesmos relacionamentos. Deste modo, a contrafobia feminina, que dirá respeito a um sentimento para a morte, contrapõe-se à fobia temporal relativa ao passado, ou passado-fóbica. Ainda, pode associar-se a contrafobia do catar sexual feminino, com relações sociais diremos “ mortíferas “, à relação que Jacques Lacan ( 1996 ), em Escritos, faz, entre catar sexual feminino e instinto de morte.

 

É de notar que no homem fascista, como se pode ver em A guerra militar no homem fascista ( Resende, 2013 ), haverá também um sentimento para a morte, com a raiva narcísica do militarismo expansionista espacial fascista, e uma fobia temporal relativa ao passado, que baseará aquela raiva narcísica. Haverá esta fobia já que haverá uma identificação acentuada do homem fascista com a mãe, que é considerada castrada, em que há o sentimento por parte do homem de que quando nasceu amputou o pénis da mãe, sendo ele pois um filho-falo, cujos vestígios  serão o clitóris da mãe, havendo também um sentimento de culpabilidade por parte desse homem, por fantasiar que a mãe sabe que foi ele que amputou o pénis dela, com sentimentos consequentes de perda do amor do objecto, o que é particularmente depressivo. Ora, a menstruação da mãe, e de outras mulheres, fazem lembrar ao homem fascista toda esta situação, o que causará aquela fobia temporal em relação ao passado, em que o sentimento para a morte e a raiva narcísica relacionada, também relacionada com a violência imaginada da amputação, serão projectadas sobre o inimigo, fomentando investidas expansionistas espaciais falo-sobrecompensatórias, em que haverá a procura do pénis da mãe e para a mãe, que estará simbolizado na bandeira hasteada do inimigo. A fobia temporal relativa ao passado fará recalcar o sentimento de culpabilidade sentido, recalcando-se, pois, os sentimentos associados à menstruação da mulher, em que aquela procura terá este sentimento de culpabilidade inconsciente subjacente, em que quanto mais culpado maior a procura. Dir-se-á ainda que a fobia temporal em relação ao passado do homem fascista será contrabalançado por um sistema contrafóbico em relação ao futuro, que nos levará ao nacionalismo exacerbado do fascismo, e à necessidade patológica de ter sempre a bandeira nacional hasteada, não se fazendo o luto do pénis perdido, que seria simbolizado pela meia-haste, não se dizendo contudo que essa meia-haste não é feita mas sim que a vivência catártica do luto não é feita.

 

Já como se pode ver, por exemplo, em A mulher e a morte ( Resende, 2013 ), há uma tendência geral da mulher mais velha, pós-menopáusica, de pintar os cabelos brancos ou grisalhos, porquanto geralmente o homem não o faz, revelando uma certa fobia relativamente à proximidade da morte, anunciada pelos cabelos brancos, fobia ao futuro. Em Segundo complemento a O sobrecompensatório na mulher ( Resende,  2014 ) é indicado que a mulher mais velha, pós-menopáusica, tende a usar o cabelo curto, diferenciadamente a mulheres mais novas, com cabelos compridos, tipicamente, entendendo-se que isso é devido à perda da menstruação na menopausa, perdendo-se, então, o motivo de sobrecompensar o tamanho da cabeça e do cérebro através do cabelo, relativamente ao homem, por já não se sentir diminuída em relação ao mesmo, diminuição essa baseada na inveja do pénis, manifestada pelo tal engrandecimento sobrecompensatório, que é associada à perda do pénis já efectuada, com a fantasia confirmatória da menstruação como sinal dessa perda. A sobrecompensação, através dos cabelos compridos, também está enquadrada na maior produção histórica por parte dos homens, a nível cultural, científico, artístico, etc., relativamente às mulheres, em particular nas sociedades ocidentais. Temos, pois, a perda do motivo fóbico em relação ao passado, fobia essa como acima mencionada acerca do catar sexual feminino, e uma equiparação sentimental e narcísica em relação ao homem, o que enquadrado com a questão da pintura do cabelo, nos diz que, na mulher, com a idade, há a passagem de uma fobia temporal relativamente ao passado para uma fobia temporal relativamente ao futuro.

 

No homem, tipicamente mais obsessivo, e em que um sistema mais tipicamente obsessivo e patriarcal é o comunismo, dever-se-á referir o efeito no psiquismo humano do movimento de rotação da Terra, ou movimento de revolução. Temos, pois, este efeito de revoluções contínuas, que transmitirá o sentimento de que a revolução é precisa ser feita novamente, havendo nesse sentido, particularmente no homem, tendências inconscientes no revolucionário contribuindo para que surjam contra-revoluções. Será neste sentido, que no homem, mais tipicamente obsessivo, haverá uma fobia relativamente ao futuro, futuro-fóbico, portanto, sentimento que será semelhante na mulher mais velha, como já vimos. Temos um enquadramento em que haverá no homem uma fobia em relação à proximidade da morte, sendo coerente que no sistema obsessivo patriarcal que é o comunismo tenhamos o ateísmo, ou não crença formalizada numa vida depois da morte, o que também contribuirá para uma fobia temporal em relação ao futuro. É de notar que neste sistema comunista mais progressista, e por contraponto ao expansionismo espacial mais capitalista e fascista, haverá uma necessidade de expansionismo temporal, no sentido progressista, em que temos um sistema fóbico de aproximação/evitamento, sistema fóbico esse como Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. ) ( 2004 ) nos indicam e caracterizam. Este sistema de fobia relativamente ao futuro, com aproximação/evitamento, será contrabalançado por um sistema contrafóbico de expansionismo temporal em relação ao passado, onde podemos enquadrar aqui os avanços pioneiros das conquistas da União Soviética comunista a nível espacial, ou espaço-sideral, considerando a noção da Física ou Astrofísica, que da Terra para o cosmos estamos sempre a olhar para o passado, devido à distância temporal que a luz demora a chegar a nós. Coerentemente, contraponho aqui o indicado em Tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas ( Resende, 2010 ) e Exemplo paradigmático relativo às tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas ( Resende,  2011 ), e por contraponto ao comunismo, em que haverão na sociedade capitalista, particularmente a dos Estados Unidos da América, bastião do capitalismo, tendências fóbicas relativamente ao espaço sideral e à conquista do mesmo, com o exemplo do Vai-Vém estado-unidense, tipicamente num sistema fóbico de aproximação/evitamento, que incluirá uma fobia relativamente a uma invasão alienígena, que terá vindo a ser ao longo das décadas reproduzida na cultura de Hollywood.

 

Mas descrevam-se melhor estes artigos. Nos mesmos, baseio-me no apoio incondicional dos Estados Unidos, enquanto bastião do capitalismo, a Israel, e na historicidade da coluna de fogo que guiou as tribos hebraicas pelo deserto, considerando-se que a coluna de fogo moderna nas sociedades capitalistas é a religião, enquanto modo de unir as pessoas, baseada na divinização do dinheiro, em que este é considerado psicologicamente a nível anal, que por sua vez baseia-se na divinização do sistema matriarcal, que está baseado na sexualidade feminina. Indico, para mais, a utilização da sexualidade feminina para controlo do indivíduo e das massas, em que teríamos o deslocamento das culpabilidades associadas ao controlo para o fogo eterno do Inferno, na religião cristã, mantendo-se, deste modo, o controlo individual e societal. Há, então, uma paranoia anal, surgindo como principal medo capitalista a desmistificação das tradições judaico-cristãs e da sexualidade feminina, concluindo-se que o medo capitalista de o “ fogo “ se extinguir significará o medo do frio do espaço ou o medo de uma invasão alienígena. O exemplo paradigmático dado é a utilização do Vai-Vém espacial, utilizado pelos Estados-Unidos, uma sociedade capitalista, com caracterizações fóbicas. De facto, afigura-se o mecanismo relacional, na exploração espacial, de aproximação/evitamento, pelo ir e vir do Vai-Vém, perspectivando-se estratégias defensivas fóbicas de fuga para a frente e de evitamento, estratégias estas como consideradas por Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. ) ( 2004 ). Acrecente-se, aqui, que aquela divinização do sistema matriarcal baseado na sexualidade feminina será, para sermos mais precisos, também uma sacralização da psicossexualidade feminina, com a histeria mais tipicamente feminina, com sobrecompensações fálicas, que nos reportará às sociedades falocêntricas, características do capitalismo global contemporâneo.

 

Continuando, para mais, se na sociedade capitalista há uma fobia temporal relativamente ao passado, reproduzida na fobia de conquista espacial, relação já vista, teremos que para contrabalançar teremos um sistema contrafóbico de fobia temporal relativamente ao futuro, na Terra, que nos reportará à necessidade de imortalidade simbólica, ou seja, obra feita a nível cultural, científico, artístico, etc., perdurando pelos tempos, em que, tendo em conta as características do sistema fóbico de aproximação/evitamento, se ligaria a uma ansiedade narcísica que é efectivamente tão característica do histérico, sendo a histeria mais tipicamente feminina e o capitalismo um sistema predominantemente histérico. Faz lembrar a história inglesa da onda de suicídios de mulheres, em relação à qual o rei determinou que as suicidas seriam expostas nuas por toda a cidade, após a morte, o que resultou na paragem dessa onda. Assim, o sistema capitalista, para diminuir o medo de invasão alienígena e de progredir pelo espaço sideral, deverá vivenciar a imortalidade simbólica com ansiedade narcísica, em que a ansiedade narcísica estaria mais próxima do evitamento e a necessidade de imortalidade simbólica da aproximação. Ou seja, dever-se-á sujeitar mais a que a obra feita seja julgada por gerações vindouras, contrariando a tendência habitual para a gratificação imediata do histérico capitalista, devendo caracterizar-se mais por técnicas mais obsessivas como a tendência para o adiamento da gratificação, através do juízo de condenação. E isto para diminuir o medo de progressão pelo cosmos e de uma invasão alienígena. Já o sistema comunista, com um sistema contrafóbico de expansionismo temporal em relação ao passado, para progredir no espaço sideral, deverá contrabalançar com o diminuir de fobia relativamente ao futuro, em que relacionando os fenómenos, particularmente por ser um sistema progressista, deverá haver um diminuir da necessidade de imortalidade simbólica, já referida, não incorrendo tanto na fuga para a frente que caracteriza parte do sistema fóbico, como já visto, que, pelo dito acima, deverá diminuir as tendências inconscientes no revolucionário na contribuição para que surjam contra-revoluções, e isto no sentido do expansionismo temporal em relação ao passado, que se relaciona, então, com a conquista do espaço sideral, como já vimos. Isto traduzir-se-á por um comunismo menos ortodoxo, caracterizando-se por técnicas mais histéricas como mais tendência para gratificação imediata, e isto para diminuir a fobia do expansionismo temporal em relação ao passado, e consequente conquista do cosmos. Intui-se, ainda, que no sistema comunista, aquele luto do pénis perdido, já referido, estará mais vivenciado catarticamente do que no sistema capitalista, não havendo tendências expansionistas militaristas baseadas na raiva narcísica, e essa melhor vivência permitirá um progresso psíquico, que por sua vez permitirá um melhor luto da imago terráquea, permitindo aos cosmonautas deste sistema um melhor trabalhar da angústia de separação em relação ao afastamento da Terra, no progresso da exploração espacial, em que psicologicamente o indivíduo será menos controlado por aquela angústia, particularmente em viagens de longa duração.

 

Para resumir, temos na mulher mais jovem e homem fascista uma fobia temporal relativa ao passado, que neste homem fascista é contrabalançada por uma fobia em relação ao futuro, que leva ao nacionalismo patológico da bandeira hasteada e à vivência da imortalidade simbólica com ansiedade narcísica, e que na mulher mais velha e homem comunista há uma fobia temporal em relação ao futuro, que neste homem comunista é contrabalançada por um expansionismo temporal em relação ao passado, que nos remete para a exploração espacial, tendo em conta o tempo passado do que é observado da Terra, expansionismo esse que para se acentuar deverá haver um diminuir da necessidade de imortalidade simbólica.

 

Considere-se agora a temática das viagens no tempo, perspectivando o meu artigo Exploração cósmica e viagens no tempo e suas relações com a histeria e a obsessão      ( Resende, 2010 ). No mesmo, refiro a minha proposta da noção dos psemes enquanto unidades de evolução psicológica, enquanto unidades psicológicas de transmissão intergeracional. Basicamente, os psemes serão pensamentos inconscientes que são constituídos enquanto complexos, ou conjunto de complexos, inconscientes, sendo estes complexos tidos no sentido Junguiano, enquanto conjunto de disposições psicológicas, psicológica e significativamente relacionadas. Os psemes terão características Lamarckianas da psique, no sentido de os complexos inconscientes poderem ser modificados durante a vida do indivíduo, com essas modificações a serem transmitidas às gerações seguintes. Outra proposta minha são os psitrões, que perspectivam-se enquanto partículas psicológicas que subjazem os psemes. Basicamente, dir-se-á que a histeria é caracterizada por psitrões curtos e que a obsessão é caracterizada por psitrões longos. Isto porque a tendência para a satisfação imediata, o “ aqui e agora “ histérico, teria por base psitrões que estariam associados à memória curta, daí o recalcamento histérico, e à inibição dos receptores psitrónicos associados à memória a longo prazo. Já a tendência para o adiamento da satisfação, gratificação, característica da obsessão, relacionada com o juízo, ou julgamento, de condenação, teria por base psitrões que estariam associados à memória a médio e a longo prazo, e à inibição dos receptores psitrónicos associados à memória a curto prazo. Temos, pois, psitrões curtos na histeria e psitrões longos na obsessão. Propõe-se, então, nesse artigo, e perspectivando as características psicológicas e saúde mental, com prevenção de eventuais efeitos secundários, que os viajantes no tempo histéricos deverão fazer apenas viagens temporais de curto alcance, enquanto que os viajantes no tempo obsessivos poderão fazer viagens de longo alcance.

 

No contexto do presente artigo, e especificando melhor estas características, dir-se-á que a mulher jovem e o homem fascista, mais capitalista, com a sua fobia temporal relativa ao passado, nas viagens no tempo, dever-se-ão especializar contrafobicamente, e tendo em conta que terão características mais histéricas, na progressiva viagem para o futuro e cada vez de maior alcance, devendo treinar acentuadamente a característica do adiamento da gratificação, pelo juízo de condenação. Já o homem comunista e a mulher mais velha, com a sua fobia temporal relativa ao futuro, nas viagens no tempo, dever-se-ão especializar contrafobicamente, e tendo em conta características mais obsessivas, na progressiva viagem para o passado e cada vez de menor alcance, devendo treinar acentuadamente a característica da gratificação imediata, mais pelo recalcamento.

 

Intui-se que a mulher capitalista e o homem novo, que poderíamos associar simbolicamente ao Homem-Novo do comunismo, nas viagens no tempo, caracterizar-se-ão por progressivas viagens para o futuro e cada vez de menor alcance, enquanto que a mulher comunista e o homem mais velho, nas viagens no tempo, caracterizar-se-ão por progressivas viagens para o passado e cada vez de maior alcance.

 

É de notar que nos exemplos dados em relação à idade, quer em relação à mulher mais velha quer em relação ao homem mais velho, propõem-se viagens para o passado, na mulher de menor alcance e no homem de maior alcance, o que será coerente com características habituais da memória de pessoas idosas de recordarem constantemente o passado mais distante, o que nos indica que a pessoa idosa, quer mulher quer homem, tem características habituais mais masculinas, o que considerando que, na minha proposta, a viagem na mulher deverá ser de menor alcance, apontará para uma maior diferenciação em termos de género e, em consequência, pessoal.

 

Repare-se que todos os movimentos até agora, fobias e contrafobias, em direcção ao futuro e ao passado, serão coerentes com a proposta da Física, tal como nos diz Richard Gott III, em Viagens no Tempo no Universo de Einstein ( 2001 ), de que as ondas luminosas que rumam em direcção ao futuro são ondas retardadas e de que as ondas que vão em direcção ao passado são ondas avançadas, referindo ele, contudo, que, em geral, não vemos as ondas avançadas, sendo isso que nos dá um sentido de causalidade e uma seta do tempo. Mas associando nós, no contexto do presente artigo, as ondas luminosas aos electrões, com fotões, que se deslocam nos neurónios, e estando nós a falar de fenómenos mentais, estes fenómenos não serão vistos por serem mentais, com correlatos cerebrais, o que pressupõe-se que não haverá causalidade estrita a nível mental, onde poderíamos incluir exemplificadamente os fenómenos premonitórios, onde se inclui o famoso exemplo bíblico do sonho premonitório do Faraó, interpretado por José, realçando-se a importância da interpretação do significado do sonho, este enquanto fenómeno inconsciente, e as regressões a vidas passadas através de hipnose regressiva. Mas se as ondas avançadas mentais, digamos assim, em direcção ao passado, estão ligadas a fenómenos como a regressão a vidas passadas, através de hipnose regressiva, onde não se pressupõe causalidade, devemos estar atentos ao que se diz no estudo da relação entre a Física e a Consciência, de que há um efeito de observador, de observação, ou seja, aquilo que observamos é sempre influenciado pelo observador, de onde os físicos concluírem que nós somos os nossos pensamentos, em particular, conscientes. Devemos retirar daqui que, eventualmente, apesar de fenómenos como as premonições e as regressões a vidas passadas funcionarem mais a um nível inconsciente, a sua consciencialização poderá influenciar o passado e o futuro, em que, em particular, nas regressões passadas referidas, com ondas avançadas mentais, seguidas de ondas mentais retardadas, já teríamos um nexo de causalidade, também havendo o mesmo em relação às premonições, com ondas mentais retardadas, seguidas de ondas mentais avançadas, o que permitirá a consciencialização dessas premonições.

 

Para finalizar, e tendo em conta o acabado de dizer, teremos que, no sentido temporal do passado e futuro, as fobias influenciam as contrafobias enquanto que as contrafobias influenciam também as fobias, particularmente aquelas descritas, e especialmente com as suas consciencializações, o que será coerente precisamente com as interrelações descritas durante o presente artigo, interrelações essas em que as contrafobias têm em conta as fobias e estas aquelas contrafobias.

 

 

Bibliografia

 

Freud, S. ( 1905 ). Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade. Edição “ Livros do Brasil “

 

Gott III, J. R. ( 2001 ). Viagens no Tempo no Universo de Einstein. edições quasi

 

Houzel, D., Emmanuelli, M. & Moggio, F. ( Coord. ) ( 2004 ). Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Climepsi Editores

 

Jung, C. G. ( 1968 ). The Archetypes and the Collective Unconscious ( 2ª edição ). Routledge & Kegan Paul, Ltd.

 

Lacan, J. ( 1996 ). Escritos. Editora Perspectiva

 

Resende, S. ( 2008 ). Masturbação feminine no dia-a-dia: suas implicações psicológicas e comportamentais em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 12/11/2008

 

--------------- ( 2010 ). Exploração cósmica e viagens no tempo e suas relações com a histeria e a obsessão em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 26/11/2010

 

--------------- ( 2010 ). Tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 26/11/2010

 

--------------- ( 2011 ). Exemplo paradigmático relativo às tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 05/01/2011

 

--------------- ( 2012 ). Orgasmo feminino enquanto “ pequena morte “ ( la petite mort ) em www.psicologado.com ( proposto a 05/2012 )

 

--------------- ( 2012 ). Catar sexual feminino enquanto fobia social em www.psicologado.com ( proposto a 06/2012 )

 

--------------- ( 2013 ). A guerra militar no homem fascista em www.psicologado.com       ( proposto a 01/2013 )

 

--------------- ( 2013 ). A mulher e a morte em www.psicologado.com ( proposto a 12/2013 )

 

--------------- ( 2014 ). Segundo complemento a O sobrecompensatório na mulher em www.psicologado.com ( proposto a 01/2014 )

 

publicado por sergioresende às 10:17
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Quarta-feira, 2 de Abril de 2014

Teoria do Tudo em Psicologia e exopsicologia enquanto relacionadas com a agorafobia e com a claustrofobia

Teoria do Tudo em Psicologia e exopsicologia enquanto relacionadas com a agorafobia e com a claustrofobia

 

Neste artigo, fazem-se elaborações quanto à relação da Teoria do Tudo em Psicologia e da exopsicologia com a agorafobia e com a claustrofobia.

 

Assim, desde já, resumem-se alguns artigos meus sobre a Teoria do Tudo em Psicologia, onde se poderão verificar semelhanças entre características psicológicas e características físicas, ou astrofísicas, astronómicas.

 

Em Uma aproximação à Teoria do Tudo em Psicologia ( Resende, 2011 ), indica-se que somos nós, humanos, que pensamos as teorias, devendo-se ter isso em conta ao pensar na influência que o Universo exerce sobre o pensamento humano, como sobre as emoções, relacionamentos, etc.. Considera-se, então, que quando há um amor não correspondido, amor dado não correspondido, ou pouco correspondido, temos uma situação em que um dos elementos em questão atrai mais do que o outro. Transpondo para a Física, na Teoria do Tudo, teríamos um paralelo, em que há uma estrela, por exemplo, que exerce maior atracção sobre um planeta do que o planeta exerce sobre a estrela. Correlacionando, teremos, pois, que o elemento depressígeno do amor não correspondido como que caracteriza a relação entre estrelas e planetas. Sendo assim, os sistemas solares caracterizam-se pela depressividade, em que, pelos movimentos de translacção, teremos uma depressividade cíclica, depressividade cíclica esta, também enformada nos movimentos de rotação, revolução, na criação de dia e noite, com a noite a ter mais carácter depressivo do que o dia, acrescente-se aqui. Deste modo, temos uma entrada e saída da depressão, correspondendo isso, pois, a movimentos relacionais maníaco-depressivos. Ainda, tendo em conta que a patologia maníaco-depressiva constitui-se enquanto psicose, teríamos que os sistemas solares exercem uma influência psicotizante sobre o ser humano. Ademais, e sequenciadamente, no desenvolvimento humano, teremos que o afastamento e aproximação das galáxias umas das outras, remete-nos para uma angústia borderline, particularmente, a angústia de separação, que mais lhe caracteriza. Ainda, a expansão do Universo, com o afastamento dos seus limites, acentua esta angústia borderline, pela angústia e ansiedade de separação presentes. De seguida, e entrando já na organização neurótica, citam-se alguns físicos como Abdus Salam, Michio Kaku e Steven Weinberg, que nos dizem, acerca da busca da unificação das forças fundamentais, que a supersimetria é a proposta final para uma completa unificação de todas as partículas e mesmo que a simetria será o elo perdido da Física. Assim, tendo em conta estas considerações sobre a simetria, perspectivam-se as caracterizações de Jean Bergeret sobre as fases de desenvolvimento psicossexual, particularmente a fase genital, portanto, neurótica. Em relação a ela, ele estabelece características tipicamente genitais como o respeito pelo outro e a capacidade de dádiva e como a capacidade de união afectiva, podendo nós ainda nos referir ao sentimento de reciprocidade e à cooperação, ao invés da interdependência. Temos, pois este paralelo entre características de natureza física e características psicológicas, notando-se a passagem da assimetria inicial relativa à psicose, para a simetria final relativa à neurose.

 

Em Segundo complemento a Uma aproximação à Teoria do Tudo em Psicologia: correlatos politico-económicos ( Resende, 2012 ), e voltando à influência psicotizante, no quadro da patologia maníaco-depressiva, que os sistemas solares exercem sobre o ser humano, indicam-se correlatos politico-económicos que consubstanciam as ideias do primeiro artigo já resumido. Considera-se, no âmbito do capitalismo global actual, características do capitalismo, que se têm verificado historicamente. Refiro-me à ciclicidade do desenvolvimento capitalista, em que por um lado surgem não só recessões como depressões económicas, e por outro, euforias mais relacionadas com as bolhas especulativas.

 

Já em Teoria do Tudo em Psicologia: a caminho dos mundos paralelos em Física             ( Resende, 2012 ), também se relacionam características psicológicas com características físicas, de partículas, abordando-se a questão dos mundos paralelos. Pressupondo-se determinadas capacidades psicológicas para viajar entre mundos paralelos, haverá necessidade de desenvolvimento mental para o fazer. Nesse sentido, faço referência ao não-seio, que, no contexto da teoria do pensar de Wilfred Bion, nos indica que é potenciador de pensamento. Ora, o não-seio leva-nos a pensar em ausência, e no facto de esta estar implícita naquela capacidade de viajar referida. Noutra perspectiva, o não, que constituir-se-á enquanto importante organizador psíquico, que importará para essa mesma capacidade de viajar, leva-nos a pensar em rejeição. Teremos, então, que para viajar entre mundos paralelos, teremos que trabalhar a ausência e a rejeição psicológicas no viajante. Transpondo da Psicologia para a Física, para as partículas, teremos que a ausência e a rejeição remetem-nos para o conceito de anti-matéria, em que a ausência faz-nos lembrar da ausência de anti-matéria no mundo material universal, e a rejeição faz-nos lembrar a natureza repulsiva da matéria em relação à anti-matéria, em que ambas se juntando se aniquilam mutuamente. Nesse sentido, faz-se referência a uma máquina para transportar o viajante entre mundos paralelos, que terá que ter em conta a anti-matéria e a matéria, que envolverá um processo implosivo, ideia esta de implosão que é apoiada coerentemente por Michio Kaku, no seu Mundos Paralelos. Finalizando o resumo deste artigo, dir-se-á que, psicologicamente, e para uma tendência mais saudável, na questão relacionada com a ausência, o viajante entre mundos paralelos dever-se-á caracterizar por bastante constância objectal, enquanto que no que diz respeito à rejeição, o indivíduo não deverá padecer de angústia de separação, ou seja, não dever-se-á constituir enquanto borderline.

 

Teoria do Tudo em Psicologia: a caminho do Todo ( Resende, 2012 ) diz-nos que, continuando o estabelecimento de relações entre características psicológicas e físicas, há um paralelo entre o que caracteriza a depressão, com introjecções maciças, e o buraco negro com a sua absorção maciça de matéria. Tendo em conta que, segundo a Física, pelo menos, a maior parte das galáxias têm um buraco negro no centro, poderemos estabelecer um sentido a caminho do Todo. Assim, o buraco negro no centro das galáxias, se reportaria à depressão original, que se relacionaria com o útero materno. De seguida, estabelecer-se-ão em relação às galáxias o mesmo processo que já foi descrito em relação aos sistemas solares, ou seja, que  têm um efeito psicotizante, particularmente pela diferença  de tamanho e influência gravítica entre elas e considerando o movimento relativo entre elas. Ainda a caminho do Todo, tem-se a consideração clínica do borderline enquanto personalidade em mosaico, pela incapacidade de contacto entre diferentes elementos da personalidade, estabelecendo nós aqui um paralelo com o multiverso, ou vários universos, postulado pela Física moderna. Seguidamente, numa evolução progressiva, relaciona-se o multiverso com características neuróticas, no caso neurose obsessiva. Nesta, realçam-se mecanismos de defesa tipicamente obsessivos, como o isolamento do afecto e a formação reactiva, sendo esta a manifestação se sentimentos contrários àquilo que o indivíduo realmente sente. Assim, o isolamento diria respeito ao isolamento de cada universo em relação a outros, no multiverso, enquanto que a formação reactiva é reminiscente da relação entre matéria e anti-matéria. Isto implicaria, psicofisicamente, que cada universo de matéria é cercado contiguamente por universos de anti-matéria. Assim, no geral, estabelecem-se relações entre características psicológicas e características físicas, desde os buracos negros do centro das galáxias até às relações entre diferentes universos no multiverso, ou seja, em direcção ao Todo.

 

Atentando às relações entre características psicológicas e características físicas, tal como eu as resumi até agora, destaque-se agora outros dois artigos meus, a saber, A agorafobia enquanto perturbação obsessiva ( Resende, 2008 ) e A claustrofobia enquanto perturbação histérica ( Resende, 2008 ), com realce para o pouco à-vontade do histérico num sistema claustrofóbico.

 

No primeiro, indico que a agorafobia refere-se ao medo, com ou sem ataque de pânico, de sair e de se deslocar em espaços abertos. Considere-se, para mais, que a agorafobia, enquanto descompensação psicopatológica, estará relacionada com o facto de nessa situação haver falta de pormenores, de pontos de referência, e será com essa falta que o obsessivo entra em descompensação, já que o obsessivo funciona na base destes pormenores e pontos de referência.

 

Já no segundo dos artigos, considera-se que na claustrofobia, todos os referenciais estão presentes, todos os pontos de referência estão presentes e sentidos como perto demais. Isto é de mais fácil lide pelo obsessivo, mas já o histérico terá dificuldades em lidar com relações com o mundo exterior de tipo obsessivo, e nessas situações de excesso de referências, nessas situações claustrofóbicas, entra em descompensação histérica. Sendo o étimo de histeria hister, que significa útero, é mais fácil perceber a relação entre histeria e claustrofobia, pois é como se o útero fosse um claustro. É como se o bebé no útero desenvolvesse um protótipo de relações claustrofóbicas, o qual caracteriza-se por sentimentos de estar perto de algo, que posteriormente é de mais fácil lide pelo obsessivo do que pelo histérico. Ter-se-á, então, que por um sentimento mais prazeiroso e de melhor qualidade na vida intra-uterina, o obsessivo tenderá a ser menos extrovertido, tenderá a procurar menos o contacto com os outros, do que o histérico, o que acontece. Para o histérico, a vida intra-uterina tenderá a ser de menor qualidade, com necessidade ou sentimento de se desenvolver para além do útero, devido aos sentimentos claustrofóbicos, e tenderá, posteriormente, a procurar mais os outros, a tentar procurar estar com os outros, o que é coerente com as suas características típicas.

 

Baseando-me nestas ideias agora descritas, indico, em Exploração cósmica e viagens no tempo e suas relações com a histeria e a obsessão ( Resende, 2010 ), relativamente às viagens espaciais, que se se quiser alguém para viajar nas naves espaciais, estadias de longa duração e futuras missões espaciais de longa duração, onde se pode incluir as eventuais futuras hibernações, dever-se-ão selecionar cosmonautas de personalidade obsessiva, e se se quiser alguém para as caminhadas espaciais, como arranjos técnicos e reparações, dever-se-ão selecionar cosmonautas de personalidade histérica. Acrescente-se que na exploração planetária, e no contacto com o planeta desconhecido ou a explorar, deverão ser enviados para missões de avaliação, e reconhecimento, cosmonautas histéricos, em que estes transmitirão posteriormente as informações, os pontos de referência, aos cosmonautas obsessivos, que permaneceram na nave, para uma posterior exploração mútua do planeta, lua ou outro objecto espacial. Isto faz mais sentido se considerarmos o espaço reduzido do interior das naves espaciais, habitualmente produzidas pelos humanos.

 

Dito isto, e considerando as relações psicofísicas descritas quanto à Teoria do Tudo em Psicologia, teremos que, na exploração espacial, no multiverso, e na passagem de um universo para outro, dever-se-ão acentuar as características do histérico, numa eventual viagem, e dentro de um universo, dever-se-ão acentuar as características do obsessivo, que se sentirá mais confortável dentro de cada universo. Poderíamos aqui considerar, de uma forma mais geral, e na linha do agora descrito, o trabalhar e acentuar de uns traços de carácter e não tanto de outros. Quanto a este assunto, mais uma nota excepcional, voltando a referirmo-nos ao artigo já resumido, Teoria do Tudo em Psicologia: a caminho do Todo. No mesmo, refiro-me à relação entre o multiverso e as características neuróticas obsessivas. Em particular, a característica formação reactiva do obsessivo, que se constitui enquanto manifestação de sentimentos contrários àquilo que o indivíduo realmente sente. Pressupõe-se que esta é uma característica que o cosmonauta obsessivo deverá treinar e acentuar para melhor viajar entre universos, no multiverso, baseando-me sobremaneira na premissa, como indicado neste último artigo agora referido, de que cada universo tem características contrárias aos universos contíguos, particularmente na relação entre matéria e anti-matéria.

 

Já em termos exopsicológicos, podemos enquadrar a agorafobia e a claustrofobia num sistema histérico e num obsessivo, para considerarmos que a vivência dos humanos histéricos na Terra, em relação a outros seres extraterrestres vindos do restante cosmos, é sentida claustrofobicamente, em que esses seres são sentidos como perto demais. Ver relacionadamente o meu artigo Claustrofobia histérica: por trás do trauma das abducções alienígenas ( Resende, 2012 ), no qual se conclui que, aquando da presença desses seres extraterrestres, em particular, no quarto do sujeito humano, os mesmos são sentidos como perto demais, sendo essa uma reação histérica, num quadro claustrofóbico, que caracterizará o trauma da abducção referida. Continuando, a vivência dos humanos obsessivos na Terra, em relação ao mesmo fenómeno da presença de outros seres do cosmos, será sentida de modo mais agradável, estando esses obsessivos mais à-vontade com aquela presença, devido à melhor lide do obsessivo com a presença desses seres referenciais.

 

Ora, podemos enquadrar isto em sistemas societais histéricos e sistemas societais obsessivos, em que temos exemplarmente quanto aos primeiros sistemas, sociedades histéricas matriarcais capitalistas, como a dos Estados Unidos da América, como, por exemplo, Jung ( 1991 ) caracterizou este país enquanto matriarcal e não patriarcal, e quanto aos segundos sistemas teremos sociedades mais obsessivas, tipicamente mais patriarcais, como a sociedade russa ou a chinesa, em que para a primeira há uma caracterização capitalista, mas num enquadramento mais tradicional referente ao comunismo da União Soviética, já que a Rússia tem posições de geopolítica e estratégia, etc., díspares frequentemente em relação ao capitalismo  do Ocidente, e em que para a sociedade chinesa há uma caracterização capitalista mas tendo apesar de tudo uma governação comunista, considerando o comunismo menos histérico e mais obsessivo.

 

Teremos, então, que num sistema histérico como o estado-unidense haverá a referida vivência claustrofóbica em relação a seres extraterrestres, em que teremos, pois, uma fobia relativamente a esses seres. Enquadre-se o agora dito com a caracterização da histeria de angústia, que Laplanche & Pontalis ( 1990 ) fazem, em que indicam que a histeria de angústia desenvolve-se cada vez mais no sentido da fobia, realçando que nesta histeria o deslocamento para um objecto fóbico é secundário ao aparecimento de uma angústia livre, não ligada a um objecto, pressupondo nós, então, que há um fundo de angústia num sistema histérico como o estado-unidense, que depois é deslocado sobre os seres extraterrestres, e isto, intui-se, num quadro histérico de massas, que poderá eventualmente dar origem a uma caracterização de pânico relativamente a seres extraterrestres.

 

Quanto à fobia referida, perspectivem-se os meus artigos Tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas ( Resende, 2010 ) e Exemplo paradigmático relativo às tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas                ( Resende, 2011 ). Nos mesmos, baseio-me no apoio incondicional dos Estados Unidos a Israel e na historicidade da coluna de fogo que guiou as tribos hebraicas pelo deserto, considerando eu que a coluna de fogo moderna nas sociedades capitalistas é a religião, enquanto modo de unir as pessoas, baseada na divinização do dinheiro, em que este é considerado psicologicamente a nível anal, que por sua vez baseia-se na divinização do sistema matriarcal, que está baseado na sexualidade feminina. Indico, para mais, a utilização da sexualidade feminina para controlo do indivíduo e das massas, em que teríamos o deslocamento das culpabilidades associadas ao controlo para o fogo eterno do Inferno, na religião cristã, mantendo-se, deste modo, o controlo individual e societal. Há, então, uma paranoia anal, surgindo como principal medo capitalista a desmistificação das tradições judaico-cristãs e da sexualidade feminina, concluindo-se que o medo capitalista de o “ fogo “ se extinguir significará o medo do frio do espaço ou o medo de uma invasão alienígena. O exemplo paradigmático dado é a utilização do Vai-Vém espacial, utilizado pelos Estados Unidos, uma sociedade capitalista, com caracterizações fóbicas. De facto, afigura-se o mecanismo relacional, na exploração espacial, de aproximação/evitamento, pelo ir e vir do Vai-Vém, perspevtivando-se estratégias defensivas fóbicas de fuga para a frente e de evitamento, estratégias estas como consideradas por Houzel, Emmanuelli & Moggio      ( Coord. ) ( 2004 ).

 

Continuando, quanto às sociedades menos histéricas, mais obsessivas, como as referenciadas anteriormente, teremos, pois, uma caracterização não fóbica ou menos fóbica em relação a seres extraterrestres na Terra, podendo enquadrar-se aqui uma alegada agenda exopolítica, particularmente por parte da Rússia, de gradualmente revelar e desembargar a verdade relativamente à presença de seres extraterrestres na Terra, alegada agenda essa tal como perspectivado por Michael Salla, um dos expoentes da exopolítica, como se pode ver especificamente em exopolitics.org/russias-military-intervention-in-ukraine-and-exopolitics. Parte dessa agenda poderá ser a presença na Internet, no website do YouTube, em www.youtube.com/watch?v=GAuYyFmGUWA, daquilo que eu considero como a prova mais cabal, em vídeo, da existência de seres extraterrestres na Terra, vídeo esse que terá sido pertença dos arquivos da KGB, serviços secretos da ex-União Soviética. Há ainda outro vídeo na mesma linha, de origem chinesa, mas gravado por civis, tal como se pode ver em www.youtube.com/watch?v=8BhJL1O7gmw. No primeiro vídeo referido, surgem três seres com corpos muito magros, de uniforme e com uma grande cabeça, relativamente aos humanos, a caminharem ao lado de humanos, em que surge noutro segmento um desses seres isolado a olhar para a câmara, em que se notam o piscar de olhos e a musculatura da cabeça em movimento. No segundo vídeo, estando os civis atrás de uns arbustos, conseguem captar a imagem de uma nave alienígena, pousada no chão, vendo-se depois um plataforma cilíndrica a descer do meio da nave, com um ser sem uniforme, muito magro, que olha depois na direcção dos humanos, pondo estes em fuga. Ainda parte dessa agenda poderá ser a indicação por parte de um ex-presidente de uma república russa, Kalmykia, de nome Ilyumzhinov, de que ele próprio foi abduzido por alienígenas, enquanto ocupava o lugar de presidente, e como se pode ver em www.youtube.com/watch?v=OnedpGJx3Yk. Temos ainda, importantemente, a revelação por parte do primeiro-ministro russo, que foi gravado em voz-off, quando pensava que os microfones não estavam a gravar, afirmando da presença de seres alienígenas na Terra, mas que não revelava o seu número pois podia causar pânico, lapso este que indica que poderá ter sido uma revelação deliberada, podendo isto ser visto em www.youtube.com/watch?v=zHCSpm2Kepo. É de reparar que apesar do primeiro-ministro falar em pânico, ele, contrariamente ao que se passa no Ocidente, em particular, revelou que havia essa presença alienígena.

 

Há que considerar, contudo, que apesar dessa diferença, Jimmy Carter, ex-presidente dos E. U. A., já afirmou ter visto um OVNI, assim como o secretário-geral da O. N. U., Perez de Cuellar, já terá afirmado ter visto uma abducção alienígena em progresso. Isto denota que também, mais a Ocidente, há estes casos de desembargar a verdade quanto à presença alienígena na Terra, realçando-se o militantismo de Dr. Steven Greer, director do Disclosure Project, que tem investido na tentativa de, em particular, os E. U. A., fazerem esse desembargo à verdade.

 

Mas a perspectiva de Salla, e os exemplos que já dei quanto a chineses e russos, com a referência a uma alegada agenda exopolítica de desembargo, já referida, estarão enquadrados na menor tendência para entrada em pânico destes sistemas mais obsessivos, e quanto aos sistemas histéricos, também receptáculos desse desembargo, poderemos dizer que devido aos antagonismos entre Rússia e China e o Ocidente, em particular, a reacção de pânico poderá ir sendo gradualmente diluída, pela carga mais agressiva dirigida ou deslocada pelos cidadãos ocidentais, ou uma parte dela, ou boa parte dela, relativamente aos russos e chineses, podendo nós hipotetizar que boa parte desse antagonismo é criado artificialmente para obter a reacção que descrevi por parte dos ocidentais, e considerando a suma importância do contacto extraterrestre com a Humanidade.

 

Ora, em relação ao contacto extraterrestre com a Humanidade, já descrevi em dois artigos meus, a saber, Exopsicologia e contacto extraterrestre ( Resende, 2013 ) e Exopsicologia e contacto extraterrestre enquanto relacionados com técnicas desestruturantes e (re)estruturantes ( Resende, 2013 ), processos psicológicos para melhor se efectuar o mesmo contacto. Tendo em conta o contacto aberto e global, supõe-se que no mesmo haverá contacto com raças alienígenas mais evoluídas, mentalmente, espiritualmente, intelectualmente e tecnologicamente, em particular por terem tido a capacidade de chegar à Terra, havendo a probabilidade de contactarem entre si telepaticamente. Realça-se que esse contacto envolverá uma diminuição narcísica nos elementos da Humanidade, estando, de certa maneira, implícita nesse contacto, pela diferença evolutiva entre os humanos e os extraterrestres. Será ainda necessária mudança radical de paradigma e de perspectiva da Humanidade perante si própria e o restante Universo. O contexto exopsicológico está relacionado com a exopolítica de Alfred Webre ( 2005 ), quando ele fala na alegada intenção da sociedade do Universo em reintegrar a Humanidade com o restante Universo, em que se utilizaria para isso um processo psicológico caracterizado pela diminuição narcísica da identidade humana pré-contacto, e com renúncia da identidade, para que haja a possibilidade de mudança identitária radical e paradigmática. Considera-se, para mais, que a desestruturação e a reestruturação estão ligadas a esse processo psicológico. Na desestruturação, há a confrontação do indivíduo com contradições e inconsistências deste, podendo colocar em causa os seus pressupostos mais implícitos, em que questionando-se o indivíduo aprende a melhor relacionar-se consigo próprio, com aquilo que ele é no seu interior. Indica-se também que a desestruturação tem a sua presença pela dolorosidade que o processo poderá acarretar, em que esses aspectos dolorosos estarão implícitos no contacto extraterrestre aberto e global, em que esse contacto, no contexto, constituir-se-á enquanto ferida narcísica da Humanidade. Na reestruturação, há o caminhar para o auto-aperfeiçoamento e para uma vivência mais plena e autónoma da vida. Esta mesma reestruturação relaciona-se com a mudança radical de paradigma, já referida, ou com a aquisição de novo paradigma, após o contacto. Para preparar a remodelação, aponta-se para a destruição das significações perturbantes, em que essas significações são utilizadas para estruturar, pelo direcionamento para fora do impasse psíquico. É de destacar, neste encaminhamento, o aspecto criativo do inconsciente colectivo, que indica novas direcções e significações para o indivíduo, fortalecendo também a mudança da atitude consciente do indivíduo, em que as forças criativas do inconsciente direcionarão o sistema psíquico.

 

Pelo dito, considere-se uma dupla estratégia para lidar com os aspectos mais relacionados com o pânico, derivados da claustrofobia, e mesmo, fobia em massa, que se caracterizará por um movimento xenófobo relativamente a extraterrestres, nas sociedades histéricas matriarcais. Por um lado, temos a desestruturação que essas próprias sociedades devem levar a cabo, desenvolvendo uma desconfiança fundamentada que permita o gradual deslocamento da fobia e carga agressiva dos extraterrestres para, em particular, o próprio governo, serviços secretos, militares, etc.. Exemplos do desenvolvimento dessa desconfiança fundamentada está o já referido Disclosure Project, dirigido por Steven Greer, que alerta constantemente para o embargo à verdade perpetuado pelas Administrações estado-unidenses, tendo nós, ainda, autores como Michael Salla, com livros, do mesmo, como Exposing U. S. Government Policies on Extraterrestrial Life: The Challenge of Exopolitics ( Salla,     2009 ), no qual o autor expõe, em particular, projectos conjuntos de humanos e ETs, especialmente nos E. U. A., e que são escondidos ao público. Por outro lado, temos a reestruturação que deverá ser levada a cabo pelas sociedades menos histéricas, mais obsessivas, com o exemplo fundamental da Rússia e da alegada agenda exopolítica de gradualmente revelar e desembargar a verdade relativamente à presença de seres extraterrestres na Terra, com os exemplos, para mais, já dados. Quanto a estes aspectos reestruturantes, que envolverão uma base de confiança, os mesmos levam a dupla identificação, com os humanos, mais obsessivos, e com os extraterrestres, e isto mesmo considerando o deslocamento da fobia e carga agressiva por parte dos ocidentais em relação a russos e chineses, como referido anteriormente, em que o simples facto de estes últimos irem fazendo um desembargo à verdade quanto à presença extraterrestre na Terra, vai instilando crescente confiança, fundamentada, por parte dos ocidentais, confiança essa que vai substituindo gradualmente a carga fóbica agressiva.

 

No todo, parecem haver semelhanças entre a Teoria do Tudo em Psicologia e a exopsicologia, quanto a tipos de personalidade enquanto relacionados com a agorafobia e a claustrofobia.

 

 

Bibliografia

 

Houzel, D., Emmanuelli, M. & Moggio, F. ( Coord. ) ( 2004 ). Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Climepsi Editores

 

Jung, C. G. ( 1991 ). Flying Saucers: A Modern Myth of Things Seen in the Skies extracted from Volume 10 of the Collected Works of C. G. Jung, Civilization in Transition, 1964, 1970. Princeton University Press.

 

Laplanche, J. & Pontalis, J. B. ( 1990 ). Vocabulário da Psicanálise ( tradução  portuguesa ) 7ª edição. Editorial Presença

 

Resende, S. ( 2008 ). A agorafobia enquanto perturbação obsessiva em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 02/12/2008

 

--------------- ( 2008 ). A claustrofobia enquanto perturbação histérica em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 12/12/2008

 

--------------- ( 2010 ). Exploração cósmica e viagens no tempo e suas relações com a histeria e a obsessão em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 26/11/2010

 

--------------- ( 2010 ). Tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 26/11/2010

 

--------------- ( 2011 ). Exemplo paradigmático relativo às tendências psicológicas e medos futuros das sociedades capitalistas em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 05/01/2011

 

--------------- ( 2011 ). Uma aproximação à Teoria do Tudo em Psicologia em www.psicologado.com ( proposto a 03/2011 )

 

--------------- ( 2012 ). Teoria do Tudo em Psicologia: a caminho dos mundos paralelos em Física em www.psicologado.com ( proposto a 01/2012 )

 

--------------- ( 2012 ). Teoria do Tudo em Psicologia: a caminho do Todo em www.psicologado.com ( proposto a 01/2012 )

 

--------------- ( 2012 ). Segundo complemento a Uma aproximação à Teoria do Tudo em Psicologia: correlatos politico-económicos em www.psicologado.com ( proposto a 08/2012 )

 

--------------- ( 2012 ). Claustrofobia histérica: por trás do trauma das abducções alienígenas em www.psicologado.com ( proposto a 11/2012 )

 

--------------- ( 2013 ). Exopsicologia e contacto extraterrestre em www.psicologado.com ( proposto a 06/2013 )

 

--------------- ( 2013 ). Exopsicologia e contacto extraterrestre enquanto relacionados com técnicas desestruturantes e (re)estruturantes em www.psicologado.com                 ( proposto a 10/2013 )

 

Salla, M. ( 2009 ). Exposing U. S. Government Policies on Extraterrestrial Life: The Challenge of Exopolitics. Exopolitics Institute

 

Webre, A. ( 2005 ). Exopolitics: Politics, Government and Law in the Universe. Universebooks

 

Referências de Internet

 

Exopolitics.org/russias-military-intervention-in-ukraine-and-exopolitics, consultado em 14/03/2014

 

www.youtube.com/watch?v=GAuYyFmGUWA, consultado em 14/03/2014

 

www.youtube.com/watch?v=8BhJL1O7gmw, consultado em 14/03/2014

 

www.youtube.com/watch?v=OnedpGJx3Yk, consultado em 14/03/2014

 

www.youtube.com/watch?v=zHCSpm2Kepo, consultado em 14/03/2014 

publicado por sergioresende às 14:46
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Domingo, 29 de Dezembro de 2013

O medo e a identidade difusa

Comparam-se, neste artigo, comportamentos observados por mim, para partir daí e analisar a relação entre medo e identidade difusa.

 

Assim, temos comportamentos observados de adolescentes no autocarro, em grande número, a falar alto entre si, muito grupal, com manifestação de alguma exuberância. Também, comportamentos observados de indivíduos, muito plausivelmente emigrantes, em particular, no caso, cabo-verdeanos, a falar alto entre si, no autocarro, na sua língua-mãe. Ainda, comportamentos observados de indivíduos estudantes universitários Erasmus, no metro, em grupo, a falar alto entre si, na língua-mãe respectiva. Nestes dois últimos grupos, também alguma exuberância.

 

Considere-se, antes de mais, o fenómeno de identidade difusa na adolescência. Em Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente [ Houzel, Emmanuelli & Moggio ( coord. ) ( 2004 ) ], fala-se numa certa recusa da identidade, dizendo que o mesmo fenómeno será bastante respeitante aos estados-limite e psicoses. São de notar a este respeito as referências de Bergeret ( 1997 ) e de Coimbra de Matos             ( 2007 ) quanto à grande e crescente extensão do fenómeno borderline nas sociedades contemporâneas, particularmente sociedades histéricas capitalistas matriarcais, no âmbito do capitalismo global. A identidade difusa ainda será relativa a dificuldades de individuação, como se vê mais à frente em relação ao ego-pele de Anzieu, o que nos remete para comportamentos de associativismo grupal, em termos de sobrecompensação quanto à individuação, ou falhas na mesma individuação. Aquele Dicionário ainda refere que o fenómeno da identidade difusa se pode ver na problemática da personalidade múltipla, podendo nós aqui fazer a comparação que o que se conclui neste artigo quanto a fenómenos de grupo se refere a uma espécie de personalidade grupal.

 

Temos, pois, problemas identitários na adolescência, dificuldades de integração, muito particularmente ao nível grupal e extra-grupal, o que nos leva a um sentimento de ameaça externa, precisamente porque as fronteiras ego-corporais estão difusas, o que nos levará, como se diz mais à frente, a sentimentos xenófobos, no sentido do termo de medo do diferente. Essas características também serão uma das bases do conflito de gerações, em que os adolescentes terão particular medo dos adultos, do que eles representam, e essa será uma das razões porque se verifica frequentemente ajuntamentos invulgarmente grandes de adolescentes, como por exemplo nos transportes públicos, o que será um mecanismo de defesa que utilizarão para se defenderem do medo sentido, e em que há uma sobrecompensação relativamente às dificuldades de integração.

 

Quanto aos comportamentos observados, temos semelhança de comportamentos nos grupos referidos, com manifestação de exuberância comportamental, na linha histérica, em que se compara, em particular, adolescente com o turista, estrangeiro, emigrante, etc., particularmente, no sentido de problemas identitários, perante a população local, ou autóctone, com dificuldades de integração. Com estes problemas identitários, de dificuldades de integração, haverá, no comportamento de falar alto, como também alguma exuberância, sobrecompensação ao nível do sentimento de pertença, que se manifesta ao nível da presença física nesses locais, em que o indivíduo manifestará latentemente que não se sente como pertencendo onde está, em que as sobrecompensações serão defesas relativamente a ameaças sentidas no ambiente à volta do sujeito.

 

Temos, ainda, que no histérico, mais feminino, há sobrecompensações típicas, como se pode ver, por exemplo, em O sobrecompensatório na mulher ( Resende, 2012 ), principalmente derivadas da inveja do pénis, em que nas sociedades histéricas capitalistas matriarcais, haverão essas manifestações de falar alto, com gritos e exuberâncias, muito particularmente visível em talk-shows televisivos ou concursos, em que, no contexto do artigo, estas sobrecompensações revelarão, nestas sociedades, problemas identitários, dificuldades de integração, a nível global, planetário, com ausência de sentimento de pertença, com algum vazio ( fazendo lembrar o livro de Lipovetski, A Era do vazio ), no sentido de as sobrecompensações referidas revelarem um sentimento latente de não pertença àquele local físico, indicando sentimentos de vazio locais. Tendo em conta o capitalismo global, no contexto histérico, dir-se-à que essas sobrecompensações levarão aos sentimentos nacionalistas exacerbados, típicos dos sistemas xenófobos. Daí o sucesso da chamada guerra ao terror estado-unidense, contemporânea, relativamente a países árabes, muçulmanos, em particular, em que se revelam, precisamente, sentimentos xenófobos, no contexto do extremo do capitalismo, o militarismo expansionista fascista, sentimentos esses relativos à ameaça externa sentida quanto à difusidade das fronteiras ego-corporais, já referida. Poder-se-ia dizer que nos sistemas fascistas nacionalistas xenófobos, há, precisamente, e em sobrecompensação, a identificação do indivíduo com o país, ao nível das fronteiras, em que se sentirá a ameaça externa ao nível da difusidade fronteiriça, ego-corporal no indivíduo.

 

Continuando, naqueles sentimentos de vazio, dir-se-à mesmo que ocorrem dúvidas existenciais, que, no contexto do existencialismo, em particular francês, influenciado por Jean-Paul Sartre, são reveladas na famosa canção francesa, cantada em particular por Joe Dassin, Et si tu n’existe pas, em que se diz na canção Et si tu n’existe pas et si moi n’existerai, fazendo a referência hipotética da situação da mulher não existir e de o homem não existir no futuro. Isto remete-nos para o famoso lema das sociedades histéricas capitalistas matriarcais de viver o momento, que será precisamente uma sobrecompensação à dúvida existencial presente, quanto ao momento presente, com, exactamente, a sua sobrecompensação, enquanto que a situação de o homem não existir no futuro nos remete para falhas, que serão existenciais, de o homem não se imortalizar simbolicamente, tendo em conta a situação histórica de as obras científicas, literárias, artísticas e culturais, que foram sendo deixadas ao longo da história humana, serem precisamente de homens, reflectindo a necessidade de imortalidade simbólica no mesmo, em que precisamente nesta era do vazio já referida, essa necessidade estará a ser colocada em causa, devido às tendências mais contemporâneas das sociedades histéricas capitalistas matriarcais, particularmente com o actual capitalismo global. Isto poderá estar enquadrado no afamado desejo contemporâneo de fama e dinheiro rápidos, que estará associado, precisamente, ao delírio existencial momentâneo, com a sua sobrecompensação.

 

Voltando aos comportamentos observados, eles serão manifestamente histéricos, o que nos leva, quanto à difusão da identidade, às referências a Didier Anzieu, no Dicionário de Psicopatologia já mencionado, quanto às dificuldades sentidas, no contexto do ego-pele e envelopes psíquicos, sendo estes protótipos da relação do indivíduo com o mundo exterior, na patologia histérica, relativamente ao escudo para-excitações e individuação, quanto à sua constituição e desenvolvimento, em que temos, pois, que os estímulos externos são excessivos para o sujeito, ou, como neste caso, para os sujeitos. Estas considerações de Anzieu estão no enquadramento do já dito, quanto a sentimentos xenófobos, pela ameaça externa sentida pela difusidade das fronteiras ego-corporais, e ao medo sentido no conflito de gerações pelos adolescentes, pelas mesmas razões. Estas ideias nos levam a uma base da formação de comportamentos de gangue, em particular, pelas dificuldades de individuação referidas, mas também ameaça relativamente ao escudo para-excitações, com sobrecompensações, como ao típico comportamento em grupo de grupos neo-nazis, que terão este funcionamento em gangue, e terão as características já aduzidas, quanto à xenofobia, em que haverá sentimentos sobrecompensatórios relativamente ao sentimento de não pertença, que levará a sentimentos nacionalistas exacerbados, típicos dos sistemas xenófobos. Este comportamento grupal neo-nazi será, como já dito, um mecanismo de defesa para se defenderem do medo sentido, em que se pressupõe que o outro, do grupo, será visto como uma extensão do próprio, numa linha particularmente narcísica, constituindo, como já se disse, uma personalidade grupal.

 

Para mais, sendo o sistema neo-nazi um sistema matriarcal, a difusidade ego-corporal dos seus integrantes nos remete, identitariamente, para a difusidade ego-corporal relativa aos odores sexuais tipicamente exalados da mulher, com a importância da sexualidade feminina, particularmente, nas relações histéricas sexualizadas nos sistemas capitalistas, e seu extremo, fascismo, num contexto em que o neo-nazi, o fascista, se identifica acentuadamente com a mãe castrada, sentindo o mesmo que foi responsável pela amputação do pénis da mãe, com culpabilidade, já que sentirá que a mãe se quer vingar, como se pode ver em A guerra militar no homem fascista                 ( Resende, 2013 ). Acontecerá que o homem fascista será um filho-falo por excelência, que ao nascer terá amputado o pénis da mãe, cujos vestígios são o clitóris, havendo sentimento de perda de amor do objecto, por aquele desejo de vingança da mãe. Aquela identificação referida do homem fascista será ao nível da identificação fusional psicótica, como se vê naquele artigo agora referido.

 

Destaca-se, sobremaneira, em relação à difusidade ego-corporal relativa aos odores sexuais tipicamente exalados da mulher, o meu artigo A mulher e a morte ( Resende, 2013 ). Considera-se, no mesmo, o comportamento sexual típico da mulher no dia-a-dia, com comportamentos masturbatórios, sem resolução sexual, a fase após o orgasmo, daí as capacidades multi-orgásmicas, em que quanto mais orgasmos obtém, menor iniciativa sexual manifestará. Ora Jung diz-nos que a mulher que não se identifica com o Eros materno, perde capacidade de iniciativa, o que nos leva a pensar que há maior identificação com o Tanatos materno, ou instinto de morte. Fazendo referência que Jacques Lacan também associa sexualidade feminina e instinto de morte, é de considerar, realçadamente, a minha descrição do comportamento habitual e típico de mulheres mais velhas de pintarem o cabelo branco e grisalho, sinal manifesto de envelhecimento e velhice, denegando a velhice, o que contextualizando o agora dito revela-nos, importantemente, um medo relativamente generalizado do género feminino da morte e da proximidade da mesma. Relacionando a identificação da mulher com o instinto de morte com este medo do género feminino da morte, leva-nos a pensar no medo de morte da mulher dela própria. Ora, no contexto deste artigo, o medo relativo à difusidade sexual que a mulher sente, será, então, em relação a ela própria, em que será ela que se sente diferente, no sentido xenófobo, do medo do diferente, vendo nós então melhor a relação da mulher enquanto mãe com o homem fascista, e ao nível das personalidades grupais descritas neste artigo, e isto quanto à xenofobia. No contexto, o indivíduo identificando-se fusionadamente com a mãe, de modo acentuado, portanto, desenvolve ele próprio sentimentos xenófobos, em que fará a passagem de uma identificação introjectiva acentuada, de tipo fusional, para uma identificação projectiva também acentuada, em que, pelo já dito, teremos nas personalidades grupais descritas relações fusionais, havendo a recusa da identidade, característica da identidade difusa, da imago materna, que quanto mais acentuada fôr mais acentuadas são as relações grupais, explicando isto a passagem das características introjectivas para as características projectivas.

 

Deste modo, em geral, aqueles comportamentos observados, pelas dificuldades regredidas ao nível da individuação e escudo-para-excitações, em particular, como por tudo já dito, nos remetem para uma identificação acentuada com a mãe, numa linha pré-edipiana, como acontece precisamente com a histeria, que, pelas características fusionais já descritas, será no âmbito borderline, com organização acentuada ao nível oral e fálico, em que podemos comparar o nível oral com os comportamentos de falar alto e o nível fálico, com as sobrecompensações, fálicas, típicas no histerismo, e já referidas no artigo. Estas sobrecompensações estarão no enquadramento daquela recusa da identidade, que caracteriza a identidade difusa, como referido inicialmente, e serão defesas relativamente a medos, ameaças, sentidas no ambiente à volta do sujeito.

 

 

Bibliografia

 

Bergeret, J. ( 1997 ). A personalidade normal e patológica. Climepsi Editores

 

Coimbra de Matos, A. ( 2007 ). O Desespero: aquém da depressão. Climepsi Editores

 

Houzel, D., Emmanuelli, M. & Moggio, F. ( Coord. ) ( 2004 ). Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Climepsi Editores

 

Resende, S. ( 2012 ). O sobrecompensatório na mulher em www.psicologado.com         ( proposto a 12/2012 )

 

--------------- ( 2013 ). A guerra militar no homem fascista em www.psicologado.com        ( proposto a 01/2013 )

 

--------------- ( 2013 ). A mulher e a morte em www.psicologado.com ( proposto a 12/2013 )

publicado por sergioresende às 11:25
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Sexta-feira, 15 de Junho de 2012

Catar sexual feminino enquanto fobia social

Relacionando o catar sexual feminino enquanto meio de deslocamento social, equaciono o mesmo com a angústia de castração e a fobia social.

 

Em Caracterização psicológica das personagens Batman, Tarzan e King-Kong ( Resende, 2010 ), utilizo o exemplo de Tarzan, que se desloca pela selva através de lianas ( cordas vegetais dependuradas em árvores ), para indicar que nos relacionamentos tipicamente femininos, particularmente histéricos, ocorre o grooming sexual, ou comportamento de catar sexualmente, com importantes características sociais e hierárquicas. Estamos a falar, portanto, de comportamentos sociais tipicamente sexualizados, particularmente entre mulheres. Diz-se mais, que este catar sexual parece ser um meio de deslocação social e societal para as mulheres. Particulariza-se, ainda, que meios como a televisão e o cinema constituem lianas sociais para as mulheres, tendo isso especial importância para a hierarquização social sentida pelas mulheres, em que se perceberá uma maior hierarquia para aquelas mulheres que surgem na televisão ou cinema.

 

Continuando, com a variação do surgimento da menstruação nas várias mulheres, ou seja, não saberem o quando a outra mulher está menstruada, e em que há o sentimento de estar a sugar sexualmente o sangue de outra mulher, o catar sexual surge como uma ameaça de castração, em que a menstruação fará lembrar o sinal depressivo de perda do pénis já efectuada. Para mais, o condicionamento hipnótico típico do catar sexual fará com que a ameaça de castração tenha uma significativa influência.

 

É de referir o caso de, estando eu presente no corredor de uma ala psiquiátrica hospitalar, surge uma paciente que começa a dizer que quando chegasse a doutora, ela iria ver, que iria fazer com que ela ( doutora ) ficasse toda molhada.

 

Ora, esta ameaça de castração remete-nos para algo fóbico, em que tentará evitar o contacto social, mas em que ocorrerá um deslocamento contra-fóbico, para a mesma ou outras mulheres, talvez principalmente outras mulheres, fundamentando isso relacionamentos sociais tipicamente histéricos. Ou seja, haverá uma fuga para a frente. Esta fuga para a frente é uma das estratégias defensivas utilizadas na fobia como nos dizem Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. ) ( 2004 ). Estas características indicam que haverá uma tentativa de controlar externamente a fobia social, já que assim será de mais fácil manejo.

 

Este evitamento e fobia social, com fuga para a frente, ajudará a explicar a sociabilidade típica dos histéricos assim como a superficialidade também típica dos relacionamentos histéricos, em que o movimento contra-fóbico dará conta da sociabilidade enquanto que o movimento fóbico dará conta da superficialidade. Isto, tendo-se a noção de que o histerismo é mais tipicamente feminino.

 

Para mais, é de notar o exemplo relativamente conhecido daquelas mulheres que têm várias dezenas de sapatos, ou mesmo apenas várias unidades, em que o senso comum dirá que será um exagero. No contexto, o ter vários sapatos apontará para uma dominação hierárquica sobre outras mulheres, já que indicará, aparentemente, que não necessita delas para funcionarem como objecto contra-fóbico. Mas dir-se-à que o afecto do objecto contra-fóbico nas outras mulheres é deslocado sobre os sapatos, em que estes continuam a funcionar como objectos contra-fóbicos. Ou seja, a ansiedade social permanece, em que o conteúdo manifesto indica uma dominação hierárquica sobre outras mulheres e o conteúdo latente indica fobia social, relacional, semelhante às restantes mulheres. Repare-se que, neste caso, da posse dos vários sapatos, é mais notória a tentativa de controlar externamente algo que será de mais difícil lide internamente.

 

Temos então o catar sexual como fonte de ansiedade e angústia de castração, com ansiedade e fobia social.

 

É ainda de evidenciar que as características sexualizadas do catar sexual, com características fóbicas, nos remetem para uma histeria de angústia, histeria esta que, precisamente, Laplanche & Pontalis ( 1990 ) aproximam, mas não totalmente, à neurose fóbica.

 

 

Bibliografia

 

Houzel, D., Emmanuelli, M. & Moggio, F. ( Coord. ) ( 2004 ). Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Climepsi Editores

 

Laplanche, J. & Pontalis, J. B. ( 1990 ). Vocabulário da Psicanálise. Editorial Presença

 

Resende, S. ( 2010 ). Caracterização psicológica das personagens Batman, Tarzan e King-Kong em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 22/11/2010

publicado por sergioresende às 18:24
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