Sábado, 29 de Novembro de 2014

Perspectivas evolutivas da histeria e da obsessão

Perspectivas evolutivas da histeria e da obsessão Neste artigo, perspectivam-se características evolutivas da histeria e da obsessão. Considerem-se primeiro as noções de identidade de percepção e de identidade de pensamento. A identidade de percepção é aquilo para que tende o processo primário e a identidade de pensamento é aquilo para que tende o processo secundário, em que o processo primário visa reencontrar uma percepção idêntica à imagem do objecto resultante da vivência da satisfação, enquanto que no processo secundário a identidade procurada é a dos pensamentos entre si. Ademais, estando o processo primário mais associado ao princípio do prazer, o processo secundário já não se regula exclusivamente por esse princípio, mas sim pelo princípio da realidade, ou exigências da realidade, em que o pensamento deve interessar-se pelos caminhos de ligação entre as representações sem se deixar iludir pela intensidade delas ( Laplanche & Pontalis, 1990 ). Assim, como visto em Identidade de percepção e Identidade de pensamento ( Resende, 2014 ) e em O sonho e as identidades de percepção e de pensamento ( Resende, 2014 ), é de ter em conta o menor desenvolvimento da identidade de percepção relativamente à identidade de pensamento, particularmente na associação da identidade de percepção com o capitalismo e da identidade de pensamento com o comunismo, a maior evolução deste em relação ao primeiro, com a maior diferenciação do princípio da realidade e do processo secundário relativamente ao princípio do prazer e do processo primário. Em particular, no capitalismo histérico acentuação exacerbada da importância do externo, aparência externa, mais importância do percepto e do princípio do prazer associado à percepção, com percepção mais iludida pela intensidade das representações, enquanto que no comunismo obsessivo, há a importância da identidade dos pensamentos entre si, o que caracteriza a identidade de pensamento, coerência essa reconhecida à ideologia comunista, identidade essa menos iludida pela intensidade das representações. Ainda em relação ao capitalismo histérico, temos a importância da visualização de celebridades, repetição perceptiva essa que enquadra a identidade de percepção. Temos, para mais, a referência de Houzel, Emmanuelli & Moggio ( Coord. ) ( 2004 ), acerca de D. Anzieu considerar de na patologia histérica haver dificuldades ao nível da constituição do escudo para-excitações, com maior dependência, portanto, de estímulos externos, que faz aproximar mais o histérico, do que o obsessivo, da referência acentuadíssima de outros animais, nas suas dependências dos sentidos e dos estímulos externos, em que, considerando o capitalismo um sistema mais histérico e o comunismo mais obsessivo, temos, em conjunto com a violência social e humana da exploração capitalista, um melhor enquadramento da expressão famosa Capitalismo Selvagem, e um enquadramento da menor evolução da identidade de percepção do capitalismo relativamente à identidade de pensamento do comunismo. Sendo a histeria mais tipicamente feminina, poderíamos pensar, neste contexto, que as mulheres são menos evoluídas do que os homens, mas consideremos homens particularmente histéricos, no contexto do capitalismo enquanto sistema histérico, em que referindo-nos novamente aos aspectos perceptivos da identidade de percepção, e à maior dependência deles, podemos observar quotidianamente padrões comportamentais associados, por exemplo, a delinquentes, reclusos, a membros de gangues, com excessiva dependência e referência àquilo que é percepcionado visualmente, em particular, sendo mais reactivos aos estímulos externos, aos comportamentos e gestos dos outros, com reacções de comportamento agido, com realce para aquilo que é externo. Mas tendo em conta que psicanaliticamente se considera, em geral, a prevalência nas mulheres de perversidade polimorfa, com zonas erógenas generalizadas, fazendo-se também a associação com a perversidade polimorfa habitual nas crianças, neste sentido, dir-se-á que a mulher permanece uma criança, em que temos, pois, estes aspectos fixados e regredidos da mulher. Veja-se também Etologia e filopsiquismo ( Resende, 2012 ), onde considero a associação entre padrões inatos de acção, da etologia, e padrões psicológicos, em que proponho, na curva de Gauss, que quanto mais padronizado, com a maioria na zona mediana, mais perto desses padrões inatos de acção. Propõe-se que essa maior padronização está associada à histeria de massas, no contexto do capitalismo histérico matriarcal, no âmbito do capitalismo global contemporâneo. Isto considerando os padrões psicológicos uma sequência e consequência de padrões etológicos, tendo em conta a perspectiva da teoria da evolução, nas relações de parentesco com outros animais. Estas são considerações coerentes com o dito anteriormente da maior proximidade entre aqueles humanos, mais histéricos, mais dependentes de estímulos externos, e outros animais sobremaneira dependentes dos sentidos e dos estímulos externos. Realça-se agora o meu artigo Antropologia psicanalítica: filogenia e ontogenia ( Resende, 2007 ), onde considero e proponho a relação entre desenvolvimento ontogenético e desenvolvimento filogenético, ao nível da psicossexualidade, onde proponho que padrões filogenéticos se repetem nos padrões ontogenéticos, e que estes últimos se repetem nos primeiros. Senão, veja-se. Inicialmente, compara-se espermatozóide e oócito, que dão origem ao zigoto, a coacervados, ao “ caldo primitivo “, do início da vida no planeta, que juntando-se dão origem a algo mais complexo, a um organismo coacerval mais complexo. De seguida, compara-se a predominância anal e a vivência em grutas, relativamente ao que está fora e ao que está dentro, quanto ao é conservado, quanto ao que é expelido, em relação ao que está na gruta, ao que é protegido, e aquilo que é feito no exterior da gruta, como o ir caçar e ir explorar o ambiente. Compara-se, depois, a fase uretral, quanto à demarcação territorial implícita na vivência grutal, e no iniciar desse tipo de vivência. Estabelece-se ainda paralelo quanto à fase fálica, com aspectos relativos à ambição, à vaidade e ao exibicionismo, e as manifestações artísticas na vivência grutal, de celebração do sucesso das caçadas nas pinturas grutais, relativas predominantemente aos aspectos de vaidade e de exibicionismo, com a ambição de novos e melhores sucessos. Há ainda a consideração particular de muitas das figuras humanas representadas serem simples representações pictóricas que não manifestam evidenciadas diferenciações sexuais, o que denota a característica da relativa indiferenciação sexual do falismo. Associa-se, ainda, ambição fálica com agressividade fálica e o desenvolvimento ou o início do desenvolvimento de utensílios de caça, em particular, lanças e setas. Ainda quanto aos aspectos da vaidade e exibicionismo, é de relacionar os mesmos com as manifestações de celebração, como já referido, como com as manifestações de celebração artística e de expressão artística, em particular como as festividades de danças, vocalizações, cantares e expressão artística de vivências e crenças comuns. Deve ainda estabelecer-se o paralelo relativamente a esta fase fálica quanto ao desenvolvimento hominídeo no sentido de comunidades paleolíticas para comunidades neolíticas, onde essas expressões artísticas são mais evidentes. Quanto ao desenvolvimento posterior das comunidades humanas é de considerar, no mesmo, a progressiva complexificação e maturidade dos vínculos estabelecidos entre os seus membros, particularmente a nível intelectual e afectivo, como ao nível da expressão e apreciação estética, da interacção pessoal e grupal, no sentido de uma maior diferenciação, com características mais tipicamente genitais, como a compreensão, o respeito pelo outro, a capacidade de dádiva, o ideal de união afectiva, a possibilidade de trocas, sem receio de perda nem necessidade de proveito, o sentimento amoroso, a diferenciação sexual e a sua vivência, como ainda capacidade de estabilidade nas trocas relacionais. É ainda de relacionar a diversificação dos interesses da criança, após o período de desenvolvimento genital, particularmente aos níveis social, cultural, educativo-escolar, portanto no desejo de aprender, etc., e possibilitada particularmente com as elaborações genitais, com desenvolvimentos posteriores das comunidades humanas como a invenção da escrita, que iniciou o período histórico da humanidade, que terá possibilitado uma melhor e mais diversificada transmissão de conhecimentos, e assim como outras invenções, descobertas e desenvolvimentos que ocorreram desde essa época. Vendo, então, esta repetição ontogenética na filogenia e de padrões filogenéticos na ontogenia, temos que, de acordo com o já referido, em particular, maior dependência histérica de estímulos, com a histeria mais tipicamente feminina, também com a identidade de percepção menos evoluída do que a identidade de pensamento, e associação entre a mulher e a criança, já referida, e a aproximação referida anteriormente do histérico em relação a outros animais, dir-se-á que a mulher, histérica, em particular, e os histéricos, em geral, ter-se-ão fixado filogeneticamente em pontos mais regredidos do que o homem, obsessivo, em particular. Para além do acrescento do paralelo entre o gatinhar da criança e o gatinhar de primatas e o começar a andar do bebé com o surgimento do bipedismo no homem, acrescente-se também aqui ao artigo da Antropologia psicanalítica, já referido, a oralidade, que enquadra-se na perspectiva introjectiva acentuada no bebé, no desenvolvimento precoce, numa maior voracidade oral, mas também visual, auditiva, etc., que posteriormente vai contribuir para o desenvolvimento de associações sensório-motoras, importantes evolutivamente nos esquemas sensório-motores, no desenvolvimento do indivíduo. Isto, ontogeneticamente. Filogeneticamente, ter-se-á a perspectiva daquela voracidade oral, visual e auditiva, em particular em animais não humanos, e seus antepassados, comuns e não comuns, com a já referida maior dependência de estímulos externos, no enquadramento da teoria da evolução. É ainda de relacionar o evento da descoberta do fogo com a diminuição do progmatismo hominídeo, o diminuir do queixo e maxilar, já que a comida cozinhada não faz tanto apelo aos mesmos, o que terá levado a uma deserogeneização da oralidade, permitindo a erogeneização de outras zonas erógenas, como o ânus, em sequência. No contexto, seria de verificar a existência de maiores ou menores vestígios arqueológicos de fogueiras, perto ou longe das cavernas, pressupondo-se aqui que os vestígios mais antigos estarão mais longe das cavernas. Com isto dito, perspective-se que a histeria, mais tipicamente feminina, tem uma organização básica oro-fálica, enquanto que a obsessão, mais tipicamente masculina, tem uma organização básica anal, que será uma organização básica analo-genital, considerando-se a maior presença no homem, particularmente obsessivo, da internalização da lei do pai, do limite, no transmitir de que o filho não pode ter a mãe, possuí-la [ Freud, citado por Silva ( 2014 ) ], o que se pode ver no obsessivo, por exemplo, na importância para o mesmo de regras, e que será numa linha mais genital, e com verdadeira triangulação. Na mulher, as relações homossexualizadas entre filha e mãe, nas relações sociais particularmente sexualizadas entre mulheres, estarão numa linha pré-edipiana, cuja fixação impedirá a passagem para a verdadeira genitalidade, já que não haverá aquela internalização da lei do pai, em que a rapariga sente que pode possuir a mãe, como já referido, não desenvolvendo verdadeiros limites, em que não haverá também o limite em relação a possuir o pai, em particular, no catar sexual feminino, ou o sentimento psicológico paroxisticamente orgástico de estar a possuí-lo, nas características fisionómicas próprias da mulher, em que a própria lei da mãe quanto a não possuir o pai deixa de ser válida, por aquelas relações homossexualizadas já referidas, não dando credibilidade a uma lei da mãe. Isto no quadro do amor à mãe, pré-edipiano, e ódio ao pai, que será mais edipiano, pela triangulação relativa, mas num contexto particularmente incestuoso, não se atingindo a verdadeira triangulação. Ora, também neste sentido, com a histeria numa linha oro-fálica e com a obsessão numa linha analo-genital, teremos a histeria menos evoluída do que a obsessão. Ora, quanto ao oro-falismo da histeria, perspective-se o acrescento feito anteriormente quanto à oralidade, para nos darmos conta da maior precocidade da organização filo-ontogenética da histeria, em relação em particular ao homem histérico e mulher histérica, principalmente com a histeria mais tipicamente feminina. Esta maior precocidade da mulher histérica, ou da histeria, estará no quadro evolutivo, particularmente filogenético, da maternidade humana, e sua necessidade, em que está fixada mais regredidamente para dar conta das relações identitárias entre mão e filho, ou entre adultos e crias, na relação dual precoce, na maternidade, já que o bebé nesta evolução precoce vai desenvolvendo precisamente estes aspectos mais regredidos, ou mais precoces, na evolução. Veja-se, por exemplo, Masson & Sehnem ( 2014 ), que indicam que o estado puerperal é considerado pela literatura um estado mental alterado, muitas vezes causador de uma psicose, em que teríamos, então, pelo descrito, um enquadramento borderline, histero-psicótico, tendo-se ainda em conta a histeria como sendo mais tipicamente feminina e de ser a mulher, precisamente, elemento crucial na maternidade e puerpério, em que temos, pois, mais atestadamente e referencialmente, funcionamentos a níveis mais regredidos e relacionados com a maternidade, com frequentes psicoses, então, derivando da relação fusional psicótica com o feto e o bebé. Ainda enquadrando esta maior precocidade da mulher, ou histérica, em particular, naquilo que diz respeito às relações identitárias mais acentuadas entre mãe e bebé, e da sua necessidade evolutiva, realçando-se a possibilidade de sentimentos regredidos, temos o líquido vaginal feminino, associado à excitação sexual e ao orgasmo, nas relações sociais particularmente sexualizadas das mulheres, e no seu dia-a-dia, que eventualmente molha a cueca, em que a mulher se sentirá molhada na cueca, no seu dia-a-dia, relacionando-se isto, então, identitariamente, com o facto de o bebé habitualmente urinar, e defecar, nas fraldas, sentindo-se, em particular, molhado. Esta relação promoverá maior aproximação identitária entre a mulher, enquanto mãe, e o bebé, e estará enquadrada na necessidade evolutiva, já referida, de a mulher se identificar com o bebé, com a cria, que terá contornos de promover a estabilidade e desenvolvimento da espécie, em termos de criação após a procriação, fomentando a continuação da espécie, através do reforço da maternidade. Também na comparação mais regredida entre homem e mulher, temos a asserção da Psicologia de que as raparigas amadurecem mais cedo, mais rápido, do que os rapazes, podendo isso ver-se nas relações amorosas e sexuais adolescentes, em que há um sistema de equilibração em que rapazes mais velhos entabulam relações com raparigas mais jovens, em que podíamos comparar a maior precocidade do amadurecimento feminino em relação ao homem com a maior precocidade de amadurecimento de vários animais, em particular, mamíferos, em relação ao ser humano, em geral. Temos, pois, maior aproximação da fêmea humana em relação a vários outros animais. Também regredidamente temos a importância habitual que a mulher em geral atribui ao aspecto externo, a roupas, e ao tipo de cores usadas nas mesmas, fazendo maior conjunto ou não das diferentes peças de roupa, porquanto no homem não há tanto essa importância, em que, portanto, há maior associação dessa importância na mulher com a importância das cores para crianças e bebés, em que temos, por exemplo, os brinquedos habituais de cores bem distintas e realçadas. Ainda nesta linha, atente-se às considerações de S. Freud ( 1924 ), em Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade, sobre a sexualidade perversa polimorfa, em que ele diz que a média das mulheres comporta-se perante o sedutor como as crianças, ao nível comunal de se constituirem enquanto perversos polimorfos, indicando ele que quanto menos influências as mulheres sofrem da civilização mais conservam a sua fixação numa disposição perversa polimorfa. Vemos, pois, esta predisposição da mulher para uma sexualidade perversa polimorfa semelhante à criança. Pelo dito, pressupõe-se também que evolutivamente, filogeneticamente, ou filopsiquicamente, a histeria terá surgido primeiro do que a obsessão, em que temos, por exemplo, a histeria capitalista mais coerentemente associada ao patronato, do étimo pater, pai, e a obsessão comunista mais coerentemente associada ao proletariado, do étimo prole, filho. Quanto àquelas fixações mais precoces, mais regredidas, na histérica, orais e fálicas, e quanto à necessidade da maternidade, como referida, é de pensar que futuramente essa necessidade e desejo poderá ser menor, se considerarmos o surgimento e desenvolvimento do fenómeno da clonagem, de no futuro a pessoa poder clonar-se a si própria, em que teoricamente, e potencialmente, estamos a falar da imortalidade de cada indivíduo, com o desenvolvimento de técnicas de clonagem biológica, já em existência, e com tendências para serem aperfeiçoadas, e de técnicas, vai-se já falando, de clonagem da personalidade, de emoções, de pensamentos, memórias, etc., com downloads e uploads envolvidos. Se considerarmos em termos históricos, os tempos recentes foram trazendo uma cada vez maior desassociação da mulher relativamente à maternidade, e uma maior desassociação entre prazer sexual e procriação, e o que acabei de descrever irá também nesse sentido, embora tenhamos o líquido vaginal da excitação sexual associado à maternidade. Um dos pontos que se devem realçar é a consideração mais ou menos inconsciente ou consciente do sentimento relacional particular sentido pela mulher da menor evolução em relação ao homem, no quadro do já descrito, e o desejo de evoluir, que, no também já descrito, envolverá a diminuição gradual do desejo de maternidade, e isto individualmente, grupalmente, societalmente e em termos de espécie. Finalizo, em significados mais políticos, para considerar o capitalismo histérico um atraso civilizacional, em termos humanos e psicológicos, tendo-se a perspectiva de futuro, no âmbito dos desenvolvimentos revolucionários da clonagem, da necessidade da diminuição da importância atribuída à maternidade, promovendo o desenvolvimento feminino, masculino e da espécie, em geral, em sociedades mais progressistas. Isto ao nível da emancipação sexual da mulher, que vai sendo realçada pela pílula anticonceptiva e pelo aborto, aspectos considerados mais aversos por sistemas capitalistas e fascistas, particularmente devido a influências religiosas, sendo esses mesmos aspectos defendidos por sistemas mais progressistas, como o comunista. Bibliografia Freud, S. ( 1924 ). Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade. Edição “ Livros do Brasil “ Lisboa Houzel, D., Emmanuelli, M. & Moggio, F. ( Coord. ) ( 2004 ). Dicionário de Psicopatologia da Criança e do Adolescente. Climepsi Editores Laplanche, J. & Pontalis, J. B. ( 1990 ). Vocabulário da Psicanálise. Editorial Presença Masson, L. & Sehnem, S. ( 2014 ). O infanticídio decorrente da psicose pós-parto in psicologado.com/atuação/psicologia-juridica/o-infanticidio-decorrente-da-psicose-pos-parto, consultado em 22/05/2014 Resende, S. ( 2007 ). Antropologia psicanalítica: filogenia e ontogenia in www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 29/03/2007 --------------- ( 2012 ). Etologia e filopsiquismo in www.psicologado.com ( proposto a 01/2012 ) -------------- ( 2014 ). Identidade de percepção e Identidade de pensamento in www.psicologado.com ( proposto a 04/2014 ) --------------- ( 2014 ). O sonho e as identidades de percepção e de pensamento in www.psicologado.com ( proposto a 04/2014 ) Silva, J. ( 2014 ). A psicodinâmica da família como um possível sintoma da contemporaneidade in psicologado.com/abordagens/psicanalise/a-psicodinamica-da-familia-como-um-possivel-sintoma-da-contemporaneidade, consultado em 18/05/2014

publicado por sergioresende às 12:27
link | comentar | favorito (1)
Quinta-feira, 14 de Março de 2013

A contemplação meditativa enquanto resultante das posições modificadas de Melanie Klein e da posição castrativa

Para caracterizar a contemplação meditativa, resume-se, inicialmente, o meu artigo A posição castrativa como complemento das posições modificadas de Melanie Klein         ( Resende, 2010 ), para depois associar a mesma à integração da introjecção e projecção e ao juízo de condenação da posição castrativa, sendo, assim, neurótica e obsessiva.

 

Naquele artigo, proponho a modificação de características básicas das posições esquizo-paranóide e depressiva de Melanie Klein, introduzindo mais uma posição, a castrativa, enquadrando as posições em organizações de personalidade.

 

Considerando Klein que a posição esquizo-paranóide se caracteriza predominantemente por conteúdos projectivos, teremos que, na relação mais precoce mãe-bebé, que subjaz as características esquizo-paranóides, o bebé originará os conteúdos e a mãe funcionará enquanto continente, utilizando terminologia de Bion.

 

Proponho, outrossim, o funcionamento do bebé enquanto continente e da mãe enquanto originadora de conteúdos. É que nesta fase mais precoce há a primazia da erogeneização da boca, através do seio, enquanto fornecedor de alimentação e, portanto, de conteúdos a incorporar. É de notar, na observação clínica e quotidiana, a voracidade buco-visual do bebé, nesta fase precoce. Ademais, enquadre-se a noção de que a paranoia persecutória, presente na posição esquizo-paranóide, tem características introjectivas que descreveriam esta paranoia persecutória como uma introjecção persecutória, considerando, como já se disse, o bebé enquanto continente e a mãe enquanto originadora de conteúdos. Assim, o bebé introjectaria persecutoriamente ansiedades e angústias projectadas pela mãe. Teremos, pois, a posição esquizo-paranóide caracterizando-se mais por conteúdos introjectivos do que projectivos. Dir-se-à, então, que a estrutura psicótica se caracteriza, sobremaneira, pela introjecção, e não pela projecção.

 

A posição depressiva que, segundo Klein, se caracteriza pela introjecção, terá características mais projectivas, enquadradas com a organização borderline. Este enquadramento faz-se por esta organização ter por fundamentos quadros depressivos, em particular de abandono e de desamparo. O paralelo estabelece-se, sobremaneira, por haver, tal como o nome indica, relação entre a depressividade e a posição depressiva. Quanto à projecção, aqui, tem-se que a economia depressígena básica, de afecto dado e não correspondido, tem características projectivas. O afecto é dado, é externalizado, sendo, portanto, mais projectivo do que introjectivo. Enquadre-se, para mais, a externalização verbal agressiva, típica no histérico, pela agressividade fálica, em que, num quadro borderline, será considerada enquanto meio transitivo na passagem de características psicóticas para as características mais histéricas, tendo-se a noção do vazio depressivo no histérico. Pelo dito, a posição depressiva se caracteriza mais por conteúdos projectivos do que introjectivos, estando enquadrada na organização borderline.

 

As propostas que faço na modificação das características das posições esquizo-paranóide e depressiva de Klein são consentâneas com a perspectiva teórica das relações de objecto internalizadas, em que se tem presente que é inicialmente que o bebé introjecta ansiedades e angústias da mãe, em particular, para depois projectá-las. No exemplo da externalização verbal agressiva, referida quanto à posição depressiva, ter-se-à em conta que o indivíduo está a projectar a agressividade que anteriormente, inicialmente, introjectou. Temos, pois, uma perspectiva micro-sociológica ao invés da perspectiva psicogenética de Melanie Klein.

 

Já perspectivando a posição integrativa considerada no meu artigo Para além das posições de Melanie Klein, numa noção de integração das características introjectivas e projectivas das posições esquizo-paranóide e depressiva, introduzo a posição castrativa, que, sendo ulterior, está relacionada com o complexo de castração, tipicamente genital, e está enquadrada na estrutura obsessiva. Tenha-se a noção de que, relacionado com esta estrutura e caracterizando a posição castrativa, está o mecanismo de juízo, ou julgamento, de condenação. Laplanche & Pontalis, no seu Vocabulário da Psicanálise, definem-no como uma operação ou atitude pela qual o indivíduo, ao tomar consciência de um desejo, a si mesmo proíbe a sua realização, por razões morais ou de oportunidade. Freud considerava este mecanismo como um modo de defesa mais elaborado e adaptado do que o recalcamento. É de considerar, importantemente, que o mesmo juízo está associado ao adiamento da satisfação, da gratificação.

 

O adiamento da satisfação, da gratificação, referida, é crucial para este artigo, já que a contemplação meditativa apela a esse mesmo adiamento.

 

Assim, realça-se que, associada ao juízo de condenação da posição castrativa, neurótica e obsessiva, com o adiamento da gratificação, está a contemplação meditativa, que se caracteriza pela integração entre introjecção e projecção. Teríamos, pois, aqui, um introprojecto. Para mais, teremos que a contemplação meditativa se associa particularmente à personalidade obsessiva.

 

 

Bibliografia

 

Resende, S. ( 2010 ). A posição castrativa como complemento das posições modificadas de Melanie Klein em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 08/11/2010

publicado por sergioresende às 15:45
link | comentar | favorito
Terça-feira, 4 de Dezembro de 2012

Relações espaço-temporais dos psemes e psitrões no contexto exopsicológico e da Teoria do Tudo em Psicologia

Resumindo-se aspectos relativamente aos psemes, enquanto unidades de evolução psicológica, e aos psitrões, partículas psicológicas suas constituintes, passa-se pela relação da Psicologia com a Física, no âmbito da Teoria do Tudo em Psicologia, para depois se estabelecer exopsicologicamente, que é indicativo do estudo da relação e do funcionamento mental, psíquico, entre seres humanos e seres e civilizações extraterrestres e/ou alienígenas, a relação, dizia, espacial e temporal dos psemes e psitrões.

 

Quanto aos psemes e psitrões, podem ver-se, por exemplo, os meus artigos Psitrões enquanto base dos psemes e suas relações com a histeria e a obsessão ( Resende, 2010 ) e A telepatia e suas relações com os psitrões enquanto base dos psemes              ( Resende, 2011 ).

 

Resumidamente, tenha-se a noção dos psemes enquanto unidades de evolução psicológica, enquanto unidades psicológicas de transmissão intergeracional. Os psemes são pensamentos inconscientes, constituídos enquanto complexos, ou conjunto de complexos, inconscientes, complexos enquanto conjunto de disposições psicológicas, psicologica  e significativamente relacionadas. Os psemes terão características Lamarckianas, no sentido dos complexos inconscientes poderem ser modificados durante a vida do indivíduo, com as modificações a serem transmitidas às gerações seguintes. Por seu lado, os psitrões serão partículas psicológicas que subjazem os psemes, da mesma maneira que inconsciente, ego e consciente se constituirão enquanto instâncias psíquicas. Relacionando os psitrões com a histeria e a obsessão, temos a histeria caracterizada por psitrões curtos e a obsessão por psitrões longos. Isto porque a tendência para a satisfação imediata do histérico tem por base psitrões que estariam associados à memória curta, daí o recalcamento histérico, e à inibição dos receptores psitrónicos associados à memória a longo prazo, enquanto que a tendência para o adiamento da satisfação, característica da obsessão, e relacionada com o juízo de condenação, teria por base psitrões que estariam associados à memória a médio e a longo prazo, e à inibição dos receptores psitrónicos associados à memória a curto prazo. Tem-se, pois, histeria com psitrões curtos e obsessão com psitrões longos.

 

Tentemos compreender melhor, agora, a relação da Psicologia com a Física, da psique com as partículas e forças fundamentais do Universo. Como se pode ver, por exemplo, em Teoria do Tudo em Psicologia, as forças fundamentais do Universo e a relação exopsicológica com a presença alienígena na Terra ( Resende, 2012 ), esta relação é estabelecida no âmbito da Teoria do Tudo em Psicologia, que faz um paralelo com a Teoria do Tudo em Física, que assenta na procura da unificação das forças fundamentais do Universo. Mais especificamente, procura-se estabelecer a relação entre a Teoria do Tudo em Psicologia e as forças fundamentais do Universo, a saber, a gravidade, o electromagnetismo e as forças nucleares forte e fraca.

 

Continuando, mais contextualizadamente para este artigo, resuma-se, agora, este último artigo referido, incluindo a relação mais específica agora indicada.

 

Assim, conceptualiza-se e relaciona-se o átomo, com o seu núcleo de protões e neutrões, e com a nuvem electrónica, de electrões à volta do núcleo, com constructos da Psicologia, no caso, a agorafobia, a claustrofobia, a histeria e a obsessão.

 

É referido o meu artigo A agorafobia enquanto perturbação obsessiva, onde indico a maior dificuldade do obsessivo em lidar com fenómenos agorafóbicos, pela dificuldade de lidar com falta de referências, e a melhor lide com fenómenos claustrofóbicos, por funcionar melhor com a presença de estímulos referenciais. Aproxima-se, então, o fenómeno obsessivo da existência nuclear, com o núcleo, mais ou menos, apertado, de protões e neutrões, associando a obsessão com as forças nucleares forte e fraca. Refira-se a particularidade de uma propriedade da força nuclear forte, ser, precisamente, designada de confinamento.

 

Outro artigo referido é A claustrofobia enquanto perturbação histérica, onde é indicado a particular dificuldade do histérico em lidar com fenómenos claustrofóbicos, pela pior lide com a presença de referenciais, que são sentidos como perto de mais, lidando melhor com fenómenos agorafóbicos, já que se dá bem com a ausência de estímulos referenciais. Temos a aproximação, assim, do fenómeno histérico da existência da nuvem electrónica, de electrões à volta do núcleo, associando, deste modo, o histerismo ao electromagnetismo, fenómeno este que se coaduna bem com as características relacionais histéricas de energéticas relações sociais.

 

Quanto à gravidade, dir-se-à que a mesma se relaciona com o fenómeno depressivo e/ou depressão em si, em que psicologicamente e psicomotrizmente, o indivíduo se encontra abatido, verificável na própria postura, em que se pode entender que há um campo gravitacional particularmente grave, mais acentuado.

 

No psicótico, aproximamos a denegação da realidade, a desrealização, a despersonalização, e ainda fenómenos como a fuga do pensamento e o roubo do pensamento, da consideração da não existência estrita do real local, e que, em conjunto com a projecção maciça, nos remetem para a Não-Localidade, características não-locais, que a Física considera como sendo a presença em mais do que um local da mesma partícula, e que caracterizará o Universo em geral e suas partículas.

 

Particularmente importante, é relacionar o fenómeno borderline com o bosão e campo de Higgs. Uma característica desta partícula, do bosão de Higgs, no Modelo Standard, permite relacioná-lo com o fenómeno borderline, que é o dessa partícula permitir múltiplas partículas existirem no mesmo local, no mesmo estado quântico. Isto aproxima-se da característica do borderline de ter múltiplas organizações de personalidade como a caracterizando simultaneamente, particularmente a neurótica e a psicótica, estabelecendo-se, ainda, outro paralelo que é o da alta instabilidade do bosão de Higgs e a instabilidade própria e característica do borderline. É necessário ter em atenção que o bosão de Higgs tem sido conceptualizado como unificador de outras partículas elementares, cujas interacções com o campo de Higgs fornecerão a massa a essas mesmas partículas. Tendo em conta a importância das partículas elementares interagindo com o campo de Higgs adquirirem a sua massa, é de considerar que o bosão de Higgs é a menor excitação possível do campo de Higgs.

 

Continuando o resumo, é de ter em conta a elevada percentagem de indivíduos borderline na Europa, indicada por Bergeret ( 1997 ), e a crescente expansão deste fenómeno nas sociedades modernas, referida por Coimbra de Matos ( 2007 ). Faz-se, depois, a consideração de que seria interessante relacionar aquela aquisição de massa das partículas elementares, com a sua interacção com o campo de Higgs, e o fenómeno da gravidade associada ao fenómeno depressivo, com a sua particular importância pela transversalidade do fenómeno depressivo às várias estruturas e organizações de personalidade.

 

É neste quadro que se começa depois a estabelecer exopsicologicamente a relação borderline-depressividade.

 

Para isso considera-se a noção de alguns investigadores, no campo da ovnilogia, de que as alterações climáticas e geoclimatéricas, referidas por alguns cientistas, como o buraco de ozono e o aquecimento global, estarão ocorrendo de modo provocado, por engenharia geoclimatérica, por parte de entidades alienígenas ou conluios E. T.s-humanos, para que o clima na Terra seja mais propício a essas entidades extraterrestres, de modo a permanecerem mais adaptados na Terra.

 

Será neste sentido, e num contexto exopsicológico, que se estabelecerá a relação borderline-depressivo e/ou deprimido, particularmente de borderlines para depressivos e/ou deprimidos, através da manipulação bosónica, aumentando a gravidade nos deprimidos e/ou depressivos. Muito provavelmente, isso far-se-à para ir controlando o tipo de gravidade que se sente na Terra, para poder acomodar extraterrestres que eventualmente provenham de planetas com maior ou menor gravidade do que a Terra. Mais indica-se, que possivelmente, haverá a manipulação bosónica ( de Higgs ) ao nível psíquico dos humanos, para que a nível, mais ou menos, psicológico dos E. T.s, haja a percepção psíquica de maior ou menor gravidade. Desse modo, provavelmente, os diversos tipos de E. T. controlarão esse fenómeno mais ou menos conscientemente.

Além disso, referindo-me ao fenómeno das abducções alienígenas, indico que as mesmas estarão associadas ao estudo psicológico da depressividade associada ao trauma histérico das abducções.

 

É neste sentido que se indica que a transferência bosónica entre borderlines e depressivos e/ou deprimidos far-se-à, muito provavelmente, numa predominância histerico-psicótica, no sentido depressivo, e vice-versa, e não tanto numa linha obsessivo-psicótica, no sentido depressivo, e vice-versa. Isso fará enquadrar mais o fenómeno nas sociedades histéricas capitalistas, num enquadramento borderline, particularmente no âmbito do Capitalismo global. Neste contexto, são ainda referidos dois estudos, um de um organismo estatal estado-unidense, sobre os próprios Estados-Unidos, e o outro, da Organização Mundial de Saúde, sobre a Índia, dois países capitalistas, portanto, onde se indicam a alta prevalência da depressão. Aquela Organização referida, ainda indica que a depressão, a nível mundial, terá a tendência de grandemente se aprofundar.

 

Assim, terminando o resumo, é de dizer que, exopsicologicamente, a prevalência da depressão, e a tendência para o seu agravamento, e a cada vez maior extensão do fenómeno borderline, já referida, indicarão que há uma presença cada vez mais maciça de alienígenas na Terra. No sentido de se combater o fenómeno borderline-depressivo, refere-se a necessidade terapêutica de um tipo de extractor bosónico, indo trabalhando o nível gravítico nos humanos.

 

Precisamente, da extracção bosónica, passemos, neste artigo, a falar da extracção, por alienígenas, de unidades espaço-mentais nos histéricos e maníacos e de unidades tempo-mentais nos obsessivos e deprimidos. Isto considerando a conceptualização dos psemes enquanto unidades espaço-temporais, constituídos por psitrões. Temos os psi enquanto unidade temporal e espacial do pseme e psitrão, em que o psitemp será a unidade psemética temporal e o psiesp a unidade psemética espacial. Haverá uma escala de utilização dos psitemps que vai do maníaco, histérico, obsessivo ao deprimido, em que cada vez menos unidades tempo-mentais são utilizadas, indo-se da aceleração temporal do maníaco à lentificação temporal do deprimido. Postula-se uma correlação invertida entre unidades tempo-mentais e unidades espaço-mentais, em que quanto mais psitemps menos psiesps, e vice-versa. Assim, dado um determinado trajecto de A a B, a maior utilização temporal do maníaco induz sentimentos de menor distância a percorrer enquanto que a menor utilização temporal do deprimido induz sentimentos de maior distância a percorrer.

 

Por exemplo, o histérico utiliza bastantes unidades tempo-mentais, daí o tempo passar rápido, e menos unidades espaço-mentais vai tendo. Daí a correlação do histerismo com o capitalismo, e com o seu extremo, o expansionismo imperialista, precisamente devido à necessidade de unidades espaço-mentais. Já o obsessivo utiliza bastantes unidades espaço-mentais, que se poderá relacionar com a presença obsessiva de estrelas no céu ( como observado ) e Espaço Sideral, e com a União Soviética e com a Revolução Russa, do ponto de vista exospicológco [ ver, por exemplo, Visão exospicológica da Terra ( Resende, 2012 ), como mensagem alienígena, de terraformação e de influência nas sociedades humanas, em que do ponto de vista referido, o tamanho da União Soviética e da Rússia, estará associado à vastidão do inconsciente ], na comparação global, com a Rússia como sendo, de longe, o maior país do planeta Terra, e havendo menos unidades tempo-mentais, portanto. Haverá necessidade de unidades tempo-mentais, que se relacionará com a necessidade de imortalidade simbólica, e com o facto de o obsessivo ser tendencialmente masculino, e de, predominantemente, as obras científicas, literárias, filosóficas, de arte, etc., que foram sendo deixadas, serem, precisamente, de homens. Para ver relações entre a obsessão e o comunismo e o histerismo e o capitalismo, ver, por exemplo, Máscara      ( Persona ) e Sombra de Jung: suas relações com o Capitalismo e o Comunismo               ( Resende, 2007 ) e A inveja do pénis e a inveja do clitóris e suas implicações políticas   ( Resende, 2010 ).

 

Exopsicologicamente, e em termos da Teoria do Tudo em Psicologia, dir-se-à que quanto mais psiesps forem extraídos, que muito provavelmente se tratará de electrões, daí o expansionismo, pela troca habitual de electrões entre os átomos, mais se fomenta, continuando, o expansionismo imperialista nas sociedades humanas, e que quanto mais psitemps forem extraídos, em que muito provavelmente se tratará de extracção neutrónica e protónica, pressupondo-se, pois, relação mais estrita entre tempo e núcleo atómico, mais se fomenta, continuando, a necessidade de imortalidade simbólica. Refira-se, acrescentadamente, quanto à primeira das relações exopsicológicas agora mencionadas, a associação entre esse fenómeno e a radioactividade, pela expansão particular e energética entre átomos.

 

Finalizando, dir-se-à que as ideias e os exemplos dados consubstanciam a noção da correlação inversa entre os psemes e psitrões enquanto unidades espaço-mentais e os psemes e psitrões enquanto unidades tempo-mentais, ou seja, correlação inversa entre os psitemps e os psiesps.

 

 

 

Bibliografia

 

Resende, S. ( 2007 ). Máscara ( Persona ) e Sombra de Jung: suas relações com o Capitalismo e o Comunismo em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 08/10/2007

 

Resende, S. ( 2010 ). A inveja do pénis e a inveja do clitóris e suas implicações políticas em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 15/10/2010

 

Resende, S. ( 2010 ). Psitrões enquanto base dos psemes e suas relações com a histeria e a obsessão em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 24/11/2010

 

Resende, S. ( 2011 ). A telepatia e suas relações com os psitrões enquanto base dos psemes em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 06/02/2011

 

Resende, S. ( 2012 ). Visão exopsicológica da Terra em www.psicologado.com                 ( proposto a 08/2012 )

 

Resende, S. ( 2012 ). Teoria do Tudo em Psicologia, as forças fundamentais do Universo e a relação exospicológica com a presença alienígena na Terra em www.psicologado.com ( proposto a 11/2012 )

publicado por sergioresende às 18:38
link | comentar | favorito
Sexta-feira, 23 de Novembro de 2012

Teoria do Tudo em Psicologia, as forças fundamentais do Universo e a relação exopsicológica com a presença alienígena na Terra

Resumindo inicialmente o meu artigo Teoria do Tudo em Psicologia e as forças fundamentais do Universo ( Resende, 2012 ), procuro depois relacionar exopsicologicamente esses constructos com a presença alienígena na Terra.

 

Assim, estabelece-se a relação entre Psicologia e Física, entre a Teoria do Tudo em Psicologia e a Teoria do Tudo em Física. Se por um lado, a Teoria do Tudo em Psicologia [ ver, por exemplo, Uma aproximação à Teoria do Tudo em Psicologia             ( Resende, 2011 ) ] procura relacionar a Psicologia com a Teoria do Tudo em Física, esta última Teoria assenta na procura e unificação das forças fundamentais do Universo. Deste modo, mais especificamente, procura-se estabelecer a relação entre a Teoria do Tudo em Psicologia e as forças fundamentais do Universo, a saber, a gravidade, o electromagnetismo e as forças nucleares forte e fraca. Sobre estas forças fundamentais, e a procura da sua unificação, consultar, por exemplo, A Brief History of Time – From the Big Bang to Black Holes, de Stephen Hawking ( 1995 ). Na relação das duas Teorias do Tudo, torna-se importante a procura da verdade, da realidade última, a nível mental, que Bion fala ( Symington & Symington, 1999 ).

 

Continuando, relaciona-se a conceptualização do átomo, com o seu núcleo de protões e neutrões, e com a nuvem electrónica, de electrões à volta do núcleo, com dois conceitos da Psicologia, a agorafobia e a claustrofobia.

 

Em A agorafobia enquanto perturbação obsessiva ( Resende, 2008 ), indico que o obsessivo tem particulares dificuldades com fenómenos agorafóbicos, pela dificuldade de lidar com falta de referências, de detalhes, e que lida melhor com fenómenos claustrofóbicos, pela melhor lide com a presença de estímulos referenciais. Assim, aproxima-se o fenómeno obsessivo da existência nuclear, com o núcleo, mais ou menos apertado, de protões e neutrões, associando a obsessão com as forças nucleares forte e fraca. Acrescente-se, aqui, que uma das características da força nuclear forte é ter uma propriedade chamada de confinamento. O próprio Hawking      ( 1995 ), já referido, chama a esta propriedade de curiosa. No contexto deste artigo, é efectivamente curioso relacionar as características de melhor lide claustrofóbica do obsessivo com esta propriedade de, precisamente, confinamento, da força nuclear forte. Resumidamente, no confinamento, a força nuclear forte junta sempre partículas em combinações que não têm côr, em que um quark não poderá esta singularmente porque terá côr, juntando-se sempre a outros quarks através de uma fila de gluões, não havendo côr, portanto. Estas combinações de quarks e gluões constituem o protão e o neutrão. Assim, trata-se de confinamento, pois as partículas têm de estar confinadas sempre juntas.

 

Noutro artigo, A claustrofobia enquanto perturbação histérica ( Resende, 2008 ), indico que o histérico tem particulares dificuldades com fenómenos claustrofóbicos, pela pior lide com a presença de referenciais, que são sentidos como perto de mais, e que lida melhor com fenómenos agorafóbicos, já que se dá bem com a ausência de estímulos referenciais. Aproximamos, assim, o fenómeno histérico da existência da nuvem electrónica, de electrões à volta do núcleo, associando, deste modo, o histerismo ao electromagnetismo, fenómeno este que se coaduna bem com as características relacionais histéricas de energéticas relações sociais.

 

Falando da gravidade, dir-se-à que a mesma relaciona-se com o fenómeno depressivo e/ou depressão em si, em que psicologicamente e psicomotrizmente, o indivíduo se encontra abatido, verificável na própria postura, em que se pode entender que há um campo gravitacional particularmente grave, mais acentuado.

 

Continuando este resumo, e relativamente ao psicótico, aproximamos a denegação da realidade, a desrealização, a despersonalização, e ainda fenómenos como a fuga do pensamento e o roubo do pensamento, da consideração da não existência estrita do real local, e que em conjunto com a projecção maciça, nos remetem para a Não-Localidade, características não-locais, que a Física considera como sendo a presença em mais do que um local da mesma partícula.

 

Particularmente importante, é relacionar o fenómeno borderline com o bosão e campo de Higgs. O bosão de Higgs tem sido conceptualizado como unificador das partículas elementares, cujas interacções com o campo de Higgs fornecerão a massa a essas mesmas partículas elementares. Tendo em conta esta importância das partículas interagindo com o campo de Higgs adquirirem a sua massa, é de considerar que o bosão de Higgs é a menor excitação possível do campo de Higgs. A partícula de Higgs só terá sido presumivelmente descoberta a 4 de Julho de 2012. Uma característica do bosão de Higgs, no Modelo Standard, permite relacioná-lo com o fenómeno borderline, que é o de essa partícula permitir múltiplas partículas existirem no mesmo local, no mesmo estado quântico. Isto aproxima-se da característica do borderline de ter múltiplas organizações de personalidade como a caracterizando simultaneamente, particularmente a neurótica e a psicótica. Outro paralelo a estabelecer é o da alta instabilidade do bosão de Higgs e a instabilidade própria e característica do borderline.

 

Termino este resumo, indicando que Bergeret ( 1997 ) considera que o fenómeno borderline caracterizará mais de 50% da população europeia, e que Coimbra de Matos ( 2007 ) considera que o fenómeno borderline não cessa de expandir nas sociedades modernas. Seria, pois, interessante, relacionar aquela aquisição de massa pelas partículas elementares, com a sua interacção com o campo de Higgs, e os fenómenos da gravidade associada ao fenómeno depressivo. Tem particular importância porque o fenómeno depressivo é transversal às várias estruturas e organizações de personalidade.

 

O presente artigo é, precisamente, uma contribuição exopsicológica para tentar perceber a relação borderline-depressividade, e a cada vez maior expansão quer do fenómeno borderline, como já se disse, quer do fenómeno depressivo, como se pode ver, mais especificamente, mais à frente.

 

É, agora, de referir que alguns investigadores, particularmente, no campo da ovnilogia, analisam os fenómenos terrestres, de tal modo que indicam que as alterações climáticas e geoclimatéricas, como o buraco de ozono e o aquecimento global, que parte da comunidade científica diz estarem ocorrendo, ou indicando a maior ou menor prevalência de terramotos, cheias, erupcções vulcânicas e outros fenómenos, estarão precisamente a ocorrer de modo provocado, por engenharia geoclimatérica, por parte de entidades alienígenas ou conluios humanos-E.T.s, para que o clima na terra seja mais propício a essas entidades extraterrestres, de modo a permanecerem mais adaptados na Terra.

 

Será neste sentido, e num contexto exopsicológico, definido em Exopsicologia: uma nova área de estudo ( Resende, 2009 ) como sendo o estudo da relação e funcionamento mental, psíquico, entre humanos e seres extraterrestres e/ou alienígenas, que se estabelecerá a relação borderline ( lembre-se, simultaneamente neurótico e psicótico )-depressivo e/ou deprimido, particularmente, por aquelas alterações referidas, de borderlines para depressivos e/ou deprimidos, através da manipulação bosónica, aumentando a gravidade nos deprimidos e/ou depressivos.

 

Muito possivelmente, e num contexto exopsicológico, isso far-se-à para ir controlando o tipo de gravidade que se sente na Terra, para poder acomodar extraterrestres que eventualmente provenham de planetas com maior ou menor gravidade do que a Terra. Assim, será, mais ou menos, induzida depressão ou fenómenos depressivos, para se efectuar esse controlo, controlando os indivíduos depressivos e/ou deprimidos, mas a partir de indivíduos borderline. Provavelmente, o controlo geral para este fenómeno será através da manipulação do bosão de Higgs. Isto, pelas relações psíquicas que haverão entre seres humanos e extraterrestres, uma espécie de consciente e inconsciente cósmico, com a referência particular dos contactos telepáticos entre E. T.s e humanos, e com o possível consciente colectivo e inconsciente colectivo entre eles. Ou seja, haverá manipulação bosónica ( de Higgs ) ao nível psíquico dos humanos, para que a nível, mais ou menos, psicológico dos E. T.s, haja a percepção psíquica de maior ou menor gravidade. Provavelmente, os diversos tipos de E. T., controlarão esse fenómeno mais ou menos conscientemente.

 

É curioso notar, relativamente aos E. T.s, que os Greys, ou Cinzentos, um tipo de E. T., estejam associados predominantemente aos fenómenos das abducções alienígenas      [ ver, por exemplo, Sequestro ( 1994 ), de John Mack ], tendo em conta que têm uns olhos completamente pretos e relativamente grandes. Possivelmente, os Greys serão aqueles a serem utilizados para as abducções, precisamente para se estudar o efeito psicológico do fenómeno depressivo, podendo-se associar a depressividade à falta de luminosidade, ou escuridão, e, nesse sentido, à côr preta. É de notar que há descrições, na literatura ovnilógica variada, do interior de naves alienígenas, particularmente por contactados por alienígenas, ou por abduzidos, como sendo altamente iluminado, muito provavelmente para combater o efeito depressivo de viajar na escuridão do espaço sideral. Haverá, neste sentido, na relação entre luminosidade e depressividade, uma comunalidade psicológica entre humanos e alienígenas. Continuando, o estudo do efeito psicológico, referido atrás, estará associado ao trauma da abducção. Relativamente a este trauma, ver o meu artigo Calustrofobia histérica: por trás do trauma das abducções alienígenas    ( Resende, 2012 ), no qual indico que o trauma da abducção alienígena será no âmbito da claustrofobia histérica, sendo, por isso, uma reacção histérica. Isto pela presença sentida como demasiado próxima dos alienígenas, geralmente, no quarto do sujeito.

 

Assim, a transferência de energia particular bosónica entre borderlines e depressivos e/ou deprimidos far-se-à, muito provavelmente, numa predominância histerico-psicótica, no sentido depressivo, e vice-versa, e não tanto numa linha obsessivo-psicótica, no sentido depressivo, e vice-versa.

 

Essa delineação fará o fenómeno enquadrar-se mais nas sociedades histéricas capitalistas, num enquadramento borderline, que, como já indicado anteriormente do outro artigo ( das forças fundamentais do Universo ), é extenso nas sociedades modernas, particularmente no âmbito do Capitalismo global.

 

Neste contexto, e no contexto global do artigo, podemos referir dois estudos relativamente à depressão, realizados em sociedades capitalistas, a saber, os E. U. A. E a Índia [ ver referências, respectivamente, C. D. C. ( 2006 ) e W. H. O. ( 2011 ) ], onde se denota a alta prevalência da depressão nos dois países. Também se denota, aí, que a prevalência da depressão, a nível mundial, tender-se-à a agravar. Assim, o estudo nos Estados Unidos ( Center for Disease Control and Prevention, 2006 ) indica que na década de 2000, há uma estimativa de 1 em cada 10 adultos Estado-Unidenses relatarem depressão, ou seja, 10%. Já o estudo da Oraganização Mundial de saúde, feito em 2011, revela que a Índia tem a mais alta taxa de Depressão Major no mundo, com cerca de 9%, e com cerca de 36% com Modo Depressivo Major. Nesta data, a O. M. S. classifica a depressão como a quarta principal causa de incapacidade, a nível mundial, e projecta que em 2020 será a segunda causa. Estes dados da O. M. S. foram publicados no BMC ( BioMed Central ) Medicine, uma revista científica médica.

 

Finalizo, dizendo que, exopsicologicamente, a prevalência da depressão, e a tendência para  o seu agravamento, e a cada vez maior extensão do fenómeno borderline, como já referido, poderão indicar que há uma presença cada vez mais maciça de alienígenas na Terra. Assim, para se combater este fenómeno ( depressivo-borderline ), tão caracteristicamente humano, dever-se-à pensar terapeuticamente num tipo de extractor bosónico, indo trabalhando o nível gravítico nos humanos.

 

 

 

Bibliografia

 

Bergeret, J. ( 1997 ). A personalidade normal e patológica. Climepsi Editores

 

Coimbra de Matos, A. ( 2007 ). O Desepero: Aquém da Depressão ( 2ª edição ). Climepsi Editores

 

Hawking, S. ( 1995 ). A Birief History of Time – From the Big Bang to Black Holes. Bantam Books

 

Mack, J. E. ( 1994 ). Sequestro ( tradução portuguesa ). Lisboa: Temas da Actualidade, D. L.

 

Resende, S. ( 2008 ). A agorafobia enquanto perturbação obsessiva em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 02/12/2008

 

Resende, S. ( 2008 ). A claustrofobia enquanto perturbação histérica em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 12/12/2008

 

Resende, S. ( 2009 ). Exopsicologia: uma nova área de estudo em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 27/07/2009

 

Resende, S. ( 2011 ). Uma aproximação à Teoria do Tudo em Psicologia em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi ( proposto a 03/2011 )

 

Resende, S. ( 2012 ). Calustrofobia histérica: por trás do trauma das abducções alienígenas em www.psicologado.com ( proposto a 11/2012 )

 

Resende, S. ( 2012 ). Teoria do Tudo em Psicologia e as forças fundamentais do Universo em www.psicologado.com ( proposto a 11/2012 )

 

Symington, J. & Symington, N. ( 1999 ). O pensamento clínico de Wilfred Bion. Climepsi Editores

 

 

 

Referências

 

C. D. C. ( 2006 ). www.cdc.gov/features/dsdepression/ - Site governamental do Centro de Controlo de Doenças e Prevenção ( Center for Disease Control and Prevention ) dos E. U. A.

 

W. H. O. ( 2011 ). Zeenews.india.com/news/world/indians-most-depressed-WHO-report_722442.html – Resultados publicados no BMC ( BioMed Central ) Medicine

publicado por sergioresende às 15:55
link | comentar | favorito
Terça-feira, 13 de Novembro de 2012

Claustrofobia histérica: por trás do trauma das abducções alienígenas

No âmbito da exopsicologia, como se pode ver em Exopsicologia: uma nova área de estudo ( Resende, 2009 ), ou seja, no âmbito do estudo psicológico das relações e funcionamento psíquico, mental, entre os humanos e entidades e civilizações extraterrestres e/ou alienígenas, considera-se, neste artigo, que as características claustrofóbicas associadas ao histerismo estão na base do trauma das abducções alienígenas. Indicam-se propostas psicoterapêuticas para esse trauma.

 

Como se pode verificar em Sequestro ( 1994 ), do famoso psiquiatra John E. Mack, como em muita da restante literatura ovnilógica, há um tema recorrente, relativamente aos extraterrestres, que é o tema das abducções alienígenas. Estas abducções são descritas, na sua maior parte, como estando o indivíduo a dormir, o mesmo acorda, notando a presença, em geral, de vários seres extraterrestres no seu quarto, supostamente teletransportados, ou nalgumas descrições, passando através das paredes, situação após a qual, o indivíduo, é, geralmente, levado a bordo de uma nave. Ora, a situação de seres extraterrestres surgirem, aparentemente do nada, no quarto do indivíduo, estará associada a um trauma.

 

E é esta mesma situação traumática que eu gostaria de associar com características claustrofóbicas que podemos associar ao histerismo.

 

Em A claustrofobia enquanto perturbação histérica ( Resende, 2008 ), considero que na claustrofobia, todos os referenciais estão presentes, todos os pontos de referência estão presentes e sentidos como pertos de mais. Nesta situação de excesso de referências, o indivíduo entre em descompensação histérica. Isto considerando as delineações de Bergeret ( 1997 ) acerca da estrutura de personalidade histérica.

 

Ora, nas abducções alienígenas, os seres extraterrestres no quarto serão sentidos como perto de mais, conferindo excesso de pontos de referência. Assim, o trauma que surgirá estará associado a esta situação claustrofóbica, trauma esse que baseia-se, deste modo, numa reacção histérica.

 

Em geral, para um indivíduo lidar melhor com este tipo de abducções alienígenas, deverá desenvolver uma reacção mais obsessiva. Esta reacção obsessiva estará mais na linha agorafóbica, como se pode verificar em A agorafobia enquanto perturbação obsessiva ( Resende,2008 ), em que o indivíduo se confronta mais com a falta de pormenores, de detalhes, de referências. Por outro lado, o obsessivo lidará melhor com os fenómenos claustrofóbicos.

 

Dir-se-à, para finalizar, que uma medida psicoterapêutica relativa ao trauma de uma abducção alienígena, será instituir, no quarto, e eventualmente na casa toda, uma concepcção minimalista de móveis e outras estruturas da casa, ou seja, manter ao mínimo o número e complexidade de estruturas no interior da casa. Ao mesmo tempo, se deverá fazer uma  rememoração da situação traumática, em que se deslocará o afecto relativo aos seres extraterrestres para os móveis e estruturas da casa, criando, assim, memórias afectivas, para depois se fazer o já indicado, diminuindo o número e complexidade das estruturas e móveis do quarto e casa. Aquela rememoração da situação traumática dever-se-à fazer indagando no indivíduo que tipo de afectos sentiu na altura, como antes e depois, relativamente às estruturas da casa.

 

Do mesmo modo, se deverá indagar o afecto sentido em relação a outras pessoas da casa, e, no contexto do já descrito em relação à reacção obsessiva que se deverá ter, a indicação terapêutica, ao nível relacional, deverá caminhar para que o indivíduo progrida progressivamente para viver sozinho, ou seja, é como se relacionalmente se dimimuísse progressivamente o afecto traumático. Eventualmente, mais correcto, estaremos a falar da capacidade do indivíduo ficar só, que, como Winnicott ( 1958 ) nos diz, faz a pressuposição de que é um dos sinais mais importantes do amadurecimento do desenvolvimento emocional. É de reparar que este contexto relacional, em que o indivíduo terá que modificar as suas relações, e progressivamente diminuí-las, é, precisamente, mais obsessivo, trabalhando-se no sentido de uma maior independência e autonomia, e não tanto histérico, onde há uma maior importância e dependência dos relacionamentos sociais. Ora, estas características afectariam negativamente a diminuição e eliminação do trauma.

 

Quanto à terapêutica minimalista e à necessidade de reduzir os relacionamentos associados ao trauma, no sentido de estar só, estarão associadas à maior facilidade no histérico da mobilidade do afecto entre representações. Esta facilidade levará a que o afecto traumático da abducção passe mais facilmente para elementos presentes e associados ao cenário traumático, passagem essa que será externalizada, com a externalização a ser feita devido à significância emocional da situação traumática. Assim, reduzindo os elementos, reduzir-se-à progressivamente a generalização do afecto efectuada anteriormente.

 

Estas características descritas, a nível psicoterapêutico, têm particular importância no contexto daquilo que é descrito muitas vezes pelos sujeitos abduzidos, isto é, que as abducções são repetidas, e que perduram, muitas das vezes, desde a infância.

 

Ou seja, em particular, as medidas indicadas têm características preventivas.

 

 

Bibliografia

 

Bergeret, J. ( 1997 ). A personalidade normal e patológica. Climepsi Editores

 

Mack, John E. ( 1994 ). Sequestro ( tradução portuguesa ). Lisboa: Temas da Actualidade, D. L.

 

Resende, S. ( 2008 ). A agorafobia enquanto perturbação obsessiva em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 02/12/2008

 

Resende, S. ( 2008 ). A claustrofobia enquanto perturbação histérica em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 12/12/2008

 

Resende, S. ( 2009 ). Exopsicologia: uma nova área de estudo em www.redepsi.com.br, na secção Artigos/Teorias e Sistemas no Campo Psi em 27/07/2009

 

Winnicott, D. W. ( 1958 ). O ambiente e os processos de maturação – estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional. Artmed

publicado por sergioresende às 19:33
link | comentar | favorito

.mais sobre mim

.pesquisar

 

.Outubro 2015

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9
10

12
13
14
15
16
17

18
19
20
21
22
23
24

25
26
27
28
29
30
31


.posts recentes

. Perspectivas evolutivas d...

. A contemplação meditativa...

. Relações espaço-temporais...

. Teoria do Tudo em Psicolo...

. Claustrofobia histérica: ...

.arquivos

. Outubro 2015

. Setembro 2015

. Janeiro 2015

. Novembro 2014

. Outubro 2014

. Setembro 2014

. Agosto 2014

. Julho 2014

. Maio 2014

. Abril 2014

. Março 2014

. Janeiro 2014

. Dezembro 2013

. Novembro 2013

. Outubro 2013

. Setembro 2013

. Agosto 2013

. Julho 2013

. Junho 2013

. Maio 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Setembro 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Novembro 2011

. Outubro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Março 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Março 2008

. Dezembro 2007

. Junho 2007

. Maio 2007

. Abril 2007

. Março 2007

. Fevereiro 2007

. Janeiro 2007

. Dezembro 2006

.tags

. todas as tags

blogs SAPO

.subscrever feeds